Angels and Devils escrita por FChastel


Capítulo 3
Her name


Notas iniciais do capítulo

Terceiro, aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/525774/chapter/3

ANGELS [AND DEVILS]

HER NAME

Dois dias se passaram desde o capitulo inesperado com “a coisa do vestido branco” na sexta-feira, era manhã de segunda, e como a casa mudara e a rotina não ele estava tomando banho para ir à escola.

Com tudo o que aconteceu na sexta Ichigo acabara esquecendo-se de descobrir o segundo móvel, mas o sábado chegou para mudar aquilo, então ele tirou o lençol de cima, e descobriu um pequeno caderninho de capa branca, com folhas limpas e amareladas em cima de um baú, dentro deste havia apenas um manto preto, este parecia estar rasgado, em um estado ruim, também era visível a cor rubra em seu verso, porém Ichigo preferiu não mexer, só olhar. No domingo sua mãe atendeu a seu pedido e lhe arranjou longas cortinas para o sofázinho, o tampava completamente e fazia com que este parecesse apenas uma janela.

Ele saiu do banho quente já com a calça cinza do uniforme, foi até o armário pegar a camisa branca que a acompanha.

Desceu as escadas com a típica carranca, tomou o café com pressa, o pai sempre atazanando e a mãe sorrindo, começou a pensar que, como nada havia acontecido desde sexta-feira, algo estranho e relacionada a ela, ele precisava de um belo de um exame psicológico. Perdido em seus pensamentos notou que já estava a caminho da escola, continuou tranquilo. Bom, até certo ponto.

Num cruzamento, a poucos quarteirões da escola Ichigo perdeu totalmente a calma, a razão, e pensou também ter perdido a vida. O que pode ver foi uma sombra espessa e então um guincho, agudo e alto, então um ônibus veio em sua direção.

Como se o asfalto segurasse seus pés ele não se moveu, ficou estático ali, e de repente tudo estava em câmera lenta, não adiantou, pois este fechou os olhos esperando o pior, o pior que não veio.

Ela apareceu. Afastou os pés procurando equilíbrio e em slow-motion a cena prosseguiu, com a mão pequena ela fez com que o ônibus desviasse passando a centímetros dele, e dela também. O que os atingiu foi uma longa e violenta rajada de ar, esta que moveu os cabelos e vestido da pequena com tanta brutalidade que ele pensou que ela fosse desmontar, mas não, esta se manteve ali, firme.

Viu os fios negros pararem de se mover ao sabor do vento e sua postura se relaxar, talvez assim ele pudesse se mover de novo. Ela se virou e os olhos mesmo sem mirar os dele, trataram de acalmá-lo e as mãos já tocando a pele fria do susto trataram de ampará-lo.

— Tudo bem? – Ela tocou-lhe o peito, preocupada – Ichigo? Tudo bem? Ichigo?!

Os olhos dele deram de tudo para fitar fundos os dela. Ela o havia salvado? Ela desviou o ônibus com a mão? E ninguém, ninguém mesmo, de todos os que o estavam amparando no momento, o que era basicamente todos os pedestres dali, ninguém podia vê-la?

Ichigo correu o mais longe que pode e esperou que ela aparecesse.

— O que foi?! Está tudo bem? Ichi---

Arfando ele segurou os pulsos dela.

— Como você fez aquilo? – Sua voz mostrava confusão. – Oe! O que você disse é verdadeiro? Quem é você?

— Eu já disse quem sou e isso explica o resto...

— Meu anjo? Soa um tanto surreal.

— Você vai acabar se acostumando. – Ela ouviu o som incômodo do silêncio e se lembrou do que estava fazendo antes. – Você está bem?

— Tô, tô... Só um pouco azarado hoje. – Ele incomodou-se com o fato de ela nunca lhe fitar os olhos. – Como pôde ver. – Pela primeira vez ele estava cooperando com ela, tratando-a de um jeito normal.

