As Novas Aventuras da Liga da Justiça escrita por Charlie


Capítulo 2
O Reencontro Inesperado




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NÃO DEMOROU NEM UM MINUTO quando eu cheguei ao centro de Morgan Hill.

E, como na tevê, ali realmente estava um caos. Pessoas gritavam e pediam por socorro. Algumas apenas corriam e tentavam ajudar o próximo que estava precisando de ajuda. Alguns prédios estavam em chamas, outros estavam completamente destruídos, e alguns carros tinham explodido e outros estavam de cabeça para baixo.

A neve não parecia estar incomodando muitas pessoas que corriam para salvar suas vidas. Algumas partes das ruas estavam como pistas de hóquei por conta do gelo na rua e alguns cidadãos estavam escorregando e até caindo feiamente ali. Olhei bem para aquelas pistas de gelo e as derreti com minha visão de calor. Assim que as derreti, certos cidadãos tentaram procurar o dono daquela rajada de calor, mas eu comecei a olhar para outro sentido e disfarçar de quem tinha se perdido, e pus meu capuz na cabeça.

Tentei procurar por meus pais, mas não vi nada deles, pois eu estava bem onde se encontrava um dos hospitais destruídos. Algumas pessoas naquela rua do hospital esbarravam em mim, mas eu não me importei com isso — era mais fácil elas terem a sensação de estar se chocando contra uma parede de titânio a que eu ter a sensação de tê-las se chocando comigo.

Mas eu não podia desistir, meus pais estavam em um daqueles hospitais e, correndo como um borrão, eu consegui encontrar um não muito longe dali. A primeira coisa que fiz ao entrar naquele hospital destruído foi lançar pedaços enormes de concreto do prédio para longe como se fossem pedrinhas de rua para encontrar meus pais; aquilo não era peso de verdade para alguém como eu. Mas nada deles.

Ao invés deles, eu vi pessoas feridas e outras nem se mexiam — estavam mortas. Virei-me para sair daquele local para ir procurar meus pais mais para dentro do hospital, mas eu simplesmente não podia ignorar os outros que estavam ali. Consegui ver uma mulher tentando ajudar alguns feridos, mas ela nem tinha percebido que estava sem o antebraço.

Cheguei perto dela.

— Senhora? — disse eu.

Ela se assustou, mas me olhou, completamente incrédula e eu não tinha entendido o porquê exatamente. Talvez por conta de eu não tiver com ferimentos e estar completamente limpo, não como os feridos e sujos de poeira por conta dos escombros do hospital.

— Sim? — disse ela se recompondo.

— Preciso tirá-la daqui — falei seriamente para ela.

Ela negou com a cabeça e tentou falar alguma coisa, mas eu a cortei dizendo:

— A senhora está sem o antebraço — olhei para o braço que faltava o antebraço. Ela olhou para o próprio braço e se espantou. — Não pode ajudar muito. Tirarei a senhora daqui e depois volto para ajudar os outros.

Ela assentiu, mas senti que ela iria dizer mais alguma coisa, então a peguei no colo e, correndo como um borrão, eu saí do hospital pelo mesmo caminho que tinha entrado e a deixei do lado de fora daquele hospital destruído.

Ela iria agradecer, mas não dei tempo para aquilo. Voltei também como um borrão para dentro do hospital destruído e avistei os feridos tossindo, alguns desmaiando e jorrando sangue de algumas partes do corpo.

Eu não podia deixá-los assim, não era o certo. Eu queria ser como Owen ou Christina para poder ajudar em algo, mas eu não sabia nada de primeiro socorros direito para poder ajudá-los.

Aquela ala do hospital era perto da entrada, então, se eu abrisse uma passagem...

Era isso! Uma passagem! Eu podia abrir uma passagem e tirá-los dali.

— Atenção, vocês! — gritei e todos me olharam. — Sigam-me se querem viver.

