Olivia

Bom, minha amiga, Clara, meio que gamou naquele garoto de olhos verdes, sinceramente, eu me amarro em olhos azul, porque sim.

Enfim, chegamos atrasadas. Quando entramos na sala nossos colegas riram de nossas caras. Bem, quem não riria, estávamos com os cabelos arrepiados e com as bochechas rosadas e com uma cara meio de vergonha.

– Olha, olha – disse Eduarda, essa ridícula mudou de horário, que nojinho – Vejam, nossas nerds estão atrasadas, que exemplo.

Clara ficou inquieta.

– Ah, cale a boca Eduarda, como se você fosse à perfeição. Aliás, desde quando é perfeição tirar zero e ficar na detenção escolar? – disse com uma cara sínica

– EEEEEEE – gritaram o pessoal da sala – Chamou pro fight.

– Hey, chega vocês duas sentem-se – disse o professor de geografia.

Sentamos. Eu na frente e Clara atrás, ela como minha melhor amiga, mudou de horário junto comigo, eu amo essa garota, sentei na frente por que eu sou muito menor que ela. Eu particularmente amo isso, porque, quando me abraçam é bem mais confortável.

Como alunas exemplares sempre ficávamos quietas na hora da explicação, só que, Clara era muito mais organizada que eu, sério, sempre entregava todas as tarefas nas datas, mais o meu forte era ter informações sobre praticamente tudo, então imaginem, uma dupla perfeita para trabalhos escolares e trolladas, somos perfeitas atrizes, principalmente de um certo drama, nisso não precisávamos de máximo esforço, nossa vida já era um drama, o único lugar para forjamos a ‘’felicidade’’ era na escola, e todos por incrível que pareça, caiam no truque, exceto as pessoas que realmente nos conheciam viam pelos nossos olhos.

''Os olhos são a janela da alma’’

Chegamos à aula de Português, onde eu devia ter feito o resumo do livro, o mistério do farol abandonado, eu estava lendo na noite passada, mais aconteceu uma coisinha.

– Flashback on

Eu estava lendo esse livro chato, porém fininho, praticamente babando no travesseiro, resolvi levantar e fazer um lanche, esse lanche rendeu, ai eu vi a minha querida mãe assistindo uma série policial e eu fiquei assistindo com ela até altas horas. Então não acabei o livro

– Flashback off

– Clara – sussurrei – Amiga diva do meu coração... - ela me cortou levantando o dedo

– Me deixa adivinhar, você não leu todo o livro, e quer que eu lhe passe o resumo, correto? – perguntou

– Sim – gritei e fui dar um beijo nela. - Pera... Você vai me passar... Certo?

–Duh? Lógico pudinzinho – disse ela sorrindo – Amigos são para isso.

Rimos, eu peguei e fui fazendo até a parte que li e depois modifiquei o final.

Bom, foi à hora da chamada, então revelariam meu nome, que particularmente era legal, mais não gostava que me chamassem pelo nome, quando isso ocorria, sentia que tinha feito um crime hediondo. Isso me deixava ruim.

Passaram - se os nomes e Clara foi apresentada para a sala. Agora eu, vish.

– Olívia Miranda Henderson... - o professor de história olhou torto para a chamada e me procurou pela sala – Olivia! Por que passou para cá? E agora percebo Clara também. O que vocês vieram fazer aqui?

– Problemas – suspiramos alto ao mesmo tempo.

– Ok, depois eu falo com vocês. – disse ele num tom preocupado. Claro, quem não ficaria com duas estudantes prodígios.

Bom, eu não sou aquela garota linda de morrer, me considero uma pessoa bonitinha.

Cabelos louros escuros curtos na altura do ombro, olhos castanhos meio gigantes, em minha opinião, mas certas pessoas acham bonitos, gosto é gosto não é?

Senti um arrepio na espinha. Sabe quando você sente alguém te observando? Poise. Eu odeio isso, se acha bonito diga: -‘’ Vamos tirar uma foto?’’

Droga, por que ele fica me encarando? Hein?

Ele me olha descaradamente, como se me chamasse para um desafio, amo desafios, ponho o cabelo atrás da orelha e meus olhos vão ao encontro do dele. Permito – me corar é uma das minhas formas de fofuras. Tomei coragem e o encarei. Ele me olhou com destreza e tamanho interesse, o encarei nos olhos (belos tão belos) castanhos, que se permitiu soltar faíscas de curiosidade. Ele ergue uma sobrancelha e contraí a fina boca, porém, carnuda. O observo e simplesmente trocamos um diálogo visual.

Enquanto Clara se delicia com o dialogo, claro ela sempre entendeu.

Ele se levanta e me abraça. Fico sem movimentos. Perplexa, mas, retribuo a gentileza.

– Então, meu nome é Josh e o seu? – pergunta Josh

Fico sem lembrar como se fala e ele vê que eu buguei

– Olívia Henderson – digo com seriedade, não sou fácil – Prazer, Josh.

–Legal, vou te chamar de Livis - Disse ao me olhar de um jeitinho q me fez sentir um frio gostoso na barriga. Sabe quando você está de carro e desse uma ladeira sem buracos rapidamente? Mal sabia eu o quê me esperava, sentia que, pelo menos uma vez sairia ganhando nessa história.

– AHHHHHHH!!! Aí sim hein? – sussurrou ao pé de meu ouvido – Você gostou, e vai gamar se é que já gamou, ele é seu tipo – riu ela com mistério – Bom, tenho certeza que vai chegar em casa e procurar ele no Facebook para ver se ele possuí antecedências criminais, como sempre.

– Por isso que eu te amo Clara, você tem certeza, é obvio que eu vou fazer isso. – digo me virando para trás, mais pelo canto do olho via-se a cabeleira loira de Josh. – Mais caramba, ele é bonitinho – dei risadinhas.

– Essas risadinhas.... Eu sei onde isso vai parar – riu Clara.

Toca o sinal do intervalo, amém, e vejo que ele volta a minha carteira.

– Livis, Clara, querem lanchar comigo? –perguntou Josh

– Clara você quer? – pergunto

– Bom, eu tava ocupada tinha comprado um livro mega interessante no dia passado e estava louca para lê-lo. Então terei que deixar vocês a sós

Olho para Clara, que sorriu inocentemente, ela quer me deixar com ele, eu já disse que eu amo essa garota?

– Bom, Josh, já que minha amiga não vai com a gente eu vou ter que roubar o seu lanche e comer o meu – disse

– Certo Livis, eu também sou de roubar lanches – disse ele ao pé do meu ouvido me arrepiando enquanto descíamos as escadas.