Dentro do Espelho escrita por Banshee


Capítulo 31
Caindo da Nuvem mais Alta


Notas iniciais do capítulo

Oiê gente, então, como eu disse a minha estória está próxima do fim, e espero que curtam esse capitulo. Estou agilizando o máximo para terminar o mais rápido possível e vai ser estrondoso ♥
Leiam essa fic: http://fanfiction.com.br/historia/558732/Palavras_de_Sangue/
Beijos amores ♥



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A chuva caia naquela tarde, eu havia seguido minha intuição e o rastro da Alter-Persona. Meu enorme guarda-chuva me protegia da água enquanto vigiava a casa dos Dapper, que há essa hora já deveriam estar mortos.
O clima em Amsterdã nunca me pareceu normal desde que cheguei. Uma hora fazia um calor secante e na outra os céus davam indícios de um tornado se aproximando, e agora uma leve garoa caia.
Todas as janelas da casa de Kaleb Mason foram completamente destruídas pela força do vento, parecia-me que um furacão passou por dentro dela. Com o auxilio dos binóculos consegui enxergar em seu interior: Florence morta; Raven Enders desmaiada no chão e o boneco estirado no piso de madeira... Mas a pessoa que eu caçava parecia estar bem acordada, apesar de suja e confusa, seria o momento perfeito para mata-la se essa fosse à missão.
Skye Delevingne ficou em pé bem devagar, mas parecia estar prestes a cair. Suas pernas tremiam por medo ou simplesmente desgaste e parecia estar assustada, porém tinha forças o suficiente para pegar o casaco de couro de Florence e colocar sobre o microvestido que Hope Lichtbringer usara. Por um minuto ela parou e ficou ao lado do corpo inerte de Raven, levou docemente a mão aos cabelos da garota, mas se retirou o mais rápido possível abrindo a porta e saindo correndo.
O pardal está voando, sim, ele está voando.
Meu celular vibrou, começando a tocar Come Into my Head e obvio que esperei minha parte preferida para atender.
–– Alô, quem fala? –– Perguntei.
–– Por que a demora?
–– Era a minha música preferida! Você não espera mesmo que eu interrompa Kimbra pra ouvir sua voz desafinada, não é?
Edgar permaneceu em silêncio e pude ouvir sua respiração ofegante de raiva, pois o tempo estava se esgotando.
–– Pegue a Skye de uma vez e me traga aqui! –– Gritou –– Esses seus joguinhos não estão resultando em absolutamente nada, pare de brincar com a nossa presa e cumpra seu serviço!
–– Calminha coroa, não é assim que funciona e você sabe. Eu vou levar a Delevingne Cristal pra você, se acalma, mas tenho que me divertir nesse meio tempo.
–– Não! Demos tempo demais para se divertir e passou de todos os limites assassinando Faith Deveux!
–– Quem? –– Perguntei –– A velha de olhos roxos? Sim, sim, foi divertido envenenar ela e tals. Enfim, meu querido Conde, a nobreza disse que para escravizar uma Cristal é preciso abalar totalmente seu psicológico não é?
–– Nós achamos que para dominar um Cristal é necessário abala-lo, mas nada foi comprovado ainda...
–– De qualquer forma, é mais simples descobrir na pratica, não é mesmo? –– Digo simulando o som de chuviscos, como se a ligação estivesse ruim –– Alô? Tá me ouvindo? Acho que deu problema na linha...
–– Não, você não vai...
Desliguei.
–– Sem paciência pra quem ta começando.
Meu querido Baphomet me encarava com grandes olhos azuis e boca espumante, deveria estar faminto, mas em breve receberia uma ótima refeição. Caminhei devagar pelas madressilvas dos Dapper, esmagando-as com o salto. A garoa parou, fechei o guarda-chuva e admirei as nuvens que já revelavam que um Sol tímido queria aparecer.
Estou indo na direção de todos eles como um cavalo negro.

