Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 7
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Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!
Novo capítulo com novidades, planos, e bruxarias... ;)



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Mais uma vez Bella estava no meio daquela reunião. Esme, Helena, Rosie, Alice, Stefan, e Jasper, todos em sua volta discutindo sobre ir ou não ir para Itália. Bella havia se calado há muito tempo, percebeu que perderia mais uma vez. Eles estavam cegos? De qualquer forma iriam morrer. Se a levassem para o Clã Volturi talvez tivessem uma chance, morreriam tentando e não fugindo. Pior, não morreriam fechando os olhos para os outros que tão generosamente e corajosamente foram na frente. Carlisle, Edward e Emmet. Eles estavam lá, cercados por inimigos, enquanto ela, a culpada daquilo estava ali, cercada por amor e carinho.

“Damon, é hora de voltar. Esperarei por você todos os dias ao entardecer em sua casa. Amor, Bella.”

Estava com saudades de Damon, estava enlouquecida de preocupação tanto por ele quanto por sua família. Não o queria mais distante. Qualquer coisa que ele tivesse que passar teria que passar junto dos outros, junto com ela. Se ao menos eles se decidissem em levá-la... Eles não a entendiam, nem mesmo quando pulou do penhasco da segunda vez. Se tivesse conseguido o seu intuído, nenhum deles teria ido para os Volturi. Não. Klaus tinha aparecido em seu sonho... Tinha dito que mesmo com a sua morte os Volturi pediriam contas. Afinal, eles tinham criado uma humana como um deles. E essa humana era uma geradora.

Ela tinha que ir. Tinha que ir até os Volturi. Tinha que ir e seus tios não deveriam saber. Mais deveria ter algo mais, algo que convencesse os Volturi a deixar sua família. Novamente as lembranças dos pulos no penhasco retornaram. A sensação de liberdade, a adrenalina em sua circulação. Estava viva. Talvez para eles viverem, ela deveria morrer.

– Preciso ir agora. – De repente voltou-se para todos.

– Para onde? – Elena perguntou.

– Preciso ir até a Rachel. Esqueci que combinei com ela. – Bella já se erguia para pegar o caminho até a reserva.

– Bella, porque não fica conosco hoje? Tantas visitas... a avó da Rachel pode não gostar. – Elena tentou dissuadi-la.

– Não vou até lá há três dias. Nina gosta de visitas.

– A verdade é que não queremos que vá. – Stefan interferiu.

– E porque não?

– Porque todas as vezes que esteve lá Alice não te viu. Há uma interferência e precisamos descobrir se tem alguma ligação com o lugar. – Bella tentou disfarçar, mas sabia que com o seu tio era difícil.

– Isso é uma besteira. Eles todos são amigos e me sinto segura lá.

– Temos que ter certeza.

– Tem que acreditar em mim. Preciso falar com a Rachel. Não adianta tentar me convencer do contrário.

– Bella! – Stefan chamou sua atenção, um pouco mais severo.

– Stefan. De todas as coisas que pode confiar, precisa confiar que na reserva estou segura. Precisa levar em consideração algo que eu lhe diga.

– Tudo o que diz eu levo em consideração. Tudo o que sente também. Está ansiosa para ir eu sinto. – Stefan a abraçou. – Fique segura e não demore tanto.

Bella partiu para a reserva. Antes de sair do carro viu que Jacob se aproximava.

– Ora, ora, ora. Então eu volto a ver a princesa de Forks. – Jacob colocou uma mão espalmada em cima do carro e Bella saiu batendo a porta. Tinha tido sorte nas ultimas vezes, Jacob sempre estava fora.

– Olá, Jacob. – Jacob sorriu malicioso para ela, olhando-a de cima a baixo como fez da primeira vez.

– Como vai, linda?

– Estou bem. A Rachel está?

– Ela não está, mas podemos dar uma volta pelo lugar enquanto ela chega.

– Bella! – A voz de Rachel veio de trás de Jacob e Bella esticou-se para vê-la. Rachel correu até a amiga e a abraçou.

– Queria que nosso encontro fosse caloroso assim. – Jacob falou interrompendo-as.

