The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 14
Nothingness


Notas iniciais do capítulo

atualizada :3



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Quando Kurt e Blaine haviam acabado de fazer o brigadeiro, eram onze horas. Talvez eles possam ter se distraído um pouco com a ideia de leite condensado fresco, que Larry havia comprado naquela manhã, e lambido do corpo um do outro e uma coisa levou à outra, mas não importava, porque, afinal, detalhes à parte.

— Deus, eu nunca pensei que fazer brigadeiro pudesse ser tão demorado e sexy. — Kurt disse, enquanto colocava um prato com o doce quente na geladeira. Blaine ainda estava suado de toda a... movimentação, digamos assim, de antes, sem camisa ou gel no cabelo. Era uma das únicas vezes que o castanho via o namorado sem o capacete habitual, e ainda era estranhamente sexy.

— Igualmente, baby. Mas foi uma experiência que eu não reclamaria de ter toda a vez que tentássemos cozinhar. — Provocou o moreno, abraçando Kurt enquanto se escorava no balcão da cozinha. Ele capturou os lábios do mais velho em um beijo doce (literalmente) e sorriu ao olhar nos olhos azuis novamente. — Eu te amo, Kurt.

— Hmmm, eu também te amo. — Kurt respondeu, esfregando um olho. Havia sido um dia e tanto e os dois estavam exaustos. O castanho bocejou delicadamente e Blaine deixou um risinho escapar de seus lábios. — O que foi? Do que está rindo? — Quis saber o mais alto, os cantos de sua boca elevados.

— Você é completamente adorável quando está com sono. Você se lembra daquela vez na oitava série que eu dormi na sua casa, e você ficou falando coisas sobre unicórnios e o mundo mágico da Barbie? — Blaine perguntou, e Kurt estava gargalhando antes mesmo de o moreno terminar a fala.

A última vez que Blaine se sentira tão animado assim fora quando estava se preparando para o aniversário de Kurt na praia, há dois anos. Era aniversário de casamento de seus pais e os mesmos não queriam deixar Blaine sozinho em casa, agora que seu irmão havia ido para a faculdade. Ele perguntou para Kurt se poderia passar a noite lá e seu amigo deu pulinhos de felicidade ao ouvir o que Blaine tinha a falar.

— Tudo pronto, querido? — Sua mãe perguntou, entrando no quarto com o mesmo sorriso de sempre. Blaine estava fechando a mochila com algumas roupas quando a mulher entrara, e sorriu assentindo. — Ótimo, agora vamos, seu pai já está tirando o carro da garagem. — Ela apressou-o, e ele ajeitou a camisa de Star Wars que usava, olhando-se no espelho mais uma vez antes de seguir sua mãe pela porta.

Ele imediatamente colocou o fone direito no ouvido e pôs Green Day para tocar, balançando a cabeça subitamente ao ritmo. Blaine adorava ir para a casa de Kurt, porque era o melhor amigo pintado nas paredes, basicamente. A família Hummel (agora com a adição de Carole e Finn Hudson) era unida e muito parecida, fazendo com que a casa dos quatro fosse um lar, e não a casa que as pessoas viam em revistas, como era a de Blaine.

O adolescente mal deu tchau para os pais ao sair do carro, colocando a mochila nos ombros e saindo correndo para a porta, aonde Kurt já o esperava sorrindo. Rapidamente o Chevrolet dos Andersons não era mais visto na rua e Blaine abraçava Kurt como se não houvesse amanhã.

— Blaine! — Cumprimentou Burt, uma vez que os dois meninos entraram na casa. O homem lhe deu um tapinha nos ombros e sorriu, enquanto ele acenou com a mão para a mulher do mais velho timidamente. Kurt puxou sua mão – “Espera, quando minha mão parou na dele?” Perguntou-se Blaine, mas ignorou – e os dois amigos subiram as escadas para o quarto de Kurt. — O jantar fica pronto em meia hora! — Avisou o homem mais velho pela última vez.

Blaine se sentou na cama depois de jogar sua mochila em qualquer canto do quarto e tirar seus sapatos. Kurt estava de pijama, com sua calça de moletom e seu casaco do Mickey combinando com as pantufas engraçadas dos Monstros S.A. que sempre faziam o moreno rir. O castanho pegou logo dois DVDs que estavam separados na mesa de estudos dele e o mais novo pôde apenas assentir ao reconhecer a capa de “When Harry Met Sally” e “Psicose” nas mãos do mais alto.