♦ POV Marlize Devonne ♦

O jato estava no ar, o piloto disse que não demoraria muito até chegarmos à Amsterdã, mas infelizmente houve uma turbulência causada por uma tempestade ou algo do gênero e mudamos o trajeto. Eu tomava meu café da tarde enquanto Anthony lia os documentos que peguei escondida do escritório do meu pai e aparentemente não conseguiria se alimentar até resolver aquele caso.
–– Seu pai deveria ser preso. –– Ele disse, enfim quebrando o silencio.
Os documentos que furtei eram bem claros quanto aos atos dos Monarcas em Nerfoni e parte da Holanda. Um deles contava como funcionava o psicológico de um escravo e os processos pelos quais passavam; outro narrava como era a hierarquia da associação.
–– Sim, eu sei. –– Respondi –– Mas se você se aprofundar nos escritos, vai descobrir que nossos “amiguinhos” têm contatos em toda a Europa, ou seja, papai seria solto imediatamente. O que temos a fazer é esperar justiça divina.
Aparentemente meu amado papai fazia parte da Fundação da mesma forma que Robert Delevingne... As únicas diferenças eram suam posições hierárquicas. De acordo com os documentos os Monarcas eram divididos em três classes: A Nobreza, que são equivalentes aos lideres. Os Subjulgados, que representam os indivíduos que trabalham para eles e podem se tornar Nobres e os Espantalhos, que seriam as pessoas manipuladas.
Papai era um Nobre, categoria que se dividia em títulos como Rei, Rainha, Príncipes, Duques, Condes e coisas do gênero. Visconde Devonne era como constava sua ficha, fui obrigada a conter uma risada imaginando alguém chamando ele disso.
–– Ah! Encontrei! –– Exclamou Anthony –– “Os estudos realizados por Sabrynna Fidelix e Boyce Blawberg apontam a existência de duas novas classes humanas originadas no fim do século vinte, meados do vinte um. São elas as Crianças Índigos e Cristais, como os próprios às nomearam...”
–– Fidelix?! –– Exclamei –– Que desnecessário.
–– “Os primeiros Índigos teriam surgido pouco antes do descobrimento da América do Sul e vivido nos tempos sombrios da Segunda Guerra até os anos 80. São aqueles que mostram o caminho, sempre responsáveis por mudanças drásticas ou tentativas de revoluções. Os estudos realizados no corpo desses humanos mostrou uma série de diferenças no cérebro, principalmente na glândula pineal. –– Prosseguiu –– Adolf Hitler e Zumbi dos Palmares possivelmente pertenciam a essa classe.”
Anthony terminou, porém permaneci calada. Poderia ser o choque, poderia ser a verdade, poderia ser o simples desejo de ficar quieta e guardar aquele momento só para mim.
Sempre me senti distante de tudo e todos, como se não estivesse no lugar certo. Sentia que não era meu lar, que não era minha vida e sim um personagem num filme vivendo uma farsa. De onde viemos e para onde vamos sempre foram os maiores mistérios da humanidade, entretanto lá estava eu com minha própria resposta. Perguntava-me qual era meu propósito quando Piet surgiu e ele me mostrou o que queria ver e me disse o que queria ouvir antes de ir.
O que não te mata te transforma numa campeã; ele dissera.
Aqui e agora eu tinha todas as respostas de todas as perguntas que já me fiz na vida, e era como se alguém ligasse o Sol pela primeira vez. “A verdade vai te libertar”! Sim, eu poderia ser o único Índigo vivo na face da Terra, como poderia ser apenas mais uma entre milhares, mas na verdade não me importava mais.
Sentia-me como Katniss Everdeen, quase como uma guia revolucionaria.
–– Liz?
Livrei-me do torpor.
–– Oi... Perdão, é que eu... Sei lá.
–– Você não tinha lido antes?
–– Não essa parte. –– Respondi –– Não temos tanto tempo e é... é melhor continuar.
–– Ok –– Disse –– “Além de tudo, eles seriam dotados com conhecimento amplo, desde persuasão até níveis extremos de criatividade, saber tecnológico e linguístico. O que os torna guerreiros, capazes de mudar padrões sobressalentes de sociedades inteiras. Eles eram questionadores natos e jamais aceitariam ser proibidos de qualquer coisa sem bons motivos, não aceitavam pregações sem argumentos e eram guiados por senso de justiça cega e intuição.”
Eu deveria me sentir menos segura por não me encaixar em todas as características?
–– E sobre cristais, o que você encontrou? –– Perguntei.