– Preciso falar com você. – Bella pediu. – A sós. – Bella olhou para Jacob que colocou as mãos no peito como se estivesse sentindo dor.

– Você ainda me mata, princesa de Forks.

– Cala a boca, Jake. – Rachel falou e puxou Bella pela mão até a casa.

Bella contou um pouco do que tinha pensado durante a reunião a Rachel e a Nina. Nina não concordou de início, mas falou que a ajudaria se fosse isso mesmo que queria. Ela realmente precisaria das duas e estava um pouco temerosa por pedir aquilo e pelo o que poderia acontecer, mas enquanto falava, seus pensamentos pareciam clarear ainda mais e em questão de minutos o plano estava formado.

Depois que saiu de lá, com quase tudo certo. Bella foi para casa e encontrou os tios lá que informaram sobre as limitações de Alice. Stefan saiu e ao questionar a tia, Elena disse a sobrinha que Stefan e Jasper iriam sondar a reserva para ver se havia algum perigo. Bella ficou horrorizada e magoada pelo tio não acreditar nela. Mas sabia que eles não descobririam nada.

Bella já tinha decidido, estava certo depois de tudo que sabia. Nina e Rachel a ajudaria no que precisasse. Já tinha anotado o número do contato que os tios tinham quando o assunto era documentação. Na sua próxima oportunidade faria a ligação e combinaria tudo.

O café da manhã discorria sob forte tensão. Bella guardava aquele segredo com ela, mais um entre todos. Sabia que eles ficariam tristes, mas estariam vivos e seguros. Mas mesmo assim, mesmo tão angustiada e nervosa sentiu que seus tios também estavam tensos e queriam lhe dizer algo.

– O que quer que seja, podem me contar. Estou pronta. – Ela limpou os lábios no guardanapo depois de beber o suco.

– Você vem falando muito isso ultimamente. – Stefan olhava a sobrinha com mais atenção naquele momento. – É como se quisesse dizer algo mais.

– Não quero dizer nada mais. Stefan, só acredite que posso enfrentar.

– Prefiro quando me chama de tio, ou quando um “pai” escapole dos seus lábios. Quando diz “Stefan” de uma maneira tão séria e carregada de maturidade como disse agora, sinto como se você fosse totalmente independente. Imagino você pegando a sua mochila, jogando os seus cabelos tão impetuosamente para trás, erguendo o seu lindo nariz afilado e partindo para longe de nós. E venho pensando muito nisso. – Bella estava visivelmente emocionada. Seus olhos estavam marejados e seus lábios tremiam levemente. Seria possível eles pressentirem? Claro, eles pressentiam.

– Não sou tão independente assim. Eu preciso de vocês, preciso de vocês mais do que qualquer coisa na vida. Mas preciso de vocês vivos. Não pense em mim indo embora, tio, tia... – Ela olhou para Helena que também estava emocionada. – Mãe e pai. Amor tanto vocês...

– Nós amamos você também. – Helena segurou a mão da sobrinha sobre a mesa. – E é por isso que temos uma coisa séria para te dizer.

– O que é?

– Não podemos mais deixar que vá para a reserva Quileute. Não podemos deixar que veja os Blake.

– Mas...

– Não é seguro lá. – Stefan a interrompeu.

– Como pode ter certeza?

– Eu fui lá. – Bella abriu a boca surpresa. – Estive lá ontem, fui para lá bem atrás de você.

– Mas você disse que confiava em mim!

– Em você, não os conheço. E tinha razão nisso. Logo que eu e o Jasper nos aproximamos, Alice nos perdeu de vista. Você esta entendendo? Ela não tinha nada, Bella, nada. E começamos a sentir nossas forças se extinguirem cada vez mais que nos aproximávamos do local.

– Isso pode não querer dizer nada. – Bella tentava sustentar a omissão.

– Ou pode querer dizer muita coisa. Até descobrirmos, você está proibida de ir lá.

– Por favor, não façam isso. – Ela pediu quase em desespero. Aquilo era a última coisa que poderia acontecer no momento.

– Stefan, podemos chamá-las aqui como eu havia sugerido. – Bella olhou para a tia em interrogação. Ele suspirou.

