O homem de cabelo branco escrita por Marimisty


Capítulo 4
O Refúgio das Borboletas- Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Achou que eu tinha abandonado a fanfic? achou errado, amante de mushishi!
Bem, já se passaram anos e talvez a maioria dos leitores tenham se esquecido dessa história, talvez minha escrita tenha mudado, ou talvez tantas outras coisas, mas achei importante dar continuidade à essa fic que eu tenho muito carinho e que tem um público pequeno, porém maravilhoso! Fico muito feliz em escrever para os fãs de mushishi, que nos comentários, tanto aqui quanto no spirit, demonstraram ser tão sensíveis e inteligentes.... Obrigada por tudo!!!

Esse capítulo ficou bem grande e a Yuki acabou aparecendo mais que o Ginko, além da introdução para o problema com mushis que será resolvido no próximo capítulo pelo maior mushishi que a gente respeita... Espero que gostem!!



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O lago parecia brilhar menos, agora que uma parte da luz da manhã entrava no túnel. Yuki acordou e encontrou-se sozinha na câmara. Viu a mochila do mushishi encostada numa das paredes e suspirou aliviada: Pelo menos ele não me abandonou.

—-Ginko-san?—ela chamou. Nem sinal dele, o jeito era esperar.

Yuki sentiu um grande vazio no estômago, seus pés doíam desacostumados com caminhadas longas. Um banho também cairia bem. A barra da calça que Ginko lhe emprestara já estava coberta de terra, a roupa um pouco suada, mas no fundo ainda tinha aquele cheirinho doce característico e a deixava mais livre e confortável que qualquer kimono que já vestira.

A garota até tentou passar o tempo sem fazer nada, mas seus olhos acabavam sempre voltando para a mochila quadrada. Uma olhada não faz mal...  Aproximou-se, nervosa, espiando sempre a entrada do túnel, pois Ginko poderia chegar a qualquer momento.  A parte da frente do objeto abriu-se como uma porta, revelando vários compartimentos menores e gavetinhas.  O coração da garota tremeu com a expectativa de uma pequena aventura ou uma grande descoberta sobre o homem misterioso. Sua cabeça formulava várias teorias.

Viu uma cartela de cigarros com uma caixa de fósforos na parte da frente da mochila. Ginko era uma chaminé humana, mas seu cigarro não tinha o cheiro normal de tabaco, na verdade, na maior parte do tempo ela nem se dava conta que tinha alguém fumando logo ao seu lado. Será que aquilo não fazia mal? Ele fumava por prazer ou por vício? Seria aquele o segredo para seus poderes sobrenaturais?

Pegou um cigarro e acendeu um fósforo. A pequena chama queimou lentamente a ponta do fumo, a fina fumaça subiu com o cheiro adocicado, quase imperceptível. Era como se Ginko estivesse ali a observando. Sua presença tinha um efeito estranhamente calmante.

Yuki levou o cigarro à boca e puxou o ar sem saber o que esperar. Um gosto insuportavelmente amargo lhe subiu à boca com a sensação de algo sufocante lhe enchendo os pulmões e queimando a garganta. O cigarro caiu no chão e ela começou um forte acesso de tosse.

—-O que você pensa que está fazendo?—ela ouviu uma voz da entrada do túnel, onde Ginko estava parado, observando, encostado na parede.

Yuki corou, lutando para controlar a tosse. Por sorte o mushishi não parecia zangado, e ela ficaria aliviada com isso se não estivesse sufocando no momento.

—-Qual é o seu problema, hein, garota?—ele riu, oferecendo-lhe um cantil com água pra beber. Ela bebeu engasgando-se, e aos poucos a tosse foi parando.

—-Desculpe, eu só queria saber como era. Como você aguenta isso o dia inteiro? É horrível! –Yuki ficou envergonhada por ser pega no flagra com um comportamento tão infantil, se não fosse morena estaria completamente vermelha.

