POV Jason Dylan Undermann

Fecho o chuveiro quanto sinto que a mistura de detritos e suor se esvaiu completamente de meu corpo. Passar até o último segundo até a Colheita treinando não é nada legal.

Ouço a porta da entrada de minha casa bater e ouço uma voz masculina ressoar. Estranho, pois moro com duas mulheres, minha mãe, Caetelyn, e minha irmã gêmea, Jeanne. Sou o homem da casa.

Desço até a metade das escadas aonde consigo enxergar o que acontece sem que as pessoas que discutem me vejam.

Minha mãe e... Meu pai. Aquele covarde a abandonou assim que soube que estava grávida, argumentando que ele era muito jovem e ela não era digna de ser mãe de seus filhos.

– Eu quero saber mais sobre estão, vadia! - ele diz, acertando-o um tapa na bochecha. Estala.

Não consigo me conter. Quando percebo já estou parado entre eles e meu rosto está quente de raiva. Seguro seu pulso.

– Quem você acha que é, seu covarde? - grito, pressionando-o - Você acha que tem o direito de invadir nossa casa com esse seu uniforme de pacificador que já foi muito sujo por sangue de inocentes e sair batendo na MINHA mãe!

– Jason, meu filho... - ele começa, mas se recusa a terminar.

– Eu não sou seu filho! - minha voz mantem o mesmo tom e frieza - Eu só tenho mãe. Ela que me criou a mim e minha irmã como pode quando você, seu imbecil, nos abandonou! Não é bem vindo aqui!

Empurro-o para fora e ele cai. Bato a porta. Ouço seus passos se distanciarem.

Viro-me novamente. Vejo minha irmã perplexa ao pé da escalda e minha mãe com olhos olhos tomados pelas lágrimas.

Nos abraçamos, sem dizer uma palavra sequer. O rosto de minha mãe está inchado por conta da força do tapa.

– Vou terminar de me arrumar! - falo, beijando a bochecha de cada uma das duas e subindo a escada novamente.

Arrumo a camisa que já vestia para que fique dentro da calça e escovo os dentes.

Depois de alguns minutos espero minha irmã do lado de fora da porta.

Enquanto ela não sai, penso que hoje será o dia em que me voluntariarei. Minha mãe me pediu para que o fizesse, não me explicou o porque, apenas disse para procurar por Kenny quando chegasse na Capital.

Jeanne e eu seguimos o caminho até a praça em silencio. Alguns metros antes de termos que, finalmente, nos separar digo:

– Je, você tem que proteger a mamãe! Não importa o que aconteça, aquele covarde não pode chegar perto de nenhuma de vocês! - respiro fundo - Mantenham-se seguras até que eu volte!

Nos registramos e vejo minha irmã ao lado de sua amiga, Heather, atrás do cordão do lado feminino da separação. O vídeo passa e eu tento me comunicar com ela, mas ela não percebe.

– O Tributo feminino do Distrito 2 é Emily Young!

O representante anuncia e a menina de cabelos castanhos e pele bronzeada sobe a escada do palco sorrindo.

– Distrito 2, seu Tributo masculino é... - ele abre o papel.

– Eu me ofereço como Tributo! - falo o mais alto possível.

Me apresento, depois do final da cerimônia, nos retiramos.