– Quero que as convide para tomar um chá aqui conosco. Queremos conhecê-las. – Ele falou.

– Não vai dar. Rachel e eu combinávamos o final de semana. E eu ficarei na casa dela.

– Você ouviu o que nós dissemos.

– Eu ouvi que está com medo. Tudo bem sentirem medo, mas eu estou garantindo que Rachel e Nina Black são pessoas maravilhosas e podem confiar nelas.

– Traga as duas aqui ou nada feito, Isabella Salvatore.

***

Bella não sabia o que fazer, estava prestes a ligar para a Nina e falar do ocorrido quando ouve um carro se aproximando. Ela levantou e foi até a janela, pensando que talvez fosse o Damon, mas não era o carro dele. Bella ficou surpresa quando viu que Nina saia do carro. Ela correu até a parte de baixo novamente, mas seus tios já estavam apostos. Ela passou por eles e abriu a porta abraçando a Nina de supetão.

– Oh, menina! Vamos as duas cair. – Ela abraçava a Bella de volta.

– Nina! O que faz aqui? Onde está a Rachel? – Bella desgrudou dela para ouvi-la responder.

– Estava passando por aqui e resolvi te ver. Seus vizinhos informaram qual casa deveria ir. – Nina olhou para Bella e de repente para ela fez todo o sentido. Nina estava ali para ajudá-la. De alguma forma ela tinha previsto.

– Que bom que está aqui. – Bella sorria.

– Desculpe a Bella. – Helena estava na porta olhando para as duas. – Sou Helena, a esposa do Stefan, irmão da Bella. – Helena estava séria, mas estendia a mão educadamente para a Nina.

– Sou Nina Black, avó da Rachel, a amiga da Bella. – Nina retribuiu o cumprimento demoradamente. Bella não sabia o que estava acontecendo, mas Nina parecia em um tipo de transe, assim como a Alice costumava ficar.

– Algum problema? – Helena perguntou intrigada. Bella não sabia o que fazer. Nina piscou algumas vezes e com um sorriso tremulo afastou-se um pouco.

– Desculpe, sou uma velha e as vezes me distraio facilmente com alguns pensamentos.

– Tudo bem. – Helena olhou para Bella que tentou não encarar a tia naquele momento. – Queira entrar por favor, está frio aqui fora e bem.

– Obrigada. – Nina aceitou e entrou ao lado da Bella. Quando estavam já dentro da casa, Bella soltou o braço que estava apoiada em Nina e paralisou. Seu tio estava ali esperando todas com a cara que ela conhecia bem. Bem, ele queria protege-la, mas seria incomodo.

– Stefan, esta é a Nina Black. – Helena apresentou a senhora amiga de Bella.

– Prazer em conhece-lo. – Nina adiantou-se e estendeu a mão. Os dois se tocaram, mas foi mais breve do que tinha sido momentos atrás com Helena.

– Eu que tenho o prazer em conhecê-la. A Bella fala muito da senhora. – Nina riu alegre.

– Ela é uma menina adorável e muito educada. Com certeza tem recebido boas orientações.

– Obrigado, fazemos o possível.

Bella tinha que admitir, a Nina estava indo bem, mas sabia que para convencer seus tios ela precisaria de um pouco mais. Logo todos estavam sentados conversando. Bella sabia que os tios estavam analisando a Nina por inteiro. Nina agia com naturalidade, falando sobre a bela casa que eles tinham e de como era na reserva.

– Ainda existem curandeiros por lá? – Stefan perguntou interessado.

– Sim, mas a posição não é tão notória como antigamente. Nosso povo não acredita mais nessas coisas. Acompanhamos os séculos, quando sentimos algo, vamos para o hospital mais próximo.

– O hospital mais próximo da reserva é distante. E se for uma emergência? – Helena olhou para Stefan cúmplice.

– Temos uma unidade para os primeiros atendimentos. De lá, o adoentado segue se possível para um hospital. – Stefan recostou-se olhando diretamente para Nina. Bella sabia que ele seria inconveniente.

– Então, nada de ervas medicinais, fumaças terapêuticas, cantigas magicas, espíritos da natureza. – Nina riu.

– Você está nos estereotipando, o que é comum.

