Martinismo - A origem escrita por Fercatão


Capítulo 5
A Convocação


Notas iniciais do capítulo

Nuvens negras sobre Bruceline. A turma da escola começa a sentir o peso da mão de Martin e isso é apenas o começo.



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Broceline, Tuva

E como espero, toca o alarme e voltamos às proximas 3 aulas até que chegue o próximo intervalo. Uma de literatura e duas de biologia pois, como dizem, nenhuma segunda-feira é perfeita! Ou pelo menos deviam dizer! Pois ninguém, que eu saiba, já começou a contar uma história maravilhosa dizendo: “Uma vez na segunda-feira...”. Então, tinha que vim a tal da biologia! Após essa tediosa aula, nos fomos para o pátio, porque era nosso útimo intervalo.

– Vou ter que confessar uma coisa a vocês! – Diz Lena olhando para nós, esperando a gente perguntar o que era.

– O que? – Eu pergunto.

– Se hoje eu tivesse que escolher a hora e o local para morrer, eu escolheria na hora da aula de biologia, quando o professou começou a falar sobre as doenças que podem ser transmitidas pelo beijo. E o lugar seria na sala de aula mesmo! – Diz ela, e todos ficamos olhando sem entender nada.

– Ahm? – Diz Thomas. – Não entendi! Porque você quer morrer?

– Sério, mesmo?! Ninguém sabe! Agora estou surpresa! – Diz lena realmente surpresa e eu fico tentando desvendar porque diabos ela dirias isso. - Ah! Espera aí! Já sei porque!

– Eu já sei por quê! – Disse, com uma voz vitoriosa!

– Por quê? – Pergunta ela com um olhar desafiador.

– Porque você preferiria se matar a não poder mais beijar, por medo de pegar doença. – Eu digo e todos finalmente entendem o que ela disse e começam a rir.

– É por isso que você é minha melhor amiga! – Diz ela, me abraçando de lado.

– Só você mesmo, Lena, para morrer por não poder mais beijar! – Diz Kadjad entre risos.

– E imagina se a sua mãe souber disso, senhorita Lena! – Diz Sebastian, com uma cara de desaprovação.

– Tenho certeza que ela concordaria! – Diz Lena e todos rimos, concordando, pois quase toda vez que víamos os pais de Lena, a sua mãe sempre tentava roubar um beijo do seu marido, até nas mais piores horas possíveis.

– Mas, falando em beijar e coisascomo essas, como vai seu namoro com o Tobias? – Pergunta Florian, o menino curioso e, sem esquecer, fofoqueiro!

– Vocês sabem que ele não é bem meu namorado! Mas, vai tudo bem! – Diz Lena.

– E o David como ele vai? – Pergunta Florian novamente.

– E eu sei! Espero que bem mal e, e se não está, vai ficar amanha! – Diz ele com um olhar maligno. Nesse dia todos já sabíamos o que ele tinha feito com ela e que, como sempre, Lena iria se vingar!

– É como vai ser essa deliciosa vingança? – Pergunta mais uma vez os curiosos.

– É serio, Florian! Você tem que para de soltar essa feminilidade interior! – Diz Sebastian antes de Lena responder e todos rimos. – É ta ficando estranho, cara!

– Pois fique sabendo que eu não tenho vergonha de quem eu sou! – Diz Florian com uma voz fina feminina, em pé, apontando o dedo na cara de Sebastian, parecendo uma bicha louca. No final, ainda deu um beijo no ombro e voltou rebolando até voltar a sentar-se. Aí, todos riram.

– Eu realmente namoro com esse cara?! – Diz Franziska entre risos.

– Já na minha opinião, é por isso que você namora com esse cara! – diz Sebastian, e todos rimos.

Toca o alarme.

Voltamos para a sala de aula, onde teríamos as duas últimas aulas, uma de História Geral e a outra de Francês. Porém, no meio da aula de Francês, a assistente da Diretoria foi até a nossa sala.

– Com licença, professor! – Diz Susanne Abend.

– Toda! Pode falar Susanne! – Diz o professor Marko Schroder.

– Obrigada, professor Marko! – Ela fala entrando na sala. - Bom, eu queria chamar, para me acompanhar para a sala da Diretora Christine Fink, quatro dos seus alunos, posso?

– Claro! Posso fazer o que?! – Responde o professor Marko.

– Então, eles são: Lucas Roth; - Ao termina de falar o nome de Lucas, ele se levanta. Lucas era um garoto bem tímido, apesar de ser titular do time de futebol do colégio, ele tinha um corpo atlético, cabelo loiro e olhos castanhos, um cara relativamente bonito. – Lena Bergmann; - Lena se levanta e vai até onde a Susanne estava com o Lucas.

Eu achei estranho ela chamar Lena e Lucas, pois nunca os vimos juntos e tal. – Kerstin Wulf; - Quando ela disse meu nome pensei “pronto me lasquei, descobriram algo que eu fiz... Minha mãe vai me matar viva” e olha que eu nem lembrava que eu tinha feito nada de errado! Me levantei e andei até eles, mais curiosa do que nunca, para saber do que se tratava. – E por último, Sebastian Wexler. – Seb se levanta, sem entender nada, e vai para onde nós estávamos.

– Bom são esses alunos. Obrigada, senhor Schroder! Daqui a pouco os meninos estão de volta. – Ela sai da sala e nós vamos atrás dela.

– O que a gente fêz? – Pergunta Sebastian a ela.

