Segredos De Um Submundo: A Escolhida escrita por Samy Armstrong


Capítulo 4
Capitulo IV


Notas iniciais do capítulo

Holáaa Muchachos kkkkk ~Modo Espanhol Off~ Eu estou aqui novamente :) Para a alegria de todos com um capitulo novo depois de mais de uma semana. Beijinhos e nós vemos la em baixo. Boa leitura pessoal.



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–Ainda não foi anunciado, mas, a Sasha soube através da Senhorita Eleonor – a fofa professora que lecionava literatura e português para nós e que colocou o James no meu grupo – Que vai haver um baile para os alunos no final de semana. Você gostaria de ser meu par? Assim só como amigos? – eu soltei as palavras e ele congelou de novo.

O garfo carregado de frango e pepino parou no meio do trajeto. Ele encarava o copo de suco. E ficou assim por alguns segundos.

–Eu acho melhor mantermos a relação de antes, sem sentimentos – ele levou o garfo á boca, mastigou e engoliu – O que aconteceu ontem – ele disse espetando algumas rodelas de pepino – Foi um grande deslize da minha parte. É melhor assim, Sanches.

E ele voltou ao normal. O jeito cético e inabalável. Ele tinha sido afetado pelo avanço desenfreado dos sentimentos, mas sua raiva diante daquele descontrole e do deslize foi tanta que ele tomou as rédeas na marra. E a forma que ele encontrou para fazer isso, foi voltando ao seu habitual jeito de muro de pedra. Frio, duro e inatingível. Entretanto, debaixo de todas aquelas camas de repressão e frieza, havia uma parte dele que se debatia para ser notada. E conseguir expressar sua vontade de aceitar o convite, de ter a oportunidade de passar a noite comigo. De me beijar, dançar juntinho, ou ate simplesmente curtir a minha presença. Por mais que ele deseja-se aceitar, a preocupação de voltar a cometer deslizes e se deixar perder o controle novamente era maior. Então ele havia tirado sua mascara de muro do armário, e colado á com super cola.

Eu o encarei atônita. Eu não acreditava nas palavras que haviam saído de sua boca. De certa forma, eu me senti ofendida. Levantei da mesa, deixei que a raiva dominasse o meu rosto e sai. Se era assim que ele queria ser tratado, era assim que eu lhe trataria.

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Na manha seguinte, eu acordei bem, comparado ao jeito que eu me deitei. Optei por dormir em casa, para evitar me deparar com o James e sua mascara de frieza. O mau humor foi meu companheiro o resto do dia, ate a hora que me deitei. Despertei bem, totalmente calma e livre das emoções do dia seguinte. Arrumei-me e andei ate a escola. A manha seguiu calma, exceto pelo fato de que eu tivera que encarar o James e sua mascara algumas vezes. Natasha continuava a dizer que toda aquela briga era amor mal resolvido. A cada comentário dela,eu a fuzilava com os olhos como resposta. Finalmente depois de algumas horas tediosas de estudo, eu poderia ir embora para casa e relaxar. Esquecer de tudo aquilo.

–Você vai continuar com essa cara azeda o resto do dia? – Sasha disse encostando-se nos armários.

–Se você continuar com o seus adoráveis comentários – eu abri a portinha do armário e guardei alguns livros – Eu vou continuar assim.

–O.K. Kim, eu parei ta? – ela virou-se para mim – Vamos, tire essa expressão de quem chupou limão do rosto – ela sorriu e pegou os cantos da minha boca e puxou para formar um sorriso – Viu? Bem melhor – soltou assim que eu tirei suas mãos – Vamos, sorria – ela fez uma careta estranha, que me arrancou uma gargalhada.

–Para, sua besta – eu ri – Que poder é esse que você tem sobre mim, de me fazer rir?

–Não sei você que é idiota e ri das minhas caretas – ela repetiu à careta.

Eu ri novamente. E fechei a portinha do armário.

–Esta bem garota – eu me contive para parar de rir – Eu já estou alegre. Pode parar de palhaçadas.

