A escolhida escrita por Mia Chan


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Eu queria muito a ajuda de vocês para uma coisa.
Se tiver alguém disposto a betar essa fanfic por favor me avise, to precisando muito de uma ajuda tanto no enredo como para corrigir alguns erros que eu acabo deixando passar.
Enfim, boa leitura.



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— Então, diga. — Exigiu Matheus, ficando impaciente.

Zoe respirou fundo e abaixou a cabeça.

— Eu trabalho aqui há alguns anos. Antes eu só ajudava na organização e nem era tanto serviço; o dono era bem animado e amava o que fazia. Mas o tempo foi passando e aquela alegria deu lugar ao cansaço da velhice... Ele não podia mais cuidar desse lugar então me deixou responsável até conseguir um sucessor.

— Então ele não teve filhos?

— Não. Muitos dos antigos donos não tiveram.

— Então como eram escolhidos os sucessores?

— Eles viam aquele que o parecia mais digno. Não poderia ser qualquer um; tinha que ser alguém que valorizasse essa mansão e conseguisse mantê-la desse jeito...

Zoe repousou a ponta dos dedos sobre os enfeites que cobriam a parede quase que por completo; ela mantinha um sorriso no rosto enquanto olhava com carinho para os enfeites e logo depois passou os seus olhos por todo o cômodo.

— Você acha que vai ser a escolhida? — Matheus perguntou enquanto observava as expressões da garota em sua frente. Não conseguia acreditar em como alguém tão jovem poderia ser tão apegada a algo como aquilo.

Nem como conseguia manter a calma com tanta facilidade.

— Eu não sei, quem sabe... — Zoe disse com um sorriso.

— Como você consegue pensar em algo desse tipo quando podemos ser mortos a qualquer momento? — Falou Matheus de uma forma fria, o que fez Zoe gelar. — Não sente medo de ser...

— Todo ser vivo sente medo. — Zoe disse, o interrompendo. — Mas alguns demonstram menos, já outros não conseguem demonstrar. O que adiantaria me desesperar? Só iria atrapalhar todos vocês.

Nisso Zoe olhou para uma das janelas e apontou para a mesma.

— Temos que correr. — Zoe disse enquanto apontava para a lua cheia que se destacava no céu escuro.

E assim fizeram, correram sem olhar para trás.

— Cuidado! — Alertou Zoe, segurando o braço de Matheus para que parasse. — Nesse corredor tem feras ainda mais fortes do que os que atacaram Rafael!

— E nós temos escolha? — Indagou Matheus, tomando a dianteira.

Mas não se passou muito tempo e a fera sentiu o doce perfume de Zoe e o maravilhoso cheiro de carne, o que fez despertar o seu instinto de caça.

A fera tinha a aparência semelhante à de um urso e mesmo a sua agilidade sendo menor em comparação às outras feras, ele compensava com sua grande força.

— Você quer mesmo morrer antes de encontrar a porta que leva a saída? Eu pensei que você era mais...

Antes de Zoe poder completar a frase, a fera ameaçou avançar contra eles e Matheus empurrou Zoe para trás, olhando para ela e sorrindo.

— Que tal parar de falar besteiras e começar a correr logo? Só um de nós vai conseguir sobreviver, então vê se não morre no caminho.

Zoe deu meia volta e começou a correr, enquanto Matheus ficou parado; sua visão estava focada em algo que estava do outro lado do corredor.

— Só tenho uma chance...

***

Zoe continuava correndo. Mesmo conhecendo aquela mansão tão bem era difícil não se perder naquela escuridão.

— Nesse ritmo eu não vou conseguir chegar. Há quanto tempo eu não me arriscava assim? Eu prefiro nem me lembrar... — Ao ouvir um grito, Zoe parou de correr. — Matheus? Não, mas se não foi ele, então quem... Não, não pode ser!

***

— Sai daqui seu... Seu... — A garota gaguejou no chão e encostada à parede. As lágrimas não paravam de descer; ela conseguia sentir o hálito daquela fera que apenas se divertia com o seu novo brinquedinho. — P-Por favor...

Sophia tremia, seus olhos estavam vidrados na fera em sua frente, ela se culpava por não ter entrado em seu dormitório logo, por ter ficado tanto tempo em uma sala cheia de espelhos feitos de cristais e com lustres com pedras preciosas, coisas que chamavam a atenção dela mais do que tudo. Mas era tarde demais para se lamentar.

Fechar os seus olhos e esperar pela morte era a única coisa que poderia fazer...

Mas a dor não chegava, ela só conseguiu ouvir um grito de dor perto de si e alguma coisa sujar suas roupas.

— Não irei deixar nenhuma dessas coisas repugnantes te machucarem... Princesa...