– Não é o que vocês fizeram e sim o que vocês irão ter que fazer! – Ela diz, chegando à porta da Diretoria.

– Esperem aí! Vou perguntar à Diretora se vocês já podem entrar. – E entra na sala da Diretoria.

– Vocês entenderam alguma coisa? – pergunta Lucas a nós.

– Não faço a mínima ideia do que a gente veio fazer aqui. – Diz Sebastian. – Você tem alguma ideia do que seja, Kers?

– Nenhuma! – Eu digo e Susanne abre a porta.

– Podem entrar! – Ela diz e nós todos entramos numa sala toda decorada com coisas medievais.

– Podem sentar os quatro! – Diz, de forma direta, Fink, uma senhora de 40 anos que tinha uma aparência até razoável mas expressava uma face cansada. Nós nos sentamos num sofá preto.

– Bom, vocês já devem estar sabendo do Golpe de Estado que ocorreu ontem pelo nosso Bruscar Martin, não?

– Sim. – Falamos em conjunto.

– Então também já devem estar sabendo que ele lançou uma nova constituição inspirada na antiga constituição alemã, porém com algumas mudanças, não é?

– Já. – Eu digo.

– Sim. – Falam Lena e Sebastian ao mesmo tempo.

– Não. – Diz Lucas com vergonha de ser o único dali que não sabia da nova constituição.

– Ok! Pelo menos três de vocês já sabem, porém acho que não leram ela ainda, estou certa? – Nós mexemos a cabeça positivamente. – Certo! Entre as diversas normas que ela contém existe uma que envolve exclusivamente vocês e alguns outros alunos, não só da Klássica, mas também de outros colégios do estado e do país.

– E o que seria? – Pergunta Sebastian, curioso como todos nós estávamos.

– A constituição fala sobre um treinamento para jovens a partir dos 15 anos, pré-selecionados pelas suas condições físicas e mentais. De cada escola selecionada a cada ano, serão escolhidos 48 alunos e, nesse caso, vocês são uns deles.

Ela faz uma pequena pausa, como se buscasse matar a gente de curiosidade, e prossegue: - Vocês terão um treinamento militar para num futuro serem parte do novo exercito militar de Martin, vocês não terão como recusar esta “proposta” e nem como sair do exército após se formarem, ou seja, a partir de hoje vocês são soldados em treinamento.

Ela acaba de falar e eu quase tenho um enfarto. Meu Deus! Como assim? Eu viraria do nada parte do exército? Que tipo de constituição maluca é essa? Não dava para acreditar no que ela tinha acabado de falar. Nesse momento de desespero, olhei para Sebastian e ele estava mais atordoado com a notícia do que eu. Em seguida, olhei para Lena e ela estava balançando a cabeça em movimento de negação e apoiava suas mãos na testa. Depois olhei para o Lucas, que já estava começando a chorar de desespero.

– Isso não pode ser verdade! – Eu disse. – Como assim? Ele acha o que?! Que agora vamos todos servir a ele como ele quiser? Que pode simplesmente dizer agora quais serão nossas carreiras? Sem nem deixar a gente decidir? – Eu continuei falando e, no meio da fala, me levantei de tão irritada que eu estava.

– Kerstin, me desculpa, ms quero te informar que ele pode sim fazer tudo isso que você disse agora e muito mais, pois ele agora não é mais o novo Bruscar e sim um ditador. Um ditador que não tem pena de ninguém e que irá mandar em quem ele quiser e quem não obedecer será morto. – A diretora Fink fala e eu me sento novamente e Sebastian passa seu braço sobre meus ombros.

– Espera aí! A senhora quer dizer que, se nos negarmos a obedecer a essa nova ordem, seremos mortos? – Eu pergunto e chamo assim a atenção de Lena e Lucas que naquele momento estavam perdidos em seus pensamentos.

– Não vocês, mas seus pais! – A diretora fala e eu engulo sêco o que ela falou.

– Inacreditável! – Eu falei, movendo minha cabeça negativamente. – E quando vai começar esses tais treinos?

– Amanhã, após a décima aula, ou seja, as duas últimas aulas serão substituídas pelos treinos, que ocorrerão todos os dias da semana e também aos sábados, pela manha. – A Diretora responde.

– Só nos vamos perde as duas últimas aulas ou todos irão perdê-las? – Pergunta Sebastian.

– Todos vão ficar sem aulas e vocês terão o pequeno intervalo como tempo para se arrumarem para o treino. – Ela explica.

– Que roupa temos que vestir? – Pergunta Sebastian novamente.

– No primeiro dia pode usar a roupa de educação física, porem depois haverá uma roupa adequada. – A diretora explica, e quando acaba a fala, toca o sino avisando que haviam acabado as aulas. – Já tocou e vocês precisam ir, mas antes peguem esse documento, onde você e seus país são obrigados a assinar, para tornar tudo oficial, apesar de que, como vocês já foram escolhidos, agora não tem mais volta. – Termina de falar e nos entrega alguns papeis.

– Quem nos escolheu? – Pergunto antes de sair da sala.

– O Comandante do Estado, pelos seus registros. – A diretora Fink me responde e nos saímos da sala ainda atordoados com a noticia.

Eu fico me perguntando se meus pais já sabem disse e se meu irmão também havia sido uns dos selecionados.


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Notas finais do capítulo

E agora, qual será o destino desses jovens que sonhavam apenas num fim de semana gostoso e muita coisa pra contar na segunda-feira? Vamos começar a perceber no próximo capítulo!



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