The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 2
Shit Happens


Notas iniciais do capítulo

ATUALIZADA!
To amando escrever essa fanfic, pretendo atualizá-la toda a semana. Qual dia, eu ainda não sei, provavelmente nos fins de semana.



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Kurt tocou a campainha de Blaine pelo o que parecia a última vez. E quem sabe não era? A mãe de seu melhor amigo abriu a porta, sem deixar o sorriso cair. Em cinco anos de amizade, Kurt nunca vira a mulher parar de sorrir. Era estranho e assustador. As bochechas dela deviam doer muito. Depois de cumprimenta-la, ele subiu as escadas.

A casa tinha dois andares e um porão. Mas ele e Blaine nunca iam no porão, pois algo de estranho vivia lá. Não algo mal, mas... havia um cheiro horrível, aquilo era certo. Parecia que havia alguém mais com eles. Tinha um clima estranho, apenas. No primeiro andar, tinha um banheiro, a cozinha, uma sala de jantar e uma sala de estar. Tudo era organizado e limpo... até você entrar no quarto de Blaine.

No segundo andar, junto com um banheiro, um quarto de hóspedes e o dos pais de Blaine, havia o quarto do moreno. Tinha roupas, livros, papéis e alguns objetos não identificados no chão, na mesa, no banheiro do quarto e em seus devidos lugares. O quarto vivia uma bagunça, menos quando Kurt mal conseguia andar sem ouvir o quebrar de um salgadinho ou chutar um pote ou livro de álgebra e ajudava o amigo a organizar algumas coisas essenciais.

Naquele dia, o quarto estava igualmente desarrumado. Kurt desviou de um copo e um balde de pipoca rapidamente, pois já estava atrasado. Blaine apareceu na porta do banheiro de moletom.

– Kurt, oi. – Ele cumprimentou, sabendo o que o esperava e, portanto, cabisbaixo.

– Blaine. Eu não quero ir, não quer deixar você. – Choramingou o castanho, lançando-se nos braços de Anderson sem cerimônia. – Por favor, me faça ficar. – Ele implorava. Kurt não queria ir, quer dizer, como ele ficaria não se sabe quanto tempo distante de Blaine?

– Kurtie, não. Você tem que ir.

– Eu quero ficar contigo.

– Eu também, K. Eu também. – Naquele momento, batidas foram ouvidas na porta, que logo se abriu. Era a mãe de Blaine.

– Kurt, seu pai está aqui. – Ela disse, e fechou a porta. Imediatamente, Blaine envolveu seus braços no pescoço do amigo, que soluçava.

– Me avisa assim que chegar. Por favor, aproveite. – Ele pediu, beijando a bochecha de Kurt gentilmente.

– Eu... eu prometo que... – A voz do castanho falhou. Blaine olhava em seus olhos e lutava suas lágrimas. Ele estava lindo, ainda mais com a sobrancelha arqueada em curiosidade sobre a repentina falha da voz do amigo. Então Kurt o beijou, e o mesmo correspondeu, lançando-o um olhar confuso após o ato. – Eu não conseguiria viver comigo mesmo se nunca pudesse fazer isso. M-me desculpe. – E o mais alto saiu. Blaine sentou-se na cama.

Mas que merda foi aquela?, perguntou-se Blaine. como Kurt podia fazer aquilo e simplesmente... ir?

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Washington era um balde de moscas mortas. Literalmente. Na casa para onde Kurt e sua família se mudaram, parecia ter uma mosca morta em cada canto de cada cômodo. Até na geladeira! Era horrível. Mas a casa era bonita, pelo menos.

Com dois andares, o lugar era pintado de um tom claro de azul esverdeado, janelas brancas e a porta de madeira escura. Havia um caminho de pedra que levava da cerca branca até a porta, cercada de grama em volta. No primeiro andar, a sala de estar e uma cozinha, além de um pequeno banheiro para visitas. No segundo, o quarto de Kurt e Finn (sim, eles dividiriam um quarto) e o de Burt e Carole. Sinceramente, era um pouco apertada para os quatro, mas eles dariam seu jeito.

– Mas mãe, eu não posso ir para a escola amanhã! Acabamos de nos mudar! – Finn falava, tentando convencer Carole de deixa-lo faltar aula. Kurt estava de fones de ouvido, porém não ouvia nenhuma música. Ele se sentia estranho, vazio. Era porque Blaine não estava lá, e sim há muitos quilômetros do castanho. Ele digitou uma mensagem rápida para o moreno:

Blaine, chegamos e eu odeio tudo. Sinto sua falta.

Ele não sabia se teria uma resposta. Como Blaine agiria depois do beijo? Ele acharia que Kurt havia apenas usado-o, ou fingiria que nada acontecera? Seria estranho, olhar nos olhos do moreno, mesmo que por uma tela, sabendo que havia o beijado... Um apitar do celular tirou Kurt de seus pensamentos.