–O que? – ela fez outra careta me arrancando uma gargalhada – Eu não estou fazendo nada – ela se virou e andou ate seu armário alguns metros dali. Eu a segui.

Ela abriu a portinha e largou a mochila dentro e fechou. E virou-se para mim

–Kim – ela piscou o olho esquerdo varias vezes – Tem algo no meu olho, coça para mim.

Eu levei o dedo ate seu olho e cocei levemente por alguns segundos.

–Passou? – eu perguntei.

–Sim, muito obrigada – ela sorriu e levantou o polegar com a mão fechada –Nível de amizade:‘amiga, coça meu olho’? – ela riu me fazendo rir junto.

–Ai Natasha, sua boba – eu ri batendo o caderno no ombro dela.

–Eu não, eu sou super normal – riu – Á proposito eu tenho que te contar uma coisa. Adivinha quem será meu par no baile? – ela sorriu abobalhada e balançou as mãos no ar.

–Não sei? – eu recostei lateralmente nos armários – Aquele cara esquisitão nerd do fundo da sala? – olhei com desdém brincando.

–Ai sua cobra – ela me deu um micro empurrão no peito que me fez rir – Vai soltar o seu veneno para lá.

–Esta bem, vou guardar o meu veneno. Quem é o sortudo?

–Então, lembra quando as suas asas nasceram – ela dizia meio como se tivesse medo da minha reação – Que você saiu da sala e me deixou sozinha com o Brendan? – Sasha fechou um dos olhos, como se esperasse uma reação violenta.

–Sua vadia, você beijou ele – eu dei um tapinha no braço dela – E aproveitou e convidou ele? Muito esperta.

–A gente só deu uns amassos – ela sorriu de canto – Além do que, você conhece o Brendan melhor que eu, e sabe que eu não vou deixar qualquer babaca tirar meu precioso hímen – ela soltou uma gargalhada pequena.

–Bom mesmo, por que se isso acontecer, eu mato os dois – eu cruzei os braços meio desagradada– O Brendan é do tipo tarado que quer pegar todas, ele não é bom pra você. Seu projeto de vadia – eu ri diante da cara de falsa ofensa dela.

–Eu não sou isso o.k.? – ela me fuzilou brincando – Você me conhece, quantos cara eu beijei até hoje?

–Poucos, dá para contar em uma mão.

–Então não tem com o que se preocupar – ela sorriu com a vitória.

Alguém se aproximou de nós. Um garoto alto, com curtos cabelos loiro claro, e um par de atraentes olhos cor de ouro, tão chamativos quantos os músculos que tentavam se esconder por debaixo de suas vestes. Max, a minha paixonite secreta á dois anos. Ele parou diante de mim e Sasha e disse com seu tom charmoso e rouco:

–Kimberly Sanches, não? – ele pegou minha mão e beijou o dorso.

Eu assenti, olhando pasma para aquela personificação de deus grego.

–E Natasha Siders? – ele virou-se para a Sasha e repetiu o cumprimento.

Ela não se mostrou muito impressionada, apenas disse que sim educadamente.

–Não sei como não pude notar tamanhas belezas como estas, em três anos letivos – ele disse.

–Acho que foi por que você estava olhando para a Sidney– Natasha riu com seu comentário.

Eu me controlei para que ele não percebesse minha risada, mais não me sai muito bem.

–Certamente – ele respondeu –Mas, eu e Sidney não estamos mais juntos.

–Isso é ótimo para você – Sasha disse – Se livrou daquela coisa. Mas, daqui a pouco ela vem encher o nosso saco porque estamos falando com você.

–Esse é um dos motivos pelo que eu terminei com ela – ele tirou os olhos da Natasha e me viu parada observando ele minuciosamente, mas não deu importância e voltou á Natasha –Ela é muito ciumenta, possessiva e controladora.

–Finalmente você percebeu isso – Sasha assentiu como se aquilo fosse uma novidade.

–Enfim – ele voltou-se para mim – Eu gostaria que você senhorita Kimberly, me desse o prazer da sua presença como meu par no baile– ele estendeu sua mão grande e máscula.

