The Lost Number escrita por Miss_Miyako


Capítulo 8
Nº 7: A Glitch City.


Notas iniciais do capítulo

Não tenho nada para falar.
Eu sou um demônio sem coração.
Para ter escrito um capítulo assim, só pode.



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Uma sensação desconfortável e levemente dolorosa se espalhou por suas costas e pela parte detrás de sua cabeça.

A garota virou para o lado, forçando seus olhos verdes a se abrirem, mas estavam pesados. Teria caído no sono como sempre ou, na verdade, desmaiara? A julgar pela sensação desagradável que a preenchia, provavelmente era a segunda opção.

“Yellow? Yellow!”

Quando ouviu a voz familiar de sua Pikachu a chamando, finalmente conseguiu abrir os olhos e a encarou.

–C- Chuchu?

“Você está bem!!!” Pode ouvir a rata amarela suspirar em pensamento. “Que bom!”

“Ainda bem que consegui a tempo!” Assim que conseguira se sentar, Yellow ouviu outra voz familiar e olhou para o lado.

–Kitty! – Exclamou. – M- Mas como?

“Calma, Yellow.” O Butterfree pousou no ombro de sua treinadora. “Você ainda deve estar tonta, mesmo que eu tenha te segurado, você acabou caindo no chão. De uma altura mínima, pelo menos.”

–Isso explica a dor de cabeça. – A garota comentou ao colocar a mão sobre a testa. – Foi por isso que desmaiei?

“Não.” Kitty balançou a cabeça. “Isso foi durante a queda, deve ter sido por isso que consegui escapar da pokébola tão facilmente, já que você estava inconsiente e não poderia me impedir.”

–Talvez... – Ela concordou. – Ah, mas e você, Chuchu?

“O Kitty me ajudou logo depois, não se preocupe.” Ela sorriu. “Mas... Por falar nisso, Yellow, você se lembra porque caiu?”

–Sim... – A garota assentiu. – Estávamos na frente daquele buraco enorme em Cinnabar e... Eu acho que tropecei...

Mas ela parou ao sentir falta da luz solar que lhe fazia companhia até alguns segundos atrás e arregalou os olhos.

–Espera! Onde estamos?

E quando suas orbes verdes finalmente inspecionaram o local, sua respiração parou por um momento.

Estava deserto, apesar de haver algumas construções, mas nenhum sinal de vida. Também estava escuro, depois claro, então escuro e isso foi o que fez a loira olhar para cima e perder o fôlego outra vez.

Havia um céu acima de si e não o teto de uma caverna, mas o que mais lhe chamara a atenção fora que este céu não era só de cor azul.

Era rosa. Laranja, roxo, verde, branco. E tantas outras cores que se distorciam sem parar em meio as outras, iluminando o ambiente abaixo de si.

Ela olhou para baixo, tinha a sensação de que acabaria ficando tonta se olhasse por mais tempo.

O chão era frio, a grama estava seca e dura, o ar era gelado e parecia lhe incomodar a pele, levemente. Piscou ao ver como a água de um rio próximo corria para o lado errado ou como haviam pedaços de casas soltos no nada, as vezes até saindo de árvores e arbustos. Caminhos se estrelaçavam e terminavam em lugar nenhum. Era tudo tão confuso.

–Q- Que lugar é esse...? - Murmurou.

"Onde mais seria?" Ela voltou a olhar para a Pikachu. "Nós entramos naquele buraco, essa é aquela dimensão paralela."

–A Glitch City... - Yellow suspirou aquelas palavras, mais para si mesma do que para os seus Pokémons, como se tentasse se convencer. - Entã-!

Mas um barulho novo cortou seu raciocínio. A loira olhou para os lados, confusa.

"Ouviram isso? Chuchu perguntou.

"Sim..." Kitty respondeu. "Ah, ali!!"

As outras duas olharam para onde o Butterfree indicara e se depararam com o que parecia uma letra "O" flutuante a frente delas.

–Eh? - Yellow piscou.

"Ali também!" Ouviu sua pokémon exclamar e olhou para trás para encontrar uma letra "R" flutuante.

Não demorou para perceber que estavam cercados.

"M- Mas são só Unowns... Poxa, que susto." Kitty suspirou.

–Pois é... - A garota estava prestes a concordar com ele quando algo lhe chamou a atenção e ela decidiu observar o Pokémon melhor.

De fato, eram Unowns, mas havia algo neles que não parecia certo, graças a luz toda desigual daquele lugar, ficava difícil olhar com mais clareza.

Entretanto, em um exato momento, o céu distorcido assumiu uma cor azulada e a pequena percebeu os olhos foscos contornados em vermelho que eles apresentavam.

–O q-!

E quando teve sua confirmação, sentiu algo iluminado e quente atingir seu braço, rasgando sua pele.

–AI! - Exclamou e segurou o ferimento, arregalou os olhos ao perceber o sangue escapando por entre seus dedos.