—-Algumas coisas é melhor não saber.—o mushishi respondeu num tom repreensivo. Necessidade. Um após o outro eles devoram meus pulmões, mas como viveria sem eles? Já são parte de mim. São o gosto da minha boca.

Ginko contou que havia acordado cedo e levado o remédio pro pai de Natsu, que recuperou os sentidos imediatamente após tomá-lo. O pai ficou surpreso ao saber o que tinha acontecido, e também comovido pelo fato do filho não tê-lo abandonado em nenhum momento durante a doença. Os dois sairiam da casa e começariam uma vida nova em alguma aldeia. Yuki vibrou de alegria.

Ginko falou dos planos: continuariam a trilha, aproveitando pra pegar frutas e ervas pelo caminho. Pagariam o almoço no vilarejo.

—-Você tem dinheiro, não é?— o mushishi perguntou, com medo de já saber a resposta

—-Er... Isso serve?—a garota mostrou algumas moedinhas

—-Isso? Você fugiu de casa só com isso?

—-Bem... se você pagar pra mim eu te devolvo a grana depois.

—-Hmm...—ele murmurou, sabendo que aquele tipo de “depois” geralmente era um “nunca”

Lá fora o sol estava forte e parte da lama já havia secado. Eles retomaram a trilha que ziguezagueava em direção à planície. Ginko às vezes parava pra colher frutas ou ervas que via pelo caminho, sempre tendo que responder às várias curiosidades da garota. Alguns tipos de ervas eram boas pra enxaquecas ou outras pequenas doenças, e conhecê-las gerava uma ótima fonte de renda extra, pois podia vendê-las em outros lugares.  Um viajante precisava conhecer a natureza. Em estradas muito extensas, saber quais frutas são venenosas e quais podem ser comidas pode ser o grande diferencial entre a vida e a morte. O mesmo valia para insetos, cobras e animais perigosos.

Às vezes Ginko pegava carona em alguma carroça e conversava um pouco durante o caminho, mas as viagens a pé costumavam ser seu momento de meditação solitária. Ele impressionou-se como Yuki parecia desconhecer coisas tão comuns a ele, e em meio às explicações a viagem pareceu bem mais rápida.

Yuki estava encantada em como o homem conhecia tantas coisas e em como ele explicava tão bem, com aquele tom sempre grave e sereno. Ele ensinou um bocado de coisas, nomes de tantas plantas que ela com certeza esqueceria antes do anoitecer, mas continuava ouvindo e perguntando, atenta, cheia de admiração. Às vezes se distraía no meio da explicação olhando para o próprio professor, como ele era diferente e de alguma forma encantador. Quantos anos teria?

—-Entendeu?—ele perguntava, tirando o cigarro da boca

—-Er... claro!—ela balançava a cabeça, com vergonha de admitir que, na realidade, não ouvira nem uma palavra.

A caminhada foi interrompida por um rio que cortava a trilha. Não era um rio muito largo, mas parecia profundo. Suas águas barrentas corriam velozes colina abaixo. Ginko deu mais uma olhada no mapa- aquele rio não estava registrado, devia ser do tipo que enche apenas no período de chuvas. Dar a volta por toda aquela água levaria horas, o jeito seria procurar uma ponte.

Antes que retomassem a caminhada, uma canoa surgiu na curva do rio entre as árvores das margens. O barquinho estava repleto de flores em vasos e buquês. Uma mulher remava lentamente, ela parecia estar imersa em pensamentos e demorou a perceber os viajantes. Era jovem, com cabelos lisos e negros caindo sobre os ombros, além de olhos redondos, gentis e tristes. Que linda, é como uma pintura.-Yuki pensou, ao ver que dezenas de borboletas coloridas rodeavam a canoa, pousando nas flores e na própria moça. O sol atravessava as folhas das árvores projetando manchas luminosas em toda a região. Existem tantas coisas bonitas no mundo...