Eles tiveram de parar o primeiro filme no meio para descerem para jantar, mas em quinze minutos já estavam voltando para o quarto, e Kurt foi ficando sonolento, vendo novamente Harry conhecer Sally e aquelas coisas todas. Os meninos receberam um chá de camomila de Carole de boa noite, o que não melhorou em nada o sono do castanho. Ele estava praticamente em cima de Blaine e havia desistido de se mexer e, consequentemente, assistir o filme, porque para fazê-lo Kurt precisava torcer o pescoço, praticamente.

— Kurt, você quer ir dormir? — Blaine perguntou, a própria voz mais grave e levemente rouca de sono. O castanho assentiu. — Ótimo. Vamos lá, eu te ajudo a pegar o colchão. — Falou o moreno, recebendo um grunhido do amigo. — Vamos lá, Kurtie, saia de cima de mim. — Ele pediu, colocando uma mecha de cabelo do castanho para trás, começando um cafuné.

— Você está me fazendo o melhor cafuné de todos e quer que eu me mexa? Além do mais, você está quentinho. — Kurt disse, e ficou repentinamente pensativo. — Será que os unicórnios existem? Porque, tipo, tem cavalos com um chifre, mas eles não têm a magia dos unicórnios. Eles não cavalgam em arco íris nem nada... Entende? Espera, não, não se mexe. — Pediu o castanho, sentindo o estômago de Blaine se contrair enquanto ele ria. — Não tem graça! É sério. O que você acha? Porque eu acho que os unicórnios são mafiosos! Aposto que eles moram na Itália junto com o resto dos mafiosos no mundo.

— Você é tão fofo com sono. — Blaine concluiu, beijando a bochecha de Kurt, perigosamente perto dos lábios do castanho. — Eu- ér- nós devíamos ir dormir.

— Dorme na cama comigo?

— Claro, Kurtie. Vá se preparando para dormir enquanto eu coloco o pijama. Ou seja, abre a cama e a gente dorme, pode ser?

— Fazer o quê, não é... vá colocar a droga de pijama. — Kurt bufou, mas sorriu e saiu de cima de Blaine.

Blaine pegou as mãos de Kurt e entrelaçou os dedos com os do namorado, e Kurt sorriu, deixando gentilmente seu peso cair no peito de Blaine.

— Vamos lá, amor, vamos dormir.

— Hmmm... — Kurt suspirou, e deu um selinho em Blaine antes do mesmo o guiar para o quarto.

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Finn chegou tarde do hospital com Carole, havia sido uma noite difícil para Burt e para os outros dois membros da família. Era horrível ver o olhar de vazio nos olhos do homem, mas foi pior ouvir os soluços de Carole por vinte minutos enquanto Finn dirigia para casa. O motivo dos soluços... bem, era complicado.

Eram umas oito e poucas quando médico de Burt entrou e Finn desligou o celular, pronto para ouvir atentamente à qualquer notícia, ele sabia que Kurt gostaria de ouví-las mais tarde. Até dado momento, Burt estivera encarando a parede e encerrando conversas com Carole sempre que podia. Era torturante. Mas o que doeu mais foi o que o médico disse à família:

— Burt, seu estado é terminal. Seu derrame foi causado por um tumor no cérebro estágio 3, e não podemos fazer nada para mudar. Podemos desacelerar o crescimento do mesmo, mas mesmo as-

— Não. Prolongar apenas aumentará minha dor, doutor. — Burt disse, visivelmente lutando contra lágrimas. Porque, afinal, o que ele tinha a perder, se não Carole? Ele estava velho, já havia perdido o amor de sua vida, o filho... ele não tinha mais nada, Burt não via mais motivos para viver. Carole era ótima e ficaria arrasada, mas tudo o que o homem mais queria era o final de sua vida. Ele só queria encontrar Kurt novamente...

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Quinn recebeu o torpedo de Finn pela manhã sobre Burt e correu para a casa de Hudson. Não demorou nem dez minutos, ela estacionava o carro de Brittany na frente da casa dos Hudmels e corria para a porta feito uma louca, tocando a campainha talvez forte demais, porque rapidamente Finn abria a mesma, de cabelos bagunçados e pijamas.

— M-Me desculpe, eu te acordei, não é? — Ela perguntou, envergonhada. Finn era uma gracinha com o cabelo arrepiado daquele jeito. — Eu estava tão preocupada com você e Carole. — Ela disse, e se jogou nos braços do mais alto, enterrando o rosto em seu peito.

— Eu estou razoavelmente não tão mal. — Ele disse, afagando as ondulações loiras da Fabray. — Minha mãe está bem pior... os médicos disseram que ele só tem mais um mês de vida e isso me assusta, porque, uh, Burt é tipo meu pai, sabe? — Quinn assentiu. — É difícil, depois de todo esse tempo, ver a alegria ser arrancada de minha mãe...

