Eles eram complicados de se entender. Muitos achavam que o casamento não iria durar mas outros acreditavam que os anos de xingamentos e ameaças profetizadas contra o outro era amor reprimido. Talvez eles também quisessem acreditar nisso mas a realidade costumava bater na porta deles constantemente.

Não havia amor apenas um pacto.

Ele precissava limpar o nome de sua família e ela precisava de uma família, pelo menos depois do que aconteceu. Malfoy nunca foi o maior sonho de Hermione mas era oque ela tinha no momento.

–Senhorita Hermione Jean Granger aceita Draco Black Malfoy como seu legítimo esposo para amar e respeitar na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?–Perguntou o padre.

–Aceito.–Ela respondeu com a cabeça baixa sem encarar seu "amado".

–E você Draco Black Malfoy aceita Hermione Jean Granger como sua legítima esposa para amar e respeitar na saúde e na doença,na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

–Aceito.–O loiro estava sorridente.

Ela chorava e não era de felicidade como muitos pensavam. Ela estava condenada. Havia perdido tudo e a todos.

–Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

Pode beijar a noiva.

Pode beijar a...

" –Enlouqueceu se acha que vou ficar aqui com você depois disso senhor Harry babaca Potter!–Gritou Hermione atirando um vaso no moreno que riu e desviou.

–Para de ser dramática Hermione.

–Dramática?–Questionou incrédula–Harry a culpa não é minha de Ronald ter fugido com Lilá e te abandonado aqui comigo. Você não está preso a mim garoto, quer ir embora então vá!

O olhar que o moreno lançou para a castanha fez a mesma tremer. Harry não era mais o mesmo que antigamente, aquele doce menino que só pensava no bem dos outros, não. Desde o fim da guerra ele se tornou um monstro que tinha tudo o que queria aos seus pés. Desta vez o que ele queria era o trio unido novamente mas para seu azar, Ronald havia fugido com Lavander para o Canadá e Hermione trabalha centrada na causa das empresas Malfoy. Para Potter isso era traição.

–Sua vagabunda!–Gritou ele depois de um tempo partindo para cima de Hermione e acertando um tapa em sua face. Atuardida entretanto acostumada Hermione cai para trás sentada no chão.

Vergonha.

Era isso que a menina sentia. Ela sempre iria ter que fazer o que ele queria, ela não tinha outro lar nem outra família. Harry era tudo que havia sobrado."

–Para de chorar Granger.– Sussurrou Malfoy depois de selar rapidamente os lábios de Hermione.

–São lágrimas de alegria.

Mentiu descaradamente e Malfoy riu pelo nariz. Logo eles começaram a andar pelo corredor com o tapete vermelho e pétalas de rosas da mesma cor. Ao redor deles haviam parentes e amigos maioria do Slytherin. Da parte da castanha tinha somente Luna e Neville que sorriam feliz pela amiga, eles não gostavam de Malfoy mas se ele fazia bem a Gryffindor quem mal havia em estar presente em um dos momentos mais importante da vida da castanha. Ela merecia isso pelo menos depois do que passou. Não era todos que sabiam da verdade, alguns deduziram, alguns fingiam que não sabiam apenas para deixar a menina confortável.

Pobre Hermione, não bastava ter perdido seu namorado que fugiu com outra ainda teve que perder aquele cuja achava ser mais que um irmão. Quem dera fosse somente isso,perder amigos é doloroso mas um dia você acaba se acostumando com a dor, agora ser violentada e estuprada por aquele na qual ela mais confiava... Era uma dor e um peso que ela jamais iria conseguir esquecer ou até mesmo conviver. Quantos poderiam dizer que logo Draco Malfoy até então apenas seu cliente no ministério ficaria no seu lado.

–Silêncio por favor.–Pediu Lucius Malfoy batendo levemente seu talher na taça de champanhe. –Todos aqui sabem o quanto minha família e eu erramos, diria que a maioria dos erros e danos foram causados em uma garota nascida trouxa. Depois da queda de Lorde Voldemort minha família corria grandes chances de serem condenadas pelos meus crimes, eu sabia que tinha que pagar mas minha mulher e meu filho não tinham culpa de minha cegueira e burrice. Salvos todos somos pela menina nascida trouxa, pela heroína da guerra e dona do coração de meu filho.Hermione Granger, devo ter lhe pedido milhões de vezes perdão e agradecido a você mas a intenção de meu discurso de hoje é dizer-lhe que não estou perdendo um filho mas sim ganhando uma filha. Bem vinda a família Malfoy.

Todos os convidados sorriram e aplaudiram. A maioria não sabia que Hermione havia colocado seu nome em risco para salvar os Malfoys. Narcisa se levantou orgulhosa do marido e selou seus lábios. Todos olharam para os noivos.

