P.O.V Rachel

–Entre!- convida Finn abrindo a passagem
Ui. Casa perfeita. Provavelmente foi decorada por Carole, já que ela é uma excelente decoradora.
–A casa é perfeita-comento com Finn
–Minha mãe que decorou- Sabia! Com esse pensamento dou uma risada baixinha
–O que foi?-pergunta ele
–Por alguma razão eu tinha certeza de que sua mãe havia decorado a casa- respondo ainda com um sorriso
–Rachel!- Kurt vem gritando em minha direção e me abraça forte
–Meu deus você está deslumbrante!- ele grita
–Acredita que me arrumei em uns quinze minutos?-
–Não! Tanta perfeição precisa de no mínimo duas horas pra sair!
–A Broadway nos ensina a fazer milagres Kurt! Onde eu me sento?-o papo está tão bom que não percebi que já estamos na sala de jantar
–Do meu lado- Finn fala baixinho e me guia até uma cadeira.

(N/A: O.k. agora ta difícil continuar no presente... Vamos voltar para o uso do passado no tempo verbal.)

–Papai que horas a Rachel vai Che...- uma menininha loira e branquinha entrou gritando na sala de jantar e ficou pasma quando me viu
–Ally, venha conhecer a Rachel- Finn a chamou e a garotinha se sentou do meu lado
–Olá Ally!- a cumprimentei e um enorme sorriso apareceu no rosto dela. Covinhas. Ela tem covinhas igual ao pai- Como você está?- perguntei com a voz doce
–Bem- ela respondeu- eu adoro as suas performances
–Ah é?- fiz uma pausa e olhei para Finn que sorria de forma ligeira- e de qual você mais gostou?
–Não tenho uma favorita, eu simplesmente amo todas- ela começava a ficar mais a vontade.
–Ally é uma grande fã. Kurt o influenciou muito- Finn comentou comigo
–Rachel querida!- Carole entrou na sala com um sorriso acolhedor e eu comecei a me levantar para abraçá-la- Não precisa se levantar querida- ela veio e me deu um beijo na testa- Bom te ver!

~~*~~

Deus! Como senti saudades da comida de Carole! Há tempos eu não comia tão bem!
–Então Rachel, como é estar na Broadway, ser conhecida e ter milhares de fãs por causa da série de TV?- Perguntou Blane (eu nem tinha notado a presença dele) Ah é... Eu tenho uma série na TV sobre um coral de colegial.
–É incrível, tipo: tudo o que eu sonhei pra minha vida. Nunca pensei que todos os meus sonhos se tornariam realidade- respondi
–Todos se tornaram realidade?- questionou Finn
–Pelo menos os sonhos da minha vida profissional- expliquei
O clima ficou meio tenso depois que eu disse isso, acho que não era novidade pra ninguém que eu tive uma queda por Finn no colegial, mas eu queria acreditar que ninguém sabia que aquela paixão adolescente continuava dentro de mim. Fraca, porém ainda presente.
–Eu vou arrumar a cozinha- Carole se levantou e fez sinal para que Kurt a acompanhasse
–Você quer ver o meu quarto?- convidou Ally
–Claro!- eu me levantei e ela me ofereceu a pequena mãozinha com as unhas pintadas de rosa. Ela me guiou escada acima e passamos por um longo corredor até chegarmos em um ambiente rosa com branco onde uma cama redonda e cortinas cor de rosa pendiam do teto. Tinha várias bonecas nas prateleiras brancas e uma varanda que dava para os fundos da casa.
–Seu quarto é lindo Ally!- falei sorrindo
–Obrigada!-ela disse tímida- Quero te mostrar uma coisa-ela pegou uma caixa (também rosa) e me entregou, lá dentro havia fotos dos meus tempos de escola. Fotos minhas e do Finn. Também havia fotos da minha era “pós-Broadway” .
–Quando eu virei sua fã papai me disse que te conheceu na escola e que você era a melhor amiga dele e eu não acreditei. Então pra provar ele me entregou essas fotos.
–São lindas Ally! Fico feliz que você admire o meu trabalho. Quer ir comigo a um ensaio qualquer dia desses?
Ela sorriu e ia responder quando Finn colocou a cabeça pra dentro do quarto.
–Ally, posso roubar a Rach de você um segundo?
–O nome dela é Rachel papai!- ela parecia brava
–Pra mim é Rach querida, Rach, vamos dar uma volta- ele convidou
–Foi bom te conhecer Ally- eu me agachei e a abracei

~~*~~

–Desculpe se ela te deixou meio assustada, é que... ela é um pouco carente de amor feminino entende?
–Ela não me assustou Finn, adorei o jeito meigo dela... Me lembra alguém- olhei pra ele.
Nós estávamos caminhando pela rua da casa dele. Se continuássemos andando logo chegaríamos ao meu prédio.
–Você está mudada- ele disse baixinho
–As pessoas costumam mudar em doze anos Finn- dei um sorriso tímido
–É ótimo ver você. Senti muito a sua falta. Tentei te ligar mas você tinha mudado de celular e o Kurt nunca falou que ainda tinha notícias suas.
–Eu queria deixar o resto da minha vida pra trás e começar de novo aqui em Nova York.
Algo no semblante dele mudou. O sorriso lindo que eu amava desapareceu e ele parou.
–Falando assim parece até que o resto da sua vida foi ruim- ele me olhou e balançou a cabeça
–Uma boa parte dela foi... Até eu conhecer você.
Não sei o que aconteceu, quando percebi eu e ele já estávamos abraçados e só ali percebi o tamanho da saudade que senti. Saudade do meu melhor amigo e não do amor que nunca foi correspondido.
–Senti sua falta!- sussurrei
–Também senti a sua- ele me soltou e olhou nos meus olhos- teve tantos momentos em que eu queria falar com você, te contar como eu me sentia e ouvir a sua voz dizendo que ficaria tudo bem. Por que a gente se afastou tanto Rachel?
–Não sei Finn. Isso é o que a vida faz com os amigos, ela os separa pra depois os unir novamente.
–Gostei dessa frase-ele disse
–Também! Acabei de inventar. Assim, eu acho que eu inventei porque eu posso ter lido ela em algum livro ou sei lá o que!
–Agora que já confessamos a saudade que sentimos, podemos falar de um assunto delicado?-perguntou ele
–Claro! Do que você quer falar?- respondi animada
–Da carta que você deixou pra mim antes de vir para Nova York.