Até agora não descobri o que minha mãe vai aprontar. A única coisa que soube que a festa tem um tema e é a fantasia, mas nada. Isso me deixa frustrada, afinal várias coisas passam por minha mente. Scar, relaxa, não deve ser nada demais, ou será? Não importa, vou descobrir esse sábado.

Meu celular toca, avisando que chegou mensagem. Pego e fico feliz por ser a Rachel, acabamos nem saíndo por causa do seu trabalho. Ela esta tendo problema com um medico, um tal de Jonathan Crane, que fica salvando os mafiosos.

Quer remarcar para esse sexta, claro, por que não? Vamos torcer que nada atrapalhe, preciso matar saudades da minha amiga, por as fofocas em dia.

— Senhora. – Chamou Charlotte entrando no escritório. – A jornalista chegou.

— Pode mandar a subir. – Peço

— E chegou essas flores. – Mostrou um buque de rosas amarelas

— Se livre delas. – Mando

Desde o telefonema, aquele babaca me manda flores de vez ligar, acha que sendo fofo consegue meu perdão.

— Vou mandar para sua mãe dessa vez.

Quando saiu, guardei alguns documentos, não to afim de que essa jornalista xereta veja algumas coisas. A porta se abriu e os duas entraram.

— Senhora, hoje tem prova final da fantasia. – Avisou Charlotte

— Claro, depois da entrevista irei lá. – Digo

Levanto–me e aperto a mão da jornalista.

— Muito obrigada por conseguir me encaixar no seu horário. – Agradeceu a moça

— Não precisa agradecer. – Viro–me para minha governanta – Por favor, traga um refresco. Deseja algo?

— Um copo d’agua por favor. – Pediu a jornalista

Charlotte acenou e se retirou do cômodo.

— Vamos começar. – Mando

~~

— Finalmente – Digo quase pulando de alegria ao ver o elevador fechar a porta

— A senhora que aceitou fazer a entrevista. – Comentou Charlotte entrando na sala segurando minha jaqueta e bolsa

— Eu sei, mas foi bom dizer algumas coisas. – Pego minha jaqueta e ponho. – Aqueles dois irão ler.

Podemos dizer que alfinetei aqueles dois na entrevista.

— Quando estará nas bancas? – Perguntou me entregando a bolsa

— Segunda, junto com a abertura da empresa aqui. – Respondo – Depois de ver a fantasia, vou até a empresa ver os últimos retoques e depois vou jantar com a Cristina.

— Sim, senhora.

A porta do elevador abriu e eu literalmente pulei em cima da pessoa.

—Charles! Achei que se mudaria para Metropoles pela demora. – Digo me afastando

— Tive que resolver alguns assuntos pessoais. Esta de saída? – Perguntou

— Hoje é a prova final da fantasia. E você vai me acompanhar. – Digo já apertando o botão do terrio. – Tchau Charlotte.

Meu irmão só acena em despedida. Ao fechar a porta do elevador, olho para meu irmão, ele realmente continua bonito e os anos só fizeram bem. Meu irmão era um pouco mais alto que eu, tem cabelo castanho claros e olhos azuis, iguais do nosso Pai, algo que invejava quando criança, já que meus olhos são sem graças. Somos bem unidos e ele é muito protetor comigo e com John.

Então notei que ele estava olhando nervoso, algo que vê raramente.

— Aconteceu algo? – Questiono

— Sim. – Respondeu fracamente

— Não me diga que foi bater no Harry.

— Quase, faltou pouco para não quebrar aquele nariz.

— Charles, sei me cuidar muito bem. Tem algo haver com algum caso? – Questiono novamente

Meu irmão é um dos melhores advogados do estado. Ele podia se dar bem na área criminal, como seu melhor amigo Harvey (que inclusive queria que meu irmão fosse seu parceiro), mas ele preferiu as áreas mais calmas. Tanto que ele quando alguma mulheres separadas o procuram para defende-las, os ex maridos quase morrem, ele consegue tirar as calças deles. Ficou conhecido como “O advogado dos exs”.

— Não, claro que não. – a porta se abriu e saímos – Vamos entrar no carro primeiro.

Fomos ate onde estacionou seu carro, entramos e fiquei o encarando, para que continuasse.

— Lembra da Luana? – Perguntou dando partida no carro

— Claro que lembro, aquela mulher interesseira. – Respondo com veneno – Não me diga que a viu e voltaram a sair?