— Ei, vai ficar tudo bem, Finn. — Eles ouviram o ronco do estômago do mais alto e riram baixinho. — Esse é o Finn Hudson que eu amo e conheço. — Ela disse, e entrou para dentro da casa para ajudar o amigo a fazer algum café.

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— Bom dia, Kurtie. — Blaine sussurrou, ao ver os olhos azuis de Kurt se abrindo nos seus.

— Bom dia, B. Eu sonhei com os tais unicórnios daquele dia na oitava série, acredita? — Ele disse, sorrindo de orelha à orelha. — Maldito sono que me deixa igual um drogado... — Resmungou Kurt. — Então, o que temos de café hoje?

— Hmmm, que tal um beijo? — Sugeriu Blaine, sorrindo de canto. Realmente, ele não se cansava de sentir o gosto familiar dos lábios do namorado nos seus.

— Só um? — O castanho fez um biquinho.

— Está bem, dois.

— Blaine, não, dois é pouco.

— Então decida você! Já passou do meio dia, eu duvido que ainda tenha comida aqui. — Blaine disse, virando-se de costas para Kurt dramaticamente.

— Tem a gente, e tem essa cama.

— Eu gosto do jeito que você pensa, — Blaine admitiu, virando a cabeça para o namorado e continuando a falar: —mas ainda não é o suficiente.

— Eu não me canso de você... nem dos seus beijos. — O castanho juntou seus lábios aos de Blaine. — Nem de nada disso... Hmmm, eu te amo tanto.

— Eu também te amo, bobinho. Agora, o que tem de café da manhã, afinal?

— Acho que você já sabe, B. — Kurt sorriu maliciosamente enquanto Blaine tirava a camiseta e logo, logo, os dois estavam aos beijos novamente.

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— Obrigada por vir, Quinn. — Carole agradeceu enquanto a loira guardava uma xícara que Finn acabara de lavar no armário, dando fim às louças. — Sua graciosidade e beleza levantam o espírito dessa casa.

— Não tem que me agradecer, Carole. Eu estava preocupada com vocês para sentar com a cara nos livros o dia todo, não se preocupe. — Respondeu Quinn, educada e modesta como sempre.

— Tudo bem, se você diz, querida. — Ela cedeu. — Meninos, eu vou para o quarto agora, estou cansada e preciso resolver uma papelada do quarto de Burt, mas fiquem por aqui e, caso, forem sair, me avisem antes. — Carole disse, e beijou a bochecha dos dois adolescentes. — Divirtam-se, por favor! — Pediu ela, e subiu as escadas. Finn e Quinn sentaram-se no sofá da sala.

— Finn, se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, sabe que pode confiar em mim para pedir, não é? Eu me importo muito com você... — A loira disse, colocando uma mão sob a do mais alto.

— Eu também me importo muito com você, Q. E não se preocupe, se algo acontecesse, você seria a primeira a saber. — Ele apertou a mão dela. — Eu não sei direito o que aconteceu nos últimos dias, mas... você é muito especial para mim, Quinn. — A loira não precisava ouvir mais, e acabou com a distância entre os dois, deixando-se aproveitar cada segundo daquele beijo. — Merda, eu realmente senti saudades disso.

— Eu também senti, Finn, e como. — Ela disse, suspirando e voltando a beijá-lo.

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Naquela tarde, na mansão não tão longe da casa dos Hudmels, Violet se deparou com uma menina de cabelos castanhos escuros. Ela arregalou os olhos claros e sorriu, abraçando-a.

— Addy! — Exclamou a menina. — Eu senti tanto a sua falta! Mas por que você está aqui?

— Você viu um menino chamado Kurt por aqui? — Ela perguntou. — Uma pessoa me enviou aqui.

— Ele está ali, com a língua na garganta daquela outro garoto ali. — Ela apontou para o lugar no sofá aonde Kurt e Blaine trocavam carícias em meio a beijos e risadas. — Kurt! — Violet jogou uma almofada no castanho.

— O que foi, o que foi? — Ele perguntou, saindo do colo de Blaine.

— Ela quer falar com você. Kurt, essa é Addy, Addy, esse é Kurt. — Violet os apresentou um ao outro, e antes do castanho poder dizer qualquer coisa, a menina disse:

— Seu pai vai morrer. — E desapareceu. Kurt ficou imóvel e Blaine passou seus braços ao redor do namorado. Violet estava boquiaberta e Tate estava confuso, pois havia chegado na sala com dois copos de suco na mão.

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Enquanto isso, no hospital municipal do Alabama, Burt Hummel escrevia seu testamento.


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Notas finais do capítulo

ai gente, chorei



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