—-Ei! Você pode nos atravessar?—Ginko perguntou enquanto a canoa se aproximava—Estamos indo pra vila mais próxima, podemos pagar caso você queira nos levar.

—-Não, não é necessário.—a mulher sorriu—Podem entrar, eu moro na vila e estou voltando pra lá. Me chamo Nami.

O passeio de canoa foi muito agradável, todos se apresentaram e trocaram palavras sobre o clima, a região e o rio. Yuki encostou-se na borda, entre as flores, ouvindo o som da água e sentindo a brisa até ficar sonolenta. As borboletas que seguiam o barco eram tão mansas que pousavam em suas roupas e cabelo. Nami contou que cuidava de uma floricultura e ofereceu hospedagem aos dois, sem cobrar. Ginko quis recusar, mas a moça insistiu, dizendo que morava sozinha e seria um prazer ter alguém pra conversar e lhe atualizar. O mushishi acabou concordando, até porque não tinha tanto dinheiro assim e agora precisava pagar despesas por dois. Talvez até conseguisse algum emprego por lá.

—-E nessa vila, você sabe de algum caso anormal? Algum fenômeno estranho ou doença que os médicos não conseguem curar?—ele perguntou, soltando uma baforada de fumaça.—Alguma aberração?

—-O quê? Não...não... quem lhe disse isso?—Nami ficou vermelha—É verdade que a nossa vila não é tão rica. Passamos por muitas dificuldades, ela nem chega aos pés do que era antes, mas... Não sei que tipo de rumores se espalharam, com certeza são exagerados.

—-Aconteceu alguma coisa?—Ginko perguntou, mas a moça não ouviu, ou fingiu não ouvir. É melhor não insistir, se for algo importante vou acabar sabendo de uma maneira ou de outra—ele pensou -E que barulho estranho é esse? Ah, é só a garota.— Yuki havia cochilado e roncava baixinho, mas não demorou a acordar de uma vez, engasgando com uma borboleta que caiu na sua boca.

                                                                       ***

—-Nami, me espera!!—Ayuno reclamava, apesar de serem gêmeas, era difícil acompanhar a irmã e carregar a caixa de embrulhos ao mesmo tempo. As duas eram garotas humildes, filhas de uma viúva da vila, mas chamavam atenção pela personalidade gentil e beleza da juventude. Tinham 18 anos, peles suaves como pétalas de flor. Ayuno, um girassol elegante e destemido. Nami, um jasmim tímido e delicado.

Nami seguia na frente, maravilhada. A pequena vila natal (que não devia ter mais que 150 habitantes) estava toda decorada com bandeirolas, as ruas tinham sido limpas e ladrilhadas, os vizinhos juntavam-se para pintar as casas e cuidar dos jardins. Havia um ar contagiante de felicidade e expectativa, e acima de tudo, de colaboração. O som das crianças brincando, o assobio do vento entre os pés de bambu, os pássaros e mexericos entre conhecidos davam a Nami a sensação mais aconchegante de todas: a de um lar.

—-Nossa, aqui está muito lindo!—Ayuno se aproximou—Não acredito que fizeram tudo isso em uma semana.

—-Eu queria ter ficado pra ajudar, essa viagem foi cansativa demais.—Nami suspirou

—-Mas, valeu a pena, não é? Chegamos na cidade bem a tempo de pegar a melhor estampa.—Ayuno apontou para os tecidos no embrulho—Você vai ser a noiva mais linda que essa cidade já conheceu!

—-Não exagera, Ayu-chan!—Nami corou, lembrando-se do casamento. Onde estaria Tetsuo agora?

—-Finalmente chegaram!—as duas irmãs ouviram um grito: sua mãe vinha correndo a seu encontro. A velha, apesar de suas rugas e cabelos grisalhos, tinha os olhos brilhantes, com uma animação que as gêmeas há muito tempo não viam.—Conseguiram comprar os presentes para o general? O dinheiro foi suficiente? O que trouxeram?

