The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 20
Bewitched


Notas iniciais do capítulo

Aeho o/



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— Deus, isso está delicioso! — Tate gemeu, ao provar o macarrão instantâneo em seu prato. Ele, Violet, Kurt e Blaine sentavam à mesa quadrada da cozinha. — Eu nunca prensei que essa porcaria pudesse ser tão boa! O que você colocou nisso, Kurt?

— Vinho e molho de creme de leite. Dois potinhos de Cup Noodles e um pouco de cozinha sofisticada combinados como nunca. — Kurt respondeu, lambendo os lábios inconscientemente. Blaine abaixou a cabeça para esconder a vermelhidão em suas bochechas, mas levou um chute da loira sentada à sua frente.

— Au! Por que diabos você me chutou? — Blaine perguntou, e Violet sorriu. Seus namorados levantaram o olhar, confusos.

— Nada, relaxe. — Kurt e Tate voltaram a atenção às suas tigelas de macarrão e deram de ombros. Blaine manteve os olhos em Violet e a mesma gesticulou com a cabeça para Kurt, que sentava ao lado de Anderson. O moreno semicerrou os olhos e viu que um pouco do molho braço estava escorrendo no canto da boca do castanho. Ele sentiu suas bochechas esquentarem profundamente mais uma vez, e comprimiu os lábios em uma linha fina.

Blaine sentiu a mão de Kurt em sua coxa, e os olhos cor de avelã encontraram os azuis, sorrindo. O moreno estendeu a mão e limpou o tempero do canto da boca do namorado, que sorriu timidamente antes de se inclinar e beijar a bochecha de Blaine.

— Se vocês continuarem melosos desse jeito, eu vou comer na sala. — Violet caçoou, e Tate soltou uma gargalhada breve, continuando a rir baixinho. Ele podia ser tão imaturo em algumas horas... era como se o adolescente que ele fora ao morrer continuava dentro dele. — E eu não quero dizer comer nesse sentido, Tate. Então fique quieto.

— Ok, mãe. — Brincou o loiro, ganhando um rolar dos olhos claros de Violet. Ele deixou a colher e o garfo na tigela e espreguiçou-se para trás, grunhindo ao sentir seus ossos estalando. — Bom, eu preciso de um banho. Valeu pelo jantar, Kurt. — Ele agradeceu e se levantou, levando sua louça suja para a pia.

— Acho que vou subir também, vou colocar um pijama. Essas calças estão me apertando. — Resmungou Kurt, e Blaine assentiu. — Me encontre no quarto, está bem, baby? — Quis saber o castanho, beijando os lábios do namorado carinhosamente antes que o mesmo respondesse.

— Você vai ficar bem? Eu posso terminar a comida lá em cima. — Questionou o moreno, e recebeu um aceno positivo e outro beijo rápido do namorado, que subiu as escadas rebolando provocativamente. Blaine suspirou.

— Vocês realmente se amam, não é? — Violet perguntou, e, pelo tom de sua voz, ela estava embargando com Blaine em uma conversa séria.

— Amamos. Deus, eu não consigo nem começar a descrever Kurt... ele é ótimo, e eu mal consigo acreditar que não namoramos por cinco anos. Isto é, até ele ir para Washington e eu morrer, nada demais.

— Quando eu descobri que Tate estava morto, eu o perguntei por que ele escondia aquilo. Ele então me disse a seguinte frase, e foi nesse dia que eu soube que não teria como não ficar perto dele. “Oi, eu sou Tate, estou morto. Quer transar?” — Os dois riram e Blaine quase engasgou na água que bebia. — Tate também é extraordinário. Ele pode parecer um adolescente psicopata louco, mas no final ele se mostra um adulto com um grande coração. Deus, isso foi meloso. Vamos ignorar.

— Ei, não tem problema em ser melosa! Eu adoro, particularmente. Sou totalmente a favor do cavalheirismo e de todos os outros clichês cinematográficos. Daria tudo para viver no tempo onde os homens tratavam as mulheres como damas. Claro que gostaria de viver sendo aceito pela sociedade e com internet, mas seria ótimo.

— Você trataria Kurt como uma dama?

