A Escuridão II. escrita por Novaes


Capítulo 26
Love is an illusion


Notas iniciais do capítulo

Flashback: Eu renovei isso, para mostrar um pouquinho da vida antiga da Charlotte, antes de toda a história da primeira temporada, momentos que ela passou antes de ver Violet pela primeira vez, então.. Espero que gostem, e é isso aí.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/524990/chapter/26

P.O.V Charlotte

Flasback

"Estávamos eu e Hanna na porta do bar, cada uma tinha um cigarro na boca, era estranho porque aquilo não me afetaria de nenhuma forma, mas afetaria totalmente a ela, e ela sabia que sim. Tentei não ligar para aquilo, afinal, eu nunca ligava para nada, dentre a morte da minha mãe nada parecia certo, e nada parecia realmente verdadeiro, ou seja, ninguém ama ninguém, amor é uma pura ilusão.
– Eu acho que ele me ama! - Exclamou Hanna animada tirando o cigarro da boca, e me olhando com um grande sorriso no rosto.
– Quantas vezes terei de falar para você? O amor é uma ilusão!– Eu exclamei pela milésima vez.
– Está bem, está bem! - Ela se rendeu, e eu suspirei aliviada com tudo aquilo, e coloquei o meu cigarro na boca novamente.- Mas ele é diferente - Ela concluiu, e eu apenas me calei intrigada, o cara faz de tudo para afasta-la e mesmo assim ela gosta dele, talvez isso seja o amor mesmo, mesmo a pessoa te afastando e te jogando fora, e fazendo todas essas coisas ruins ou ao menos que consideramos ruins, a pessoa ainda ainda gosta, a pessoa ainda quer a outra, é um louco amor mesmo.

Não posso falar muitas coisas eu já fui apaixonada, mas eu não era assim, eu era uma apaixonada realista, eu não iria correr atrás se a pessoa não me quisesse mas eu sabia o quanto o amor doía, então eu não deveria falar nada, até porque ela sabe muito bem o quanto ele era um pequeno canalha, mas não falaria nada, ela tem de aprender a viver, assim como eu.
Fazia 1 ano que Hanna fugiu de casa e veio parar nessa estrada comigo e desde então, fazia algumas ligações, ou talvez mandava algum dinheiro para sua família. A família não ligava para ela, e eu a conhecia desde criança então é claro que eu sempre acompanhava ela.
Nesse meio tempo que fiquei perdida em meus pensamentos, Hanna tagarelava sobre as qualidades do seu namorado, ele falou algo nos que até me fez acompanhar a risada de Hanna.

Ele nos convidou e entramos no bar, pedi um duplo Whisky, e logo fui acompanha por Hanna e seu namorado que já estava muito mais que drogado, Hanna sorria automaticamente para cada palavra que ele falava, ela estava muito animada com esse novo namorado, eu não queria estragar nada mas eu sabia que esse relacionamento não iria longe por causa dele.
Depois do nosso terceiro copo Hanna já estava muito mais que alterada, e seu namorado já havia chegado alterado, ou seja, sobraria para mim fazer Deus sabe o que com esse namorado dela, e levar ela para casa e cuidar dela até ela ficar mais sóbria, vi que eles dois se levantaram para dançar, droga, aquilo seria fora uma vergonha, aquilo seria um prejuízo..
Bufei irritada e me levantei da mesa e fui para o banco bem junto do bar, ali eu iria beber para não ficar tão sóbria mas a bebida não tinha nenhum efeito em mim.
Vi que ali naqueles bancos havia muitos homens bebendo, uns eu via pelo rosto que era para esquecer os amores antigos, ou mágoas, outros ali estavam ali para se divertir, mas muitos era para esquecer as mágoas que alguém tinha lhes deixado, Hanna voltou meio irritada com seu namorado que beijou outra garota, mas tinha certeza que não foi tão proposital pois o cara já estava muito drogado, Hanna estava extremamente irritada com ele, mas eu não podia defender nenhum dos dois, pois não sabia da história completa, Hanna pediu e pagou uma garrafa de Whisky e saiu desnorteada pela rua, ela logo foi seguida por mim.
Ela falava coisas desconexas e eu resolvi não prestar atenção, mas ela logo foi correndo para o hotel, e atendeu rapidamente o telefone, eu me perguntava o "por que?" de tudo aquilo, mas acho que ela me falaria a seguir.

Ela mordia os lábios falando ao telefone nervosa, ela falava coisas desconexas como sempre, e eu não sabia para onde ela queria chegar...

– O que? - Ela exclamou nervosa com lágrimas aos olhos. - O que aconteceu? O que.... O que você fez? - Ela gritava ao telefone, provavelmente com alguém da família mas eu entendi que ela queria estar sozinha naquele momento, então eu fui ao meu quarto mas antes peguei escondida sua garrafa de Whisky pois aquilo seria a última coisa que ela precisaria.