Zoe conseguiu chegar ao lugar onde tinha ouvido o grito, mas havia chegado tarde demais, pois ele já estava lá.

Um rapaz com pele clara, cabelos pretos e olhos azuis estava agachado ao lado de Sophia, a beijando. Ao lado deles havia uma katana suja com um sangue escuro junto ao cadáver de uma fera, esse mesmo sangue se destacava nas roupas brancas de Sophia.

Assim que terminaram o beijo, Sophia o olhou espantada, tentando formular alguma frase sem gaguejar.

— Quem é... — O rapaz colocou o dedo indicador sobre os lábios de Sophia.

— Sou o seu anjo da guarda, nunca se esqueça disso. — O rapaz se levantou e olhou para Zoe que estava encostada na porta do cômodo com os braços cruzados. — Vejo que temos belas criaturas por aqui.

Ele se aproximou de Zoe e segurou em seu queixo, a fazendo olhar em seus olhos.

— Sempre quis sentir a sua pele macia. Realmente é um privilegio para pessoas como eu... — O rapaz falou baixo para que só ela ouvisse. Zoe segurou com força em sua mão para que a soltasse. — Como queira. — O rapaz se afastou de Zoe. — Meu nome é Kuroi, quando estiverem em apuros na escuridão da noite, já sabem por quem chamar.

Dizendo isso, Kuroi fez aparecer uma nuvem escura em volta de si e desapareceu.

— Você está bem? — Indagou Zoe se aproximando de Sophia e encostando a mão em seu ombro.

— Eu não poderia estar melhor. — Sophia disse, sorrindo.

— Você não parece que está ferida. Levante-se antes que outra fera venha nos atacar.

Zoe olhou para uma das janelas da sala e viu os raios do sol ganharem destaque no céu.

— Não precisa se preocupar, viu? Acabou.

— Ainda não — Zoe disse, correndo o mais rápido que podia até o seu destino. — Não me diga que...

Zoe havia parado em um largo corredor, marcas de sangue desapareciam aos poucos conforme eram tocados pela luz do sol. Uma pessoa caída com um machado sujo de sangue que também desapareceu podiam ser vistos.

— Eu não sou tão fraco quanto pareço, não acha? — Perguntou Matheus. Ele estava muito ferido e não conseguia se levantar, Zoe o ajudou, colocando o braço dele em volta do seu pescoço.

— Aquele machado não ficava preso em um suporte de vidro na parede?

— Estava até eu quebrar o vidro com as minhas mãos.

— E consegue movê-las agora?

— Nem sei como consegui há alguns minutos atrás... — Matheus abaixou a sua cabeça e olhou para as suas mãos, elas estavam cortadas e sangrando muito. — Acho que para sobreviver, eu poderia fazer qualquer coisa.

— Desse jeito, você vai acabar é morrendo. — Zoe sorriu. — Então, vamos logo para a enfermaria.

Mesmo com certa dificuldade, Zoe levou Matheus até o destino e tratou dos seus ferimentos.

— Bem, hora de cuidar da refeição. Vê se não se machuca enquanto eu estiver longe. — Disse Zoe, dando uma leve risada e andando em direção à porta.

— Por acaso está me tratando como uma criança senhorita Zoe? — Perguntou Matheus, deitado na maca.
— Só digo uma coisa, entenda como quiser.

Matheus abriu a boca para questioná-la, mas Zoe foi mais rápida e saiu da enfermaria.

Depois de alguns minutos de total silêncio Ana entrou na enfermaria, abriu o armário de remédios e pegou alguns frascos sem notar a presença de Matheus.

— Arranjando sua própria proteção, não é? Está começando a ficar esperta. — Matheus falou com a intenção de assusta-la.

— E-Ei! — Ana disse, deixando cair um dos frascos no chão. — Ainda bem, os outros estão intactos...

— Você nunca vai deixar de ser medrosa, não é?

— Eu acho que isso de certa forma me protege... — Ana disse com a cabeça baixa.

— Isso é uma pena. — Ana se virou para sair da enfermaria. — Assim você não vai conseguir cumprir a sua promessa.

Ana parou de andar, não se virou para encara-lo um segundo sequer. Ela sabia que as palavras de Matheus mostravam a sua realidade.

— Só mais um pouquinho... Prometo que consigo.

Nisso, Ana saiu da enfermaria. Suas palavras ecoavam cada vez mais em sua mente.

Uma risada baixa e o som de ponteiros de relógio podiam ser ouvidos em algum lugar daquela mansão, um lugar que estava escuro e sem vida...

“Tic Tac, o tempo está acabando...

O relógio marca a hora para a sua dolorosa morte...

Consegue ver a beleza desse momento? Pois o aproveite bem...

Vamos fazer uma viagem no tempo essa noite”.


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