– Desculpe, mas sou leigo. Não há nada disso na sua reserva?

– Talvez um pouco disso. Mas ninguém mais se importa. – Nina bebericou de seu café calmamente. – Eu sei que a minha neta e a Bella vêm solidificando uma amizade, que estou achando maravilhoso. Eu conheço a Bella e sei que ela é uma ótima menina. Sei também que elas têm nutrido uma expectativa quanto ao final de semana. Imaginei que fosse bom vir aqui para que vocês me conhecessem e julgassem se sou digna da confiança de ter a sua menina como hospede. Além, de formalizar o convite. Cuidaremos muito bem da Bella.

– Senhora Black...

– Oh, por favor, Stefan. Já disse que pode me chamar apenas de Nina.

– Nina. A senhora parece ser uma boa pessoa, mas ter a Bella... – Stefan parou e ponderou o que ia falar. – Ter uma adolescente como responsabilidade é algo muito sério. Talvez em outra oportunidade.

– Stefan... – Bella estava novamente entrando em pânico. – Queria conhecer a Nina, ela veio, se dispôs. – Bella tentou convencê-lo. Ela o olhou, sabia que ele estava por um triz, mas algo ainda o fazia resistir.

– Bella, querida...

– Stefan, eu sei que sente a responsabilidade ainda maior por ser o irmão mais novo da Bella e ter ficado com sua guarda. Eu entendo perfeitamente. Só quero que saiba que a Bella ficará segura comigo. – Bella não soube o que aconteceu naquele instante em que Stefan olhava nos olhos da Nina, mas que suspirou vencido.

– Tudo bem. – Bella beijou os tios agradecida.

– Vocês sabem que eu estarei segura e qualquer coisa, estarei perto de vocês.

– Você merece se distrair. – Helena falou sorrindo vendo a sobrinha mais aliviada.

***

Bella arrumou sua bagagem, muito mais equipada do que para um final de semana na casa de uma amiga. Claro, aquela bagagem era para uma viagem. Estava tudo programado. Bella já estava com os documentos novos em mãos. Colocou na bolsa. Seu coração disparava, queria controla-lo, sua tia poderia desconfiar.

Bella lembrou-se de quando foi buscar aqueles documentos. Tinha dito que daria uma volta na cidade, mas na verdade foi até os limites de Port Angeles. Um dos contatos da sua família contatou um outro senhor no meio desse negócio que atuava em Seattle, mas ele fez a gentileza de encontrá-la em Port Angeles, por fidelidade a sua família. Pediu sigilo como sempre, pagou-o muito bem para garantir. Agradeceu pelo privilégio de seus tios terem uma gorda reserva e de repartir com ela.

Sentou-se na cama. Respirou fundo, passou as mãos pela testa. Ela suava. Seu coração não estava diminuindo o ritmo. De repente sentiu ímpetos de correr até a tia e revelar o seu plano. Não, não iria passar o final de semana na reserva. As três, Nina, Rachel e ela iriam para o Arizona. Bella faria a prova para ser admitida na escola. De lá, elas iriam para a Itália. Tudo isso, sendo outra pessoa e não mais a Bella Salvatore. Ela estava se dando conta. Não veria mais aquele quarto que passava os olhos agora. Ela tentava guardar todos os detalhes da casa que foi seu lar por mais tempo do que qualquer outra. Da casa onde conheceu Damon.

“Por favor, preciso vê-lo hoje. Volte Damon. Amor, Bella.”

Tentou novamente. Vibrava para que ele lesse, para que a atendesse. Seu tio chegou, tentou ficar com os dois. Conversar, interagir. Eles não sabiam, mas era o último dia deles juntos. Eles tinham que entender. Tinham que sobreviver a mais isso. Eles conseguiriam. Pensou em escrever uma carta, mas achou melhor não. Ao entardecer voltou a casa de Damon, quase tinha desistido quando percebeu que a porta abria. Damon apareceu. Bella ergueu-se e num piscar de olhos estava grudada a ele.

Ela tinha corrido para ele, tinha o abraçado, seus braços enlaçavam o seu pescoço. Ela se mantinha na ponta dos pés. Como tinha sentindo saudade dele, daquele corpo, do seu cheiro. Damon a afastou, Bella percebeu que chorava quando ele enxugou suas lágrimas.

