A escolhida escrita por Mia Chan


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal... Me desculpe por ter demorado pra postar, mas esse capítulo tava complicando a minha cabeça( nem queiram saber o porque, vai por mim).
Aproveitem o capitulo, e obrigada a quem comentou no capitulo anterior =^.^=



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— Chegamos tarde demais. — Disse Lucas ao lado de Gabi. Eles estavam parados em frente à enfermaria, evitando entrar por um momento.

Lençóis rasgados e cacos de vidro espalhados pelo chão, junto com um liquido transparente derramado pela prateleira de remédios, que estava aberta, com alguns dos seus frascos caídos. Haviam algumas macas e uma mesa encostada à parede em cima a um duto de ventilação.

Quando viram que não havia nenhuma fera dentro da enfermaria, os dois entraram para vasculhar o lugar mais de perto.

A escuridão tomava conta dos corredores e dos cômodos, nenhuma lâmpada estava acesa, apenas as janelas que destacavam o grande show de luzes da noite que os permitiam ter alguma visão. A enfermaria tinha um cheiro insuportável, mas eles prestaram atenção em outro detalhe. Uma das macas estava mais distante das outras, e embaixo da mesma uma poça de sangue cobria o chão.

Gabi se aproximou daquela maca, algo estava sendo coberto pelos lençóis, algo que estava sujando-os de sangue, algo que possuía uma mão humana que estava descoberta.

— Essa não... — Falou Gabi, puxando o cobertor da maca, e dando alguns passos para trás logo em seguida.

— Achamos um dos corpos. — Disse Lucas, olhando para sua amiga que estava na maca.

Sophia estava com suas roupas rasgadas, seu corpo estava coberto de sangue, que pingava por toda a maca.

— Não tem nada que possamos fazer? — Perguntou Gabi.

— Infelizmente não... O que está fazendo? — Perguntou Lucas vendo Gabi que estava agachada, pegando algo que parecia um saquinho de plástico que estava furado, mas tinha um pouco de sangue dentro dele.

— Nada não. — Gabi deixou o tal saquinho no chão, se levantando. — Mas se Sophia está assim, será que a Aninha também...

— Ei! Vamos tentar pensar um pouco, está bem? Não tem mais nenhum... — Lucas fez uma pausa antes de continuar. — Corpo por aqui, então ela pode ter conseguido escapar!

— Ela é bem esperta, não duvido nada. — Gabi sorriu. — Mas isso significa que temos que acha-la o mais rápido possível. Vamos logo, sua lesma! — Gabi segurou na mão de Lucas e começou a correr para fora da enfermaria.

— Bem... — Disse Lucas, olhando para sua mão entrelaçada com a dela.

— Por favor, será que dá para se concentrar? Ou nem para isso você serve? — Perguntou Gabi com raiva, sem olhar para Lucas.

Eles correram pelos corredores sem encontrar nenhum sinal de Ana. O desespero já tomava conta dos dois, pois enquanto eles corriam podia-se ouvir barulhos que ficavam cada vez mais próximos.

— Se abaixa! — Gritou Lucas. Os dois se abaixaram, e alguma coisa voou um pouco acima deles.

Lucas e Gabi se levantaram rapidamente, se deparando com um monstro com aparência feminina, sua pele era cinzenta, seus cabelos escuros chegavam à altura de suas pernas. Ela possuía asas grandes com o formato das de morcegos e em suas mãos haviam garras afiadas. Seu grito era ensurdecedor e de sua boca saia uma gosma verde, que quando se encostava ao chão adquiria uma cor escura.

O monstro foi na direção deles; Lucas se preparava para correr, mas Gabi estava paralisada, seus olhos brilhavam como que por admiração.

Lucas segurou em sua mão e a puxou junto com ele. O monstro ainda os perseguia, espalhando um rastro pelo chão por causa daquela gosma verde. Então Lucas parou por um instante, pegando um extintor de incêndio que estava na parede e acertando a espuma do extintor no monstro, que caiu de joelhos no chão com as mãos no rosto, provavelmente a espuma havia atingido os seus olhos.

Eles aproveitaram a chance para fugir o mais rápido que podiam, até que os gritos do monstro não podiam ser mais ouvidos.

— Por mais quanto tempo vamos ter que correr? — Perguntou Gabi. Os dois já estavam correndo a algum tempo, e até agora nenhum sinal do monstro que deixaram para trás... Ou da Ana.

— Não podemos parar. Você viu como era aquela coisa? Devem ter milhares de onde aquilo ve... — Antes que Lucas pudesse completar a frase, eles ativaram umas das armadinhas da mansão.

Espinhos com o tamanho de estacas de madeira foram na direção deles, mas mesmo não tendo sido feridos gravemente pelos espinhos, suas roupas ficaram presas na parede, os impedindo de sair.