Eles pareciam presos em uma linguagem somente deles. Os olhos fixos um no outro como se falassem um com o outro pelo olhar.

Não era os olhares normais trocados por eles, desta vez era diferente. Quem diria que Draco Malfoy teria seu coração roubado por uma sujeitinha de sangue impuro. Quem diria que ele conseguiria casar com ela mesmo a garota não o amando. Ele tinha esperança,tinha esperança que com o casamento e a aproximação ela aprendesse a ama-lo.

Irônico, logo ele o pegador de Hogwarts querendo ser amado pela única mulher que não o desejava. Não que ele não fosse bonito, até mesmo a Gryffindor tinha que admitir que Draco era estonteantemente belo. Eles se tornaram amigos pela aproximação do caso aonde ela auxiliava o escritório das empresas Malfoys, eles não eram grandes confidentes mas era o mais próximo que ela tinha de um amigo. Ela até mesmo lembrava no dia em que chegou no escritório do rapaz machucada. Daquela vez o Potter havia passado dos limites.

"–Está cinco minutos atrasada Hermione.–Falou Malfoy assim que a Granger adentrou ao escritório.

–Não me sinto bem Malfoy, apenas vim para lhe entregar esse papelada e dizer que amanhã compenso o dia perdido de hoje.–Ela disse curta e grossa caminhando até a mesa do rapaz e largando três envelopes pardos cheios de papéis com anotações.

–O que foi isso no seu pescoço?–Perguntou Draco ao notar o tom roxo que ia de trás da orelha até abaixo do decote.

–Eu cai na escada ontem.-Falou rapidamente e o rapaz estreitou os olhos.–Sério,sabes como sou desastrada.–Emendou e sorriu.Um sorriso falso demais que Draco Malfoy percebeu. Ele sempre usava esse tipo de desculpa quando seu pai bebia demais e batia nele antigamente.

–Vá descansar então Granger,nos vemos amanhã?–Era apenas um meio dele saber se ela voltaria,ultimamente ela andava estranha.

–Até amanhã Draco.-Ela beijou levemente o rosto do rapaz e em seguida aparatou.

Três dias depois sem nenhuma notícia da castanha Malfoy resolveu visitar a casa da Gryffindor após visitar os Weasleys e os mesmos não terem nenhuma notícia da mesma desde uma briga que ela teve com o Potter. Draco até que foi educado,bateu na porta umas sete vezes e tocou a campanhia quase o dobro de vezes. Cansado e preocupado ele teve que arrombar a porta por saber que um Alohomora não iria funcionar por causa dos feitiços de proteção que a casa tinha.

Adentrou o local com a varinha em punho caso alguma emergência ocorresse,ela nunca falaram serviço afinal era a Hermione Granger, se faltasse ela avisaria a ele ou a alguém. Sem falar daquele roxo que tinha no pescoço, não era de queda muito menos um chupão.Alguém havia batido nela ou a empurrado brutalmente, tinha quase certeza que se olhasse para o peito dela veria marcas de mãos.

–Granger?–Chamou ele no pé da escada após procurar pela cozinha, sala, varanda e banheiro.

Pé por pé ele subiu as escadas e se deparou com uma porta marrom semi aberta e lá dentro via-se somente as pernas da castanha caídas. Rápidamente ele adentrou o local e a cena que ele viu ficaria para sempre em sua memória.

Hermione Granger apenas de lingerie coberta de hematomas pelo corpo desmaiada em cima de sua cama.Sua pele alva criava um contraste fantasmagórico com os hematomas roxos, alguns já amarelados. Hematomas velhos em cima de novos. Malfoy sabia muito bem o quanto doía por experiência própria, aqueles amarelados era os mais dolorido na opinião do rapaz. Não, os que mais doía era os que não pegavam na pele e sim cravavam na alma.
Quem faria algo assim com a doce Hermione?
Ver a garota assim quebrava algo que o rapaz nem sabia que tinha: Um coração."

–Hermione...-Chamou Malfoy baixo no ouvido da menina enquanto dançavam a valsa nupcial.-...Olha para mim.

–Oque quer Draco?

–Eu estava pensando e sabe...Sei não que não me olha da maneira que eu lhe olho mas...–Ele riu nervoso e fez uma careta. Draco Malfoy estava suando frio.–Seria possível que no decorrer do tempo você se apaixone por...

Draco não pode completar a frase pois o dedo longo de Hermione o calou.

–Não estrague o momento senhor Malfoy.-Ela falou e ele rodopiou a mesma pelo salão.

–Desculpe senhora Malfoy,é costume sempre estragar tudo.–Ele falou rindo de lado. Hermione revirou os olhos e fez sua habitual careta de desgosto.