– Não. – Ele falou simplesmente para que ela parasse de chorar.

– Senti sua falta. Não importa por onde esteve, o que fez, Damon... Eu amo você e estou feliz que tenha voltado. – Ela o abraçou novamente.

– Desculpe. – Ele balbuciou.

– Por favor... Não. Não foi sua culpa. Foi um acidente.

– Se eu tivesse mais tato. Se eu fosse mais controlado. – Bella o beijou nos lábios e sentiu a aspereza da sua barba por fazer. Sentiu a língua de Damon entrar em sua boca e começar a fazer a dança sensual que fazia seu coração aquecer.

– Preciso de um tempo. – Ele se afastou. – Preciso... Ele olhou para as suas próprias roupas, estavam um trapo e sujas.

– Tudo bem, eu te ajudo. – Damon a olhou com doçura, era certo que esteve sofrendo.

Bella começou a tirar as roupas dele com delicadeza. Era como se ele fosse a coisa mais frágil do mundo. E enquanto ela o ajudava a se despir, Damon a olhava sempre. Seus olhos azuis estavam embaçados e sua fisionomia mostrava que estava resignado.

Ela o levou até o chuveiro e o ensaboou. Damon não dizia nada, estava aceitando a ajuda dela sem qualquer resistência. Depois de enxugá-lo, Bella o sentou em uma cadeira e passou um creme de barbear no rosto dele. Devagar lhe fez a barba. Ao final lhe beijou nos lábios.

– Pronto. – Ela disse. Damon pegou a sua mão e beijou.

– Obrigado. Você sabe o quanto a amo. Estou tentando entender, você e o Edward... – Bella tocou em seus lábios para que parasse de falar.

– Não há nada para entender. – Damon fechou os olhos por um instante e moveu a cabeça de um lado para o outro, negando a sua afirmação.

– Há meu amor. Vocês dois sentem uma ligação muito forte. Você sabe disso, talvez ele saiba mais do que você. Edward estava disposto a se sacrificar por você quando o Klaus te sequestrou.

– E você também, Helena me contou.

– Meu amor, você pode fazer o mesmo por ele.

– Por todos vocês. Não hesitaria, vocês são a minha prioridade. Se existir uma maneira, uma chance, por menor que ela seja... – Bella entrelaçou seus dedos nos dele e encostou, testa com testa. – Damon, sou capaz de tudo por você. Para mantê-lo seguro, assim como os outros. Mas o meu amor por você, é diferente.

– Eu sei. – Ele sussurrou.

– Então, por favor, por favor. Hoje não teremos mais ninguém entre nós. Espero que saiba o quanto o amo. – Ele assentiu e a puxou pela cintura.

Seus dedos longos buscavam sua pele e a arrepiava inteira. Damon abriu o zíper de sua calça ainda quando a beijava. E levou-a até a cama agarrada em seu pescoço e com as pernas em volta de sua cintura. Seria a última noite deles, seria a sua despedida. Damon estava sendo extremamente carinhoso e claramente também estava precisando de carinhos. Bella não hesitou e foi a amante mais carinhosa e atenciosa que pôde ser. No final Damon a abraçou por trás e continuou fazendo-lhe carinho pelo corpo. Bella desejou estar assim com ele para sempre.

– Porque está chorando? – Ela só se deu conta que estava chorando quando ele perguntou.

– Estou feliz por estarmos juntos. – Era verdade.

– Não chore. Sorria para mim. – Damon empertigou-se para olhá-la. Bella sorriu e ele a beijou.

– Prometa pra mim que o que quer que aconteça você nunca mais se afastará da família. – Damon ficou em silêncio pensando nas palavras dela. – Prometa, Damon, por mim. Fique sempre próximo dos meus tios.

– Sim, sempre e de você também. – Bella sorriu triste e voltou a se acomodar. De repente, ela sentiu vontade de cantar. Cantar para exorcizar a sua dor, cantar por sua dor. E Bella começou a cantar baixinho.

Car is parked, bags are packed, but what kind of heart doesn't look back

At the comfortable glow from the porch, the one I will still call yours?

