Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 19
O Híbrido


Notas iniciais do capítulo

Nossos personagens estão diante de um novo problema: Sebastian Bellamy.
Algo mais pode acontecer?
Sempre....



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– Olá. – Uma voz tímida soou atrás deles e os três olharam para a porta. Rachel estava parada na soleira da porta parecendo sem saber se entrava ou não com seus livros apostos na altura do seu peito como um escudo.

– Rachel, entre vamos! – Bella a chamou e a garota deu dois passos incertos para frente. Seus tios tinham conseguido visitar as dependências do colégio e Bella tinha mostrado tudo a eles. Naquele momento, eles estavam no seu quarto esperando a Rachel. – Stefan, Helena está é a minha colega de quarto, Rachel. Rachel este é Stefan e Helena. – Apresentou-os e eles se cumprimentaram educadamente.

– Que bom finalmente conhece-la pessoalmente, Rachel. Você é uma garota muito bonita. – Helena quebrou a distância e com o abraço afetuoso a timidez da garota.

– Lamento muito o que passaram. Não queríamos magoá-los, nem eu nem a minha avó.

– Tudo bem, nós entendemos. – Helena sorriu carinhosamente.

– Está tudo esquecido. E ficamos felizes em Bella ter amigas tão leias como vocês. – Stefan a abraçou também e Rachel ficou com os olhos marejados.

– Bella é muito especial, é uma boa amiga. – Rachel respondeu.

– Falamos com a sua mãe e ela permitiu que saísse conosco no domingo. Espero que possamos passar um tempo agradável juntos. – Bella achou que era bem o que Stefan falaria mesmo.

– Estou ansiosa. – Rachel riu.

– Então, está pronta Bella?

– Sim. – Bella pegou a sua mochila e com apenas um braço enlaçou Rachel. – Até o domingo.

– Divirta-se.

O carro que seu tio tinha alugado estava no estacionamento. Seguiram para um restaurante e comeram pizza e sorvete. Bella enquanto isso falava dos acontecimentos e seus progressos na escola. Contou sobre Jacob Black, o irmão sem noção de Rachel e Stefan a repreendeu como sempre por ela ter armado uma vingança. Não contestou o tio, sabia que ele era contra o termo “Olho por olho dente por dente”, mas ela, ela era totalmente a favor.

– Mas me contem, Damon não avisou onde iria? Pensei que o veria aqui.

– Você conhece o Damon, logo ele estará de volta. – Helena bebericou o seu refresco. Bella notou que ela escondia algo.

– Tia, onde o Damon está?

– Ele pediu que não contássemos ainda. – Sua tia foi forçada a falar a verdade. Bella ergueu uma sobrancelha para aquela revelação.

– Então agora vocês escodem segredos do Damon para mim?

– Não seja injusta e cruel. – Stefan tentou cortar aquele tom de voz da sobrinha.

– Venho sendo chamada de várias coisas nos últimos tempos.

– E está ainda sendo injusta e cruel.

– O que ele está fazendo? Eu aposto que é algo sobre o Sebastian Bellamy.

– E aí chega em um ponto importante: Porque não nos contou sobre esse cara?

– Contar o que? Que ele é excêntrico? Os artistas não são?

– Você anda desconfiada, Damon contou o que viu no museu. – Stefan rebateu aquela fingida despreocupação da sobrinha.

– E Damon agora anda bisbilhotando. – Ela pensou alto. – Talvez.... Não. – Ela negou o pensamento. Não poderia ter sido Damon aquele tempo todo a espreitando, porque começou a sentir essa presença estranha próxima a ela antes deles chegarem.

– O que está pensando?

– É que.... Ando sentindo que estou sendo vigiada, mas não pode ter sido Damon antes, nem vocês, foi antes que chegassem. – Seus tios se entreolharam.

– Não vamos nos precipitar ainda, mas tem que tomar cuidado, Bella.

– Estou tomando, tia.

– Não ficou claro para mim. Você disse que teve uma experiência com a sua mãe. – Bella recordou do sonho que teve dias atrás, mas depois daquilo não teve mais notícias da mãe.

– É tio, como eu disse, foi ela que se manifestou em sonho para a Nina antes mesmo de nos conhecermos e quando já estava aqui, tive um sonho com ela bastante real. Ela dizia que vocês estavam vindo. Que todos que eu amava viriam porque não podiam ficar longe. Disse também que foi Damon quem descobriu tudo, pois o sangue nos uniu de uma forma surpreendente. E também citou o fato de que eu chamo o sobrenatural. Mas ela foi vaga quando disse que havia algo estranho aqui e ela repetia isso. – Bella tentou sorrir com o comentário.