Eles me olharam com os olhos arregalados e fitei cada um deles. Virando-me para a entrada, comecei a quebrar os destroços e consegui abrir um caminho para que eles saíssem dali.

— Vamos, por aqui! — gritei já do lado de fora do hospital e fazendo sinal para eles com a mão para que eles saíssem.

Demorou alguns segundos — após eu esvaziar toda aquela gente dali e dos outros leitos do hospital — para tirar todos do hospital, mas eu tinha conseguido tirar todos, mas Owen e Christina não estavam ali, o que me deixou completamente frustrante, porque eu não sabia quantos hospitais podiam ter naquela cidade enorme, mas eu tinha que continuar tentando. Sem contar que eu ainda não tinha encontrado Bobby.

Correndo como um borrão, saí à procura de meus pais. Mas no meio do caminho, eu vi algumas criaturas deformadas abatendo alguns cidadãos. Parei de correr no mesmo instante e fui socorrer os cidadãos.

— Ei! — disse eu assim que cheguei perto de uma criatura e a virei para mim.

Eles eram mais feios de perto. As cabeças eram deformadas, onde um olho era no local certo e outro era na testa. A boca ficava onde deveria ser o pescoço e a cabeça era completamente cônica. Sem contar que eles eram marrons e continham asas metálicas. Seu corpo era corpulento e os dedos eram garras afiadas, juntamente como os dedos dos pés; eram criaturas completamente feias.

A criatura rugiu para mim e lhe dei um soco na mesma hora, onde ela voou longe.

— Obrigada — disse uma senhora que aparentava ter sessenta anos.

Assenti para ela.

— Vá encontra um local seguro — disse para ela e, dando impulso para o ar, comecei a voar.

Eu sabia que correr não adiantaria muita coisa, pois, se eu fosse por terra, teria que abater todas aquelas criaturas horrendas. Ao menos pelo ar, eu poderia usar minha visão de calor e derrotá-las ou atrasá-las e dar tempo para os cidadãos correr. E foi exatamente o que eu fiz.

Eu também não poderia perder muito tempo com aquelas criaturas, eu tinha que salvar meus pais e meu melhor amigo. Eu sentia muito pelos cidadãos de Morgan Hill, mas minha família, em minha opinião, era prioridade. Eu não podia salvar a todos e esquecer-me de minha família e meu melhor amigo.

Assim que aterrissei em frente a outro hospital, eu adentrei nele. Ele estava na mesma situação que o primeiro em que eu tinha entrado: completamente destruído. Escombros para todos os lados, fios estalando e saindo faíscas e pessoas mais feridas do que já estavam. Era completamente horrível ver toda aquela gente e realmente não poder fazer muita coisa.

Como no outro hospital, abri uma passagem para todos eles e os conduzi para fora. Mas, quando adentrei no hospital para checar tudo, eu tinha encontrado meus pais. Feridos, sangrando muito e desmaiados. Meu coração começou a acelerar de uma maneira frenética e fui até eles lhes ajudar.

— Pai? — disse eu acordando Owen. — Pai? Por favor, acorde... — o sacudi de leve.

Owen não podia morrer, ele não podia estar morto! Não agora, não daquela maneira. Ele tinha muito a viver e a muito a me ensinar. Eu não podia perdê-lo; eu não podia viver sem o meu pai!

Meu pai, meio tonto, abriu os olhos e tirei meu capuz.

— Brian? — disse ele.

Feliz por ele estar consciente, sorri de lado e assenti para ele. Peguei minha mãe no braço e a sacudi de leve.

— Mãe? — dei algumas batidinhas (não fortes) em seu rosto para acordá-la. — Mãe, acorde...

Por um instante, senti lágrimas em meus olhos, pois eu tinha começado a cogitar a ideia de ter perdido a minha mãe. Mas eu não podia perdê-la. Não daquela maneira. Ela tinha que viver!

Depois de alguns segundos, ela abriu, devagar, os olhos e me olhou.