–– Está em outra língua. –– Disse ele, folheando os arquivos.
–– O quê? –– Peguei os documentos das suas mãos. Pareciam ser hieróglifos ou coisa parecida. –– Egípcio?
–– Possivelmente. –– Respondeu.
–– Droga! –– Gritei, lançando todos os papéis no chão –– Chegamos tão perto pra quê? Nada? Deveria ser mais fácil, qual é? ––Exclamei olhando para a janela –– Você deveria nos ajudar, nós somos os mocinhos!
–– Está gritando com quem? –– Tony perguntou.
–– Com ele! –– Exclamei –– Qual é dessa vez? O lado do bem sempre tem que vencer, não é verdade? Então por que ta sendo tão difícil!?
–– Liz... Liz se acalma! –– Anthony disse-me segurando pelos ombros.
–– Calma? CALMA!? –– Respondi possessa de ódio –– Nunca me mande ficar calma! Os homens sempre mandam as mulheres ficarem calmas, mas isso só serve para nos deixar mais nervosas! Agora olha o que você fez, só por que me mandou ficar calma!
Soltei-me de seus braços e passei a andar de um lado para o outro. Meu rosto deveria estar corado se eu não fosse negra.
–– Não há motivos para você ficar...
–– HÁ SIM! –– Gritei –– O que rolou de positivo para nosso lado até agora? O avião mudou de trajeto devido à tempestade; meu pai já deve ter descoberto que saímos com o jato e devemos estar sendo caçado por metade dos Subjugados nesse exato momento e a porra dos documentos sobre o que diabos a Skye é está em egípcio ou sei lá que língua é essa! Estou possessa!
–– Mas Liz...
–– Mas nada! –– Interrompi–– Crescemos ouvindo sobre contos de fadas onde a bruxa malvada era morta e o príncipe salvava a princesa. Sempre nos disseram que a Estrela da Morte seria destruída, mas onde está Skywalker quando se precisa dele!?
Minhas pernas fraquejaram e me sentei no chão. Encolhida, segurava minhas lágrimas de raiva. Nada estava certo.
–– Você já parou pra pensar que isso pode ser uma estória? –– Tony perguntou se sentando ao meu lado –– E que nada disso é real? Nem os Monarcas, Hope, eu ou você? Talvez tudo isso seja fruto de um adolescente estranho e com grandes níveis de criatividade.
Soltei uma risada forçada, as tentativas de me animar não estavam dando muito certo.
–– Onde você quer chegar?
–– Eu quero dizer que, se estamos numa estória, a Skye simplesmente não pode morrer! –– Exclamou –– Nem ela, eu ou você! Qual é? Nós somos os mocinhos, não é verdade? E tudo dá errado com os mocinhos até o final do filme.
–– Acontece que esse é o mundo real e não estamos numa fanfic. –– Retruquei –– Tudo ainda pode dar errado.
–– Não se você tiver fé.
–– Fé? Fui feita de coprófaga com oito anos de idade. –– Respondi –– Não tenho mais fé em nada, e você também não deveria ter.
Anthony Gottes ficou quieto junto comigo, ajoelhados no chão de um jato particular indo ao desconhecido atrás de uma pessoa equivalente a uma bomba relógio. Era possível ouvir o tic toc da explosão.
Mas os olhos de Tony se iluminaram.
–– Ainda há uma esperança. –– Disse por fim, segurando-me pelo braço e me obrigando a ficar em pé.
–– Do que você está falando?
O rapaz estava ajoelhado nas folhas de papel que joguei no chão e juntando-as mal e parcamente.
–– Você vai traduzir as folhas! –– Exclamou.
–– Eu? Mas não tenho noção alguma de egip...
–– Dane-se! Quem disse que a Skye tem toda aquela força?
–– Oi?
Tony terminou de juntar os arquivos e deu-me aquele que estava em outra língua.
–– Se a Skye, sendo uma Criança Cristal, tem toda aquela força. –– Disse –– Por que você, sendo um Índigo, não pode traduzir as folhas?
–– Por que eu não tenho noção alguma de...
–– Obvio que tem!
–– Tenho?
–– Você é superpoderosa!
–– Sou?
–– Não é obvio, Liz!? –– Exclamou –– “Persuasão, conhecimento tecnológico e linguístico”; não percebe?
Sim... Agora eu conseguia perceber, como uma lâmpada acesa na minha cabeça.
–– Assimilação Linguística? –– Ironizei –– Com tantos poderes mais uteis, você realmente acha que sou uma poliglota?
–– Está dizendo que é um poder inútil?
–– Obvio que sim!
Ele pegou minhas mãos com força e as aproximaram do seu rosto, dando-lhes um beijo.
–– Você não acha que quando tiver 0,01% de chance, não deveríamos ter 99.99% de esperança?
–– As chances são tão...
–– Xiii. –– Colocou a mão na minha boca para cala-la –– Custa tentar?