Sentiu outro raio daqueles passar zunindo perto de seu ouvido, mas escapou por pouco.

"Yellow!" Chuchu gritou.

"M- Mas o que está acontecendo aqui?!" Kitty exclamou. "O que está acontecendo com esses Unowns?!"

–T- Tem algo de errado com eles! - A garota conseguiu dizer, suportando a dor aguda que vinha de seu braço.

"Ah! Os olhos deles!" A Pokémon amarela notou.

"O que é isso?!" A borboleta olhou para os lados, tentando não ser atingido por mais daqueles ataques.

"Não temos tempo para isso. Precisamos tirar a Yellow daqui, estão mirando principalmente nela!"

"A- Ah, certo!" Kitty se voltou para a treinadora, mas tomou um susto. "Yellow, você está sangrando!"

–E- Eu estou bem, não se preocupe! - Ela tentou acalmá-lo. - Vamos sair logo d- daqui.

O Butterfree assentiu e segurou as costas da treinadora, alçando voou o mais rápido possível. Chuchu rapidamente se segurou no ombro dela e prendeu sua patinhas com força.

Mas quando Yellow sentiu a mesma dor de antes lhe atingir a canela, olhou para baixo e viu que os Unowns formaram uma fila para seguí-los, ainda disparando seus ataques.

"Mas o quê?!" Ouviu Kitty praguejar.

“Precisamos dar um jeito neles!” Chuchu gritou. “E rápido.”

–Eu não quero machucá-los! - Foi a resposta da garota.

“Yellow, olha para você!” A Pikachu retrucou. “Olha para o seu braço!”

–Não se luta fogo contra fogo, Chuchu! - Yellow falou, segurando seu braço ferido com mais força. - Isso é muito estranho!

“Ah, não me diga!”

–Chuchu, é sério! - Sua treinadora desviou seus olhos para a Pokémon elétrica enquanto seu Butterfree fazia o possível para desviar dos ataques. - Eu sei que Unowns atacam quando se sentem a ameaçados, mas isso é só como ultimo recurso! Eles sempre preferem fugir!

“Eu sei disso!”

–Unowns são tímidos, nós não os incomodamos, então não tem motivos para eles nos atacarem. - Ela continuou.

“Então, eles ficaram malucos!!”

–Chuchu, espera! Tem outra coisa lembra?

“Outra coisa?” A Pikachu a encarou, confusa, mas quando suas orelhas se esticaram completamente Yellow soube que ela entendera. “Você não está sugerindo que…”

A loira assentiu.

–Não consigo ouvir os pensamentos deles!

“Mas é claro!” Ambas voltaram sua atenção para Kitty. “Unowns são facilmente manipuláveis! Eles se ligam as emoções de qualquer ser e fazem exatamente o que ele mandar!”

“Isso explica por que nos atacaram.” Chuchu se encolheu mais no ombro da treinadora ao sentir outro raio passar zunindo perto de si. “Ai, minha orelha!!”

–Para eles estarem tão fortes assim... Eles devem estar sobre o comando de alguém mais forte ainda.

“Espera! Você acha que é o-!”

“AI!!”

–Kitty!! - Yellow olhou para o seu Butterfree. - O que houve?!

O Pokémon balançou a cabeça.

“Está tudo bem! Foi só um arranhão!” Mas a garota engoliu em seco ao ver o machucado escuro na cabeça dele.

“Yellow, precisamos fazer algo e rápido!” A rata amarela cutucou o rosto da garota com sua cauda. “Vamos só pará-los, pelo menos.”

A garota comprimiu os lábios e tentou ignorar a dor, forçando sua mente a pensar em algo. Algo que, de preferência, não machucasse os Unowns de força alguma. Ela olhou para baixo, eles ainda os seguiam, mas estavam muito dispersos ainda.

Talvez… Se ela conseguisse confundí-los…

–Kitty! - Yellow chamou. - Voa envolta daquele prédio!

“O quê?!?”

–Voa envolta do prédio! Aquele ali!

“M- Mas!” A borboleta roxa balançou a cabeça e mexeu as anteninhas rapidamente. “Ah, tá bom, tá bom! Mas o que você tá pensando em fazer?!”

–Só gira em volta do prédio o mais rápido que você puder e só pare quando sentir que vai ficar tonto! Quando isso acontece, afaste-se dele o mais rápido que conseguir!

“Entendi!”

–Segure-se firme, Chuchu!

“Tá!” A Pikachu firmou suas patinhas e abaixou sua cabeça.

Os três começaram a girar em volta do prédio que ela indicara, quando olhou para trás outra vez, percebeu que todos os Unowns se juntaram e começaram a perseguí-los em uma fila desorganizada. Talvez fosse mais fácil de serem acertados dessa maneira, mas pelo menos os Pokémons não estavam mais dispersos.