— Querido? — disse ela e meu coração relaxou um pouco mais. — O que faz aqui?

Sorri de lado, feliz por saber que ela estava viva.

— Salvá-los — falei olhando dela para Owen.

Meu pai já estava levantado, mas mancava. Pus minha mãe de pé e ela também mancava. Pus meu capuz no rosto novamente e segurei os dois, um em cada braço, firmemente.

— Segurem-se firme... — disse eu.

— Brian... — disse meu pai — e se os outros o ver? — ele tinha a voz franca.

— Querido, você não pode ser visto... — disse minha mãe completamente fraca também.

— Eu não me importo! — disse eu com certa raiva. — Eu não vou perder vocês — fitei o chão. Respirei fundo para não chorar, assim que tinha conseguido controlar o choro, voltei a olhar o caminho. — Fechem os olhos.

Assim que terminei de falar aquilo para eles, voei para fora daquele hospital completamente destruído.

Do lado de fora, os coloquei, cuidadosamente, no chão. Owen estava mais firme, mas Christina era a que mais cambaleava. Eu tentei ajudá-la, mas Owen se certificou disso. Assenti para ele e ele para mim.

— Pai, eu não posso ignorar isso — disse eu. — Tenho que ajudar essas pessoas e tenho que procurar Bobby...

— Ele está por aqui? — interrompeu-me ele com certo espanto.

Assenti para ele de má vontade. Se eu tivesse vindo com ele...

— Preciso achá-lo — disse eu e o olhei.

— Filho...

— Pai, por favor? — o interrompi. — Eu preciso encontrá-lo.

Por um minuto, eu pensei que meu pai iria me mandar para casa, mas ele assentiu para mim e fez uma pequena cara de tristeza.

— Vai, filho — disse ele.

Sorri, mas desfiz aquilo no mesmo instante.

Virando-me de costas para ele, dei impulso para o ar e voei em direção à escola em que Bobby e eu estudávamos.


A escola também estava um caos completo.

O campus em que se encontravam os laboratórios, a enfermaria e a sala dos professores estavam destruídas. O pátio não tinha mais as árvores de antes, agora era uma mistura de neve, fogo e destroços das mesas e bancos que tinham ali. Alguns funcionários e até mesmo alguns estudantes estavam ali, todos correndo para salvar suas vidas. E duas daquelas criaturas horrendas estavam ali.

Aterrissei no chão e comecei a distribuir soco nas mesmas.

Uma delas conseguiu me segurar por trás e uma me dar um soco no estômago, no rosto e em meu estômago novamente. Mas eu não deixei barato. Com um movimento rápido, dei um chute forte na criatura que me deu os socos e ela voou longe. Com sorte, consegui me libertar da criatura que me prendia, lhe dei uma cotovelada e, virando-me para ela, soltei-lhe uma rajada da minha visão de calor em seu rosto e a criatura caiu no chão, morta.

A criatura que eu tinha chutado voltou para onde eu estava e fiquei em posição de ataque. Eu não podia deixar que ela vencesse e ela não iria vencer. De forma alguma! Ela tentou me acertar com um soco, mas eu consegui segurar seu braço e lhe lancei no ar. Mas eu tinha esquecido que ela tinha asas metálicas e começou a voar no ar.

Algumas pessoas começaram a olhar para mim, mas eu não dei importância. Eu tinha que vencer aquela coisa, de qualquer maneira. E se ela tivesse feito algo ao Bobby? Eu não a perdoaria por isso.

Dei impulso do chão, voei em sua direção e começamos uma batalha no ar. A criatura começou a tentar me arranhar com suas garras, mas eu era mais rápido do que ela. Eu conseguia me desviar com facilidade, mas vacilei em um movimento, pois ela tinha conseguido me dar uma joelhada no estômago quando eu tentei contorná-la e começou a tentar me arranhar, mas era inútil; não saiu sangue de mim.