All those words came undone and now I'm not the only one

Facing the ghosts that decide if the fire inside still burns

All I have, all I need, he's the air I would kill to breathe

Holds my love in his hands, still I'm searching for something

Out of breath, I am left hoping someday I'll breathe again

I'll breathe again

Open up next to you and my secrets become your truth

And the distance between that was sheltering me comes in full view

Hang my head, break my heart built from all I have torn apart

And my burden to bear is a love I can't carry anymore

All I have, all I need, he's the air I would kill to breathe

Holds my love in his hands, still I'm searching for something

Out of breath, I am left hoping someday I'll breathe again

It hurts to be here

I only wanted love from you

It hurts to be here

What am I gonna do?

All I have, all I need, he's the air I would kill to breathe

Holds my love in his hands, still I'm searching

All I have, all I need, he's the air I would kill to breathe

Holds my love in his hands, still I'm searching for something

Out of breath, I am left hoping someday I'll breathe again

I'll breathe again

– Não doerá mais. Seremos felizes. – Damon sussurrou em seu ouvido.

– Os Volturi querem me ver. Querem que eu vá até eles. Os outros não querem deixar.

– É claro que não, você não pode ir. – Damon falou imediatamente. – E de jeito nenhum você vai tentar ir.

– Como posso continuar, sabendo que eles podem machucar minha família?

– Daremos um jeito. Hey. – Damon a virou para si e a encarou. – Pensaremos em algo. – Bella assentiu, não iria discutir não naquele momento. Abraçou-o e tentou descansar.

***

– Eu sei que não está convencido, mas eu preciso ir. – Bella tentava convencer Damon a deixá-la partir. Se ele soubesse... Seu coração sangrava e tinha que tentar parar de sentir aquilo. Stefan estava perto o suficiente para sentir o que ela sentia.

– Você não precisa. Você pensa que precisa, mas nem ao menos sabe porque. Um final de semana inteiro com indígenas em uma reserva no meio do nada! Você vai morrer de tédio. A menos que tenha desenvolvido o gosto a mosquitos. Sempre soube que você era masoquista. – Bella sentiu o coração derreter um pouco. Ali estava o Damon, pelo menos um pouco dele.

– Na verdade estou bem acostumada ao nada. Afinal, meus tios me arrastaram para Forks. Sabe o que é para uma garota deste século, viver em uma cidade minúscula?

– Eu posso salvá-la disso. Posso pegar você e levá-la a Seattle. Aposto que posso fazer isso. Lembra daquela boate? – Damon encostou o seu corpo no dela fazendo-a reagir prontamente, ficando completamente arrepiada. Damon acariciava seu rosto com as pontas dos dedos. Bella fechou os olhos para sentir aquele carinho, para guardá-lo em seu coração.

– Sinto saudades disso de sairmos. Mesmo com o Klaus, penso que tudo era mais simples. – Damon riu.

– Simples? Com um vampiro com o dom de ficar invisível entre nós atrás de você e você diz que era simples? Você é mesmo masoquista. – Ele beijou a ponta de seu nariz.

– Agora um Clã está ameaçando a minha família. Isso torna tudo muito mais sério para mim. – Ela abriu os olhos.

– Não há ameaça.

– E porque não me deixam ir para lá então?

– Você não acha que deixaríamos você no mesmo ambiente que eles, não é? – Bella riu amarga.

– É disso que estou falando, é claro que isso nunca foi uma democracia. Vocês são importantes para mim e da mesma forma que vocês me colocam em primeiro lugar, eu os coloco também. Então, qualquer que seja a minha atitude será para protegê-los, mesmo que pareça suicídio. – Bella não notou que tinha se afastado de Damon e o estava olhando com os olhos crispados.

– Qualquer que seja a sua atitude? – Bella engoliu em seco. Tentou se recompor. – É bom que toquemos no assunto suicídio. É bom que deixemos claros que não haverá alguma tentativa idiota.

– É apenas você que pode agir como um idiota e fugir de nós quando está triste? – Bella estava chorando e falando mais alto do que gostaria. Damon estava surpreso e pareceu não saber o que falar. Porque ela estava agindo daquela maneira, porque?