–Mais rápido, Kitty! - Ela pediu. - Por favor!

“Certo!!”

Continuaram girando, girando e girando. A garota sentiu o aperto de sua Pikachu se afroxar e ela a segurou com a mão que usava para proteger o seu machucado.

–Chuchu!

“Y- Yellow, eu não vou aguentar por muito tempo!”

–Segura firme só mais um pouquinho. - Pediu, trazendo a Pokémon para mais perto de seu ombro. - Kitty!

“Pode deixar!” Foi a resposta e voaram ainda mais rápido. Cerrou os dentes quando sentiu seu tornozelo roçar na parte de concreto da construção, mas se manteve firme.

Assim que sentiu traços de tontura se espalhando na mente de seu Butterfree, Yellow o encarou.

–Kitty!

“Urgh! O quê?!”

–Pode parar!

Pode ouví-lo soltar uma exclamação que misturava alívio com cansaço e viu o prédio se afastar rapidamente de si. Fechou os olhos enquanto sentia o vento balançar seus cabelos, segurava Chuchu com força para que a mesma não caísse e quando se atreveu a abrir os olhos outra vez, arfou quando viu que os Unowns ainda giravam em volta do prédio.

“Deu certo?!” A Pikachu perguntou.

–Sim! Deu! - A pequena olhou para a sua borboleta. - Kitty, preciso de você só mais um pouco, nos leve para longe daqui!

“Pode deixar!” Ela percebeu o quanto ele parecia cansado e como a tontura de antes ainda estava presente. Mordeu o lábio, sentindo a culpa rondar seu pescoço. “Estou bem, Yellow! Não se preocupe!”

Ela deu um sorriso fraco, mas assentiu.

–Vamos então!

Antes que o sentimento de alívio pudesse se fazer presente, uma forte e estranha rajada de vento jogou os três para trás.

“MAS O QUÊ-!” Chuchu berrou e segurou na manga comprida da blusa de Yellow.

–Chuchu!! Kitty!! - A garota trouxe a Pikachu para perto de seu peito e pôs a mão sobre o Butterfree em suas costas.

“E- Eu estou be-!” Kitty tentou falar, mas foi interrompido por outra rajada de vento que os empurrou ainda mais longe. A borboleta tentou segurá-las da maneira que pode, mas quando a terceira rajada veio, os três foram jogados para longe com força.

–GAAH-! - Yellow caiu no chão com força, mas graças aos esforços de Kitty, não foi o suficiente para que quebrasse algum osso. O choque a fez se esquecer de seus outros machucados, não demorou para que eles voltassem a arder, no entanto.

Quando conseguiu olhar para cima, percebeu Chuchu e Kitty caindo na sua direção. Ignorou a dor, tanto antiga quanto recente e correu até eles para impedir que caíssem no chão.

–Chuchu! - Exclamou ao pegar a Pikachu a tempo, depois foi atrás do Butterfree. - Kitty!!

“Ai…” A rata elétrica murmurou. “O que foi isso…?”

“Nunca senti um vento tão forte antes… Parecia até um furacão.” A borboleta observou, suas anteninhas abaixadas.

–Desculpa, gente. - A garota pediu, trazendo-os mais para perto. - Vou achar um lugar seguro e curar voc-

Um grito agudo cortou o ar envolta deles e ela se abaixou, sentindo suas orelhas serem atingidas por uma dor aguda. Quando o grito cessou, Yellow olhou rapidamente para trás e sentiu seu coração falhar uma batida.

Pousado no topo do que parecia ser a metade de um arranha-céu, estava um pássaro enorme. Suas penas eram arroxeadas e uma plumagem cinza circundava seu pescoço, seu bico eram longo e curvo, seu pescoço era fino e suas garras pareciam afiadas e escuras.

O que mais chamou a atenção da loira, na verdade, foram os olhos da criatura. Eram escuros e foscos, recheados do que ela indentificou com ódio, raiva e medo.

Não, espere, havia mais uma coisa naqueles olhos…

Aquilo era…

A enorme ave abriu seu bico mais uma vez para soltar outro de seus gritos agudos e a intensidade quase fez com que ela e seus pokémons caíssem para trás.

“Yellow!!” Chuchu a chamou. “O que você tá esperando?! Corre!!”

–E- Eh?! - Ela olhou para a Pokémon.

“Ele tá se preparando para atacar, rápido!”

Ao ouvir o aviso de Kitty, os olhos verdes dela perceberam quase tarde demais que o pássaro pegava impulso. No segundo seguinte, sua pernas mexiam-se frenéticamente, apesar da ardência que sentia em sua canela.

“Rápido, precisamos nos esconder!!” A Pikachu exclamou, o medo evidente em sua voz. “Qualquer lugar serve!”

“E- Eu consigo nos tirar daqui!” - Kitty tentou se soltar dos braços da treinadora.