Aquilo me deixou com tanta raiva, pois ela tinha rasgado o meu casaco verde. O meu melhor casaco! Com raiva, parti para cima dela e comecei a lhe dar socos em sequência, arranquei suas asas, prendi-a de frente para mim e lhe lancei minha visão de calor em seus olhos e a criatura não se mexeu mais. Soltei-a e ela caiu bem no meio do pátio.

Aterrissando no pátio novamente, fitei o pátio destruído e agradeci muito por ainda estar com o meu capuz, pois muitos me viram aterrissar e pararam de correr. Quando eu gritei para irem para salvar suas vidas, eles correram no instante seguinte, voltando a se desesperar. Terráqueos, completamente esquisitos e loucos, pensei. Bem, agora eu era quase um então não podia falar muito.

De qualquer forma, como um borrão, entrei na escola à procura de Bobby.

Dentro da escola, os corredores estavam cobertos de escombros. Os armários tinham se soltado dos lugares e residiam ao chão, abertos e com alguns pertences também ao chão. O teto mostrava uma parte do céu que nevava e nevava nas partes descobertas pelo teto. Mas eu não podia prestar atenção ali.

Ajudei alguns estudantes e funcionários dos corredores, mas não eram exatamente eles quem eu estava procurando. Eu tinha que encontrar Bobby de qualquer maneira e ele não estava naquela parte da escola, então voei para o outro lado da escola, onde ficavam nossos armários.

Mas não mudou de cenário.

Ali parecia estar muito mais destruído que o outro campus. Vidro, escombros do teto, armários, portas, granito e muitas outras coisas que existiam ali foram reduzidos a pedaços e estava tudo jogado no chão. Inclusive tinha um bebedouro no chão e de onde ele deveria estar jorrava água.

O caminho para nossos armários estava próximo e meu coração começou a ficar mais apertado a cada vez que eu avançava. Com minha visão de raio-x, comecei a procurar por Bobby, mas ele não estava ali. Mas consegui, com minha superaudição, ouvir o choro de alguém vindo a minha direita e, ainda com a visão de raio-x, vi que tinha alguém ali dentro preso com algum pedaço de mármore prendendo a perna. Eu sabia que podia ser qualquer um, mas eu não podia deixar aquela pessoa no banheiro sentindo dor e morrer soterrada naquele local.

Soquei a parede que separava o corredor do banheiro e uma parte da parede foi a baixo. E quando eu olhei quem era a pessoa, era o Bobby, com sua perna presa por baixo daquele escombro.

Não me importei com minha identidade naquele momento, aquele era o meu melhor amigo e ele estava precisando de ajuda. Que se dane minha “identidade secreta”! Corri até ele com o capuz despido e ele me olhou incrédulo em meio a sua dor.

Levantei aquele escombro com facilidade — mesmo ele sendo do tamanho de uma porta — de cima de sua perna e o peguei no colo.

— Você está bem, baixinho? — perguntei examinando sua perna.

Com a visão de raio-x, dava para perceber que sua perna tinha sido quebrada em três partes e seu pé estava quebrado em uma parte também.

— G-Grandão? — gaguejou ele.

Sorri de lado.

— Vou te tirar daqui — disse eu. — Feche os olhos, entendido? — ele tentou falar alguma coisa, mas eu o interrompi no mesmo instante: — Entendido? — repeti.

Ele engoliu o que ia dizer e assentiu.

Olhando para cima, dei impulso no ar abri caminho no teto para podermos sair da escola e consegui fazer aquilo com facilidade.

No alto, as pessoas lá embaixo eram pequenininhas, mas eu consegui ver meu pai e minha mãe ajudando um ao outro e aos outros que estavam próximos deles precisando de ajuda perto do shopping de onde eu os tinha deixado.

Olhei para Bobby e ele agarrava meu pescoço com força e ainda tinha os olhos fechados.

— Pode abrir os olhos — disse eu.