A música havia acabado.

A castanha pediu licença e saiu do enorme salão comprimentando e agradecendo os votos de eventuais convidados. Alguns ali nem escondiam o desprezo pela garota outros apenas fingiam um sorriso. Pelo menos tentavam.
Sempre seria assim por onde ela passasse, olhares e cochichos a seguiria. O que Draco tinha na cabeça para se casar com uma sangue ruim? O garoto só podia ter comido merda no dia do pedido, isso sim.
Hermione riu com o pensamento idiota.

“ Ela devia tanto ao Malfoy que não sabia como agradece-lo, depois que ele a encontrou em sua casa desmaiada ele cuidou dela e não saiu de seu lado até que ela estivesse completamente bem. Quando sem querer ele invadiu a mente da garota é viu quantas coisas horríveis ela passou e viu quem havia feito aquilo com ela ele quase surtou. Aparatou no mesmo instante com a garota na casa dos Weasleys aonde o Potter morava. Houve uma bela briga aonde socos e chutes eram dados de ambos os lados e ao ser questionado o porque dele se importar tanto com o que Potter fazia para Hermione, Draco deixou escapar seu maior segredo. Talvez o maior dos maiores.

–Porque eu amo essa garota!

Ele quase espumava mas ao perceber que havia acabado de se declarar acabou olhando para a Granger que não escondia sua surpresa. Eles não eram próximos o suficiente para o rapaz ama-lá.

Potter por sua vez apenas riu,convencido e idiota,pegou a castanha pelo pulso puxando-a para seu lado.

–Muito lindo doninha albina mas Hermione já tem um dono e advinha só?-Potter riu.-Não é você!

–Não é você que decide isso Potter.-A Granger disse puxando seu pulso o mais forte que pode.-Não sou uma cachorra para ter um dono Harry,era sua amiga,sua irmã e você nem ao menos excitou quando me machuchou. Se tinhamos algo em sua mente doente e doida saiba que acabou!

Assustada pelas próprias palavras, Hermione se afastou de Harry indo para perto de Malfoy que a abraçou protetoramente pelos ombros. Potter riu novamente mas antes que fizesse alguma loucura, Draco aparatou levando a castanha junto a sí.”

Hermione não amava Malfoy, obviamente ela nunca o viu com outros olhos.Ele deixou bem claro o que sentia e ela também e assim se conformaram em tentar um relacionamento. Malfoy iria proteger Hermione e a mesma iria tentar amar o garoto.

Era, de alguma forma, um acordo justo.

–Hermione,não devia ficar aqui sozinha.–Falou alguém as costas da mulher.

–Achei que já tinha dito que não recebo ordens de ninguém.–Falou ela se virando e encarando o sorriso presunçoso de Maloy.
–Nem se esse ninguém for seu marido?-Brincou;

–Nem mesmo se for meu marido.-Respondeu ela. Era,de certa forma, impossível não encarar os lábios do loiro, até mesmo para Hermione.

–Eu posso?–Perguntou ele colocando a mão na nuca de Hermione. Era notável que mesmo a Gryffindor não o amando, ela sentia algo pelo Slytherin. Não tinha como não notar a incrível beleza de Draco, os lábios desenhados, os olhos com uma cor jamais vista pela garota assim como os cabelos loiros esbranquiçados.

–Aonde estávamos com a cabeça quando selamos esse acordo?–Questionou ela baixo.

– Arrependida?– Rebateu ele a encarando. Hermione sentiu como se Draco pudesse ver sua alma. –Não é só um acordo para mim.-Ele disse com os lábios quase tocando o da castanha.

–Eu também quero que não seja só um acordo.-Admitiu.

Seria,no mínimo,bizarro imaginar que Draco Malfoy, o loiro aguado de Hogwarts podia ser tão inseguro perto de uma mulher.

–Acho que é agora que você me beija,Draco.–Ela brincou erguendo um pouco o pescoço a ponto de brincar com os lábios do rapaz.

–Você acha que, algum dia talvez, você irá me amar?

–Você não devia pensar nessas coisas, amor não vai e vem Draco.–Ela se afastou um pouco para olhar nos olhos do marido.–Você me feriu demais mas meu salvou também, sou grata e agora estamos casados.–Malfoy a olhou cabisbaixo.–Mas sua mãe e seu pai começaram assim lembra? Um casamento por interesse. E um dia eu quero amar você o tanto quanto ela ama o seu pai.

–Você sempre foi boa com as palavras Granger. Ou devo dizer sra.Malfoy?-Ele brincou e ela riu. Logo ele apanhou os lábios de sua esposa.

Dizem que amar é se jogar de um precipício sem saber se lá embaixo vai ter alguém para te segurar. Foi a melhor definição de amor que já ouvi.