– Isso é surreal, mas eu acredito totalmente na sua experiência. – Stefan garantiu.

– Estamos convivendo com diversas manifestações de poder. Temos que manter a mente aberta. Damon realmente foi o único a não acreditar. Achávamos que ele estava enlouquecendo. – Helena parecia refletir.

– Bem, Damon nos encontrará mais tarde. Onde quer ir agora? – Bella tentou não pensar mais em Sebastian Bellamy, nem em pessoas observando-a, muito menos em Damon fazendo besteiras.

– Aqui perto tem um shopping legal e lá tem uma casa de games...podemos passar um tempo lá.

– O que eu não faço por você? – Stefan disse.

*****

Bella ainda dormia profundamente no quarto de hotel em que se hospedaram. Helena foi a cama da sobrinha e deitou ao seu lado para vê-la dormir. Stefan havia saído a algum tempo e deveria regressar a qualquer momento. Particularmente achava aquela estratégia deles um tanto quanto desleal para com Bella, mas sabendo que ela não correria perigo e que a mantendo na ignorância ela ficaria bem e tranquila, concordou com o plano. Claro que sua sobrinha lançava para eles algumas vezes aqueles olhares cheios de lampejos de intuição. Mas ela estava se mantendo em bom nível de aceitação e confiando neles.

Estava pensando na conversa que Stefan estaria participando naquele instante e ficou um pouco apreensiva. Tinham sabido de um homem... Um tal Sebastian Bellamy que andava muito interessado em Bella. Quem ele seria e o que queria com Bella? Helena assustou-se ao ver os grandes olhos avelã a observando.

– Algo a preocupa?

– Ah... – Tinha sido pega de guarda baixa. Fechou os olhos por um instante para recuperar a sua expressão calma para continuar a conversa com a sobrinha. – Não, só pensando em como está bem e em como você amadureceu. E é claro, estou pensando em longo prazo.

– Sobre o que pensa a longo prazo?

– Estava pensando que é óbvio que essa é a melhor escola em que você estudou e é fato de que queira se formar nela. Estou pensando em comprar uma casinha para nós.

– Seria perfeito. – Bella sorriu, mas foi por pouco tempo. Um pensamento nublou sua alegria. – Mas não seria sensato. Vocês não se adaptaram bem ao clima e ainda existe o fator “Volturi”. Você e o Stefan nunca aceitariam a minha ideia de acabar com o reinado dos Volturi.

– Não é fácil algo assim, Bella. Existem muitos riscos para algo dessa proporção e muitos poderiam morrer e ainda assim não conseguirmos o nosso objetivo.

– Bem, não penso assim. Essa guerra não precisa ser violenta. – Helena franziu o cenho. Bella realmente estava diferente.

– As coisas mudaram e você... Mudou também. Ainda pode ser uma adolescente, mas já não é mais a mesma adolescente, mesmo que ainda goste de idealizar e aplicar planos de vingança. – As duas sorriram.

– Meu tio não está no quarto?

– Ele deu uma saidinha.

– Ele deu uma saidinha? – Bella ergueu o rosto para a tia e ela viu aquele lampejo novamente.

– Sim, seu tio conhece muitas pessoas e foi ter com um amigo.

– Um vampiro? – Ela quis saber.

– Sim. – Helena queria mentir o mínimo possível para a sobrinha, só teria que ter cuidado para não revelar demais.

– Este vampiro vivi aqui?

– Sim. – No momento pelo menos.

– Querida, além do Jacob Black, há alguma outra pessoa que a incomode no colégio?

– Jacob já não me incomoda. Ele é um paspalho, só isso. Não há ninguém que me incomode. – Bella levantou devagar. – Vou tomar banho. – Avisou.

Ouviu passos do lado de fora do quarto e depois uma batida leve na porta. Era Stefan e Damon e apressou-se a atender. O olhar que seu marido lhe deu não era o esperado. Helena carregava o desejo em seu coração de sua sobrinha não estar em perigo, mas sendo ela quem era aquilo parecia impossível às vezes.

– Muito ruim?