— Eu não sei. Acho que não, porque, por mais delicado que ele seja, ainda é um homem. Eu sei que ele seria uma ótima donzela, com todas as boas maneiras e regras de etiqueta. Um dia, para seu aniversário de catorze anos, eu, seu pai, sua madrasta e seu meio irmão fomos a uma pizzaria. Eu, Finn e Burt, seu pai, devoramos a pizza e fizemos rolinhos com as fatias, enquanto Carole ria de nossas bobagens e Kurt apenas revirava os olhos e continuava a cortar a droga da pizza enquanto ele segurava os talheres perfeitamente. — Blaine se lembrou do dia, e sorriu. Um fio de tristeza passou pelo moreno, mas ele decidiu que, se a cada pequena memória ele fosse ficar deprimido, era melhor que sorrisse e ficasse feliz por ter vivido aquilo.

— A irmã mais nova de Tate, Addy, insistia que ela era uma dama. Quando eu me mudei para cá, ela ficava invadindo a casa e se sentando à mesa conosco quando meus pais estavam fora. Eu e Tate sempre comíamos no sofá, e tínhamos feito apenas sanduíches, mas ela se sentou na mesa e começou a cortar o pão com garfo e faca. Céus, eu nem sei como segurar um garfo da maneira correta. — Violet disse, e se levantou para lavar a louça.

— Quer ajuda? — Blaine ofereceu, colocando o próprio pote vazio na pia.

— Você se incomoda se eu ficar um pouco aqui? Quero ficar sozinha um pouco.

— Claro, eu entendo. Eu vou subir, se é assim. Até mais, Violet.

— Até mais, Blaine. — Com isso, o moreno subiu as escadas e abriu a porta do quarto, vendo Kurt sentado na cama e vendo um álbum de fotos. Ele imediatamente reconheceu o livro e também viu as lágrimas no rosto do namorado.

— Posso me sentar? — Ele perguntou, gesticulando para o lugar ao lado do castanho na cama de casal.

— Claro, B.

— Eu me lembro desse dia. Você ficou doente e eu fiquei fazendo um teatro de bonecos para você. — Blaine disse, apontando para uma foto aonde um Kurt de onze anos deitava na cama, com os olhos e o nariz vermelho, Elizabeth sorria calorosamente e a cabeça com cachos negros de Blaine tinha apenas o topo visível, enquanto o moreno segurava dois bonecos no ar.

— É, e você só sabia matar as donzelas em apuros. — Kurt revirou os olhos, secando mais das lágrimas que teimavam em escorrer por suas bochechas.

— Donzelas são chatas, elas só sabem se meter em encrencas. — O moreno disse, e passou um braço pela cintura de Kurt, puxando-o para mais perto.

— É mas elas sempre ficam com os príncipes no final.

— ...Se eu não matar elas primeiro.

— Seu chato. Pare de estragar os contos de fadas.

— Ah, acredite, a mídia já arruinou os contos de fadas quando começaram a escrever roteiros para filmes do Justin Bieber e de One Direction.

— Não pense que eu esqueci o dia que você admitiu seu amor por essa banda! — Retrucou Kurt, e Blaine levou uma mão à testa. — Foi engraçado porque você me dedicou uma música deles na formatura do fundamental. What Makes You Beautiful. Droga, eu me lembro de suar frio enquanto você me cantava isso... — Confessou o castanho, e Blaine gargalhou. — Não ria! Isso não é engraçado!

— É quase tão engraçado quanto essa foto. — O moreno pegou a foto do álbum e segurou-a com as mãos trêmulas de rir. — Olha a cara de Finn!

— Foi quando nós ganhamos nas seletivas! Eu me lembro perfeitamente. Deus, a única pessoa descente nessa foto é Artie, e só porque ele não podia pular. Eu consigo ver Quinn e Brittany pela metade, de tão alto que elas pulavam. O cabelo das garotas está muito bom.

— Só porque foi você que jogou mil quilos de laquê neles! — Blaine disse, e Kurt sorriu. — Sério, acho que eu nem usei tanto spray para cabelo quando fizemos aquela encenação de High School musical, e eu fui o Chad.