Eu levei alguns segundos para processar a informação e pegar-lhe a mão. Ele sorriu galanteador, pegou minha mão e beijou novamente.

–Excelente – ele manteve o sorriso – Pegarei a senhorita as oito – ele aplicou um beijo sobre minha bochecha – Será um prazer – ele voltou-se á Sasha – Senhorita Siders – e despediu-se dela.

Eu fiquei paralisada alguns segundos enquanto Sasha me lançou um olhar incrédulo.

–Ai meu deus, o que foi isso? – eu disse alegre – Isso foi real? Que coisa mais maluca.

–Sim, isso foi real – Natasha sorriu – E depois da sua natureza magica e de Krador, nada chega a ser mais maluco.

–Eu ainda não consigo acreditar.

–Muito menos eu – Sidney disse as minhas costas.

Eu me virei e lá estava ela parada, me encarando, como se eu fosse à culpada de todo os seus problemas. Seus orbes verdes estavam cravados em mim, como se pudesse me vaporizar com isso. E os cabelos loiros médio, desalinhados.

–Ai, lá vem mais surtos sem motivo – eu apoiei o polegar ao lado do queixo e o indicador no lado da testa – O que foi desta vez?

–Você sabe muito bem o que houve sua piranha – Sidney disparava as palavras, raivosa – O James te chutou e você resolveu correr atrás do meu Max, e fazer eleterminar comigo para que pegasse ele para você – ela gritou – Eu sei que você sempre quis roubar ele de mim. Já não estava satisfeita por ter roubado o James? – ele me olhou raivosa – Ah é, ele te chutou, eu tinha me esquecido. Por que você é uma vaca de ultimo grau – ela gritou e acertou um tapa na minha bochecha.

A raiva explodiu dentro de mim. Meu sangue ferveu quem aquela garota pensava que era para falar de mim desta maneira e dizer tais coisa do James e ainda me dar um tapa. Eu acertei outro tapa em resposta. Ela deu um passo para trás com a força. Eu fui para cima dela e a joguei no chão me sentando sobre sua barriga e acertando uma serie de tapas em seu rosto e puxando seus cabelos loiros oxigenados ate que alguns fios ficassem em minhas mãos.

–A vaca de ultimo nível aqui é você – eu gritava e estapeava o rosto de Sidney que se debatia abaixo de mim e revidava os golpes – Eu não tenho culpa que você parece um alce atropelado e é insuportável á ponto de nenhum garoto te suportar – eu gritava em meio aquela guerra de estapeamento e puxões de cabelo – Lave essa sua boca suja antes de falar do James por que ele não é pro seu bico, sua piranha, com cara de alce. Ele não me chutou, foi você quem foi chutada pelo Max, que veio falar comigo e não eu que fui falar com ele.

Sasha observava a briga com os olhos arregalados e a mão sobre a boca. Ela me arrancou de cima da Sidney enquanto um dos faxineiros levantava a Sidney e segurava ela.

–Eu vou quebrar essa sua cara de alce– eu gritei.

–Eu vou te matar sua piranha – Sidney gritava e se debatia tentando se soltar.

–Já chega – alguém gritou em nossa direção – As duas para minha sala, AGORA– a diretora, senhorita Ferla deu as costas e andou ate sua sala.

Eu e Sidney fomos levadas ate a sala e nos sentamos nas cadeiras á frente da mesa da sala da diretora. Ela nós deu um sermão de quarenta minutos, onde nos gritamos uma com a outra defendendo nossa opinião. Por fim pegamos suspensão de dois dias. Mais poderíamos ir ao baile no sábado. Quando eu sai da sala com a Sasha, um rosto muito familiar me encarava, me reprendendo. James estava sentado em um banco, aguardando que eu saísse. Natasha notou que o clima pesaria ali, devido à presença dele e se despediu indo embora.

–Kimberly – ele disse quando eu passei por ele furiosa.

–Some da minha vida – eu gritei ainda andando.

–Volte aqui – ele disse, eu não obedeci – Kimberly – ele gritou e segurou meu antebraço.

