The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 23
Stay


Notas iniciais do capítulo

me desculpem a demora, de verdade. eu estava indo mal na escola e precisava muito ir melhor nas matérias, por isso a atualização quase um mês depois, mas não pretendo demorar tanto para atualizar futuramente.
bom, é isso. espero que gostem.



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Kurt e Blaine olhavam ansiosamente para as mãos firmes, porém delicadas de Quinn. A loira estava parada e concentrada, o cenho franzido e os lábios comprimidos em uma fina linha. A pouca luz que vinha do celular de um dos meninos fazia o ambiente azulado. Nada estava acontecendo e pelo menos três minutos haviam se passado. De repente, Fabray tombou no chão, caindo em cima de seu ombro. Kurt e Blaine correram para seu lado, ajudando a loira a ficar de pé novamente.

— Eu... me desculpem, meninos. — Ela se desculpou, apoiando-se em uma parede, suspirando em derrota. — Há muita morte dentro do corpo... — Justificou-se a menina, escondendo o rosto nas mãos.

— E no de Kurt? — Blaine sugeriu, e as duas cabeças se viraram para ele. — Eu só... se eu não consigo sair daqui com Kurt, que ele saia sem mim.

— Blaine, por favor, não faça isso. — Kurt pediu, olhando dentro das esferas douradas do namorado. Os olhos azuis do castanho já estavam marejados e ele sentia o nó apertar em sua garganta. — P-por favor, eu quero ficar com você. Por favor, não me deixe.

— Não se engane, Kurt. Você não quer passar a eternidade dentro de uma casa... você merece experienciar a vida mais uma vez, a grama contra sua pele e o cheiro de acetona dos salões de beleza, seu ouvido entupido depois de chegar em algum lugar alto... eu não quero te ver aqui, vamos tentar, por favor. — Argumentou Blaine, e Quinn respirou fundo, emitindo um som de melancolia pelo lugar abafado.

— Meninos, o tempo está passando. Não sabemos se há exatamente um prazo, precisamos correr. — Lembrou a loira, e o moreno assentiu, enquanto Kurt soluçou. A bruxa se levantou e posicionou as mãos da mesma forma sobre o rosto sem vida do corpo do castanho. — Vitallum vitallis. — Ela disse novamente, e dessa vez o desmaio foi instantâneo, fazendo com que Fabray ficasse inconsciente mais uma vez. Kurt desmoronou nos braços de Blaine, escondendo o rosto em seu peito.

— Por favor, por favor, Blaine, faça a dor parar! — Pedia Kurt, a fim de amenizar a queimação em seu coração. Tudo ardia, como se estivesse pegando fogo. Blaine o olhou com uma sobrancelha arqueada, mas beijou carinhosamente o topo da cabeça de seu namorado. Quinn ainda estava no chão com os olhos fechados e os lábios suavemente partidos. — Deus, por favor... Tudo dói, tudo... — O castanho caiu de joelhos, uma mão apertando o peito. Ele respirava pesada e vagarosamente.

— Acalme-se, baby, shhh, está tudo bem, vai ficar tudo bem, shhh. — Blaine sussurrava, abraçando o namorado. — Por favor, acalme-se. Quinn deve saber o que fazer. — Ele pediu, e começou a sacudir a loira caída, engolindo o nó em sua garganta. Ele precisava ser forte, por Kurt. — Quinn... acorde, Quinn. P-por favor... — O moreno sacudia Fabray mais abruptamente, observando o corpo. Ela não estava morta, não, ainda respirava normalmente.

Kurt caiu no chão, seus gemidos de dor cessando até que Blaine não o ouvia mais, ele não via nenhum movimento do corpo do namorado. Entrando em pânico, Anderson se levantou e se apoiou na parede de pedra, respirando fundo. Os corpos, incluindo o seu, o encaravam com seus olhos sem cor.

— Ela está fraca. Temos que tirar os dois daqui, principalmente a moça, se não quisermos mais um morador desse inferno. — Blaine virou a cabeça e viu Tate ali, com as mãos nos bolsos tranquilamente. — Vamos lá, eu levo Quinn. Você já deve estar acostumado com o peso de Kurt, certo? — Blaine assentiu, engolindo em seco. — O que você está esperando? Pegue Kurt no colo! — Comandou o loiro, e Anderson correu para o namorado, uma mão atrás dos joelhos e outra no ombro, da mesma forma que fizera quando Kurt havia torcido o tornozelo na oitava série.