— Ok, mas foi quase tanto quanto. Deveríamos repetir aquilo, você ficou lindo com todos aqueles cachos. — Confessou Kurt, e o moreno colocou a foto que ainda segurava em seu devido lugar no álbum, fechando o mesmo e colocando-o na cabeceira.

— Eu posso ficar com cachos novamente, é só sua um pouquinho. — Blaine disse, o tom de voz grave e macio.

— Acho que eu posso te ajudar com a parte do suor e tudo mais. — Respondeu Kurt, e selou seus lábios com os do namorado, deixando que Blaine os deitasse na cama.

— Sua ajuda é mais que bem vinda.

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Quinn estava quase dormindo ao lado de Finn no sofá, enquanto algum filme sem graça de ação tocava no DVD. Seus cabelos loiros e compridos estavam estirados pelo encosto do sofá, e ela resolveu parar de prestar atenção na droga do filme.

Ela começou a pensar em Rachel. Como ela seria? Será que Rachel era extremamente mais bonita e carismática do que Quinn? Ou talvez ela fosse parecida, com algo a mais que satisfizesse Finn mais do que a loira poderia... Não que fosse muito importante saber mas- Ok, saber como Rachel Berry era era completamente relevante.

— Finn, como Rachel é? — Ela perguntou, depois de tomar coragem.

— Por que você quer saber? Você é mil vezes mais bonita do que ela. — Ele respondeu, sem tirar os olhos do filme. Estava escuro e a casa estava apagada, seu rosto ficando laranja por causa de uma explosão na televisão.

— Eu só... só quero saber.

— Está bem, tem uma foto dela no meu celular. Pode ver. — Finn disse, estendendo-a a mão com o celular. Quinn o pegou e clicou com o dedo no ícone das fotos, e era uma das últimas, antes das três selfies que ela havia tirado com o grandão.

Quinn não acreditou quando ampliou a foto – Rachel era linda.

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— Quando você ficou tão bom em ficar por cima? — Kurt perguntou, se deitando nos travesseiros macios. Ele estava ofegante e sua pele estava brilhando com a luz das velas contra as gotas de suor em seu peito. Blaine sorriu e se levantou para pegar algo para limpar a ele e o namorado.

— Quando você ficou extremamente bom em ficar por baixo. — Ele respondeu, voltando do banheiro do quarto com um rolo de papel higiênico.

— Deus, meus braços parecem gelatina. Eu nunca mais vou conseguir me mover. — Kurt suspirou, fechando os olhos.

— Seria uma pena, porque aí eu teria que fazer todo o trabalho da próxima vez. — Blaine fingiu lamentar, enquanto jogava o papel que havia acabado de passar em seu torno e no de Kurt .

— É, realmente seria r- — Kurt foi interrompido por batidas na porta do quarto, e se levantou rapidamente, pegando suas roupas no chão. — Vá se trocar no banheiro, eu abro a porta. — Falou o castanho, empurrando Blaine gentilmente para o banheiro com suas roupas. Ele já estava de calça e uma cueca limpa, e enfiou uma blusa enquanto andava até a porta.

— Oi, Kurt. — Era Quinn, porém ela estava sozinha, sem Finn.

— Quinn, oi. Onde está meu irmão? — Quis saber o castanho, estranhando o fato da loira aparecer ali sem o mais alto.

— Ele está dormindo. Ou comendo, ou os dois porque parece que isso é tudo que ele faz. — Ela respondeu sem pausas, e Kurt imediatamente deu espaço para a loira entrar no quarto. — Eu estou com um problemão, Kurt. — Quinn se sentou na beira da cama e escondeu a cabeça entre as mãos.

— Kurt, eu vou tomar um banho, okay? — Blaine perguntou, saindo do banheiro apenas usando as boxers pretas que ele usava anteriormente. — Oh, olá, Quinn. — Ele corou, e encolheu um pouco os ombros como se para proteger o corpo dos olhares inexistentes de Quinn.

— Vá tomar banho, babe, eu preciso conversar com Quinn. — Kurt disse, e andou até o namorado, beijando sua bochecha carinhosamente antes do mesmo voltar para o banheiro com uma vela. O castanho foi até a cama e sentou-se ao lado de Quinn. — O que houve, Q?