Eu não me virei, mantive-me de costas. Parei de andar devido à força com que ele segurava meu braço.

–Por que brigou com ela? – ele perguntou.

–Ela que veio para cima de mim.

Ele me olhou irônico. Eu olhei-o por cima do ombro.

–Eu sei que foi você que jogou ela no chão.

–Foi ela que me deu um tapa primeiro e... E. – eu hesitei em falar que ela tinha mencionado ele – Falou de você, que eu era uma vaca de ultimo nível e que – suspirei pesadamente–Você tinha me chutado – eu abaixei a cabeça. Eu me odiei por ter dito aquilo. Por demonstrar ou dar minimamente á entender que me importava com os possíveis sentimentos dele por mim. Por ele ter me rejeitado quanto ao baile. Meu olhos se tornaram vermelhos e eu segurei as lagrimas – Me deixa em paz ta? Eu não estou bem. Não quero ouvir que você só me atura por obrigação de ter de me treinar. Aposto que não ficaria perto de mim se não fosse obrigado. Por que tem medo de ter sentimentos por mim – eu soltei meu braço – Hoje, não é um bom dia para você esclarecer isso – eu dei alguns passos enquanto uma lagrima se desprendeu.

Ele andou ate mim e parou á minha frente. Eu abaixei a cabeça, era vergonhoso chorar por alguém que sufocava qualquer vestígio de sentimento por você.

–Eu queria me desculpar pelo jeito grosseiro como eu falei com você ontem – ele disse de forma serena – Eu não tenho o direito de ser tão rude com você.

Algumas lagrimas tocaram o chão. Ele em um inesperado gesto me aconchegou em seu peito. Eu enganchei meu rosto na curva de seu pescoço. E me permiti aquele momento de conforto. Eu desliguei minha mente, não existia mais a mascara fria dele, nem Sidney, nem baile, nem nada. Apenas os braços grossos de James em torno do meu corpo e o aconchegante calor dele. E o aroma delicioso do perfume masculino que ele exalava. Eu me acalmei diante daquele gesto, uma pequena demonstração de afeto que vindo dele era maior que uma grande declaração de amor em publico. Então ele se manifestou-se e sussurrou carinhosamente.

–Sabe, eu adoraria ter você como minha acompanhante neste tal baile que você quer ir.

Aquilo fez meu peito doer. Droga, eu já tinha aceitado o convite do Max, não poderia declinar. Sabe deus quando eu teria outra chance. Então eu murmurei:

–Perdão James, mas outro já me convidou e eu aceitei.

Eu não pude ver a expressão dele. Mas ele apenas esboçou um pequeno desagrado e suspirou tristemente.

–Tudo bem – ele sussurrou – Eu lhe acompanho na próxima.

Então eu me soltei e segui o caminho de casa. Deixando para trás, um James parcialmente abalado.

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Natasha desceu os degraus da escada da minha casa que davam para a cozinha. Sasha podia entrar em casa quando, quisesse minha mãe amava ela de paixão. Tratava como se fosse uma filha. Ela andou ate o armário, pegou um copo e se serviu de um pouco da água que estava na geladeira. Virou-se na direção da janela, de costas para a geladeira e bebeu. Ela franziu o cenho ao ver que tinha alguém lá fora. Depositou o copo sobre a mesa e andou ate a porta. Como tinha uma parte de vidro poderia ver-se o que havia lá fora. A imagem que ela notou, chocou-lhe, ela abriu a boca e arregalou os olhos. Era Max, e ele pousava sobre o gramado, com assas iguais as minhas. Debaixo de seu longo, sobretudopreto, preso ao cinto havia uma adaga. Ele caminhou ate a porta e notou a jovem morena estatelada, com uma expressão assustada. Ele acenou simpaticamente para ela e tocou a campainha. Sasha abriu a porta, com cara de quem tinha visto um fantasma. Esperou ele entrar e correu para cima para me chamar. Ela trombou comigo descendo as escadas, em meio a sua afobação.