–De jeito nenhum, Kitty! Você tá muito machucado! - Yellow exclamou, o bater de asas que se tornava cada vez mais próximo fazia seu coração acelerar cada vez mais.

“Mas Yello-!”

“CUIDADO!”

Outra rajada de vento os empurrou mais uma vez e os dois Pokémons voaram para longe, a garota caiu no chão com tudo, quase batendo seu rosto na grama seca.

–A- Ai… - Murmurou e sentiu sua respiração parar quando uma sombra enorme se pôs acima da mesma. O medo tomou conta de si e a deixou paralisada, suas mãos agarraram o chão na tentativa de tentar se afastar, mas seu corpo não lhe obedecia.

Em meio a isso, sentiu algo gélido e pontudo tocar-lhe as costas, tudo se silenciou.

No segundo seguinte, uma dor excruciante tomou conta de seus sentidos fazendo um urro de dor escapar por sua garganta enquanto sua pele e carne eram rasgadas por garras afiadas.

Quando as garras a soltaram, ela se atreveu a olhar para trás e viu os olhos foscos a encarando, a ave soltou outro grito que irompeu por seus ouvidos, atravessando sua mente como uma navalha.

Yellow gritou outra vez, as dores somadas tornavam-se ainda mais insuportáveis.

Mas o berro da ave cessou e quando a garota olhou para cima outra vez, viu o que parecia ser uma pedra enorme e circular rolando sem parar bem na cabeça do pássaro, deixando-o desnorteado.

Do outro lado, um raio de gelo atacou o bico da criatura e ela se afastou.

–Gravvy… Omny… - Murmurou ao sentir um aperto familiar em seus ombros e viu que alçoou voo antes de desmaiar pela segunda vez.

–-000--

–Caraca! - O garoto de olhos dourados exclamou. - Tá aqui mesmo!

–O buraco da lenda… Aqui em Cinnabar. - Green murmurou, encarando o mesmo lugar que Gold e os outros olhavam.

–Eu nem consigo ver o fundo. - Blue comentou, sua voz estava com um tom estranhamente mais fraco que o normal.

–Eu duvido que tenha um. - O líder de Ginásio falou.

–Tá, espera! - Gold chamou a atenção de todos. - Eu quero saber como que ninguém tampou um buraco desse tamanho!

–Essa parte de Cinnabar é deserta. - Silver respondeu. - Talvez ninguém tenha percebido que ele existia… Ou tinham medo demais para chegar perto dele.

–A- Ah, eu acho que ninguém seria doido de pular aqui, né? Digo, sem uma corda e tal… - Lyra segurava suas mãos com força. - N- N- Nem a Yellow-chan, né?

–A Yellow é teimosa, não desistiria de tentar achar uma maneira de entrar. - Red falou enquanto massageava sua testa. - Mas ela não seria doida até esse ponto não.

–Não seria melhor voltarmos para o Centro Pokémon, então? Acho que eles devem-! - Crystal sugeriu ao se virar, mas algo a interrompeu. - Ah, não…

–Que foi, Crys? - O moreno de olhos dourados se virou para ela quando a garota se afastara e se inclinara para pegar algo. Quando ela levantou, já com o objeto em suas mãos, seus olhos se arregalaram.

Nas mãos de Crystal, estava um chapéu de palha muito familiar.

–Ai, meu Arceus. - A morena de cabelos longos que usava um chapéu branco pôs a mão sobre a boca, um nó formando-se em sua garganta.

Silêncio se seguiu.

–Acho que isso responde nossa pergunta. - O ruivo engoliu em seco.

–Então não devemos esperar também. - O campeão da Liga Pokémon falou ao libertar Aero de sua pokébola. - Espero que ela não o tenha encontrado.

Seguido dele, surgiram Charizard, Togetaro, Honchkrow e Xatee.

“Tenham cuidado quando descerem aquele buraco.”

As palavras de Blaine ecoaram na mente de todos.

“A queda é capaz de matar qualquer um, então arrumem um jeito de chegarem ao chão com segurança.”

Depois que todos se posicionaram - Red com Aero, Blue e Green com Charizard, Silver com Honchkrow, Crys com Xatee e Lyra junto de Gold com Togetaro -, a garota de cabelos azuis escuros resolveu se pronunciar, o Chapéu de Yellow firme em suas mãos.

–Quem vai primeiro…?

–Eu vou. - Red se ofereceu. - Já conheço o lugar.

E sem mais delongas, pulou dentro do buraco.

–-000--

A loira tremeu, encolhendo-se mais ao sentir suas costas arderem.

“D- Desculpa, Yellow. Aguenta mais um pouco, okay?”

Ela assentiu e olhou para frente, onde seu Golem a encarava com um olhar sério. Dody e Ratty estavam a sua frente, cobrindo-a com seus corpos já que ela precisara tirar sua blusa de mangas compridas e sua vestimenta amarela que ficava por cima para que Omny e Kitty pudessem dar um jeito em seus ferimentos.