Ele, devagar, abriu os olhos e espiou lá embaixo. Ele ficou espantado e sorri de lado.

— Cara... — disse ele. — C-Como?... Como assim?

Ri por um instante.

— Depois...

— Cuidado! — gritou ele olhando para atrás de mim.

Só dei tempo para eu olhar e sentir o soco da criatura. Bobby tinha saído de meus braços e começado a cair. Chacoalhei a cabeça e mergulhei até ele e o peguei logo em seguida.

Olhei para a criatura com raiva e lhe lancei minha visão de calor, mas eu a errei. Ela voltou para o chão, mas longe de meus pais, voltou para o seu (presumo) mestre. Ao menos isso.

— Desculpe por ter te soltado — disse eu um tanto envergonhado por tal fato.

Ele sorriu.

— Tudo bem — seus olhos se fecharam em pequenas fendinhas quando ele sorriu.

Sorri de volta, pus meu capuz na cabeça com uma das mãos, após eu o ter segurado com força e ele agarrado meu pescoço com a mesma intensidade, e comecei a descer para o chão.

Assim que aterrissei, deixei Bobby com meus pais e não disse nada, apenas virei-me de costas e fui, voando, até o mestre daquelas criaturas horrendas.

Aterrissei próximo a ele e ele estava causando terremotos com as mãos, e liberava mais criaturas da terra. Ele também era um sujeito feio. Tinha a mesma aparência que aquelas criaturas, mas a única diferença que ele tinha delas era que ele vestia uma capa verde e rosa ridícula e tinha uma roupa verde e rosa ridícula.

Algumas criaturas me viram, mas eu comecei a socá-las e jogá-las para longe assim que elas se aproximavam de mim, e até usava a minha visão de calor nelas. Algumas me socavam e tentavam me arranhar, e até jogavam algumas coisas em mim, mas era inútil. Eu não poderia ser detido com aquilo. Atrasado, mas não detido.

Quando eu tinha conseguido abater quinze criaturas (eu tinha contado), consegui chegar mais perto daquele ser monstruoso e ridículo.

— Ei, você! — gritei para ele e ele me olhou.

Ele emitiu um som horrendo e liberou mais criaturas em minha direção.

Voei em direção a ele, mas aquelas criaturas em meu caminho começaram a me atrasar novamente. Mas eu consegui combater as vinte (eu também contei) criaturas e lhe quebrar algumas asas.

Quando eu cheguei perto dele, ele me deu um grande soco no queixo que me fez voar longe e bater em um prédio, onde fui forçado a quebrar algumas mesas, cadeiras e uma parte do chão. Olhei em volta e eu estava em uma espécie de empresa, pois tinha pessoas com roupas sociais, mas não liguei para isso. Chacoalhei a cabeça, ajeitei o capuz em minha cabeça e voei de volta para ele.

Quando comecei a chegar perto dele, ele preparou o soco para me bater, mas eu consegui desviar e lhe dar uma joelhada no estômago — se é que aquela criatura tinha aquilo — e lhe dei um soco, também, na barriga, mas para cima, onde eu pudesse o enfrentar no ar, onde ele não poderia ferir mais ninguém.

— Quem é você? — perguntei franzindo a testa.

— Eu sou Decepter — disse aquela criatura com a voz distorcida.

— O que quer nessa cidade? — perguntei tomando certa distância dele e lhe encarando em posição de ataque.

— Eu vou conseguir dominar essa cidade — disse Decepter. — Eu e os meus Decepmonsters vamos dominar essa cidade e acabar com a raça dos humanos— ele deu uma risada do mau barata.

Franzi a testa para ele e parti para cima dele, mas ele estava mais preparado. Ele bloqueou meu soco, meu chute e desviou de minha cabeçada. Ele, por outro lado, pegou minha cabeça, me deu uma joelhada e eu fiquei tonto. Ele aproveitou o momento e me deu dois socos, um no peito e o outro no estômago, e depois me deu um soco no rosto, onde eu fui lançado para o chão.