— Rachel Berry aconteceu. Droga, eu não sei o que está acontecendo comigo. — A loira disse, passando as mãos pelo cabelo.

— Ah, eu sei quem é Rachel! É a amiga virtual de Finn. — Kurt explicou, mas depois percebeu o que havia dito. — Espera! Como você conhece Rachel?

— Finn me mostrou uma foto dela depois de eu descobrir que eles se falavam e... merda, Kurt, não importa. Eu só sei que eu posso estar gostando de uma garota que eu nunca falei com na vida! Deus, eu deveria odiá-la.

— Ei, está tudo bem. Vamos lá, olhe para mim. — Kurt pediu, e os olhos verdes úmidos se viraram para o castanho. — O máximo que vai acontecer é você se descobrir bi, e o maior problema, creio eu, em gostar de Rachel seria Finn, correto? — A loira assentiu. — Então, vamos lá. Quem você escolheria?

— Bom, Finn me escolheu, mas-

— Não, Quinn, quem você escolhe?

— Eu escolho... Eu escolho Finn. Mas não descarto Rachel. Deus, ela tem um corpo perfeito e seus olhos são escuros e... eu vou parar de falar dela.

— Se acalme, querida. Pense nisso e tome uma decisão quando você estiver pronta, não precisa se apressar, está bem?

— Ok, muito obrigada, Kurt. Ei, você pegaria um pouco de água para mim? — Ela pediu, sorrindo de canto.

— Pegue você, preguiçosa. Eu sei que você sabe aonde tem água aqui.

— Por favor, Kurt, eu estou com sede. Ajude sua amiga! — Ela pediu, e o castanho balançou a cabeça de uma lado para o outro. — Kurt, você vai pegar uma água para mim. — Ela disse, fingindo forçar a mente. Porém, depois, Kurt se levantou e a olhou, confuso.

— Quinn, mas o que diabos você está fazendo comigo?! — Ele perguntava, e o chuveiro foi desligado, a porta do banheiro se abriu e Blaine apareceu ali de toalha, pingando. — Blaine, me ajuda! Quinn, pare com o que quer você esteja fazendo! — Ele pedia, saindo do quarto contra sua vontade. Blaine apertou a toalha na cintura e correu atrás de Kurt.

Quinn tinha os olhos fixados em Kurt, e quando o mesmo desapareceu no corredor, ela sentiu algo como uma corrente, uma ligação se quebrando entre ela e o amigo. Ouviu-se um baque no corredor e a loira saiu correndo, encontrando Kurt em cima de Blaine no chão.

— Meu deus, Quinn, o que foi isso? — Kurt perguntou, se levantando e estendendo uma mão para Blaine. — Você me fez levantar e começar a pegar uma água para você! Olá? Terra para Quinn! — Kurt chamava, estalando os dedos na frente da loira, mas a mesma não respondia.

A porta de entrada da casa rangeu e ele e Blaine imediatamente desapareceram, enquanto Quinn continuava em choque. Ouviram-se passos e uma figura loira, um homem musculoso, subia as escadas, murmurando para si mesmo.

— Atirar na bruxa, atirar na bruxa, atirar na bruxa... — Dizia o loiro, e Tate subiu as escadas invisíveis aos olhos do humano, que estava prestando atenção no chão da escada.

— Quem é ele? — Perguntou Tate, e o casal deu de ombros. Aquela voz lhes era familiar, mas nada específico. — Pelo o que percebi, é um caçador de bruxas.

— Essas pessoas ainda existem? — Kurt perguntou, e Tate assentiu, seguro de si. — Droga, eu nem sabia que bruxas existiam.

— ...Atirar na bruxa, atirar na- — Os olhos dele se levantaram quando ele chegou ao pé de Quinn, e ele congelou. — ...bruxa? Quinn Fabray? — Sua voz pareceu despertar algo na loira, que saiu do choque quase que para entrar em outro, e em Kurt e Blaine também, pois suas respirações pararam.

— Sam Evans?


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Notas finais do capítulo

:O



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