— Não é azar Ichigo – Ela disse de um jeito inteligível.

Foi então que Ichigo teve um lampejo.

— Qual é o seu nome? – Ele disse naturalmente.

— Meu nome? – a morena torceu o nariz e olhou de canto. – Oras. Você sabe meu nome, Ichigo.

— Não, não sei.

Ela suspirou.

— Você tem que ir para a escola, mas tente se lembrar daquele dia, no parque perto da sua casa, há uns nove anos atrás. Quando o fizer vai poder me chamar.

Ela virou as costas, e ao sair do campo de visão de Ichigo, sem mais nem menos, ela desapareceu.

Ichigo seguiu até a escola, o caminho todo se perguntou como raios ia se lembrar do que aconteceu quando tinha seis anos. Também se perguntava como tão repentinamente passara a acreditar no que ela disse, pensou tanto que chegou a escola e nem ouviu ninguém lhe chamar, só ouviu seus próprios passos lentos em direção a um quartinho de memórias.

X-------------------------X-----------------------------X--------------------------X-----------------------X

O pequeno garoto de cabelos alaranjados andava emburrado pelo parquinho, não havia outras crianças ali, afinal, ao meio dia todos deveriam estar almoçando com suas famílias, mas o pequenino não. Lembrava-se de ter ficado enfezado com toda a atenção dos pais para as irmãs de dois anos.

Não era bem assim, mas sabe-se lá como funciona a cabeça de um garotinho de seis anos, ainda mais um garotinho como ele. Ele fez de tudo, bateu no escorregador e chutou os balanços na esperança de tirar a raiva de si, continuou a andar bufando e batendo o pé, isso até ouvir um grunhido baixo e gutural, olhou para o cão negro que lhe mostrava os dentes, ele engoliu em seco.

– Calma. Cachorrinho lindo... – Ele sorriu nervoso.

O cão avançou uma vez fazendo o pequeno cair no chão, quando o cão tentou avançar mais uma vez Ichigo cerrou os olhos.

–Para! – Uma voz infantil, porém autoritária, soou.

O pequeno ouviu o cachorro ganir e então abriu os olhos, estes fitaram uma garotinha com uma mão na cabeça do cachorro, que agora parecia até fofo, e a outra mãozinha estendida para ele.

– Tudo bem? – A menininha perguntou sem fita-lo.

– Uhun... – Ele se levantou com a ajuda oferecida e ela sorriu.

A garotinha tinha a pele branca, poucos tons acima da cor do vestido que ela usava, tinha olhos grandes e brilhantes e um montinho de cabelos negros e curtos.

– É melhor você ir para casa! – Ela disse ainda segurando a mão dele. O pequeno assentiu.

– Obrigado. – Ichigo sorriu encantadoramente, ela retribuiu.

O pequeno soltou a mão dela e foi andando, até ser refreado por uma pergunta súbita. Voltou correndo e perguntou:

– Como é o seu nome?

A garota fechou de um jeito fofo os olhinhos após um tempo e respondeu:

– Rukia.

– Eu sou Ichigo! Espero te ver de novo! – O garoto então correu para casa.

X-------------------------X-----------------------------X--------------------------X-----------------------X

—Rukia...? – Ichigo sussurrou a partir de um borrão de memórias pouco claras, porém esclarecedoras.

—Kurosaki! Não está ouvindo?! – Ichigo observou o amigo gritar.

Ishida Uryuu era alto, magro, cabelos negros, olhos azuis escuros, branco, e apesar de ser amigo de Ichigo mantinha com este uma pequena relação de rivalidade.

—Que é isso que você está falando? Rukia? Para de surtar, é intervalo, vamos!

Ichigo levantou e seguiu o amigo, na sua cabeça um nome ressoava:


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, como sempre, senão vou morrer de chorar. Brinks, eu sobrevivo do sangue derramado em Game of Thrones, sou imortal... Até o próximo.