A Escuridão II. escrita por Novaes


Capítulo 34
They're all dead. Everyone is dead.


Notas iniciais do capítulo

Aqui a outra parte do capítulo, uhu!



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P.O.V Charlotte

Eu fiquei observando ela um pouco então vi que ela jogou um Whisky pela casa, eu sentia pelo cheiro, isso tudo aconteceu enquanto eu estava de cabeça baixa? Nossa.

Ela tinha um fósforo em suas mãos, oh meu Deus! Eu tinha medo do que ela iria fazer, ela nãoe está pensando direito.

– Elena – Me levantei e fui ao seu encontro, seus olhos estavam cheios de lágrimas, o porta retrato do seu lado, o fósforo em suas mãos, sua respiração acelerada demais... Ela estava devastada. – O que está fazendo? – Perguntei.

– Precisamos de alguma história certo? Nos arrumei uma – Ela falou.

– Você não precisa fazer isso, podemos resolver isso depois vamos apenas para...

– Casa? Você não percebeu? Não tem nenhuma casa, ele era meu lar... Sem ele, eu sou apenas o que sempre fui, uma garota desleixada, sozinha, maluca, inútil, eu sou um nada – Ela falou com lágrimas nos olhos mas queria soar convincente e forte, mas eu entendia a dor dela.

– Elena, eu sinto muito, eu não queria que isso acontecesse. Eu sei o que está sentido – Eu falei mas ela me interrompeu.

– Sabe, eu sei que está doendo em você também mas você não entende mesmo não é? – Ela me perguntou, eu fiquei calada. – Isso tudo é culpa sua, não falo só da morte de Jeremy mas digo no geral... Você é a causa da morte da nossa mãe, você é a causa da morte daquela sua melhor amiga, seus exs-namorados, acha que eu não sei disso? Mike? Damon? Hanna? Violet? Tate? Você acha que eu não sei de nada? E agora tem mais um na sua lista, Jeremy, certo? Você está satisfeita? – Ela gritava comigo.

– Isso não é minha culpa – Eu falava até eu querendo acreditar nisso, mas parecia que o mundo estava conspirando contra mim e que eu, até eu, acreditava que eu simplesmente... Era a causa disso tudo.

– Você sabe que é – Ela gritou desnorteada. Tentei controlar minhas lágrimas mas elas insistiam em cair, eu era fraca. – Então, prosseguindo, eu achei essa história – Ela falou convencida do que iria fazer, ela ficou em silencio então achei que deveria perguntar.

– Que história? – Perguntei meia assustada.

– Vamos queimar a casa – Ela falou.

– Elena, não – Eu falei quase gritando, ela não podia fazer aquilo, Jeremy estava ali e... Ela não tinha o direito.

– Não? Charlotte, pense sobre isso – Ela falou acendendo um fósforo. Vi que Damon chegou atrás de mim e de Elena e olhou confuso e atônito. –Cada canto dessa casa está cheio de memórias, algumas boas e outras ruins, memórias de pessoas que eu amo que agora morreram, pessoas que amamos, que perdemos, Charlotte – Ela falou, parecia desnorteada demais para pensar em alguma coisa, ela falava rápido, mexia as mãos, a voz estava rouca, as lágrimas ainda desciam.

– Elena, pense sobre isso... Você está sobre muita pressão e dor, você vai se arrepender, não faça isso – Eu falei implorando para ela.

– Todos eles estão mortos. Todo mundo está morto – Ela gritou desnorteada, quando eu iria pegar o fósforo de sua mão, ela simplesmente jogou no chão o fósforo e o fogo começou a surgir, Elena simplesmente olhou o corpo de Jeremy pela última vez, olhei para ela e vi ela chorando e indo embora, ela tinha a cabeça em pé, ela estava bem. Olhei para perto da lareira a foto deles não estava lá, apenas o porta retrato quebrado, eu corri para tentar salvar Jeremy ou o que sobrou dele.

– Nãaaaaaaaaao, faça isso parar, meu Deus! Nãaaaaao – Eu chorava e Damon me pegou nos braços me segurando para que eu não fosse para perto do fogo, ele me puxou até lá fora, onde eu vi nossa casa sendo destruída pelo fogo aos poucos, logo vi que os quartos lá de cima pegava fogo, costumava ser meu quarto, o de Jeremy e Elena, meu Deus! Coloquei as mãos na boca e tentei respirar, a sensação era péssima, era uma das piores, era como se uma parte de você, estava forçada a deixar ir, mesmo você não querendo. – O quê você fez? – Gritei com Elena que estava andando na estrada, despercebida, e despreocupada.