– Não. Você é melhor do que isso, você é muito melhor do que eu. Sempre foi assim. – Damon a abraçou. – Perdoe-me por ter ficado distante, mas eu não fui embora. Jamais deixarei você. Nunca pense que deixaria. – E aquilo piorava ainda mais. Porque era isso que ela estava fazendo. Ela o estava deixando, justamente agora. Então, ela não parecia tão melhor do que ele naquele momento.

– Preciso ir. Preciso parecer uma adolescente normal às vezes. – Ela se afastou dele. – E agora que você voltou, precisa se reintegrar. Você ainda tem um trabalho, não é? E a sua família precisa discutir assuntos com você.

– Tudo bem. Mas e quanto a você? A nós dois? – Damon acariciou seu rosto.

– Estamos bem. – Ela pegou sua mão e a beijou. – Te amo. Per tutta l’eternittà

Per tutta l’eternittà. – Ele repetiu.

Bella o abraçou e beijou, sentindo suas lágrimas banharem seu rosto.

– Você está muito emotiva. – Ele enxugou suas lágrimas. – Gostaria de vê-la apenas sorrindo. – Bella sorriu e o beijou.

Seus tios se aproximaram para se despedirem também. Ela os abraçou fortemente, quase que não continha as lágrimas, mas tinha que fazê-lo ou eles desconfiariam.

– Bella, não fique tão apreensiva. Tente se distrair este final de semana. Tentaremos falar com o Carlisle e veremos o que poderemos fazer. – Bella assentiu.

– Obrigada por confiarem em mim. – Beijou cada um deles novamente.

– Te esperamos no domingo ao entardecer. – Elena a lembrou.

– Sim, tia.

– Bella, não hesite em ligar caso precise de algo. – Stefan recomendou mais uma vez.

– Entendido, tio.

– Não quer mesmo que eu a leve? – Bella negou.

– Meus tios têm que colocar você a par de tudo.

– Fique ao alcance do aparelho celular. – Ele disse e ela sorriu um tanto triste entrando em fim no carro. Bella respirou fundo antes de pôr o automóvel em movimento. Somente quando chegou nos limites de Forks foi que começou a chorar e a tremer inteira. Estava dando adeus a sua antiga vida.

***

Bella caminhava ao lado da Nina pelos corredores da College Disciplinary MacCall e ficou impressionada com os corredores longos e silenciosos. Nenhum aluno ser visto fora de aula. A diretora Sarah Black explicava que os alunos deveriam estar em aulas e que não era permitida a permanência nos corredores durante as aulas. Ela discorria sobre alguns pontos da escola enquanto caminhavam.

Sarah parecia uma mulher de sucesso e impecável em suas vestes, em seu cabelo preso num coque alto e sua maneira de andar. Apenas tinha deixado a expressão severa quando viu a mãe diante dela. Sarah perguntou o que ela estava fazendo ali ao passo que Nina descontraidamente e sem parecer notar a surpresa da filha explicou que a pouco tempo tinha adotado uma órfã. Bella era essa órfã. Nina tinha todos os documentos que informavam que ela era a responsável por Bella até a mesma completar 18 anos. Quando tudo foi explicado, Sarah pareceu querer questionar algo, mas logo a sua postura rígida voltou.

Sarah estava à frente com a Nina ao seu lado. Ela usava um palitó feminino cinza, com uma blusa branca por baixo e uma saia que ia até os joelhos. Seu cabelo estava impecável em um coque clássico. Ela usava óculos grandes com armação preta. Sua pele era em um tom exótico, parecia um bronzeado avermelhado, como a pele dos índios. Bella notou que os cabelos de Sarah eram extremamente negros e lisos dela também lembrava os índios, ela não negava as suas origens, pelo menos na aparência.

Depois de uma curva para a esquerda Bella ficou impressionada com a vista que lhe apareceu em sua frente. Este corredor era como uma imensa varanda. Grandes arcos bem trabalhados em vistos e além deles a cidade aparecia. Do outro lado haviam muitas portas identificadas. Sarah abriu uma delas e convidou-os a entrar. Uma mulher mais jovem levantou-se da cadeira, vestindo algo parecido com o que Sarah vestia. Seus cabelos estavam também presos em um coque e ela os recebeu com um sorriso, apertando as mãos de todos.