Luana Pierce foi uma cliente do meu irmão, que tava na terceira separação. Os dois saíram por um tempo, o que não agradou ninguém em casa. Minha mãe implorava para que eu fizesse algo e como uma boa filha conversei com ele, fiquei aliviada quando ele me disse que não ia ficar nada serio. Então não demorou muito, os dois se separaram, imagine o quanto meus pais pularam de alegria.

— Sim, nos vimos na cidade e não, não voltamos a sair.

— Então...?

— Ela está grávida. – Respondeu rapidamente

— Quem é o trouxa que devo parabenizar? – Perguntei rindo

Ele acenou para ele mesmo. Aquilo me fez irritada, como ele pode fazer isso e ainda com ela?

— Merda! Você não usou camisinha! Idiota! Idiota! Imbecil! Como você cometeu esse erro, seu filho da mãe! – Xingo batendo nele

—Para Scar, eu to dirigindo, posso bater o carro.

Paro de bater e me recomponho, já que sou uma dama.

— Muito obrigada. – Agradeceu sarcástico

— Tem certeza que o filho é seu?

— Não sei. – Então soltou um suspiro. – Ela disse que ta grávida de dois meses, pelos cálculos é meu, mas tem grandes chances nesse meio tempo ela ter transado com outro homem.

— Vai fazer um teste de DNA?

— Obvio.

Ok, pergunta idiota da minha parte.

— Mais alguém sabe?

— Só você e uma amiga dela. – Respondeu nervoso

— Não quero nem ver quando a mamãe e o papai souberem. – Comento sentindo uma dor de cabeça se aproximando.

— Se pudesse me ajudar. – Pediu parando o carro no semáforo.

— Eu?!? Acha que consigo acalmar eles?

— Sim.

Soltei um suspiro.

— Tudo bem! Quando planeja falar com eles?

O sinal abriu e o carro andou.

— Até o final de semana. Vou trazer Luana para cá.

— Nem pense em pedir para ficar no meu apartamento. – Digo tirando o corpo fora, afinal se ficarmos no mesmo lugar, vou querer bater nela. – E espere depois da festa para contar, ela esta tão animada.

— Melhor mesmo. – Concordou estacionando o carro – Obrigada.

Saimos do carro e andamos em direção a empresa.

— Escolheu um lindo prédio. – Admirou Charles

—Sim e está quase pronto. Falta pouco, segunda mesmo volto a trabalhar.

Faltava só terminar de decorar as salas e alguns ajustes, mas o atelier já esta pronto.

— Christina ficou muito feliz.

Notei um sorriso discreto no rosto.

— Conheço esse sorriso discreto. Não faça isso.

Me olhou fingindo que não entendeu, acha que sou boba mesmo.

— O que? – Perguntou quando entramos no elevador.

— Charles, você já tem um problema em mãos, não venha trazer mais problemas. – Respondo e a porta do elevador se fecha

~~

— Você realmente vai usar aquela fantasia? Você quer causar polêmica? – Perguntou meu irmão um pouco bravo

— Qual o problema da fantasia? Ela é linda. – Respondo sorrindo

— Está faltando pano naquela roupa, nossos pais vão ter um infarto. Eles não vão aceitar.

— Não, eles vão ter quando souberem que vão ser vovô e vovó. – Rebato

— Nossa mãe sempre quis ser vó.

— Sim, mas a diferença é que ela sempre imaginou antes de ter neto, ver o filho casado e com uma moça direita, não com uma interesseira.

— Vamos voltar para o assunto principal que é sua fantasia. Você vai fazer os homens terem problemas nas calças.

— Relaxa irmão e quem sabe é isso que quero causar. – Entro no carro e logo em seguida ele entra – Sabe, você está parecendo um velho.

— Estou protegendo a honra da família.

Mostro a língua em aborrecimento.

— Isso tudo é para Harry ver o que perdeu ou para impressionar Bruce Wayne? – Questiona

— Por que faria isso para Bruce?

— Um passarinho me contou algumas coisas.

Passarinho chamada mamãe.

— Olha aqui, isso é para mim e só para mim. Não quero saber de relacionamento nem tão cedo.

— Sinto que vai acontecer cedo. – Avisou meu irmão antes de dar partida no carro.