Eu também sinto sua falta. Vamos falar sobre o que aconteceu, ou...?

O castanho suspirou.

Estou ligando o computador. Te ligo por Skype em alguns minutos.

Está bem. Eu vou esperar.

O computador do castanho começou a fazer o barulho de sempre quando era ligado, e lentamente carregou a área de trabalho e os ícones da mesma. Após ter conectado na nova wi-fi, Kurt clicou no programa desejado e digitou sua senha antes de clicar no contato do melhor amigo.

– Oi. – Disse Blaine, ao ver o rosto de Kurt do outro lado. – Gostei do seu quarto. – Elogiou o mesmo.

– Obrigado. Eu sinto muito a falta de tudo, quero minha vida de volta. – Dramatizou o mais velho, deitando a cabeça na mesa aonde o computador estava.

– Nós nos veremos novamente, Kurt. Eu não vou conseguir passar tanto tempo sem você. – Blaine respirou fundo. – Podemos ir direto ao ponto?

– Eu... sua boca... eu não sei. Parecia certo. Ainda sinto seu gosto em meus lábios. – Sussurrou o castanho, olhando para os olhos cor de mel do amigo, sem poder tocar em seu rosto ou nos cachos negros.

– Eu também. Foi bom. Mas... um relacionamento à distância? Eu não sei, Kurt.

– Eu também não sei. Me desculpe, eu não deveria ter feito aquilo.

– Tudo bem. Não é nada do que eu me arrependo. – Os cantos da boca de Blaine se elevaram suavemente. – Bom, mas como é aí? O clima, as pessoas... aonde você vai estudar?

– Um colégio chamado Paul Chad High. Já ouviu falar?

– Não, nunca. Deus, eu queria te abraçar agora. Já sinto tantas saudades de ficar abraçado com você durante um filme de terror.

– Eu não vou suportar isso, Blaine.

– Você vai, eu acredito em você.

– Obrigado. Eu só... como eu vou passar esse tempo longe de você? Sem ir pra sua casa e ver aquele seu vizinho chato apontar uma bengala pra mim? Ou sem te comprar café quando você está triste... não, não posso. – Kurt tinha lágrima nos olhos, enquanto Blaine havia derramado as suas.

– Kurt, por favor.... não faça isso. Eu te amo, e eu não sei se vou, algum dia, ter um amigo tão próximo quanto você. – Nesse momento, uma batida foi ouvida na porta do castanho, que secou as lágrimas e falou para entrar.

– Kurt, querido, o jantar está pronto. Pode comer aqui em cima, hoje. – Disse Carole, colocando apenas a cabeça para dentro do quarto e vendo o rosto familiar de Blaine no monitor, imediatamente entendendo o que acontecia e deixando os dois à sós.

– Eu já estou indo, Carole. Obrigado. – Ele agradeceu e a mulher saiu do quarto. – Blaine, não desligue. Eu vou fazer meu prato e volto. – O moreno assentiu, assoando o nariz em um lenço de papel. Alguns minutos depois, Kurt estava de volta com um prato com um pouco de comida. – Pronto. Como vai o Alabama?

– Triste, sem você.

– Blaine, agora é você quem está fazendo isso.

– Desculpe. Bom, o que você fez durante a viagem? – Quis saber Blaine, e rapidamente os dois engataram em uma conversa descontraída e animada.

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Oh, Lord, heaven knows, we belong way down below...

O despertador de Finn tocara, e acordara Kurt, consequentemente. O castanho levantou-se e apertou o botão de soneca no celular que tocava pendurado pelo carregador na escada do beliche que os dois dividiam. Ele sabia que Finn geralmente só acordava meia hora depois dele.

Kurt tomou um bom banho e vestiu um par de jeans apertados, junto com uma blusa simples de manga curta, com o desenho do cartaz de Wicked na mesma. Ele calçou um all star preto e desceu as escadas, cumprimentando seu pai e Carole enquanto pegava uma panqueca da travessa para seu prato.

Não demorou muito para que o irmão descesse também, vestindo um moletom e uma calça jeans furada nos joelhos. Seu rosto ainda estava marcado pelas dobras do travesseiro e seus olhos estavam pequenos de sono. Ele comeu seu café em silêncio, enquanto a família conversava. Burt estava de terno para o primeiro dia de trabalho e Carole estava circulando possíveis empregos no jornal com uma canetinha vermelha.

Os irmãos pegaram o ônibus escolar e em quinze minutos estavam na entrada lotada de alunos do Paul Chad High. Kurt recebia os mais variados olhares, que iam de repulsa a ódio em poucos segundos. Havia apenas uma pessoa que sorrira para ele: uma menina baixinha, de cabelos castanhos e olhos negros. Ela usava um suéter com uma rena e uma saia xadrez no mesmo tom da peça superior. Meias brancas altas e um par de sapatilhas, ela seguiu o caminho.