– Bem, essa é a Senhorita Annabelle Feas. Ela estudou aqui na instituição e agora faz parte do quadro discente. – Ela sorriu mais ainda com a informação. – Isabella, você ficará aqui para fazer a prova e a professora Feas te fará campainha. Mostrarei o resto do colégio para seus responsáveis.

– Sim, claro. – Bella tentou não ficar nervosa com aquilo, mas tremeu.

– Fique calma e fará uma ótima prova. – Nina a abraçou. - Até logo, querida. – Nina retirou-se com a diretora.

– Não precisa ficar nervosa, Isabella, estarei aqui caso precise de alguma coisa. Sente-se por favor. – Annabelle lhe mostrou uma cadeira e ela sentou. – Só preciso que desligue os aparelhos estiver com você. – Bella desligou o celular, pegou suas canetas, lápis e borracha e colou a bolsa atrás da cadeira. – Boa sorte. – Annabelle sorriu e lhe entregou a prova.

Quando terminou, Annabelle a levou até a sala da diretoria onde a Sarah e a Nina estavam conversando e pelas fisionomias, o assunto tinha sido sério.

– Então...? – Nina perguntou.

– Bem... Estou morrendo de dor de cabeça e espero que isso tenha valido a minha entrada aqui. – Elas riram. Despediram-se da professora Annabelle e da diretora Sarah.

– Entraremos em contato por volta de 48horas. – Sarah falou ao final.

Ao saírem do colégio, Bella olhou novamente para aquele monumento. Parecia um castelo e aquele grande jardim com suas estátuas só a faziam lembrar-se dos contos de fadas.

– Foi ruim lá dentro? – Bella perguntou um tanto tímida por não querer ser indelicada.

– Sempre foi e ultimamente tem sido pior. – Nina respirou fundo. – Ela quis saber direito sobre essa história e porque não a comuniquei. Falei coisas que não deveria porque foram coisas que a magoaram. E então falamos sobre a Rachel e com quem ela tinha ficado. Disse que a Rachel estava muito segura com os nossos parentes que a amavam. Ela nem ao menos perguntou se eu queria ficar em sua casa, descansar, sei lá... – Nina suspirou. – Ainda bem que o Jacob voltou antes disso. Não sei o que poderia inventar para ele se estivesse ainda comigo.

– Viva aos festivais de Game. – Bella falou. - Nina, não fique triste por isso. Acho que com o tempo as coisas se ajeitam. Eu espero mesmo que isso seja verdade. – Foi a vez de Bella suspirar e Nina lhe deu um sorriso. Voltaram para o hotel onde ficaram hospedadas. Rachel a estava esperando quase não se continha de tanta ansiedade.

– E então... Como foi a prova

– Acho que me sai bem apesar de ter havido algumas questões que me fizeram ficar com dor de cabeça. – Bella realmente estava com uma dorzinha chata e insistente.

– E quando sai o resultado?

– Sarah disse que por volta de 48 horas. – Bella respondeu.

– Falando em Sarah... Como ela reagiu?

Bella olhou para Nina, passando a palavra para ela. Rachel ouviu a reação de sua mãe ao saber que sua avó era responsável por uma adolescente.

– Enfim, ela até que reagiu bem, apenas me pareceu que ela acha que estou louca de vez. E ficou bastante preocupada com a sua filha que deixei “sozinha em um lugar no meio do nada”. – Nina riu.

– Bem, ela não me ligou. Então não está mesmo preocupada. - Nina passou o braço nos ombros de Rachel puxando-a para si.

– Obrigada por vocês me acolherem. Eu sei que o meu plano pode parecer extremamente fadado ao fracasso, mas eu confio em vocês. Podem confiar em mim também.

– Isso me faz ter mais vontade de praticar. Vamos Rachel?

– Vamos praticar algumas bruxarias.

– Rachel, você é muito engraçadinha. – Bella falou.

– Aproveite e descanse um pouco. Temos poucas horas até nossa próxima viagem. Sempre quis conhecer a Itália.


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