“Então…” A voz forte de Gravvy se fez presente. “Estamos em Glitch City e fomos atacados por um Pokémon chamada Missingno.”

Ela assentiu.

“E que tem toda essa lenda em torno dele e de um cavaleiro…?”

Assentiu outra vez.

“E! Que por si só, já mostra o quanto seria perigoso!”

Yellow se encolheu mais um vez.

“Gravvy, calma.” Dody pediu.

“Eu estou calmo!” O Golem respirou fundo. “É sério, estou.”

E voltou sua atenção para a sua treinadora.

“E você veio atrás dele… Por quê?”

–Eu não sei explicar… - A voz dela estava fraca e baixa. - Mas parece que tá faltando algo…

“O quê?”

–Tem algo nessa lenda que não me cheira bem. - Ela continuou. - Algo que precisa ser concertado.

“Yellow. Não acho que o Missingno precise de concerto. Ele é mau e tentou te matar.”

A garota se encolheu mais, agarrando seus braços com mais força.

–Ainda assim…

“Não me diga que você não desistiu?” Chuchu resolveu intervir e piscou ao ver a garota assentir. “Você é inacreditável.”

“O que pretende fazer, então?” O Pokémon pedra perguntou, mesmo que já tivesse uma ideia da resposta.

–Vou falar com ele… - Yellow respondeu. - Ele devia estar assustado.

Todos os seus Pokémons voltaram sua atenção para ela.

“Você ficou maluca?!” A Pikachu exclamou. “Ele tentou te matar!!!”

–Por favor… - A garota murmurou e a Pokémon elétrica parou.

“Yellow…?” Ela se aproximou na treinadora, colocando as patinhas sobre suas pernas.

“Certo, já limpei.” Omny avisou. “Pode enfaixar, Kitty.”

O Butterfree assentiu e se pôs atrás da garota.

“Levanta os braços, rapidinho.”

–Espera, Kitty! - A loira olhou para trás. - Eu preciso te curar primeiro.

“Ah, não se preocupe! Você faz isso depois.”

–Mas..!

“Como você vai me curar com esse ferimento aí! É melhor enfaixá-lo primeiro!”

A garota suspirou, mas assentiu. Assim que levantou os braços, sentiu o String Shot envolvê-la.

“Pronto.”

Ela se virou para trás.

–Agora, você vem aqui. - E estendeu os braços.

“Certo, certo.” E ele assim o fez.

“Enquanto isso, vou limpar o seu ferimento no braço.” O Omastar avisou.

–Obrigada, Omny. - A loira assentiu e pôs a mão na frente da cabeça de Kitty, depois fechou os olhos.

Um luz fraca envolveu o Pokémon e aos poucos seus machucados foram desaparecendo, ao mesmo tempo, Omny usava seu Water Gun na menor potência possível para limpar o machucado no braço de sua treinadora. Ambos acabaram quase ao mesmo tempo.

–Pronto. - Yellow murmurou.

“Aqui também.”

“Vou enfaixar!” Kitty exclamou, sentindo-se revigorado. A garota sorriu.

–Tudo bem, Chuchu é sua vez. - Ela indicou para que a Pikachu sentasse em seu colo. Assim que ela o fez e começou a curá-la, sentindo fios sedosos envolverem seu braço.

“Acabei.”

–Também. - A treinadora acariciou a cabeça de sua Pikachu e se virou para os outros. - Posso curá-los também se quiserem.

Gravvy fez que não com a cabeça assim como Omny.

“Não precisa, Yellow.” A cabeça do meio de Dody falou. “Estamos bem!”

–Tem certeza? - Os Pokémons assentiram. - Tudo bem, então…

“Além do mais, seria horrível se você caísse no sono de repente.” Chuchu falou.

–T- Tem razão. - A garota ficou com uma gota. - Acho melhor colocar a roupa.

“Bem… A blusa não tem problema.” Kitty falou e segurou a vestimenta amarela. “Mas esse aqui tá meio estrupiado, será que dá para usar?”

“Ora, bobagem!” O Omastar interveio. “Dá para costurar. Não vai ficar lá aqueeela costura bonita, mas dá pro gasto!”

–Como assim, Omny? - Yellow inclinou a cabeça.

“Bom, olhem só.” Ele chamou a atenção dos outros e então começou a indicar com suas patinhas. “É só o Ratty furar com os dentes dele aqui, aqui e aqui. Daí o Kitty junta as partes prendendo os fios deles pelos furos.”

“Olha, Omny, eu tenho a leve sensação que o Ratty vai rasgar a roupa ainda mais.” O Butterfree comentou.

“Com a sua licença?” O rato peludo e dentuço se aproximou. “O senhor está me ofendendo!”