Assim que cheguei ao chão, só ouvi o estrondo e senti uma pequena dorzinha de nada em minhas costas. Ainda meio tonto, chacoalhei a cabeça e olhei a enorme cratera que tinha se formado ao meu redor. Olhei para cima e aquela criatura ainda estava lá em cima.

Preparei-me para voar, mas algo me impediu.

Como um flash de luz, um ser maior do que eu em músculos e em altura se materializou a minha frente, provavelmente usando teleporte, vestindo um uniforme azul marinho, uma sunga (eu acho) vermelha por cima do uniforme azul marinho, botas vermelhas até os joelhos e capa vermelha. O uniforme era da hora.

Dei meia-volta para ver quem era e eu não acreditei quando eu o vi.

Aqueles cabelos pretos, olhos pretos, feições parecidas com as minhas, a mesma cara de bravo que tinha quando cruzava os braços...

Aquele era Kal-El, meu irmão.


A única coisa que realmente aconteceu depois que Kal-El se materializou do nada foi partir para cima de Decepter, mas sua tentativa foi em vão, pois Decepter lhe surpreendeu desviando de seu soco e lhe deu um soco no rosto, onde ele voltou para onde tinha se materializado.

Decepter estava começando a me irritar — não porque ele tinha acertado Kal-El, mas por ele estar destruindo a cidade vizinha da minha, destruído quase toda ela e quase ter tirado a vida do meu melhor amigo e dos meus pais. Decepter tinha que pagar, ele tinha que morrer.

Kal-El começou a levar, mas eu fui mais rápido e voei em direção a Decepter lhe jogando minha visão de calor. E eu consegui lhe acertar no peito, mas não o tinha ferido. Mas, por sorte, eu consegui chegar perto dele e começar a lhe dar vários socos.

Dei-lhe um soco no rosto, um soco no estômago e segurei-lhe o rosto com as duas mãos e lhe dei uma joelhada no rosto. Ele tinha ficado tonto e, com isso, lhe dei um soco com toda a minha força e ele começou a cair para o chão.

Lá do alto deu para ver algumas pessoas lutando contra os Decepmonsters. Tinha um homem vestindo uma capa preta, uma bela mulher de cabelos pretos e uma tiara dourada. Tinha um homem totalmente verde com uma capa azul e outro homem de pele cor de café vestindo um traje preto, mas em volta dele tinha uma espécie de aura verde. Tinha um borrão vermelho correndo para lá e para cá e uma mulher com asas grandes e um treco de metal à mão. E tinha Kal-El, com seu traje vermelho e azul e um enorme S vermelho no peito. Todos eles combatiam os Decepmonsters. Mas eu não iria me impressionar com aquilo.

Chacoalhei a cabeça e voltei a olhar para Decepter já no chão com uma cratera em sua volta.

Ainda no céu, olhei sério para Decepter e ele se mexeu. Em questão de segundos, parecia que aquela criatura horrenda e que se vestia mal não tinha sofrido dano algum. E segundos depois ele estava voando em minha direção novamente.

Mas não chegamos a combater um ao outro, ele apenas voou para perto de mim e disse:

— Ainda nos vemos em breve — ele olhou para os Decepmonsters. — Vamos embora, Decepmonsters. Retirada! — e virou as costas para mim e seguiu voo para bem longe, e seus Decepmonsters foram atrás.

Eu queria ir atrás dele, mas eu tinha outras prioridades para me preocupar a me preocupar com uma criatura ridícula como Decepter e suas criaturas feias como ele. Eu tinha que encontrar meus pais e meu melhor amigo.

Aterrissei segundos depois da partida do monstro horrendo.

Já aterrissado, eu pude ver realmente quem estava ajudando a combater os Decepmonsters.

