Quando nos mudamos de Phoenix a vovó não quis vir com a gente, porque dizia que não conseguiria viver em outra cidade, então durante esses cinco anos ela viveu sozinha, só que agora ela já está mais velha e as doenças estão vindo junto com a idade e ela não tem mais condições de ficar sozinha, por isso a eu, a Prim e a mamãe estamos indo morar com ela, o papai vai ficar por causa do trabalho mais ira nos visitar pelo menos uma vez no mês, eu queria poder ficar com ele, mais ele trabalha muito, sai para trabalhar antes de nós acordarmos e volta só a noite, então viveria praticamente sozinha, não que isso fosse má ideia, mais a mamãe não aceita, então a única alternativa é voltar para aquela cidade.
Ouço uma batida na porta do meu quarto e logo em seguida ela é aberta.

–Posso entrar? - disse minha mãe.

–Pode - falei pegando meu celular e mexendo em qualquer coisa nele.

–Por que essa carinha meu anjo?

–Simples - falei desviando os olhos do celular e olhando para ela - Eu não quero ir.

–Kat você não está com saudade de tudo? do Peeta?

Por que ela tinha que falar dele? Por que botar ele no meio da historia? Ela sabe que eu sinto saudades dele, que esse é meu ponto fraco, que só de falar no nome dele já tenho vontade de chorar, pois me lembro do que eu prometi e não cumpri.

–Mãe por favor - falei já com os olhos lagrimando - Eu não sei como ele vai agir, me deixa ficar com o papai, por favor.

–Katniss, esse assunto não é algo a ser decidido, eu já tomei a decisão e não vou mudar de ideia - falou ríspida.

–Ok, agora se você poder se retirar, ou nem isso eu posso pedir? - falei de modo irônico.

Ela não falou mais nada, simplesmente se levantou e saiu do quarto, me deitei e fiquei vagando em meu pensamentos e me fazendo perguntas do tipo "Será que Peeta vai gostar de me ver?'', "Será que ele me odeia?", "Será que ele ainda mora em Phoenix?", "Será que ele tem uma namorada?" esse pensamento embrulhou meu estomago, por mais que tudo não se passasse de uma paixonite infantil, a ideia de ver Peeta com outra me dava náuseas, fiquei com esses pensamentos até pegar no sono de roupa e tudo.
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Me acordei com a Prim pulando em cima de mim e me chamando.

–Acorda sua chata, a gente vai se atrasar para pegar o avião por culpa sua -dizia eufórica.

–Ai Prim, não se deve acordar uma pessoa assim.

–Deixa de ser preguiçosa, levanta logo dessa cama e vai se arrumar.

Me levantei, e fui sendo empurrada pela minha irmã pestinha até o banheiro, tomei um banho rápido, vesti uma calça jeans, meu All Star e uma blusa preta com detalhes de coruja na frente, peguei minha malas e desci para tomar café.

–Bom dia filha, toma seu café rápido porque senão vocês atrasar, só falta você - falou meu pai.

–Não precisa, a gente já pode ir, eu pego alguma coisa no aeroporto.

–Como preferir.

Meu pai pegou minha malas e levou para o carro enquanto eu me despedia da Portia, nossa empregada, eu sempre fui muito apegada com ela, pois ela trabalha para gente desde que viemos morar aqui.

Fomos para o Aeroporto e nós despedimos do papai, a mamãe parecia que ia ter um piti porque não aceitava que o papai não pudesse ir com a gent
e.
–ULTIMA CHAMADA PARA O VOO 139, DESTINO PHOENIX. - falou a moça no alto-falante.

Essa foi nossa deixa, fomos para o portão de embarque e acenamos para o papai, nós acomodamos no avião, a mamãe e a Prim não calavam a boca um segundo e eu fiquei quieta mexendo no celular, até a aeromoça pedir para desligar os aparelhos.

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Nossa viagem foi bem tranquila, exceto pela minha mãezinha e maninha que não ficam quietas por nada, agora nós estamos na frente da casa da minha vó, esperando ela abrir essa porta, pra que tanta demora?

–Minhas meninas - Disse (gritou) minha vó com um sorriso de orelha a orelha.

–Mãe que saudade - minha mãe foi a primeira a dizer.

Elas se abraçaram e falaram algo que eu não consegui entender, a Prim ficou tão quieta que nem parecia ela, acho que ela estava envergonhada porque a ultima vez que ela viu a vovó ela ainda era pequena.

–Ok, eu também quero um abraço da vovó - falei sorrindo, já falei o quanto eu gosto dela?

Acho que foi preciso eu falar alguma coisa para elas voltarem ao mundo real e se desgrudarem.

–Ó minha querida, como está grande, eu estava morrendo de saudade - disse me abraçando.

–Eu também vovó.

–Prim vem dar me dar um abraço menina.

–Claro vovó - falou Prim indo em direção da vó Megs.

–Gente tá tudo muito lindo, muito legal, mais agora a gente pode entrar? - Falei brincando.

–Há claro, vamos entrar meninas, peguem suas malas.
Peguei minhas coisas o carro e levei para o meu antigo quarto, estava tudo exatamente do jeito que eu deixei, foi quando eu vi que em uma parede tinha um desenho, me lembrava bem dele, o Peeta que desenhou pra mim, num dia que a gente foi no parquinho, me lembrar daquele dia me deu uma vontade muito grande de fazer uma visita para aquele parque, ele é na mesma rua da nossa casa, que também é a mesma rua da casa do Peeta, ou era.

Decidir ir até o parque, troquei de roupa e desci, encontrando minha mãe na sala com a vovó.

–Mãe, eu vou ali no parquinho.

–Ok só não volta tarde.

–Tá bem.

fui em direção do parque e em cinco minutos cheguei no meu destilo, caminhei um pouco, até ver um garoto loiro sentado desenhando, eu conhecia ele, só não me lembrava de onde, fiquei parada olhando ele que não estava muito longe de mim, foi quando seu olhos encontraram os meus, ele fez uma expressão estranha e deixou seu lápis e caderno cair, foi quando olhei melhor ele, eu não conseguia acreditar, eu conheceria aqueles olhos azuis em qualquer lugar.

–Peeta - murmurei.