Sim, custava. Tempo, paciência, esperança e vários outros itens que já não poderíamos perder. Como ficaríamos se desse errado? Mas algo na minha cabeça dizia que eu deveria tentar.
Segurei firme a folha em egípcio e a estendi. Deveria confiar em minha intuição?
–– E se ao invés de assimilação linguística eu ter pirocinese*? –– Perguntei –– E se colocar fogo na folha e ainda no jato?
–– LIZ NÃO COMPLICA!
–– OKAY! –– Respondi –– Não usa caps. lock comigo.
Olhei fixamente para os símbolos me perguntando por que estavam naquela língua, a semelhança dos sinais com desenhos e letras do meu idioma, e que seria mais fácil se os sinais simplesmente se tornassem legíveis.
Nada.
–– Não está funcionando. –– Eu disse.
–– Tenta de novo.
Respirei fundo dessa vez e encarei a folha de papel. Talvez se o primeiro símbolo se juntasse com o quinto a situação ficasse melhor, e se o segundo e o terceiro fossem apenas uma única letra.
E aconteceu.
Perante meus olhos as figuras tomaram nova forma; os símbolos sem sentido se tornaram letras que se organizavam em palavras, frases, parágrafos inteiros em algo que pude entender.
–– Ai painho! –– Exclamei –– Se tá vendo isso?
–– O quê?
–– Ah, deixa quieto. –– Eu digo –– “As Cristais, por outro lado, teriam começado a surgir junto coma Geração Z, a partir de 1990.”; o que diabos é a Geração Z?
–– Isso não importa; Continua.
–– “A principal característica deste seria a sabedoria e intelecto avançadíssimo, além de força física e espiritual.”; isso tá parecendo um livro da Zibia Gasparetto –– Prossegui –– “Os seres cristais poderiam ter surgido para substituir Índigos e continuar seu trabalho. Ora, qual seria esse trabalho? Não fazemos à mínima. Talvez períodos áureos na Terra? Quem sabe. Prosseguiremos nossas pesquisas com o auxilio de cientistas exotéricos e manteremos contato.”
As folhas caíram novamente, escapando das minhas mãos. Meus olhos doíam e minha têmpora latejava, meu estomago embrulhou e despejei tudo que comi o dia inteiro no carpete.
–– Você está bem? –– Perguntou Anthony enquanto dava pequenas palmadas em minhas costas.
–– Eu pareço bem?
–– Nenhum pouco. –– Ele respondeu, juntando os papéis mais uma vez –– Mas olha só, você conseguiu.
–– Se quer saber, não foi nada... Nada útil –– Meus pulmões doíam junto com as costelas e a respiração ofegava –– Descobrimos que nem eles sabem do que se trata.
–– Isso é útil. –– Respondeu –– Nós sabemos que eles não sabem, isso pode nos ajudar a qualquer hora.
–– Obvio, obvio.
Anthony enfim juntou todos os arquivos, empilhando-s em cima da mesa. Sentei-me ainda com a cabeça doendo, mas feliz por ter sido útil em algo, mesmo não acreditando no que fui capaz de fazer.
–– Como se sente?
–– Queria estar morta.
–– Faz muito sentido.