A casa pegava fogo aos poucos, eu os perdi, agora eu via isso, eu os perdi para sempre e eu nunca iria tê-los de volta, e isso era uma das piores partes. Eu iria atrás de Elena, eu estava a odiando no momento, então Damon me segurou fortemente contra ele, tentei fugir e me soltar dele, mas eu não consegui, mesmo me debatendo, ele me abraçou forte e eu acho que precisava daquilo, abracei ele com toda minha força, afogando minha dor naquele abraço, ele me abraçou tão forte pois ele me entendia, incrivelmente, ele me entendia, ele sabia que estava doendo e o quanto estava ruim as coisas para mim, era indescritível... Eu o abracei e percebi que mesmo eu tentando me segurar, minhas lágrimas caiam na camisa de Damon e de repente, eu vi o que estava fazendo, eu precisava ser mais forte, precisava levantar minha cabeça, eu não sou indefesa, ele iria querer que eu continuasse, mesmo que doesse, eu preciso apenas fingir que eu estou apenas... Bem. Eu depois de um tempo, saí de perto de Damon, as coisas estavam estranhas demais, então eu me sentei no capô do carro dele e ele se encostou ao meu lado, ficamos olhando Elena por um tempo, ela estava andando na estrada de um lado para o outro, com os olhos inchados, junto com o nariz vermelho, eu estava com pena dela, mas ela estava me magoando tanto.

– Ela não vai sair nunca dali? – Perguntei enquanto olhava para a casa que demolia.

– Eu não sei, você acha que devemos ir... Falar com ela? – Perguntou ele receoso.

– Você não quer falar com ela, eu vou – Falei concluindo sua careta.

– Se quiser, eu posso.

– Nah! Eu acho que você não quer isso de qualquer jeito – Eu falei e ele me lançou meu sorriso, então eu respirei firme, limpei meu rosto que ainda estava inchada com lágrimas, então, eu fui até Elena, ela não parava de andar, então eu segurei ela, ela se debateu em meus braços e eu a soltei. – O que há de errado com você? – Perguntei irritada, eu iria explodir ali e falar besteiras, eu precisava me controlar.

– O que há de errado comigo? – Ela gritou. – Eu vou lhe dizer o que há de errado comigo, eu acabei de tocar fogo na casa da minha infância, cheia de memórias e acabei de jogar meu irmão no fogo, meu irmão morto... Então, você não pode chegar e me perguntar o quê há de errado comigo porque tá tudo errado, você não vê isso? – Ela gritou comigo, eu fiquei atônita.

– Eu sei, você não acha que está doendo? Você não acha que não doeu quando você colocou a culpa toda em cima de mim, você acha que é fácil ser eu? Eu estou tentando colocar essa família junta de volta desde que eu era pequena, você acha que é fácil ser um fantasma, morrer da pior forma e sempre estar perdendo as pessoas? Eu presenciei todas essas mortas, menos a de Violet e do Tate, mas acha que eu não sei? Acha que não dói? Eu tenho sentimentos, Elena. Eu sinto e é uma droga, eu odeio me sentir assim porque eu queria estar bem, eu queria estar com o Damon, eu queria estar viva, ou sei lá. Eu queria estar bem de novo, mas eu simplesmente não posso porque a morte me ronda e isso não é bom, eu me sinto uma porcaria e tudo o que eu posso fazer é sentir. Eu não posso mudar o que aconteceu e você não entende a imensidão que eu to sentindo, é um grande vazio e isso é horrível, eu não preciso de ninguém estar me dizendo o que eu fiz ou não fiz – Eu gritei, explodindo com Elena, eu simplesmente não conseguia evitar.

– Eu...

– Não... Apenas esqueça, estamos indo para casa – Falei a interrompendo, não precisava ouvir essas mesmas besteiras de sempre, é sempre assim, eu não queria ouvir de novo pois sei que ela não estava arrependida das coisas que disse antes. Me virei e fui para o carro, me sentei na frente e voltamos nos mesmos lugares mas eu e Damon trocamos, ele voltou dirigindo dessa vez, a viagem foi rápida e calada demais, se Jeremy tivesse lá, eu não parava de pensar nele... Chegamos rapidamente até a Murder House, então, eu fui recepcionada por Violet que me viu naquele estado, eu estava toda bagunçada, minha roupas um pouco queimadas e cheia de coisas, meu rosto inchado pelo choro.

– O quê aconteceu... – Ela falou mas eu a interrompi a abraçando e começando a chorar pois não aguentava e precisava daquilo. – O que aconteceu? – Ela perguntou abraçada, olhou para Elena e para Damon e nada, Damon apenas balançou a cabeça negativamente, acho que Violet entendeu, então me abraçou forte, então Elena subiu para ir se deitar e Tate olhava para Damon, ele aparentava estar triste por Jeremy, mas eu simplesmente não conseguia.


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Notas finais do capítulo

amo vocês, todos vocês



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