Ela gritava no telefone, e eu fui direto para o banheiro tirar um pouco daquele cheiro de bebida de mim, e logo vi que coisas estavam sendo atiradas ao chão, ouvia apenas aos barulhos. Saí rapidamente do banho, e vi que ela estava ao chão, desesperada chorando, lágrimas grossas escorriam pelo seu rosto incontrolavelmente e eu sei que ela queria ser forte mas apenas não conseguia, era mais forte do que ela, eu entendia aquilo, eu era daquela maneira.

Corri para o seu lado, desesperadamente, e acolhi ela em meus braços.

Ela depois de um tempo quebrou meu acolhimento e resolveu ficar sozinha.

– O que aconteceu? - Eu perguntei séria, tudo que eu podia ouvir era seus soluços e então... Silêncio.

– Temos que voltar para o Kansas - Ela respondeu tentando controlar suas lágrimas que escorriam desesperadamente.

– Por quê? - Perguntei.

– Porque... Oras, ela morreu! - Ela gritou com muita dificuldade da pronuncia "morreu.."

– Quem? - Perguntei.

– Minha irmã! Droga, droga! Isso é tudo minha culpa! - Ela gritava chorando, e quebrando algumas coisas de vidro que havia ali perto dela.

– Não! Pare! - Eu insistia tirando as coisas de sua mão, mas ela pegava outra, e então ela me jogou contra a parede, e eu olhei para ela atônita. - O que você fez? - Gritei com ela a empurrando de volta, e ela caiu no chão chorando desesperadamente e gritava que tudo era sua culpa, mas não... Nada era culpa dela, nada era culpa de ninguém realmente.

– Precisamos voltar para o Kansas - Ela falou se levantando e arrumando a mala, rapidamente. Não questionei ou falei nada, me levantei e arrumei uma pequena mochila, ela logo viu que eu estava pronta e saiu para irmos embora, pegamos um táxi e rapidamente fomos ao aeroporto, pegamos o vôo mais próximo que tinha, que era daqui a uma hora.

– Não acredito que estou deixando Vegas - Ela se pronunciou. Fiquei calada. - Essa cidade é o meu sonho, e agora... Eu tenho que voltar! - Ela comentava mas tinha a voz rouca.

– Vai tudo ficar bem! – Lhe assegurei.

– Sei que não vai – Ela comentou fria, resolvi me calar, e fomos para o nosso vôo, o nosso vôo foi calmo e um tanto rápido, depois de umas horas, chegamos em nosso destino.

Fomos direto para a casa de Hanna - e como esperado - fomos recebidas da pior forma possível, todos colocavam a culpa em Hanna, pois sabia que colocar a culpa nas outras pessoas seria algo mais fácil de se fazer. Eu ficava calada, não queria me meter nessas conversas, e Hanna me chamou para ir ao hospital com ela, chegando lá, o médico nos levou diretamente ao necrotério, e podemos ver a situação em que o corpo de sua irmã estava, o rosto intacto mas o seu corpo tinha vários hematomas e não era nada bonito de se ver, a primeira reação de Hanna primeiro, a negação... seguida pela raiva, depois vem a barganha e depressão, essas fases eu conhecia, eu já havia passado por aí, eram todas as fases do luto, o médico cobriu o corpo de sua irmã e ela fechou os olhos, e depois deixou as lágrimas saírem, ela saiu arrasada.

Vi que muitos a culpavam, diziam que tudo era sua culpa, ela não se importava com aqueles comentários, ela se importava com o jeito que ela havia dito "Adeus", ela saiu correndo daquele hospital, sendo logo seguida por mim de novo. Ela se jogou ao primeiro beco de qualquer rua do Kansas, e se pós a chorar, eu apenas olhava a cena atenta, e segurei sua mão. Ela logo abriu os olhos, e tentava controlar as lágrimas que vinham a descer.

Ela respirava fundo mas não conseguia, era muito mais forte que ela, eu conhecia todas aquelas lágrimas.

Eu quero me matar– Ela sussurrou morrendo para falar aquilo.

– Não fale como uma idiota - A adverti.

– Eu não posso - Ela murmurou - É mais forte que eu - Ela falou e eu a olhei assustada.

Ela pegou um estilete e cortou rasgando seus pulsos.

– HANNA! - Gritei desesperada puxando o estilete e jogando ele longe, ela chorava segurando os pulsos, e eu a puxava para ir para o hospital.

ME DEIXE AQUI! Eu quero morrer! Me deixe aqui!– Ela gritava tentando se livrar dos meus braços, o sangue dela escorria para todos os lugares da rua. - Todos estão me deixando só, todos me querem ver morrer, era para eu estar no lugar dela, então por favor, me deixe morrer! – Ela me implorava gritando desesperadamente, e chorava incontrolavelmente assim como o sangue que saia dela..."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A fragilidade do ser humano chega a ser assustadora, né? Eu sei bem como :(
Eu amo vocêss ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Escuridão II." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.