♣ POV Teresa “Tess” Delevingne ♣

Definitivamente: Deus não me fez para trabalho braçal.
Nunca pensei que um homem tão ungido quanto o padre Samuel Werneck pudesse ser tão pesado. Com o auxilio de uma 4x4 abençoada consegui trazer o corpo do homem para Azazel, o único lugar que eu sabia que ninguém jamais iria procurar por ele.
Usando luvas ungidas pude arrastar o cadáver sem ser contaminada. Deus sabia que foi um acidente e que minhas intenções não eram essas e fora o padre quem errou, eu só cumpri a justiça divina. Ele deveria ter me perdoado, mas não o fez e agora está queimando no Inferno junto ao Diabo e seus anjos.
Sua pele estava muito pálida e seus olhos tornaram-se brancos, como de qualquer pessoa morta. Seu corpo era gélido e o coração já não batia, sinal de que o fôlego de vida voltara ao criador.
Usando uma pá consegui cavar um buraco com altura de seis palmos, deveria servir. Joguei-o nele e tapei em seguida.
–– Ora, ora, ora.
Meus ossos congelaram, meus pelos ouriçaram e meu coração batia mais forte na caixa torácica.
–– Quem está aí? –– Me virei, mas não existia ninguém em lugar algum apenas vento e corvos se amontoando nas barracas negras e trailers carbonizados.
Uma gargalhada soou fria e gélida e por trás das arvores um homem de terno negro e gravata vermelha saiu.
–– Olá Teresa! –– Ele exclamou.
Sua voz era grave e forte como de alguém poderoso. Sua pele era pálida e sua cabeça era calva, com poucos fios negros que lhe restavam e seu nariz era enorme, mas não chamava mais atenção que seus enormes olhos azuis de um artista Hollywoodiano.
Me parecia familiar, não sei de onde, mas parecia.
–– Quem é você? –– Perguntei –– Não dê mais nenhum passo! Eu tenho uma pá e não tenho medo de usar.
O homem caminhou um pouco mais, desafiando minhas ordens. Deveria estar há três metros de distancia quando parou.
–– Quem é você? –– Perguntei.
–– Eu? Um homem de bem, rico, modesto, inteligente...
–– Não é isso que quero saber. –– Digo erguendo minha pá em sinal de defesa –– Qual seu nome?
–– Nomes não significam absolutamente nada.
–– Isso é algum diálogo típico daquele desenho animado satânico?
Deixou escapar uma gargalhada amarga, quase que forçada.
–– Não, não mesmo Teresa Delevingne.
–– Como sabe meu nome?
–– Nome? Nomes não significam absolutamente nada. São apenas sons decodificados pelo cérebro, um conjunto de letras, mas nada.
–– “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz à todas as Igrejas: Ao vencedor darei o maná escondido; Também lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela escrito, conhecido apenas por aquele que o recebe.” –– Respondi –– Sim, nomes têm enormes significados.
Mais uma vez o homem soltou a risada artificial, mostrando seus dentes num sorriso falso como se eu fosse uma dentista.
–– Talvez o que seja significativo para você, seja insignificante para mim. –– Ele diz, dando passos mais velozes e longos até mim –– E talvez o que seja bom e correto para você, seja mau e errado para mim. Talvez as fadas não sejam tão santas como dizem e as bruxas não sejam tão malignas quanto afirmam.
–– O que você quer dizer? –– Dou passos para trás ainda com a pá erguida –– Bruxas e fadas são criaturas satânicas de qualquer forma, o mundo...
–– Ah! O mundo prega o que é certo e o que é errado, não é mesmo? E você está indo na contramão dele de que forma? Assassinando um padre.
–– Ele mereceu! –– Gritei –– Ele não quis me perdoar, ele deveria me perdoar! Deus sempre perdoa aqueles que se arrependem de coração e...
–– Esse sempre foi e sempre será seu problema Tessa: Você nunca se arrepende.
O homem estalou seus dedos e mãos me prenderam pelas costas, não pude ver seus rostos, mas ouvia suas vozes quando colocaram uma touca sobre minha cara impedindo-me de ver qualquer coisa. Amarraram meus pulsos e não consegui respirar direito.
–– Coloquem essa vagabunda dentro do porta-malas. –– Ele ordena com o mesmo tom sereno que antes falava comigo. –– Já enviei um Espantalho atrás da garota.
Os corvos granavam nos céus e a pouca luz solar que passava pelos panos simplesmente desapareceu.
Algo grande estava prestes a acontecer.