As gêmeas riram de todo aquele entusiasmo e retiraram uma pequena estátua do embrulho. Era uma coruja de asas fechadas, com um olhar desafiador e grandes garras, o símbolo do clã do general Takehiro. Apesar de pequena, era muito rica em detalhes e feita sob encomenda com o melhor artesão da região. Elas haviam gastado nisso quase todo o dinheiro deixado pelo falecido pai.

—-É perfeita! Me dê aqui!!—a mãe apressou-se em pegar a escultura—Vou colocar com as outras no altar da vila. Estamos reunindo tudo lá, onde faremos a recepção. Oh, está mesmo perfeita!

Todo aquele alvoroço era devido à chegada do general Takehiro, um nobre vassalo do imperador. Ele procurava uma vila para instalar seus assessores na região, para ter um controle maior sobre as terras. Embora a vila das gêmeas fosse pequena e rodeada por natureza, era uma das mais pacíficas e agradáveis, com belas casas e as plantações mais produtivas. Era quase certa que seria escolhida.

Se para os nobres a mudança trazia toda a paz que uma vida no campo pode proporcionar, para os aldeões significava mais recursos e prosperidade, mais produtos e tecnologias vindos do castelo e, claro, o crescimento da vila. Havia boatos sobre moinhos de água, carroças para as plantações e até lamparinas para pôr nas ruas. Acima de tudo, era preciso garantir a sobrevivência da vila: a cada intervalo de 5 anos aquela região costumava sofrer com cheias que destruíam as plantações, e o ano seguinte indicava ser um deles. Se tivessem o apoio de recursos melhores poderiam superar estas dificuldades.

—-Tudo isso? Eles são o quê? Deuses?—Ayuno brincou ao olhar o altar—Ei, não me diga que essas são as minhas flores!

—-Não fale besteira, menina!— a mãe repreendeu, com medo que os aldeões ouvissem. Ayuno costumava falar tudo que pensava.

O altar estava caprichado: decorado com flores e guirlandas de palha, cheio de todos os tipos de presentes. Joias, tecidos, itens decorativos, tudo do melhor.

—-Ei, esse não é o anel de ouro da dona Mitsu?

—-Sim, ela doou para a recepção.

—-Mas, o quê? Ela não estava passando por dificuldades?—Nami pareceu confusa

—-Ora, filha, se eles se mudarem pra cá, tudo vai melhorar pra todos. É um pequeno sacrifício para um bem maior.

—-Eu acho um absurdo.—Ayuno respondeu, a mãe arregalou os olhos, algumas pessoas estavam passando por ali e poderiam escutar as ousadias da filha—Eles são nobres, ricos, nunca devem ter trabalhado na vida. Querem se mudar pra cá? Que venham, não precisam ficar pegando esses tributos de simples camponeses.

—-Ora, sua...!!—a velha puxou a orelha da garota, como se ela ainda fosse uma criança.

Nami estava rindo da cena quando sentiu um toque em seu ombro. Era firme, mas delicado. Tetsuo. Virou-se, e ali estava seu noivo. Era pra ela o mais belo dos homens, bem-humorado e trabalhador. Se conheciam há muito tempo, foram ambos criados na vila. Seu coração se encheu de ternura, e ela não pôde evitar de corar.

—-Senti sua falta.—ele sorriu

—-E-eu também.—Nami respondeu, e o rapaz, aproveitando que a mãe estava distraída com Ayuno, aproximou-se e sussurrou:

—-Agora preciso colher a plantação de arroz, mas ao anoitecer me encontre na beira do lago.— essa frase foi dita em tom muito sério, Tetsuo se foi. Nami teve um pressentimento estranho e puxou de leve a manga do kimono da irmã. Ayuno logo entendeu o código e as duas saíram em direção ao refúgio.

