Saímos do barzinho quase meia-noite, voltamos para o quarto e eu fui tomar outro banho enquanto ele pesquisava mais informações sobre meu pai no notebook.

– Chega disso Caleb. Vamos dormir. - disse sentando ao lado dele.

– Só queria entender o jeito dele, não quero que ele te magoe.

– Relaxa, estou preparada.

Ele sorriu e me beijou. Mas foi só isso. Achei que a gente ia se beijar loucamente, que ele ia me jogar na cama e iríamos fazer amor até de manhã. Mas ele apenas se deitou ao meu lado e apagou o abajur. Como não sou nenhuma santa e estava louca por ele, me aproximei dele e comecei a beijá-lo no pescoço. Logo depois começamos a nos beijar e nos entregamos completamente um ao outro.

No dia seguinte, apesar de estarmos cansados da noite anterior, acordamos cedo e fomos direto para a cidade em que meu pai morava. Era bem mais perto do que a gente esperava e assim que chegamos fomos direto para o prédio onde ele tem um escritório de advocacia.

– Eu marquei para você uma visita com ele. Na verdade invadi o sistema e encachei você na agenda dela.

Após passarmos pela portaria, entramos no escritório e secretária pediu para gente aguardar enquanto ele terminava uma ligação.

– Você quer entrar sozinha?
– Acho que melhor.

Eu estava muito nervosa. Não tinha ideia do que ia falar com ele. Nem tinha certeza se ele era meu pai.

– Senhorita Marin, o doutor Randall já pode atendê-la.

Levantei tremendo, Caleb segurou na minha mão e sussurrou para eu ficar calma. Entrei na sala, fechei a porta e assim que sentei na cadeira a frende dele meu coração parou.

– A senhorita quer saber como exigir um teste de paternidade, certo?

Fiquei com boca aberta. O Caleb não precisava ser mais sútil?

– Senhorita… - ele olhou para mim e depois para um papel em suas mãos - M-marin… Marin?

Ele ficou me encarando por alguns minutos, meus olhos se enxeram de lágrimas.

– Você não está precisando de um advogado, não é?

– N-não.

Ele olhou para a folha de novo. Provavelmente estava tentando lembrar da onde ele conhecia o meu sobrenome. Ainda segurando as lágrimas, peguei três fotos que estavam dentro da minha bolsa e coloquei na mesa. Na primeira foto estava Ashley mais ou menos na época em que eles se conheceram, na segunda tinha ela grávida e na terceira nós duas quando eu tinha 12 anos.

Assim que ele pegou a primeira foto seus olhos se arregalaram. Na segunda ele franziu a testa e quando olhou a terceira suspirou confuso.

– E-eu não quero te atrapalhar, eu só quero…

– Olha… Hanna, não é? Eu realmente conheci sua mãe, a Ashley é uma mulher maravilhosa. Mas eu achei que tinha resolvido isso.

A lágrima que eu estava segurando caiu pelo meu rosto. Aquele homem era realmente horrível. Como minha mãe pode ter amá-lo?

– Está tudo resolvido sim. - disse deixando as outras lágrimas caírem - Ela faleceu a pouco tempo, me deixou milionária e curiosa para saber que era o id…

– Ela morreu? - ele perguntou me cortando.

– Sim. - respondi nervosa.

– De quê?

– Não interessa, ok. Foi uma burrada eu vir aqui. - disse levantado.

– Hanna, desculpa mas é que…

– Que você já tem uma família? Que vou atrapalhar sua candidatura ao governo? Eu sei de tudo isso, mas eu queria que pelo menos uma vez minha mãe estivesse errada. Mas ela não errou em me deixar longe de você.

– Me desculpa. - ele pegou a carteira - Você está precisando de alguma ajuda? Posso te ajudar com o quanto você precisar.

– Eu não quero seu dinheiro! - alterei o tom da voz, mas logo me controlei - Só queria… Sei lá, ter um pai…

Ele ficou calado e entendi que não era bem-vinda na vida perfeita dele. Peguei minhas fotos e sai da sala batendo a porta. Na recepção, Caleb levantou do sofá ao mesmo tempo que a secretária perguntava qual seria a forma de pagamento. Segurei as lágrimas que insistiam em cair, abri minha bolsa, tirei um maço de dólares do fundo falso e joguei em cima da mesa dela. Saí dali com Caleb atrás me perguntando o que tinha acontecido e com a recepcionista me dizendo que ali tinha mais dinheiro do que o necessário.

– Eu vou voltar lá e quebrar a cara daquele idiota! - disse Caleb depois que me acalmei e contei a conversar com o Tom - Me desculpa por fazer você passar por isso.

– A culpa não é sua.

– Claro que é. Fui eu que insisti para vir até aqui.

– Se eu não viesse nunca ia descobrir quão babaca ele é.

Ele me beijou e ficamos sentados em uma praça olhando as pessoas passarem.

– Vem cá, por que você anda com aquele tanto de dinheiro?

– Coisa da minha mãe. Ela sempre me ensinou a fazer um fundo falso na bolsa e colocar uma quantia alta de dinheiro.

– Pra quê?

– Para o caso de um assalto ou sequestro.

Caleb deu uma gaitada tão gostosa que esqueci toda a confusão com o Tom. Decidimos aproveitar o dia e ir embora só na segunda de madrugada. E pra ser sincera, tinha muito tempo que eu não me divertia tanto. Fomos no lago, em um parque e por ultimo em barzinho sensacional. Dormimos em hotel ali perto e tivemos mais uma noite maravilhosa.