– Confuso, mas não vai gostar do que tenho para dizer. – Stefan falou já entrando com Damon atrás.

– Pode me falar, ela esta no banheiro. – Helena fechou a porta e sentou no sofá da pequena sala.

– Nós o seguimos, ele mantem residência fixa no centro da cidade, não muito distante daqui. – Damon começou a explicar. – Quando notei que ele sairia do museu, liguei para Stefan e seguimos ele até sua casa.

– Há um vampiro morando com ele. – Stefan completou e ela não sabia o que pensar daquela informação.

– Então talvez esse vampiro esteja interessado em Bella e não necessariamente ele?

– Não Helena. – Stefan parecia muito preocupado. – Nós achamos que ele, esse sujeito, Sebastian Bellamy, não seja humano, nem vampiro, pelo menos não totalmente. – Stefan sentou ao seu lado e pegou em sua mão.

– Como assim pelo menos não totalmente? Quer dizer que ele é.... – Helena ficou agitada com a confusão que se formava em sua cabeça.

– Sim.

– Existe um híbrido por aí? – Stefan aguçou a audição para ouvir Bella no banheiro. Ela ainda estava no chuveiro.

– Sim, um híbrido que está curioso sobre Bella e decidido a saber mais. Parece que ele não teve contato com sua mãe, ela foi morta por ser uma rara humana. Pegamos fragmentos de uma conversa com o outro vampiro. Não pudemos saber mais, não podíamos nos aproximar muito para que eles não notassem a nossa presença. – Damon falava pausadamente como que para Helena entender completamente o que ele dizia.

– Não podemos deixa-la aqui. Ele sabe da sua existência, o outro vampiro também. Se eles a quiserem ou pior, avisarem aos Volturi? - Helena estava contrariando tudo o que tinha dito a sobrinha a alguns minutos.

– Foi o mesmo ímpeto que tive, mas veja só querida. – Stefan acariciou a mão que segurava. – Se a levarmos assim, Bella se rebelará.

– Não podemos fazer isso. Vamos contar o que está acontecendo e ver o que ela decide. – Damon sugeriu.

– Mas Damon, Bella pode escolher ficar e será perigoso. – Helena temia pela sobrinha.

– E então ela ficará e eu ficarei. Além do mais no colégio Bella tem a Black ao seu lado.

– Damon, não posso manter a segurança dela nas mãos de uma adolescente humana. – Helena se exaltou.

– Uma adolescente bruxa, que nos enganou e enganou os Volturi com as suas bruxarias. Ela mudou um corpo humano de aparência. – Damon tentou manter a calma.

– Ele tem razão, Helena. Dessa vez temos que confiar no que a Bella quererá.

Quando Bella saiu do banheiro, eles pediram que ela sentasse e expuseram toda a situação para ela que ouviu calada e atenta. No final, Stefan perguntou o que ela queria fazer. Bella foi enfática. Disse que não sentia-se ameaçada por Sebastian, que só o achava esquisito e curioso, mas não sentia perigo imediato. Sobre o vampiro que vivia com ele, ela não pôde dizer nada, nunca o tinha visto. Então decidiram continuar ali, mas atentos a qualquer aproximação de Sebastian.

Mais tarde Damon a acompanhou no jantar no restaurante do hotel, estava sempre com um vinco entre os olhos. Bella se aborreceu com aquilo, não o queria mais preocupado.

– Tem que parar com essa cara. Está me deprimindo.

– Talvez se você fosse transformada o sobrenatural parasse de tentar alcança-la. – Damon acariciava o braço de Bella com as pontas dos dedos.

– Daí sim o sobrenatural me alcançaria porque eu faria parte disso.

– Você disse que estava disposta a se transformar e viver o resto da vida comigo. – Ele a lembrou.

– Eu disse, e estou disposta. Mas você mesmo disse que estava jovem demais. Eu não quero parecer jovem demais para você. – Ele olhou de verdade para ela como se não acreditasse no que estava ouvindo.

– Sua idade parece pouco importar agora. Você é bastante mulher para mim. Mas eu não entendo.... Você está disposta a se transformar e viver comigo, mas não está disposta a se casar. – Bella estalou a língua dentro da boca aborrecida. – Faça-me entender.

– Eu pensei que você não fizesse esse tipo. Quantas garotas humanas e vampiras você teve? Você usa jeans, couro, óculos escuros. Você tem essa personalidade.... Você deveria ser um badboy.