♀ POV Raven Enders ♂

Meus pulsos estão queimados e sangrando, não consigo sentir minhas pernas, meu cabelo está mais duro do que o habitual, mas eu preciso me erguer, preciso sair daqui.
–– Skye? –– Clamei –– Hope? Tem alguém aí?
Ninguém me respondeu. O corpo inerte de Florence Dapper continuava estirado no chão próximo ao boneco ventríloquo e a casa não passava de ruínas e eu sabia que eu breve os repórteres ou qualquer outro tipo de enxerido apareceria, e quando acontecesse, já não poderia mais estar aqui.
Ergui minha fronte, minha nuca formigava, com o auxilio dos meus braços consegui me sentar. Meu vestido estava completamente destruído. Droga! Era o meu predileto.
Respirei fundo, mas meus pulmões ardiam. Devagar, coloquei um pé na frente do outro e minhas pernas tremiam-se como de um cervo recém-nascido. Eu estava com péssimo pressentimento.
Ouvi passos ecoando pelo mausoléu junto com o barulho d’água caindo, alguma coisa pesada se arrastava-se pelo chão emitindo o som de garras arranhando um quadro negro. Entrei em pânico total quando escutei uma risada.
Risadas, toda essa trama se resume a risadas demoníacas?
–– Quem está aí? –– Exclamei –– Ah, é obvio que não vai responder.
–– Na verdade eu vou sim.
Meu corpo gelou. Aquela voz parecia-me familiar, mas não conseguia lembrar de onde a ouvi, aguda e soprada como o som de um apito.
–– Cadê você? –– Gritei –– Covarde! Apareça!
Ouvi de novo a risada feminina e pelas sombras de um dos corredores, consegui distinguir uma silhueta de uma mulher.
–– Olá, Enders. –– Disse ela –– Há quanto tempo? Vejo que você nem se deu conta da minha completa ausência não foi? Por onde andou por todo esse tempo e por que me abandonou? Eu poderia ter ajudado você, Liz, Tony, Skye... Mas preferiram ser idiotas.
Soturnamente ela saiu do escuro, sua pele era bronzeada e seus cabelos estavam presos em chiquinhas, eram loiros oxigenados com pontas avermelhadas. Seu rosto era branco devido à maquiagem, usava um forte lápis de olhos e cílios postiços cor-de-rosa com batom negro-luto, seu espartilho ia até o umbigo e parte era negro e parte vermelha. Sua calça preta e colada, combinando com seus saltos escarlates tão altos e finos que poderiam perfurar a pele de uma pessoa. Em uma das mãos trazia um enorme taco de baseball, na outra prendia um cão negro de olhos avermelhados que salivava enquanto olha pra mim.
Uma palhaça.
–– Que... Quem é você? –– Perguntei tentando me afastar, mas minhas pernas não colaboravam –– Eu só quero dizer que eu tenho poderes e eu vou...
–– Vai o quê? –– Perguntou –– Vai usar? Minha amada Ra, você está mais patética do um rato fugindo de um gato, sem direito algum de fazer exigências.
–– Você... Eu conheço você, não é? –– Perguntei –– Essa voz me é familiar.
–– O Carpio que Bridget te injetou ainda está fazendo efeito, isso é muito bom, pelo menos por enquanto.
O animal preso na coleira latiu, sua boca salivava cada vez mais e estava inquieto querendo se libertar e arrancar meu pescoço com os dentes.
–– Quieto Baphomet! –– Exclamou –– Ainda não, ainda não. Temos que ter uma conversa com essa garotinha e eu te juro que depois pode fazer o que quiser com os olhos dela.
Era como se o animal entendesse ela, ficou quieto, colocando a cabeça entre as patas e a barriga no chão.
–– Você pode me chamar de Harley. –– Prosseguiu –– Eu deveria caçar e capturar Skye Delevingne e entrega-la a Edgar, mas decidi me divertir no processo.
–– E a sua diversão seria ver seu cão com nome de demônio arrancar meus órgãos comigo viva?
–– Isso também, mas na verdade, creio que você já sabe o motivo de a quererem.
–– Sim, eu sei. –– Respondi –– Ela é uma Cristal, além de ser uma tentativa frustrada de MK-ULTRA, o controle mental.
–– Ah, que gracinha! Então você poderia me dizer o que é uma criança cristal?
–– Eles não te contaram? –– Perguntei –– Ah, é obvio que não. Por que motivos a Nobreza contaria para um Espantalho os seus planos, não é? No fim disso você apenas precisa seguir cegamente as regras Deles e não fazer perguntas... Você me parece um escravo bem desobediente, pra ser sincera.
–– Olha aqui garota, eu não faço a mínima ideia de que Nobreza é essa que você está falando e nem por que me chamou de espantalho, eu apenas sou curiosa, okay? –– Disse Harley –– Agora desembucha, pode ir falando.
–– Que tal fazermos uma troca? –– Perguntei, me arrastando alguns centímetros para trás –– Você me diz o que sabe e eu te digo o que sei.
–– Você deve achar que sou uma retardada mental. –– Debocha.
–– Você vai me matar, eu sinto isso. E se for o caso, qual o problema de dividir informação com alguém que já está morto?
–– Em que momento eu disse que iria te matar?
–– Eu já disse: Eu sinto.
Eu já conseguia sentir minhas pernas e o formigamento atrás do meu pescoço parou. Minha visão que estava pouco embaçada agora se tornava límpida de novo e creio que o efeito a droga que me deram estavam passando.
Ela me parecia cada vez mais familiar.
–– Espera... Eu lembro. –– Exclamei –– Esses olhos azuis são lentes de contato, eu sei quem você é.
Ela se aproximou mais rápido e tentei recuar, mas já não tinha mais chance. A garota largou a coleira, mas o animal permaneceu quieto enquanto ela erguia o taco de baseball.
–– Te vejo no Inferno Raven! –– Disse Gabriella Barros acertando-me com o bastão.