Aos catorze anos (e meio), parece que a gente é indestrutível. E é mesmo, não é? Se a gente cai, a gente levanta sem birra, ri até da situação que a gente tá. Mas torcer o tornozelo arranca lágrimas até dos mais fortes, não é fácil para ninguém. Mesmo assim, uma torcida aqui, um osso quebrado ali, não é nossa kriptonita. Nossa kriptonita deve ser ter que carregar aquela pessoa especial enquanto ela chora baixinho para ninguém ver.

Kurt estava correndo, sorrindo e acenando para Blaine. Era o treino de futebol e o moreno não poderia jogar no dia, então ele havia pedido para Kurt tomar seu lugar como kicker do time, e o castanho fazia aquilo muito bem, além de fazer questão de ter Blaine em todos os treinos e... bem, ele tinha um rebolado, digamos assim, e o moreno ia à loucura.

All the single ladies, all the single ladies

Now put your hands up!

A música que o castanho necessitava para fazer bons chutes ecoou pelo campo grande e o reserva correu até a bola, chutando-a com força. Blaine olhava, boquiaberto, a bola atravessar toda a extensão de grama, até ouvir alguns gemidos de dor vindos de seu melhor amigo e atual menino de quem ele gostava. O moreno correu até ele do lugar aonde estava sentado na arquibancada e colocou uma mão no ombro do menino caído, ajudando-o a sentar.

— M-merda, meu tornozelo. Eu vou me- ai!– vou me sentar um pouco e já volto para o jogo. — Kurt disse, a voz trêmula por causa da dor. Ele tentou se levantar, mas Blaine não deixou. — B, eu- ugh- eu estou bem. M-me deixe ir até o banco.

— Eu te levo, vamos lá. — O coração de Blaine estava batendo mais forte antecipadamente, e ele jurou que ia cair junto com Kurt quando os olhos azuis encontraram os dourados docemente, em meio a um sorriso tímido e um aceno de cabeça. Blaine gentilmente levantou Hummel do chão de grama, andando com facilidade até metade da saída do campo, quando ouviu um fungar da parte do amigo. — Kurtie? — Ele sussurrou.

— S-sim? — Haviam lágrimas descendo pelas bochechas pálidas e Blaine beijou carinhosamente o topo da cabeça do amigo. — Nós podemos ir, sei lá, para o banheiro? N-não quero que todos me vejam chorando.

— Senhor Tanaka, estamos indo para o banheiro lavar o rosto de Kurt! — Blaine disse, num tom de voz alto, e Kurt escondeu o rosto em seu peito. — Shhh, baby, vai ficar tudo bem. É apenas um machucado.

— E-está d-doendo, B. — Kurt choramingou, sua respiração quente agora contra o pescoço de Blaine e deus, o moreno ficaria maluco se ele continuasse. Feliz e infelizmente, os dois chegaram no banheiro masculino e Blaine checou se a bancada da pia estava molhada antes de sentar Kurt ali. O mais alto soltou uma respiração trêmula, mas ficou parado.

— Eu vou tirar seu sapato agora, ok? Depois vou arregaçar seu moletom e eu vejo se torceu ou não.

— É c-claro, doutor. — Brincou Kurt, mas Blaine sentiu os pelos de seu braço se arrepiarem com o apelido. Ele desamarrou o tênis do melhor amigo e o tirou cuidadosamente, levantando a barrinha da calça para cima antes de ficar boquiaberto. O tornozelo de Kurt estava roxo e inchado, e estava pelo menos torcido.

— Kurtie, acho que você torceu o tornozelo. Temos que te levar para a enfermaria e ela vai ligar para seu pai. — Blaine disse, mesmo sabendo que Kurt tinha medo de hospitais, para onde seria levado assim que Burt soubesse das notícias. Hummel já estava com novas lágrimas nos olhos. — Ei, não, não, está tudo bem. Eu vou com você, K, vou ficar segurando sua mão o tempo todo, mas temos que ir de verdade, tirar uma radiografia e quem sabe você ganha uma balinha no final?

— P-promete que não sai do meu lado.

— Eu prometo, seu bobo. Vou sempre estar com você, entendeu? — Kurt assentiu, abraçando Blaine e escondendo o rosto na curva do pescoço do melhor amigo. — Vou segurar sua mão e te ajudar a ficar parado nas radiografias...

— Blaine! — O moreno virou a cabeça, vendo Tate ali. Deus, como ele odiava não poder sair daquele maldito lugar. Ele queria levar Kurt ao hospital e depois ajudá-lo a andar de muletas e leva-lo a um encontro no McDonalds porque Kurt sempre quis fazer aquilo, mas nunca havia encontrado um cara bom o suficiente para comer fast food no aniversário de um mês. — Concentre-se, está bem?

O moreno assentiu, ajeitando Kurt em seus braços. Ele era lindo, mesmo suado e com a pele mais pálida. Deus, como Blaine amava aquele garoto.