“Cara, você rachou um cruzeiro ao meio uma vez! Quem garante o que você vai fazer com um tecido!”

“Poxa, eu tomo cuidado, tá?!”

“Aaaah, parem de manha!” O Pokémon aquático os interrompeu. “Vou pedir para o Dody furar então!”

“Não sei se meus bicos são tão afiados assim.” O passáro respondeu.

“Não vem com essa que eu conheço o seu passado!” Ratty retrucou. “ Você conseguiu perfurar umas barreiras de gelo que eu lembro!!”

“Ah, bem…”

“DÁ PARA A GENTE SE CONCENTRAR NA TAREFA?!” Kitty e Omny exclamaram ao mesmo tempo, impacientes.

“São uns tontos.” Chuchu suspirou e olhou para cima ao ouvir um som baixo e sorriu ao ver Yellow rindo. Gravvy se aproximou e sorriu também.

“Que bom que se sente melhor.”

–Un. - A garota assentiu. - Me sinto um pouco mais leve agora.

O Golem assentiu.

“Vamos logo com isso, vocês quatro! Querem que a Yellow fique passando frio?”

Aquilo pareceu acordá-los.

“A- Ah, já vai!” A borboleta falou, mexendo as anteninhas frenéticamente. “Espera só mais um pouco, Yellow!!”

“Eu te darei um abraço para te aquecer!!” Dody sugeriu ao virar para ela, mas foi interceptado pelo Omastar.

“Nem vem, cérebro de Pecha Berry! A gente precisa de você para furar!”

“Eu posso fazer isso!”

“Não, Ratty. Você não pode!”

E a pequena discussão continuou por mais alguns minutos, o que Yellow rir mais um pouco e Chuchu suspirar.

Pouco depois, a vestimenta estava costurada, estava meio mal feita, mas a loira não se importou.

–Obrigada, pessoal! - Ela sorriu e os quatro estufaram seus peitos com orgulho. Isso é, até Kitty esbarrar em Ratty sem querer e fazer todo caírem num efeito dominó. - A- AH! Vocês estão bem?!

“S- Sim…” Foi a resposta.

“Certo, melhor irmos.” O Golem sugeriu e apontou para a saída do prédio velho em que estavam se escondendo. “Não podemos ficar aqui por muito tempo.”

“Melhor não fazer barulho também. Não queremos chamar a atenção daqueles Unowns de novo.” A rata elétrica falou.

“Ou do Missigno.” Omny completou e Yellow sentiu um frio correr por sua espinha.

–Certo, vamos logo. - Ela falou ao posicionar sua pokébolas para recolhê-los.

–-000--

–Meu Arceus… - Lyra murmurou assim que desceu do Togekiss de Gold. - Essa é… a Glitch City?

–Uhum. - Red assentiu e olhou em volta.

–Tá, então e agora? - Gold perguntou assim que recolheu Togetaro.

–Shhh! - O moreno de vestes vermelhas fez, com o dedo sobre os lábios.

–Mas o que foi qu-!

–Shhh!! - Ele fez outra vez. - Gold, você precisa falar baixo. Ou eles vão nos ouvir!

–Eles qu-! - O outro tentou falar, mas foi interrompido com Silver, Crytal e Lyra que fizeram “Shh!” também. O garoto tomou um pequeno susto, mas assentiu rapidamente e começou a sussurar. - Ah! Tá, tá! Desculpa!

Voltou sua atenção para Red.

–Eles quem, senpai?

–Os Unows!

Silêncio. Todos os encararam.

–Unows? - Green levantou uma sobrancelha.

–Eu sei que parece idiotice, mas é sério! - O campeão da Liga continuou. - Eles não são os mesmos Pokémons docéis e timídos que a gente conhece. Esses não! Eles atacam sem parar e te seguem aonde quer que você vá!

–Mas que ataques? - A morena com o cabelo preso nas laterias perguntou.

–Eu não tenho certeza. É algum tipo de raio, eu ainda não consegui identificar. O que eu sei, é que corta qualquer coisa em questão de segundos.

–Eles estão sendo controlados pelo Missingno? - Blue perguntou.

Red assentiu.

–Faz sentido. - O Lider de Ginásio assentiu. - Quanto mais forte aquele que os manipula, mais forte eles ficam.

–Tá! - Gold cruzou os braços. - Então, nada de fazer barulho. Podemos voar pelo menos, esse lugar é enorme.

–Lógico que não. - O moreno de boné vermelho negou com a cabeça. - Se voarmos, vai ser mais fácil ainda para o Missingno nos achar.

–Tsc, tem razão. Ele é um Pokémon Passáro, afinal.

–Mas o quê?! - A morena de cabelos longos arregalou os olhos. - Tem um céu…?

–O que é isso? - Green fez o mesmo.

–Ei, ei, não! - Red estalou os dedos para chamar a atenção dos dois e quando conseguiu, ele suspirou. - Não olhem pro céu por muito tempo ou vão ficar tontos. Falo por experiência própria.