– Tive muitas garotas, Bella, quando não existia você. Esse era o motivo de tê-las. E eu posso ser um badboy e ainda assim querer a minha garota da maneira certa. – Ele estava sendo sexy mesmo falando coisas tão doces.

– Você não vai esquecer isso. – Ela afirmou.

– Nem em um milhão de anos. – Ele disse sério.

– Até lá já estarei morta.

– Já terei te transformado. – Ele respondeu imediatamente.

– E mesmo transformada e ao seu lado você ainda não desistira?

– Já disse que não.

– Casamento é apenas uma formalidade. O que isso significa para vampiros?

– Eu já te disse que vivi numa época que isso era importante, é importante para mim. Quer dizer... Eu vivi esses séculos sozinho, com a certeza de que nunca teria alguém ao meu lado. Alguém que eu quisesse realmente ficar, cuidar, amar... – Damon aproximou-se mais dela. Eles estavam quase se beijando. – Alguém que valesse a pena, que me arrebatasse e que fosse perfeita. Bella, você, é mais do que pude imaginar, mais do que com certeza eu mereço. Não é apenas formalidade, eu quero me unir a você de todas as formas que puder.

– Quero fazer amor com você agora. – Damon beijou-a na testa e sem dizer nada levantou-se pegando-a pela mão e a conduzindo até o seu quarto.

Eles fizeram amor sem pressa e carinhosamente. Eles ficaram deitados por um tempo abraçados em seguida. Bella tentou imaginar uma vida com Damon e foi fácil, mas o ato de casar ainda não era fácil para ela. Acreditava que o único motivo era que ainda sentia-se muito jovem. Ela virou de frente para ele para olhá-lo nos olhos.

– Te amo. – Ela disse.

– Eu sei. – Damon piscou.

– Você não está sendo precipitado?

– Não estou dizendo que casaremos amanhã. Mas em breve. – Ele a abraçou.

– Dê-me um tempo para pensar.

– Sim, amor.

***

Mesmo com o sol forte Stefan insistiu que fossem até o Papago Park, eles haviam saído durante a noite e com dificuldades conseguiram algum animal o que lhes conferiram um pouco mais de energia. Foram até o local escolhido e caminharam desfrutando da companhia um do outro, depois ele as ensinou a pescar. Bella era uma completa desajeitada, mas adorou o momento. Voltaram para o apartamento já a noite depois de terem passeado bastante pela cidade. Bella dormiu cedo, mas os três vampiros confabulavam novamente sobre o híbrido.

Helena estava decidida a manter-se alerta e pronta para qualquer coisa. Não queria a Bella sendo alvo de mais um ser sobrenatural psicótico, não a queria magoada de forma alguma. No entanto, para permanecerem ali, Stefan e Damon teriam que voltar imediatamente à Forks e resolver sobre a mudança, coisas no trabalho e com as casas.

*****

– Eles devem ir, mas voltam em breve, Bella. – Bella tinha ganhado uma expressão triste quando soube dos novos planos.

– Tudo bem, eu entendo. Mas você ficará aqui fora sozinha? – Bela estava preocupada com a tia.

– Não sou eu o alvo de vampiros, bruxas e híbridos. E além do mais eu sou uma vampira, não sou tão fraca. – Helena disse magoada.

– Eu sei, tia, mas não deixo de ficar preocupada.

– Não fique. Está decidido e será algo rápido. – Helena beijou seu rosto finalizando a conversa.

Mais tarde Rachel apareceu no hotel e depois de conversarem um pouco, Stefan perguntou o que elas queriam fazer. Rachel sugeriu que fossem as compras, pois Bella estava precisando de algumas roupas e acessórios novos. Bella lembrou-se de Alice e Rosalie e concordou.

– Deus! Não acredito que estão me arrastando para isso. – Stefan fingiu indignação o que as fez rir.

– Não acredito que estão me arrastando para isso. – Damon falou incrédulo.

Depois das compras eles almoçaram em um restaurante mexicano. Bella achou tudo muito picante, mas Rachel parecia acostumada. Passaram pelo zoológico e enquanto Bella e Rachel visitavam alguns animais com um Damon risonho ao lado das duas, Stefan e Helena atendiam ao celular mais adiante. Bella notou quando Damon olhou para os dois e parou de rir. Seu semblante tinha mudado completamente. Ele tinha ouvido a conversa e não o agradou.


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