O refúgio era um lugar secreto e sagrado para as irmãs. Era uma clareira no meio da floresta, onde, inexplicavelmente não cresciam árvores ou arbustos: apenas flores. Ayuno era apaixonada por flores e ficou maravilhada quando encontrou um lugar tão mágico, onde centenas de borboletas voavam, pousando de flor em flor. O refúgio virou um ponto de encontro. Lá, as irmãs ficavam deitadas na maciez das folhas, sentido seu perfume, conversando ou cochilando. Lá o mundo era só delas e nenhuma preocupação poderia lhes atingir.

—-E então? O que aconteceu?

—-O Tetsuo disse que queria conversar comigo. Estou nervosa.

—-Ah, Nami...—Ayuno revirou os olhos. A irmã era sempre muito ansiosa e insegura.

—-Eu não sei, Aya-chan, é que estou tão feliz! Tudo parece tão perfeito, sabe? Perfeito demais. A Vila, você, a mamãe, o Tetsuo, eu amo tanto vocês! É quase como se uma pessoa como eu não merecesse tantas coisas boas!—Nami sentiu as lágrimas subirem aos olhos. Ayuno não a deixou terminar: abraçou a irmã, afagando seu cabelo.

—-Não seja boba, Nami-chan! Isso é só o começo! Daqui pra frente será ainda melhor, estaremos sempre juntas! Vou ajudar a cuidar dos meus sobrinhos e também quero que você esteja no meu casamento! A vila está tão bonita, não é? Não tem motivo pra chorar!

Nami abraçou a irmã ainda mais apertado. Era realmente muito feliz e desejou ficar ali no refúgio pra sempre, o lugar mais bonito de todos, com a pessoa que mais amava.

                                                                     ***

É incrível como a Nami-san cuida de todas essas flores. — Yuki pensava, deitada, olhando para os buquês que decoravam o quarto onde estava instalada. Em sua vila tentaram lhe ensinar a ikebana, arte do arranjo floral, que demandava elegância e delicadeza. A garota, porém, sempre deixava as plantas morrerem, por regar demais ou esquecer de regar, eram muito frágeis. Yuki lembrava-se da tia gritando com ela e reclamando que daquela forma nunca arranjaria um marido.- Aliás, ela é muito bonita e feminina, como será que não tem marido?

Uma borboleta entrou no quarto pela porta entreaberta. Yuki apontou a lamparina em sua direção para vê-la melhor: sua asa era marrom com um olho de coruja por fora, azul por dentro. O inseto pousou em um dos vasos de planta. Apesar do clima agradável, a luz a lua entrando por uma das janelas, o som dos grilos e corujas, Yuki não conseguia dormir. Talvez pela casa estranha, talvez por ter acordado muito tarde e ainda ter cochilado na canoa. Com exceção da noite na caverna e a noite no túnel nunca havia dormido em outra casa (e mesmo nesses dois casos ela estava muito esgotada e pegou rapidamente no sono).

A garota levantou-se para caminhar e beber água. Não sabia que horas eram, todos já deviam estar dormindo e ela teria que achar a cozinha por si só. Ergueu a lamparina para iluminar o corredor. Toc. O barulho de algo de madeira se batendo contra o piso. Toc! Toc! toc! As batidas vinham de um quarto mais à frente, o quarto de Nami. Toc! toc! toc! toc! Morram! Me deixem em paz! Yuki se aproximou e olhou pela porta entreaberta.

 A mulher estava sentada em seu futon (cama japonesa no chão), já em roupas de dormir. Seu quarto, ao contrário da casa, não tinha nenhuma flor. Seu cabelo caía sobre o rosto, em contraste com a pele, ainda mais branca à luz da lua, estava assustadora. Dezenas de borboletas voavam em círculo a seu redor, e ela, com a sandália de madeira em mãos, tentava esmagá-las, uma a uma, arfando com ódio. Por que os animais não fugiam? No chão de todo o quarto espalhavam-se os cadáveres dos insetos. O vento varria as asas esmigalhadas.


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