–Tá. Falar baixo, não voar e não olhar para o céu. - Lyra murmurou para si mesma, enquanto contava nos dedos.

–Lyra… - Crystal ficou com uma gota.

Silver olhou em volta, observando o local deserto.

–Para onde acha que Yellow pode ter ido? - Ele perguntou e o moreno de vestes vermelhas respirou fundo.

–Bom… Julgando que o Missigno não a tenha encontrado, o que eu espero mesmo que não tenha acontecido, ela provavelmente deve ter ido para lá. - E apontou para o horizonte, mais específicadamente para uma montanha alta e culminosa que estava ao norte.

–Uma montanha? - Gold piscou.

–É onde o Missigno mora.

–Pera! - A morena agarrou seu redondo chapéu branco e o puxou mais em direção a sua cabeça. - Quer mandar a gente direto na boca do Gyarados?!

–Lyra, shhh!!! - A morena com brincos de estrela fez.

–Não, mas não temos escolha! Se a Yellow foi atrás do Missigno, então ela provalvemente foi na direção da montanha.

–Acho que não tem jeito. - Blue murmurou. - Vai, Red. Você guia.

Ele assentiu e fez sinal para seguirem pela esquerda.

–Cuidado por onde pisam.

Depois de alguns minutos seguindo aquela caminhada silenciosa por aquele mundo confuso, Blue sentiu algo cutucar seu ombro. Quando olhou para o lado, encontrou Green a encarando pelo canto do olho.

–Vai falar ou prefere ficar se remoendo?

–Quê?

–Desde que ouvimos a lenda do Missingno, você tá estranha. - Ele falou e percebeu quando a mesma tremeu e voltou a olhar para frente. - O que aconteceu?

A aba de seu chapéu e sua franja faziam uma sombra que cobria seus olhos, por isso o garoto não conseguiu perceber a expressão que ela fazia. Até que ela resolvera falar.

–É tudo minha culpa. - Ela falou para que só ele escutasse, o que não foi problema já que os outros estavam muito na frente.

Green levantou uma sobrancelha.

–Do que você tá falando?

Blue parou de andar e ele fez o mesmo, encarando-a. Percebeu as mãos da mesma tremerem enquanto agarravam o tecido de sua saia.

–Eu fui uma idiota… Se eu não tivesse feito aquilo, a Yellow nã-! - E comprimiu seus lábios que tremiam. O moreno de cabelos mais claros se voltou completamente para ela, seus olhos verdes a encaravam confusos, mas também preocupados.

E essa preocupação aumentou quando a garota voltou seu olhar para ele e viu os olhos azuis médios, cheios de lágrimas.

–Eu sei quem é o Cavaleiro de Cor Quente…

–O qu-

Porém, o garoto foi interrompido por um pedaço enorme de concreto que caiu próximo deles.

–Mas o quê?!

Os outros olharam para trás e Red arregalou os olhos.

–Os Unowns!!!

As letras flutuantes saíram de todos os lados e os cercaram, girando lentamente entre si.

–Cara! Olha só os olhos desses bichos! - Gold exclamou.

–Era disso que eu tava falando!

–Cuidado!! - Crystal berrou assim que três dos Pokémons atiraram ao mesmo tempo.

–Mas o que que é isso?! - O moreno de olhos dourados berrou.

–Agora não é hora de analisar de fazer perguntas! - Olhos prateados se arregalaram. - Prédio!!

Todos olharam para cima e viram uma enorme construção caindo em cima deles como uma árvore quando cortada. Correram para lados diferentes e por pouco não foram atingidos.

–Precisamos revidar! - Green sacou uma pokébola, mas Red o impediu.

–Não! É melhor fugir! Se revirdarmos os ataques de alguma forma, vamos nos atrasar e ainda por cima chamaremos a atenção do Missigno! - Ele se voltou para os outros. - Ignorem os ataques! Dêem um jeito de fugir!!

–Falar é fácil, sabia!! - Gold retrucou, fugindo de uma coluna de raios que o perseguia. - Ly-chan, atrás de você!

A morena olhou para trás e se agachou a tempo, depois saiu correndo aos tropeços para longe do Unown que a atacara.

–Vamos despistá-los! - Blue gritou de volta.

–Mas são muitos! - Crystal gritou.

Mais prédios caíram e árvores foram derrubadas enquanto os Unowns continuaram seu show de raios.

–Já sei! - O moreno de vestes vermelhas apontou para o Norte. - Vão na direção da Montanha, tem uma floresta para aquele lado, dá para se-!

–SENPAI, EM CIMA DE VOCÊ!

O garoto olhou para cima e viu outro prédio enorme caindo, sentiu algo - ou dois algos - empurrá-lo para longe e pedaços de concreto e poeira voaram para cima.