–Kim – ela sussurrou quase grudada em mim – Eu tenho que te contar uma coisa urgentemente.

–Então conta rápido que o Max esta me esperando – eu disse andando ate a cozinha.

–É que – ela me seguia – Ele não pode ouvir – ela adentrou a cozinha atrás de mim.

Eu andei ate o Max e lhe abracei como cumprimento. Ele me observou dos pés á cabeça.

–Você esta deslumbrante, Kimberly – ele disse.

Eu não achava realmente que um vestido preto era muito deslumbrante. Era constituído por um corpete preto com vários detalhes brilhantes em prata e a saia estufada de tule preto e scarpins pretos de bico redondo e salto fino. A Sasha estava mais bonita, na minha opinião, ela usava um vestido roxo bem escuro com detalhes em tule preto por cima, justo no corpo, com sapatos pretos parecidos com os meus. E Max, em um terno preto comum. Eu imaginei James naquele terno, ele ficaria extremamente elegante e sexy. Suspirei pesadamente, ao imaginar como seria incrível se ele fosse meu par. Mas não queria desapontar Max, ele tinha me escolhido, não queria ser mal educada.

–Obrigada – eu sorri – Vamos? – eu me voltei para a Sasha – Depois você me conta aquilo que tinha pra contar esta bem?

Ela assentiu parada á porta. Eu e Max saímos á caminho do baile. Eu não notei, mas ele lançou um sorrisinho diabólico para Natasha. Assim que saímos, ela tirou o celular de dentro da pequena Clutch preta com spikes sobre a mesa. Discou o numero do Brendan e esperou que ele atende-se á chamada.

–Oi, gatinha – ele disse com tom sacana.

–Onde você esta? – ela disse rapidamente.

–Estou chegando. Algum problema?

–Sim, Brendan – ela passou a mão pela testa – E dos grandes. A Kim esta em perigo.

–Fique calma, já estou chegando, eu vou avisar o James.

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Max enlaçou minha cintura com seus braços. Era notável a semelhança física entre ele e James e Brendan. Max era intrigantemente mais desenvolvido fisicamente do que os outros garotos da escola, ele era mais forte, mais musculoso e muito mais bonito. Qualidades típicas, de um ser mágico pertencente á Krador. Mas eu nem se quer notei a gritante dica de que Max não era bem quem eu achava... Mas eu não fazia idéia disso. Eu apoiei meu queixo ao lado do pescoço dele e senti seu perfume. Um cheiro diferente, amadeirado e suave. Minha mente meio que tomou um susto quando eu senti um perfume masculino diferente. Já estava acostumada com a suave fragrância do Brendan que mal era sentida perto do perfume intenso e predominante do James. Uma agradável mistura cítrica com um toque doce harmonizando tudo. Um odor extremamente masculino, que eu já conhecia e amava tanto. Era estranho sentir o perfume do Max, era tão diferente, mas muito bom. Eu nos meus devaneios sobre perfumes, não notei a cara de ira de Sidney ao longe, metida em um longo vestido coral. Eu despertei-me ao ouvir o som sereno da voz de Max.

–Esta gostando, senhorita? – ele disse ao meu ouvido.

Eu me afastei alguns centímetros daquele abraço, ainda mantendo proximidade. Estávamos dançando lento há quase meia hora. Eu olhei em seus olhos dourados e não senti nada da minha parte quando da dele. Muito diferente dos sentimentos que eu via naqueles lindos olhos violetas que faziam meu coração disparar. Até nos olhos do Brendan, tinham mais coisas. Malicia e desejo é claro, mas não eram frios como os de Max. Eu assenti em resposta á pergunta, e procurei naquele deus grego algum traço familiar. Algum traço McRich. Nada. Nada de familiar. Apenas frieza, como quando eu conheci o motivo da minha atual distração. Max sorria galanteador, como se tenta-se fazer aquela experiência ser incrível, mas o fato de ser ele ali impossibilitava de ser incrível. Eu suspirei e voltei meu queixo ao local de antes, abraçando-o. Tentando sentir algum calor. Senti, bastante ate. Mas não era o calor de quem eu queria. Eu fechei os olhos e tentei fingir que era o James, por alguns segundos funcionou mais meu olfato denunciou a farsa, não era seu cheiro. Não tinha como fazer ser ele. Eu levantei a cabeça para olhar-lo e minha vista me pregou uma peça. Eu vi aqueles olhos violetas me encarando sorridentes, os fios pretos desalinhados e o topete empinado. Os lábios corados e tentadores. Mas em alguns segundos tudo sumiu, e voltou a ser quem realmente era. Eu forcei um sorriso simpático em resposta ao dele. E disse:

–Eu preciso ir ao banheiro – eu tentei ser aparentemente carinhosa como ele estava sendo – Eu não demoro.

–Sem problemas senhorita – ele abriu mais o sorriso – Eu lhe aguardo á porta.

Soltei-me e andei ate o banheiro, me enfiando no meio daquela multidão de adolescentes. Max me seguia, mas parou e se recostou á porta do banheiro assim que eu entrei. Parei diante da pia e me olhei no espelho, eu estava realmente muito bonita. Meu cabelo caia pelas costas em grandes cachos vermelhos. Meu rosto estava todo maquiado, com uma maquiagem escura e lábios apagados. Mas, a expressão em minha face não era bonita. Eu fingia sorrir e se divertir. O que estava havendo comigo, eu sempre sonhei em ir ao baile com Max, e agora que isso era realidade eu não estava feliz. E era por que James, o motivo da minha infelicidade, tinha me enfeitiçado e feito gostar dele com aqueles olhos tão sensuais e penetrantes. Que me tiravam o ar, e me faziam corar toda vez que me olhava. Aqueles lábios tão atraentes, que eu desejava tanto tocar, sentir-lo contra os meus. Eu me curvei e levei as mãos á cabeça.

–Mas que droga – eu grunhi.

Me lembrei de uma coisa muito bacana que o Brendan tinha me ensinado sobre os espelhos. Se você disse o nome de uma pessoa enquanto olhava para o espelho, aquela pessoa no atual momento apareceria. Eu ergui a cabeça e fitei o espelho.

–James Travis McRich – e a imagem dele apareceu.

Ele estava deitado sobre o gramado do castelo, jogando uma bola branca para cima. Parecia tão tranqüilo e feliz. Eu suspirei pesadamente, eu estava naquele estado e ele estava feliz. Ate que ele disse:

–Acho que a Kimberly deve estar se divertindo no tal baile com aquele babaca do Max – ele suspirou – Ai se arrependimento matasse, eu devia ter aceitado.

Eu ouvi vozes, indicando que alguém entraria no banheiro. Toquei o espelho e a imagem sumiu. Eu quis ir embora dali, ir para Krador e dizer para ele que eu não estava me divertindo nem um pouco. Talvez Max entendesse se eu me sentisse mal. Eu sai do sanitário, depois de duas garotas de vestidos verdes parecidos passarem por mim tagarelando algo sobre algum garoto. Max me olhou e sorriu, e andou ate mim.

–Eu estou me sentindo mal – disse próximo de seu ouvido – Podemos ir embora?

–Vamos lá fora, talvez tomar um pouco de ar fresco lhe faça bem senhorita – ele tomou minha mão e me puxou calmamente porta á fora.

O pátio estava todo decorado para o evento, haviam muitas luzes e vasos de flores muito elegantes por toda a parte. Max me abraçou, para que eu me apóia-se sobre ele.

–O que esta sentindo senhorita Kimberly? – ele disse carinhoso.

Tristeza. Arrependimento. Um pouco de raiva. Saudade. Tédio. Entre outras coisas.

–Estou com um pouco de tontura.

–Pode se apoiar em mim para não cair – ele sorriu – Eu sou forte, eu lhe seguro senhorita.

–Obrigada – por estar me prendendo onde eu não quero ficar.

Eu olhei involuntariamente para o céu e vi algo se movendo em nossa direção. Estava se aproximando rápido e mais.