☼ POV Anthony Gottes ☼

Continuamos estudando os documentos e vários deles estavam em línguas como alemão e hebraico, mas graças aos poderes de Liz conseguimos a tradução. Nerfoni foi criada especificamente para ser uma cidade MK-ULTRA, sigla usada para a manipulação. O Controle Mental funcionava da seguinte forma: A criança deveria ter até oito anos de idade para que ocorresse com sucesso. Era trancafiada e submetida a todo o tipo de tortura com o fim de gerar trauma; o processo ia desde estupro, o que era mais comum, até coprofagia, que foi o processo pelo qual Liz foi submetida. De acordo com os documentos o nosso cérebro busca uma saída da dor se dissociando da realidade e assim os Monarcas têm a possibilidade de criar alter-egos em crianças, e estes são utilizados como bodes expiatórios perfeitos para fins ocultos. Estes alter-egos ficam em “off” dentro da psique dessas pessoas e podem ser moldados a vontade, desde assassinos até espiões.
Os documentos davam a entender que várias celebridades como Nicki Minaj, Katy Perry e Carrie Underwood foram vitimas dessas pessoas, usadas como marionetes na industria de entretenimento.
–– Meu Deus do Céu, Anthony! Escuta isso. –– Exclamou Liz –– “Uma das razões principais pela qual a programação monarca de controle mental foi denominada de programação Monarca foi por causa da borboleta monarca. A borboleta monarca aprende onde nasceu (suas raízes) e passa esse conhecimento através da genética sobre a sua descendência (de geração em geração). Esse foi um dos principais animais que intrigava cientistas afora, por causa de seu conhecimento que pode ser transmitido geneticamente. A programação Monarca tem os objetivos Illuminati e nazistas para criar uma raça superior, em parte, pela genética. Se o conhecimento pode ser transmitido geneticamente (e é), então é importante que os pais sejam encontrados, que possam passar o conhecimento correto para essas vítimas selecionadas para o controle mental Monarca. Quando uma pessoa está passando por um trauma induzido por eletrochoque, uma sensação de atordoamento é evidenciada, como se estivesse flutuando ou esvoaçado como uma borboleta. Há também uma representação simbólica relativa à transformação ou metamorfose do lindo inseto: a partir de uma lagarta, de um casulo (dormência, inatividade) até uma borboleta (criação do novo) que irá retornar ao seu ponto de origem. Esse é o padrão migratório que faz com que essa espécie seja única ”; isso explica por que os olhos de Cheshire da minha tatoo são borboletas ao invés de pupilas, e também por que eu às vejo onde não existem. Estão cravadas no meu psicológico.
–– Eu só não consigo entender uma coisa Liz: Por que você ainda não desenvolveu uma dupla personalidade ou algo do gênero?
–– Sinceramente? Não faço ideia, mas as pessoas devem reagir de formas diferentes à programação. Crianças normais são submetidas e finalizadas com sucesso, já a Skye sendo uma Cristal desenvolveu uma persona com superforça e agilidade, além de ser uma psicótica maníaca por segurança. –– Respondeu –– E mais, Tony, lembra que você me disse que a Skye citava nomes quando estava sedada em St. Louis? Alaska, Glass, Hope... Podem ser outros aspectos da personalidade dela, e como Cristal cada uma deve significar alguma coisa... Hope é o ódio e o desejo por segurança, ela protege as outras e assassina todo aquele que ousa fazer mal para elas, por isso matou Robert.
–– Wow, desde quando você é especialista em TDI? –– Perguntei.
–– Tudo leva a entender que é isso! –– Respondeu –– Talvez nós Índigos tenhamos alguma coisa no psicológico ou sei lá que nos impede de gerar uma alter, o máximo que aconteceu comigo foram crises de sonambulismo para buscar as bonecas descartadas. De qualquer forma eu descobri que adoraria estar morta, é o que diz os arquivos: Quando um Escravo ou Espantalho sabe sobre seu estado deve imediatamente se suicidar. Talvez a minha mutação esteja me mantendo viva.
–– Faz sentido. –– Respondi, buscando mais alguma coisa nos documentos –– Olha só: “A vítima/sobrevivente é chamada de ‘escravo’ ou ‘espantalho’ pelo programador/manipulador, que por sua vez é percebido como "mestre" ou "deus", esse nome é dado pela analogia de o Mágico de Oz, já que o Espantalho não possuía cérebro. Cerca de 75% são do sexo feminino, já que possuem uma maior tolerância à dor e tendem a dissociar-se mais facilmente que os homens. Os manipuladores Monarcas buscam a compartimentarão da psique em 'personas' múltiplas e separadas, usando o trauma para assim causar a dissociação”. E ainda tem uma lista de métodos mais usados para chegarem ao objetivo.
–– Obrigada, dispenso ouvir isso.
Vasculhei a folha com os mais variados tópicos que iam desde choque elétrico até quase afogamento, mas um deles em questão chamou minha atenção.
–– “O abuso espiritual para causar vítima a se sentir possuída, perseguida e controlada internamente por espíritos ou demônios; Profanação de crenças judaico-cristãs e formas de culto; dedicação a Satanás ou outras divindades; Abuso e ilusão para convencer as vítimas que Deus é o mau, tais como convencer uma criança que Deus abusou dela.”