Quando Red abriu os olhos outra vez, viu a construção a frente de si, bloqueando quase todo os seu campo de visão.

–Senpai, você tá bem?!

Olhou para o lado e encontrou Crystal e Gold esbaforidos a frente de si.

–E- Eu estou, mas e vocês?!

–Nah, liga não. - Gold fez um sinal de positivo com o dedão. - Demos um jeito.

–Cadê os outros? - A garota com brincos de estrela olhou para os lados.

–Devem ter ficado do outro lado do préd-! - Red tentou se levantar, mas caiu de novo quando o chão começou a tremer.

–Tá de brincadeira! Um terremoto!? - O outro moreno exclamou.

–Rápido, por aqui! - Red os puxou pelos braços e os três seguiram correndo e cambaleando na direção da floresta, enquanto mais alguns pares de Unowns os seguiam.

Do outro lado do prédio caído, Lyra tentava o possível para se manter de pé ao fugir de mais destroços.

–Precisamos ir na direção da floresta onde o Red-kun apontou!

–Vamos ter que dar a volta por esse prédio e rápido! - Green concordou e apontou para o leste.

Mas, como se não fosse o suficiente, o terremoto ficou mais forte e rachaduras começaram a se espalhar pelo chão. A maior delas, se formou sob os pés do ruivo que desviava dos ataques dos Pokémons psiquicos.

–SILVER!

Antes que ele caísse, no entanto, Blue agarrou o seu pulso e o puxou para trás, firmando seus pés no chão. Infelizmente, era perto demais da rachadura e quanto soltou o garoto, o chão quebrou abaixo de si e ela caiu.

Seu corpo bateu contra a parede do precipício quando sentiu algo segurar seu pulso com força. O terremoto ainda continuava, mandando pedregulhos em direção a vala que se estendia em para um fundo que ela não conseguia ver. Quando seus olhos azuis se focalizaram no que a segurara, encontrou olhos verdes.

–Segura… Firme…! - Green falou entre dentes cerrados, usando toda a força que tinha para segurar tanto a si mesmo quanto a garota.

Mas o tremor não ajudava e o peso dela fez com que ele escorregasse mais para frente, por pouco o garoto conseguiu se segurar. Fez mais força para puxá-la, mas escorregou mais uma vez.

Ele precisava pensar em alguma coisa e ráp-

–Green, me solta.

Os olhos dele a encararam, assustados. Ele devia ter entendido errado.

–O quê?! Não!!

–Se você não me soltar, vai acabar caindo junto comigo. - A voz dela esta calma. Calma demais.

–Eu não vou te soltar, Blue! Ficou maluca!?

–Green.

–Não!

–Green, por favor. - Ela soltou a mão dele. - Eu não quero que você caia.

–E eu não quero que você caia!

O coração dele bateu mais rápido ainda quando viu que a morena abrira um sorriso, ao mesmo tempo que lágrimas se soltavam de seus olhos azuis.

–Tá tudo bem, pode soltar. - Ela murmurou. - Talvez eu mereça isso.

–O quê?! Claro que não!

–Obrigada por sempre me aguentar e por estar sempre comigo mesmo que eu te irrite tanto. - Mas ela não parecia lhe escutar e o coração do garoto falhou uma batida quando sentiu o pulso dela escorregar um pouco dos seus dedos.

–Blue! Se segura, rápido!

–Me desculpa por sempre pegar no seu pé e por te chamar de Greenie.

–Blue! - Ele sentiu seus olhos arderem. - Se segura, pelo amor de Arceus!!

–Eu sei que posso ser muito chata, mas você nunca deixou de ser meu amigo.

–Blue, para! - Viu as lágrimas dele caindo em direção ao fundo da vala, juntas das dela. A mão dela escorregou mais.

–Para ser sincera, eu gosto quando você me chama de “Menina Travessa”.

Green sentiu o pânico invadir seu cérebro a cada vez que a mão dela escorregava mais e sua visão tornava-se ainda mais turva.

–Cuida do Silver para mim, tá bom?

Um nó enorme se formara em sua garganta, ele não conseguia mais falar.

–Me desculpa, Green, mas obrigada.

Os dedos dela escaparam de sua mão.

Pela visão ofuscada pelas lágrimas, viu a figura dela diminuir rapidamente. Realização lhe atingiu na cabeça como vários tiros seguidos, cortando sua mente e espalhando um desespero enorme por todo seu ser assim que um grito irrompeu pela sua garganta.

BLUUUUUE!!!

O tempo de vida é

Curto e passa

Mas nunca retrocede.


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Notas finais do capítulo

Pois é, eu falei.
Um demônio sem coração. Vou me jogar no meio de uma estrada movimentada.
Que jeito de fechar o ano, credincruz.

Tchau. ;x; *vai chorar no canto*

P.s: Se alguém estranhou, existe uma teoria que diz que o Missingno pode controlar Unowns.



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