— Agora é a parte difícil, temos de ser cuidadosos. Faça exatamente o que eu fizer, está bem? — Blaine acenou positivamente mais uma vez, e viu enquanto Tate engatinhava para dentro do túnel que eles usaram para chegar até o local. O loiro havia deixado Quinn apoiada na beira do túnel e depois a puxou por debaixo dos braços. Quando havia espaço, Blaine fez o mesmo. — Vamos lá, não é tão difícil. — Tate dizia por entre dentes cerrados. — Estamos quase no fim do túnel! Você está bem aí atrás, Blaine?

— S-Sim, vamos acabar logo com isso! — Respondeu, puxando o namorado o mais gentilmente que podia. Finalmente, eles chegaram no porão. Tate tirou Quinn do local abafado facilmente e Blaine fez o mesmo com Kurt. Ele estava ajoelhado no chão, com a cabeça do castanho em seu colo quando, repentinamente, os olhos de Kurt se apertaram e ele soltou um gemido de dor. — Vai ficar tudo em, vai ficar tudo bem. Shhh, eu estou aqui, estou com você, K. — Assegurou o moreno, beijando carinhosamente os lábios do namorado desacordado.

Quinn abriu os olhos verdes repentinamente, mas não se moveu. Blaine, sem soltar o corpo de Kurt, a observava cauteloso. Lentamente, a loira se sentou, parecendo assustada enquanto ela se afastava de Tate.

— Quinn, o que você viu? — Tate perguntou, chegando mais perto da bruxa.

— Eu- eu estava saindo de casa. Meu pai continuava me expulsando de novo e de novo, e eu não conseguia parar... — Lágrimas quentes molharam os olhos verdes. — Deus, foi horrível. K-Kurt. Kurt conseguiu? — Ela se virou para Blaine.

— Não, infelizmente. — Tate respondeu, enquanto Blaine visivelmente segurava um choro. — Fazer o quê. — Ele deu de ombros. — O mundo é um lugar horrível, e quanto mais pessoas tirarmos daqui, é mais uma alma livre. — Ele pegou o controle da televisão e jogou o mesmo para cima, pegando o objeto assim que o mesmo caía. Kurt começou a se mover, primeiro devagar. Depois, repentinamente, Kurt se levantou abruptamente, e olhou nos olhos de Blaine antes de derramar inúmeras lágrimas na camisa polo do moreno.

— Shhh, Kurtie. Está tudo bem, pode chorar. — Blaine sussurrou, acariciando os cabelos castanhos do namorado. — Você vai ficar bem, eu estou aqui.

— N-não me deixe, Blaine, por favor... doeu tanto, e depois você m-me largou, e eu te amo e... deus, nunca me deixe. — Kurt pedia, numa voz baixa. O moreno suspirou.

— O que você viu, Kurt? — Tate quis saber, deixando o controle de lado na mesa de centro. Ele se inclinou para mais perto de Kurt.

— E-eu não quero falar, T-Tate. — Disse o castanho, baixinho. O loiro revirou os olhos.

— É claro que não quer. Mas você tem que falar, se não apenas mostra que você realmente é fraco e não sabe lidar com os próprios prob- — Kurt cortou Tate.

— Mas é isso que eu sou! Eu sou um merda, fraco, imbecil que não sabe resolver nada da porra da vida dele! Ah, espera: eu não tenho mais uma vida, só na droga do halloween. Você acha que eu gosto? Você acha que eu penso que sou forte?! Pois eu não penso! Todo o mundo odeia essa merda de casa, Tate! O que é tão difícil nisso? — Ele dizia, o tom de voz alto. Kurt estava tremendo nos braços de Blaine. — Me desculpe. — Pediu o castanho silenciosamente, voltando a chorar.

— Vamos, Kurt. — Chamou Blaine, quase num sussurro. — Precisamos de um banho. — Ele se virou para Quinn. — Nos vemos mais tarde? — A loira assentiu e o moreno guiou o namorado (que ainda tremia) em seu abraço para o quarto. — Você foi tão forte, Kurtie. Não só enfrentando Tate, mas em toda a sua vida: quando você cuidou de mim, quando você cuidou de seu pai no meio da semana de provas, e quando você sorriu novamente depois de todas as coisas horríveis que te aconteceram.

— N-não me deixe, Blaine.

— Eu nunca sairei do seu lado.

— Eu também te amo. — Anderson beijou carinhosamente os lábios do castanho, e os dois tiraram suas roupas, entrando em um banho. Depois, eles apenas dormiram, tentando esquecer.


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Notas finais do capítulo

até o próximo :* amo vocês, obrigada pelos comentários



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