Eles pareciam que iriam a uma festa fantasia, principalmente o cara verde. Ele não podia ser realmente verde, podia? Não existiam coisas ou pessoas assim em outro planeta — e eu vinha de outro planeta, então eu sei do que falo, não? Eu sei que sim.

Mas todos eles vieram ao meu encontro quando eu tinha acabado de aterrissar ao chão e me cercaram em uma pequena rodinha. Encarei todos eles e eles faziam o mesmo comigo, exceto pelo o carinha que vestia vermelho e amarelo.

O borrão vermelho tinha um raio amarelo no meio do peito musculoso com um circulo em volta do raio e sua mascara era vermelha com antenas em forma de raio onde ficavam suas orelhas, e usava botas amarelas. E ele não parava de sorrir ao me olhar. Esquisito.

A mulher que tinha asas era ruiva e aquele treco em sua mão era longo com a ponta redonda como uma bola de futebol de salão e com estacas nela, e vestia uma roupa amarela com preta. Ela batia aquele treco em uma mão como se fosse me intimidar. Pena que não conseguia fazer isso. E ela era bem bonita.

A moça de cabeços pretos e tiara tinha uma espécie de biquíni de cintura alta azul com estrelas braças, uma espécie de cinto amarelo com uma corda amarrada de lado, uma blusa tomara que caia vermelha e um treco amarelo perto dos seios e ela tinha uma espécie de pulseira em cada pulso. Ela era linda, mesmo me encarando com aquele olhar maldoso e que dizia que estava pronta para me matar.

O homem de pele cor de café vestia uma roupa preta com verde e tinha um anel no dedo do meio da mão direita, e em seu peito tinha um símbolo que me lembrava de uma lanterna antiga. Seus olhos eram de um verde tão chamativo quanto à aura que estava em volta dele. Ele tinha os braços cruzados para mim.

O homem de capa preta parecia um morcego, pois ele vestia uma capa preta, mascara com antenas como orelhas de morcego e tinha um morcego em seu uniforme cinza bem peito musculoso, e tinha um cinto amarelo preso na cintura. Ele me encarava seriamente, mas não tinha os braços cruzados para mim. E ele vestia luvas pretas.

O homem verde era totalmente verde e sua capa azul era presa por dois botões amarelos e um X vermelho em seu peito nu e musculoso e uma sunga (parecia ser) azul cobrindo suas partes. E seus olhos eram vermelhos e seu olhar vazio quando me olhava. Esquisito.

Todos os homens ali eram uma cabeça mais alta do que eu, tinham braços e peitos mais musculosos que os meus — eu era musculoso, mas não tão quanto eles. As mulheres eram mais baixas, eram do meu tamanho. Se fossem comparadas aos homens dali, elas só eram uma cabeça mais baixa. Mas o semblante delas dizia que elas também eram fortes.

Mas com todos eles me cercando, eu tinha se esquecido de um e ele entrou em meu campo de visão logo em seguida.

Roupa azul marinho, capa vermelha, uma sunga (parecia ser) vermelha por cima da roupa, bota vermelhas até os joelhos, um cinto amarelo preso na cintura e um S vermelho bem no meio de seu peito musculoso. Kal-El não tinha mudado nada desde o dia em que tinha me deixado no orfanato. Ele continuava musculoso e tinha as mesmas feições de dez anos atrás — um presente por ser kryptoniano: não envelhecemos rápido como os terráqueos.

Ele veio andando calmamente em minha direção e parou quando estava há três passos de distância de mim. Tirei o capuz da cabeça e tive que inclinar a cabeça um pouquinho para o alto para lhe olhar no fundo de seus olhos escuros.

Aquele reencontro inesperado só me deixou com mais raiva dele do que eu já tinha. Eu não abandonaria meu irmão de sete anos sem falar a língua da terra em que estava em um orfanato. Principalmente quando ele tem habilidades de outro planeta.

— Kal-El... — disse eu de má vontade e semicerrando os olhos para ele.

— Oi, irmão — disse ele e sorrindo de lado sem jeito.


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