–Max o que é aquilo? – eu disse e apontei.

Ele se virou e viu um enorme pássaro negro e sinistro. Ele se jogou no chão, me levando junto. E rolou para o lado. Eu tentei me arrastar de costas para dentro. Max estava paralisado de medo diante da ameaça – ou fingia estar. Aquilo era uma forma de me capturar – Eu me levantei e tentei correr para dentro. A criatura vinha em minha direção ate que senti algo me segurar e gritei caindo ao chão. Um rugido alto ecoou. Eu virei a cabeça e olhei sobre o ombro um tigre á rugir e afugentar a sinistra criatura. E nem precisei olhar o que estava me segurando, eu conheceria de longe aquele cheiro. Eu sorri de alegria, ele finalmente estava ali.

–Você esta bem? – James disse.

–Sim – eu sorria – Estou feliz por estar aqui – virei-me, me deitando de barriga para cima e observei o olhar dele sobre mim. Aqueles olhos que eu tanto adorava. O calor dele sobre mim. Eu sorri, ate quase rasgar meus lábios.

Natasha gritava para que saíssemos dali. Max estava fingindo estar congelado de medo, mas eu achava que era verdade. E Brendan acabara de levar um golpe da ave que sobrevoava a mim. James rolou para o lado e se levantou. Eu me levantei e tentei correr. A criatura abriu as garras para me pegar quando eu cai ao chão. James pulou sobre mim, fazendo com que ele fosse capturado ao em vez de mim. A ave fugiu levando-o.

–James – eu gritei.

Eu levantei-me e Sasha andou ate o Brendan verificando se ele estava gravemente ferido. Max andou ate mim.

–Senhorita Kimberly vamos embora – ele pegou minha mão – Eu a levarei para casa em segurança.

–Não – Natasha gritou andando ate mim – Eu levo ela, não se preocupe – ele tomou a mão que ele segurava – Pode ir Max, eu cuido dela – ela fuzilou-o com o olhar.

Ele se retirou contrariado.

–O que foi que você fez Sasha? – eu gritei – Por que enxotou ele desse jeito.

–Ele é perigoso – ela disse calma.

–Mas que droga – gritei. Mas logo me arrependi, não era eu que queria me livrar dele. E agora estava brigando com ela por isso. Sorri e abracei-a – Me desculpe Sasha, eu queria mesmo me ver livre dele.

–É para isso que servem os amigos – ela disse retribuindo o abraço.

–Eu – Brendan ofegava segurando o ferimento no braço esquerdo –Odeio estragar o momento amoroso de vocês mais, o que vamos fazer para salvar o James?

–Tem alguma idéia? – Natasha soltou-se e olhou para ele.

–Não – ele balançou a cabeça – Você tem Kimberly?

–Hm, você não disse que eu tinha uma pequena porcentagem de dom maga, por causa do meu avó? – eu olhei-o e ele assentiu – Aposto que consigo fazer algum feitiço para achar o James. E depois nos iremos salvar-lo.

–Como? Não sabemos quem pegou ele? – Sasha disparou as palavras, reprovando a idéia – Vocês vão acabar sendo presos também.

–Quem mais seria alem do tal Lucius – eu pousei as mãos sobre os ombros dela – E alem de que eu vou ter que lutar contra ele mesmo. Isso vai servir como um treino – eu sorri – Nós vamos resgatar o James.

Sasha me encarava com olhar temeroso. Eu olhei para o Brendan e ele sorriu assentindo.


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Notas finais do capítulo

Holá nuevamente kkkkkk ~samy para de falar em espanhol sua loka~ ~Ta, parei~ Então gostaram? O capitulo esta meio grandinho, mas eu espremi o maximo que deu. Entonces ~espanhol denovo~ Ate o proximo capitulo na semana que vem... Mtuuuus bejitos e ate mais o/.
No proximo capitulo:
Conseguiram regatar o James?
James cedera á seus desejos?
Revelaçoes Bombasticas!!!!
E algo será imposto á Kimberly!!!!

Tudo isto e muito mais no proximo capitulo!!!



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