– Finn, vamos, pare de olhar para a bunda dela. – Kurt pediu, desesperado por entre os dentes cerrados. Um garoto com a jaqueta do time de futebol esbarrara nele propositalmente. O irmão do castanho ainda olhava boquiaberto para o rebolado inconsciente da baixinha. – Finnegan! – Hummel puxou a barra do moletom do mais alto, forçando-o a entrar na escola.

No momento em que as portas fecharam atrás dos dois, Kurt pensou quantos alunos estudavas ali. O corredor havia ainda mais alunos do que o lado de fora, grupos conversando em frente à salas de aulas e armários... era confuso, para falar a verdade. Andando até seu designado armário, Kurt se despediu do irmão, colocando a combinação para a portinhola número 216.

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– Uma nova bicha no Paul High? É, depois daquele tal de Chandler sair um novo teria que tomar seu lugar! – Exclamou um jogador. Ele carregava uma bola de futebol debaixo do braço e empurrara Kurt contra seu armário aberto, fazendo com que o mesmo batesse a cabeça na porta aberta. – E aí, o que você vai fazer? – Quis saber o menino, enquanto saía gargalhando pelos corredores enquanto o castanho se contorcia de dor no chão.

– Kurt! – Ele ouviu uma voz lhe chamar. – Deixe-me te ajudar. – Era a menina baixinha de mais cedo... como ela sabia seu nome? – Pronto. Meu nome é Rachel. – Ela apresentou-se, enquanto Kurt mexia o ombro dolorido e afagava sua cabeça.

– Eu sou Kurt, mas você já sabia. Obrigado por ajudar. – Ele agradeceu, fechando o armário. – É assim todo o dia?

– Infelizmente. – O castanho suspirou. Ao deixar Blaine, deveria haver alguma coisa boa... até agora, nada. Lembrando-se do moreno, lágrimas brotaram em seus olhos e o ar escapou de seus pulmões. – Kurt? Está tudo bem? – Ela perguntou, mas Kurt já estava correndo em direção ao banheiro.

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Passados mais três tempos, o sinal do fim do dia tocou. Kurt e Finn se encontraram na saída e o mais alto acenou para Rachel em despedida enquanto saía com o irmão para entrar no ônibus. Os dois estavam em casa em vinte minutos. Kurt havia lutado contra a queda de lágrimas o dia todo... ele não via a hora de falar com Blaine. Pelo menos ele podia falar com Blaine... deus o livre se algo acontecesse com o moreno.

Subindo as escadas, Kurt se trancou no quarto enquanto o irmão jogava videogame na sala. Ele ligou por Skype para o amigo, que atendeu e confortou-o. Mesmo depois de desligar sentindo-se levemente melhor, as conversas dos dois nunca eram suficiente se Blaine não o abraçasse ao final. E elas nunca mais seriam daquele jeito.

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Kurt não havia feito amigos. Nenhum sequer. Rachel não falava mais com ele, nem ao vê-lo com o nariz sangrando na enfermaria depois de levar um soco na cara. As pessoas eram infinitamente mais malvadas lá do que no Alabama. Finn era o único que, quando podia, falava com o irmão. Ele nem desconfiava dos hematomas que já haviam se formado nas costas do castanho ou nas costelas...

Se o castanho tivesse um desejo a ser cumprido, com certeza escolheria voltar para sua cidade... Para a casa de Blaine, ou sua casa. Ele apenas queria cantar músicas na frente de seus colegas do coral, ou conversar sobre unicórnios e golfinhos com a líder de torcida Brittany, que sentava no fundo da sala... trocar bilhetinhos avaliando os rapazes com Mercedes na aula de espanhol, ou rir de coisas alheias com Tina nas aulas chatas de geografia.

Rachel se encaixaria no clube, ele tinha certeza. Ela parecia gostar da Broadway e era completamente excluída. Talvez, em outro momento, Kurt falaria com ela. Mas não enquanto ele chorava no banheiro pelo o que parecia a milésima vez no dia, mesmo completamente ciente que era apenas a segunda de muitas. Ele queria apenas beijar Blaine de novo e ficar nos braços do amigo pelo resto de sua vida... tudo aquilo era horrível.


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Notas finais do capítulo

Pobre Kurt :(
Vocês tem alguma sugestão para outros casais eventuais ou situações pra eu enfiar eles? He :3
Até mais!
PS: A música que tocou e que está em hiperlink é Heaven Knows, da banda The Pretty Reckless, caso você tenha preguiça de clicar :P Se você gostaa de hard rock, ouça. É muito boa!