Abstinência escrita por misstsuki


Capítulo 1
One shot


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san!!!Eu sei que eu tenho outras duas fics de Ghost Hunt para terminar, mas eu não resisti postar essa one-shot!^//^Espero que vocês gostem!!!^^



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–Mai! Chá!

O grito de Naru chegou aos ouvidos de Mai que trabalhava em arquivar o último caso que a SPR havia concluído.

A garota de agora 17 anos suspirou e colocou os papeis sobre sua mesa de trabalho para rumar em direção a cozinha para preparar o tão amado Earl Grey tea de seu chefe-namorado.

Isso mesmo, namorado.

Oliver Davis, Kazuya Shibuya, Noll ou Naru, como todos da SPR o chamavam havia voltado da Inglaterra meio ano depois de ter deixado o Japão, afirmando que o Japão possuía mais atividades paranormais o que proporcionava casos mais interessantes.

Entretanto, 4 meses depois de sua volta, Naru aceitou um caso em uma escola que quase custou a vida de Mai, quando o fantasma vingativo de um rapaz que havia sido traído pela namorada resolveu descontar toda sua raiva em Mai, atirando a morena do segundo andar do prédio da escola.

Por sorte, a Taniyama caiu sobre a copa de uma arvore o que salvou sua vida, mas que lhe custou inúmeros arranhões nos braços, pernas e rosto, além de uma fratura no ombro direito quando ela se chocou contra o chão.

Mai passou quase duas semanas no hospital sob a observação de Ayako que insistiu em ser a médica que cuidaria do caso da garota que via como sua própria filha.

Quando a morena finalmente saiu do hospital, Naru a levou para um restaurante alegando ser um pedido de desculpas por não ter conseguido impedir o fantasma de machuca-la, e ao fim do jantar, declarou-se.

A garota suspirou, por mais que estivessem namorando quase a um ano, além de estarem morando juntos (algo que Naru mesmo havia proposto dizendo que era para ele conseguir manter Mai fora de perigo), a atitude de Naru diante a ela permanecia quase igual, era como se apenas o status civil de “solteira” houvesse mudado para “namorando”. Claro que eles tinham seus momentos de beijos e amassos, mas nada além disso.

E aquele “nada além disso” estava começando a irritar Mai. Quando eles pareciam que iriam avançar na relação, Naru a afastava e dizia precisar voltar ao trabalho.

Ela? Simplesmente obedecia, pois a única vez que ela questionou do porquê deles nunca continuarem, Oliver simplesmente a encarou com desinteresse.

O problema seria ela?

Ela não era bonita o bastante?

Ela não tinha o corpo bonito o bastante?

Ou será que Naru simplesmente não a amava mais?

O som da água fervendo fez com que Mai tivesse os pensamentos interrompidos. Ela nem sequer havia percebido que já havia colocado o bule de água no fogo e que já havia pego a xícara de chá!

Ela suspirou e resolveu deixar seus pensamentos de lado para levar o chá do namorado.

...

Mai bateu na porta e segundos depois ouviu um “Entre” como resposta. A garota abriu a porta e logo em seguida fechou-a atrás de si.

A sala estava iluminada pelas cores alaranjadas do pôr do sol, o que destacava Oliver Davis que estava sentado em sua cadeira de couro negro trabalhando.

A adolescente colocou a xícara de chá na mesa do rapaz de 18 anos para em seguida andar para trás da cadeira do namorado, abraçando-o pelo pescoço.

–O que está fazendo?-indagou Mai tentando ler ou melhor, entender as palavras em inglês escritas no documento que Naru havia recebido por e-mail.

–Trabalhando.-respondeu o rapaz inglês sem qualquer emoção na voz.

–Não foi isso que eu quis dizer seu narcisista ...-resmungou a morena antes de beijar a bochecha de Noll.

–Mai...-iniciou Naru depois de um suspiro.

–Sim?

–Pode me soltar? Eu gostaria de beber meu chá e voltar ao trabalho.-disse Naru secamente.

–Ah...-falou a garota tristemente-...sinto muito...

Ela tirou seus braços que estavam em volta do pescoço do namorado e se afastou alguns passos incerta do que falar.

–Deseja mais alguma coisa Mai?-perguntou Naru encarando a namorada.

–Eh? Ah...não...desculpa te atrapalhar...-respondeu a Taniyama rumando em direção da porta.

Quando estava prestes a fechar a porta atrás de si, ela ouviu a voz de Naru.

–Já está ficando tarde e hoje voltarei mais tarde pra casa.-disse o garoto digitando alguma coisa em seu notebook-Se ainda não tiver terminado seu trabalho, termine amanhã.

Mai baixou o olhar e murmurou um “Sim” antes de fechar a porta.

Oliver tirou seus olhos da tela do notebook para fitar a porta que a namorada havia acabado de fechar. Normalmente Mai teria pulado de alegria ao ouvir que ela poderia ir embora mais cedo, mas o simples “sim” que ele havia recebido como resposta parecia não ter nenhuma outra emoção além de tristeza.

Teria acontecido alguma coisa com Mai para tê-la deixado tão desanimada?

...

Mai chegou no apartamento que dividia com Naru exatamente as 18 horas. Ainda estava muito cedo para preparar a janta então resolveu se jogar em sua cama para colocar seus pensamentos em ordem.