— E quando eu achava que não poderia ficar pior... — Disse Gabi, olhando para os espinhos presos nas mangas do seu vestido e nas laterais, bem próximos à sua cintura.

— Bem, veja pelo lado bom: foi o tecido da roupa e não a nossa pele — Falou Lucas, rindo.

— Está bem espertinho, e como vamos sair? — Perguntou Gabi, irritada.

Lucas ficou um tempo em silêncio, pensativo.

— Acho que só temos duas alternativas. — Começou Lucas. — Podemos esperar os monstros virem nós matar...

— Próximo. — disse Gabi.

— Podemos tentar desvestir as roupas que ficaram presas. Sabe, acho que dá para fazer... — Lucas olhou para Gabi, e percebeu com o que ela estava vestida, ficando um pouco corado. — Isso... b-bem...

— Se você não disser que tem uma terceira opção... Eu pego aquele extintor e parto a sua cabeça em dois! — Gritou Gabi, irritada.

— E como você vai fazer isso se não pode se mover? — Perguntou Lucas, Gabi apenas virou o rosto. — O outro jeito seria tentar rasgar as roupas...

— Eu prefiro morrer. — Falou Gabi, sem olhar para Lucas.

— É uma pena... Pois eu não quero que você morra. — Disse Lucas em um tom serio.

Lucas começou a impulsionar o seu corpo para frente com força, fazendo a sua camisa se rasgar por completo, o libertando, mas fazendo com que seu abdômen ficasse totalmente a mostra. Depois disso foi até Gabi, e mesmo com os protestos da mesma, ele a puxou, fazendo o seu vestido se rasgar aos poucos, e quando finalmente os espinhos não mais a seguravam, apenas alguns trapos de vestido a cobriam.
Gabi olhava para o que havia sobrado do seu vestido, dando alguns passos para trás, se abraçando e fechando seus olhos com força. Lucas não pensou duas vezes, se aproximou dela e a puxou para perto de si, a abraçando.

— Por que... Você faz isso? — Perguntou Gabi, escondendo seu rosto no peito de Lucas. Estava com vergonha de si mesma, tentaria não olhar mais em que estado estava.

Mas a raiva a consumia, pois quando tomava coragem para se levantar, o seu corpo não obedecia.

— Você já sabe o porquê... — Lucas sussurrou próximo ao ouvido de Gabi. — Eu te a...

— Pare com isso. — Falou Gabi de forma fria, o que assustou Lucas. — Suas palavras não tem sentido.

— Como assim? — Lucas parecia confuso.

— Você não tem motivos para me amar, nem me deu motivos para começar a amar você. — Disse Gabi, finalmente desfazendo o abraço. Dessa vez, estava decidida que iria ignorar a sua vergonha. — Você nem deve saber o que é amar... E quer saber? Nem eu sei. — Ela riu, o olhando nos olhos. — Eu prefiro fingir que aquilo no seu quarto nunca aconteceu, começar tudo d-do... ze... r...

— Gabi? Você está bem? Gabi! — Lucas a chacoalhou, preocupado.

A expressão de Gabi estava vazia, seu olhar vidrado no nada, nenhuma palavra saia de sua boca... E uma gosma verde sujava a sua cabeça.

Lucas olhou para o teto, se assustando ao ver o monstro de mais cedo pendurado de cabeça para baixo, com as asas abertas assim como a sua boca, deixando a gosma que saia cair em Gabi, que não demonstrava nenhuma reação; apenas as lágrimas que escorriam pelo seu rosto deixavam claro que ela ainda estava viva.

— Fica longe dela! — Lucas gritou, mas antes que pudesse se aproximar, uma fera com a aparência de um lobo o atacou por trás, o derrubando e mordendo o seu braço, que começava a sangrar cada vez mais.

Lucas tentava se soltar com todas as forças que tinha, mas a fera era mais forte, e a dor que sentia já estava ficando insuportável.

— O... extintor... — Uma voz quase inaudível vinda de Gabi chamou a atenção de Lucas. Imediatamente ele olhou para a mesma, que chorava cada vez mais, mesmo sem mover nenhuma parte do rosto.

Lucas viu o extintor caído próximo aos espinhos, então tentou esticar o braço livre para alcançá-lo, mas começou a se sentir cada fez mais tonto...

— Idiota... — A criatura falou com uma voz distorcida, ela estava carregando Gabi, a mesma estava pálida, e não demonstrava mais nenhum sinal de vida. — Os espinhos possuem um veneno mortal... Apenas um arranhão pode fazer o veneno se espalhar. — Lucas olhou para o braço que estava livre, e viu um corte pequeno, que estava coberto por uma gosma roxa, que estava começando a se espalhar pela sua corrente sanguínea.

A sua visão estava cada vez mais turva, a dor se misturava com a sensação de cansaço.

E a sua ultima visão foi a do monstro carregando Gabi para cada vez mais longe dele.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, e o que acham que vai acontecer no próximo capitulo :)



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