Ainda em tempo passado, Byakuya e Hisana procuraram por Rukia por cerca de cinco anos, nos últimos meses ele só estava na busca, pois a saúde de Hisana se agravava a cada dia, ela teimosa ainda trabalhava e o ajudava com seus assuntos pessoais, tentando esconder o fato que realmente precisava de tratamento, mas achava injusto fazer com que ele fizesse suas tarefas, já que ele não tinha coragem de contratar outra pessoa para o cargo de sua amada.

A vida dos dois era maravilhosa, Byakuya tinha há muito tempo deixado de ser orgulhoso, sempre tratava Hisana com todo o amor que podia, e as vezes ia até longe demais, custando muitos dias em horas extras noturnas para que durante o dia estivesse sempre por perto dela.

O entardecer sempre era um horário sagrado para o casal, momento esse em que eles sentavam na varanda e apreciavam as sakuras desabrocharem, passavam horas e horas se curtindo e cultivando seu amor interminável um pelo outro.

Nos últimos dois anos Hisana já mal podia se levantar, tinha sido submetida aos tratamentos contra sua vontade, Byakuya não podia vê-la mais a sofrer pela sua fraca resistência, resolveu continuar procurando pela irmã desaparecida na certeza que quando a encontrasse isso seria de grande ajuda na recuperação de Hisana, já que boa parte de seu sofrimento e debilitação seria causado pela grande carga de preocupação e de stress causado pelas inúmeras frustrações em sua busca.

O orfanato em que Rukia tinha sido deixada há muito tinha sido fechado, todas as crianças tinham se perdido em um incêndio, e Byakuya tentava esconder esse fato de Hisana, já que nem a documentação das atividades do lugar havia sido salva do fogo. Mas ele não podia desanimar e todos os dias ela perguntava sobre o progresso da busca, mas ele ainda não tinha resultados favoráveis.

Em uma dessas tardes em que ele foi visitar Hisana, percebeu que seu quadro havia se agravado, já tinha sido avisado pelos médicos que os recursos medicinais que eles possuíam tinham se esgotado e que ela precisava de uma melhora psicológica, já que ela já passava dias e noites sem acordar, talvez a mente dela estava cansada de sofrer e acabou criando uma barreira emocional que a impedia de acordar naquela realidade perturbadora sem sua irmã.

Byakuya não podia entender essa situação em que todo o dinheiro dele não teria nenhum valor, não podia comprar a saúde de sua amada e seu sofrimento também era terrível.

Naquela tarde finalmente Hisana tinha acordado por breves instantes, ele se pôs a aproveitar o momento em que podia falar com sua doce e preciosa flor:

— Como se sente? Tem algo que eu possa fazer? - Perguntava ele feliz em ver seus lindos olhos abertos.

— Quero que você ouça com atenção... Eu tenho sonhado com ela... Sinto que está próxima de mim e que a qualquer momento voltaremos a ser uma família. - Disse Hisana com voz fraca.

Byakuya temia por esses sonhos, já que a saúde dela estava ainda mais delicada e pelo fato de ele pensar que Rukia poderia ter morrido no acidente do orfanato. Temia que o pior poderia acontecer e que isso pudesse ser uma premonição de um triste futuro...

— Eu continuo procurando, e não se esqueça que assim que eu a encontrar não haverá mais desculpas... Nós iremos nos casar e ser muito felizes. - Dizia ele com os olhos brilhantes cheios de lágrimas prateadas.

— Assim que a encontrar, não diga nada sobre mim, faça com que ela confie em você, cuide dela, ouça sua história e se eu não estiver mais aqui, por favor, não deixe que ela sofra, faça com que ela saiba que existiu alguém que a amou mesmo que a distância, e que me arrependo de não ter podido me esforçar mais para encontrá-la. - Assim que deu essas instruções a ele, dormiu serenamente e não mais acordou.

— Não diga besteiras, você tem uma promessa comigo, tem que me dar uma resposta, tem que me deixar fazê-la feliz, não durma, não durma... - Disse ele em um amargo pranto, tamanho era o seu choro que as roupas de Hisana ficaram encharcadas.

O entardecer daquele dia foi terrivelmente riste para Byakuya, que gosto teria ele em estar na varanda sem a mulher que era dona de todo o seu amor? Que felicidade teria ele em lutar se seus objetivos estavam todos relacionados a sua bela que dormia para não mais acordar?

Mas não poderia se deixar abater, ainda havia uma promessa a ser cumprida, porém ele nem sabia pro onde começar e, além disso, todo seu trabalho estava acumulado, já tinha algum tempo que ele tinha priorizado o estar com Hisana, seu cargo de diretor estava há muito negligenciado.

Como tinha assumido esse compromisso, não poderia deixar que mais tempo se passasse nesse ato de remoer dor e sofrimento além de que, quanto mais ele se via desocupado, mais o desespero tomava conta de seus pensamentos, pensava que poderia enlouquecer a qualquer momento. Algo precisava ser feito.

No dia seguinte, seria uma tarefa difícil que deveria ser executada por Byakuya: Encontrar alguém que pudesse ocupar o lugar de Hisana em seu escritório. Nem imaginava como isso poderia doer em si, mas ele precisava de tempo para intensificar suas buscas pela irmã de sua amada como havia prometido.