Os olhos de Liz se arregalaram e seu queixo caiu.
–– É exatamente o que vemos na Skye! –– Exclamou. –– Você vê, não vê?
–– Vejo o quê? –– Perguntei –– Que Skye tem um ódio e fúria enorme por Deus?
–– Não! No começo eu pensei que quando Skye surtou e assassinou Robert, isso apenas piorou sua situação. Você não enxerga? Ele era o manipulador e deveria controla-la, mas ela o matou e por isso pensei que isso apenas agravou seu estado e era como deixar um animal selvagem livre por aí. Mas ouvindo o que você leu só nos resta acreditar numa coisa...
–– Que Teresa Delevingne é uma Monarca e continuou o trabalho de Robert! –– Exclamei –– Por isso o ritual e a tortura religiosa, ela estava a manipulando esse tempo todo!
–– Vagabunda! –– Gritou Liz, jogando todas as folhas de papel no chão –– Ela estava na nossa frente o tempo todo e só nós não vimos! Puta que pariu, fomos feitos de idiotas!
–– Senhorita Devonne? –– Disse o piloto que saiu da cabine e estava no nosso cômodo segurando um aparelho telefone –– Seu pai quer falar com você.
Meu coração gelou e pude ver que Liz também.
–– Me... Meu pai?
–– Sim. –– Disse o piloto entregando-lhe o aparelho.
–– A... Alô? –– Disse Liz.
Insinuei para o piloto sair e foi o que fez.
–– Coloca no viva-voz. –– Eu digo e ela faz.
–– Marlize Anne Devonne, eu não acredito que você pegou o jato sem a minha permissão, sua promiscua! –– Gritou Moiseh Devonne do outro lado da linha –– E por que diabos você está indo para Amsterdã? Por que não apareceu na festa da minha posse...
–– Eu sei de tudo. –– Liz disse com serenidade –– Acabaram as suas mentiras, papai.
Alguns instantes de silencio se passaram.
–– Liz... Do que você...?
–– Cala a boca, Moiseh! –– Exclamei –– Sabemos de tudo, você foi pego!
–– Liz? Liz quem está aí?
–– Você já sabe quem está aqui, seu velho escroto! –– Ela grita –– Ou acha que eu não sei que o piloto está ouvindo a nossa conversa desde que saímos de Nerfoni? Eu não sou idiota.
–– Como assim Liz? –– Pergunto.
–– Sou guiada por intuição, lembra? E ela me dizia desde o principio que estávamos sendo vigiados e agora que ele disse que sabe que estamos indo para Amsterdã, me pergunto como. O piloto é um espantalho e agora já deve ter mudado o trajeto de volta para o ponto de partida.
Moiseh permaneceu quieto como se não estivesse crendo no que ouvisse.
–– Liz... Liz eu...
–– Cala a boca! –– Ela gritou –– CALA A MERDA DESSA BOCA!
–– Liz... Eu não queria que você...
–– Apenas diga à mamãe que sempre a achei uma vagabunda com péssimo senso de moda.
Liz jogou o telefone no chão e o esmagou com a ponta de seu salto agulha.
–– Liz...?
–– Vem comigo agora, sem tempo a perder.
–– Mas...
Vi com meus próprios olhos quando Marlize Devonne tirou uma faca presa à uma corda na canela direito e foi em direção à cabine comigo tentando para-la.
–– Liz? Liz o que você vai fazer com essa faca? Liz!
Parecia estar em transe, não me escutava e não parava, quase como um espantalho. Ela abriu a porta da cabine com toda a força e colocou a lamina no pescoço do homem.
–– Vou fazer o que é preciso. –– Disse friamente e depois rasgou a garganta do homem.
Seu corpo inerte e ensanguentado caiu no carpete do avião, seus olhos estavam vazios como se não conseguisse acreditar que aquilo tivesse acontecido.
Nem eu conseguia acreditar.
–– Liz... Você...?
–– Cala a porra da boca Tony. –– Disse serenamente –– Você será meu copiloto, agora sente em seu lugar.
A garota me empurrou na poltrona ao lado da poltrona principal, amarrando o sinto em mim.
–– Eu não acredito que você fez isso.
–– Apenas fiz o que era preciso ser feito e você sabe. –– Liz empunhou o “volante” da nave, apertou em alguns botões e uma espécie de mapa apareceu no radar –– Vamos torcer para que a parte do “saber tecnológico” esteja certa.
–– Garota, você simplesmente não pode matar uma pessoa e agir com toda essa frieza! –– Exclamei –– O que acabou de acontecer aqui? Liz, por favor me escuta.
–– Anthony... Liz não está no momento. –– Ela disse com calma, apertando mais botões e senti imediatamente que a velocidade aumentou –– Me chame de Alice. Alice Lidell.
Meus músculos tremeram e meus pelos se ouriçaram.
–– Você também não... Por favor, você também não. –– Murmurei.
–– Segure a onde por enquanto, okay? Pegue todos os seus medos e anseios e coloque em mim, eu vou te ajudar a carrega-los agora. Eu só quero que saiba que temos um plano.
–– Temos? TEMOS!? Me devolva a Liz agora sua demônia!
–– A Monarquia não passa de apenas uma pequena peça dos Illuminati, não entende? Isso tudo é um pirâmide com um olho e eles não passam de apenas um tijolo.
–– Você matou esse homem! M-A-T-O-U!
–– Vamos para Amsterdã, pegaremos Skye Delevingne e acabaremos de uma vez por todas com os planos deles. As Crianças Cristal são a única coisa que podem impedi-los de destruir o que resta de humanidade nos seres humanos. Estamos caminhando para uma distopia psicodélica nada agradável, mas ainda temos chance. Ainda podemos ter esperança.
Eu estava perplexo, com medo, aflito. Marlize Devonne jamais falaria daquele modo, Marlize Devonne jamais falaria daquela forma.
Mas aquela criatura não era mais a Liz que conheci.
–– Não me olhe dessa forma, não sou a Liz, a garota mimada e selvagem que você conheceu. –– Ela disse como se estivesse na minha cabeça –– Sou um Indigo, um espírito guerreiro revolucionário e estou prestes a acabar com essa cama de mentiras e eu te juro que cairemos, mas eles cairão conosco.
O Sol estava se pondo acima das nuvens e várias luzes vibrantes piscavam em vermelho, amarelo e alaranjado. Pareciam estar vivas e poderia ser a cena mais bela que presenciei na vida, mas estávamos voando em direção ao desconhecido.
E eu estava com medo, um péssimo pressentimento.


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