Os olhos castanhos da garota fitaram o teto branco, mas ao mesmo tempo era como se ela não o olhasse, uma vez que seus pensamentos já haviam a levado para muito longe.

Os eventos daquela tarde se repetiram em sua mente e algumas lágrimas escorreram pelos belos orbes castanhos.

Naru não queria que ela o tocasse mais.

Por qual outro motivo ele diria para ela se afastar para que ele pudesse tomar seu chá e voltar ao trabalho?

Normalmente os namorados não fariam de tudo para entrar em contato físico com as pessoas que ele ama?

Será...será que ele não a amava mais? Por isso queria ter o mínimo possível de contato físico?

Mai fechou os olhos e deixou as lagrimas correrem livremente por seu rosto, se era distância que Naru queria...bem...ela manteria o máximo de distância possível.

E com esses pensamentos, Mai adormeceu.

...

Quando Naru chegou no apartamento com o qual dividia com Mai, estranhou as luzes estarem todas apagadas. Ele olhou a tela de seu celular e constatou que já se passavam das 11 horas da noite. Mai provavelmente já estaria dormindo.

O adolescente tirou seus sapatos na entrada do apartamento e rumou em direção do quarto de Mai, que por algum motivo tinha as luzes acesas.

Sem fazer muito barulho, Oliver abriu a porta do quarto da namorada e a avistou dormindo profundamente. Um pequeno sorriso brotou nos lábios do estoico rapaz antes de caminhar em direção da cama da garota para cobri-la.

Foi então que ele reparou.

Os olhos de Mai estavam levemente inchados como se...como se ela houvesse chorado...

O sorriso sumiu do rosto de Oliver e uma expressão de preocupação tomou seu lugar. Mai já estava agindo estranho na parte da tarde, e agora ele descobrirá que ela havia passado o resto da tarde chorando sozinha por um motivo que ele desconhecia.

–Mai...-ele sussurrou antes de se agachar e depositar um beijo na testa da garota.

...

–Bom-dia!-exclamou Mai sorrindo enquanto entrava na cozinha do apartamento já vestida com o uniforme escolar.

Oliver olhou para a entrada da cozinha para fitar Mai que aparentemente já estava contente. Teria ela encontrado a solução para o problema que estava a deixando triste? Bem...se fosse isso, ele não teria que se preocupar mais.

–Bom-dia.-respondeu Naru esperando pelo beijo que Mai o dava todos os dias pela manhã, algo que não aconteceu.

A morena passou reto por ele e foi em direção do fogão para preparar o chá e o resto do café da manhã.

–O que quer para o café?-indagou a Taniyama sem tirar o sorriso do rosto.

Naru franziu levemente a testa, Mai não daria seu beijo de “bom dia”? Ela teria esquecido?

Ignorando esses pensamentos, Naru simplesmente disse:

–Qualquer coisa.

...

8 dias, 4 horas, 27 minutos e 12 segundos.

Esse era o tempo que Naru não tocava Mai, ou melhor, aquele era o tempo que Mai não o tocava. Era o tempo que ela não o abraçava. Era o tempo que não segurava sua mão. Era o tempo que não a beijava.

E aquilo estava começando a incomodá-lo.

No primeiro dia quando Mai não o deu “o beijo de bom-dia”, ele pensou que talvez ela tivesse esquecido devido a pressa de ir ao colégio, já que assim que ela terminou de preparar o café da manhã, Mai saiu correndo do apartamento alegando que ela havia combinado de se encontrar com Keiko e Michiru para revisar a matéria antes da prova.

Naquele mesmo dia, quando ele pediu seu chá, a garota simplesmente depositou seu chá na mesa e saiu de sua sala sem esperar pelo “obrigado” (não que ele fosse agradecê-la) ou ao menos abraça-lo.

Talvez ela esteja ocupada com o trabalho.–pensou Naru.

Mas com o passar dos dias, o rapaz começou a perceber que Mai não se aproximava dele. Na quarta-feira à noite quando saíram para jantar e ele tentou segurar a mão da namorada, ela afastou sua mão para apontar alguma coisa que Noll não prestou atenção por estar um tanto chocado pelo fato de ter sido “evitado”.

E agora, já se faziam mais de 8 dias sem sentir Mai lhe tocar.

–Como se isso fosse durar mais um dia!-resmungou Naru enquanto tentava se concentrar nos documentos dos possíveis casos que ele aceitaria.

Minutos mais tarde, Oliver ouviu a porta da frente se abrir e as vozes dos irregulares da SPR cumprimentando Mai que os cumprimentava de volta.

Naru não esperaria mais nenhum minuto.

–Mai! Chá!

–Lá vai o Naru querendo sua atenção só pra ele.–falou Ayako.

–Naru-bou não sabe dividir você com a gente Mai!-reclamou Takigawa–Vou ficar triste se minha Jou-chan não der mais atenção para seu pai!

–Shibuya-san deve apenas estar querendo ver o rosto de Mai-san, afinal eles são namorados.–disse John tentando justificar os motivos de Naru.

–Vocês estão exagerando.–Mai falou, o que chamou a atenção de Naru que ouvia toda a conversa de sua sala-Ele só deve estar sofrendo de abstinência de chá em uma hora dessas. Afinal, ele me vê todos os dias, além de morarmos juntos.

Oliver começou a ouvir os passos de Mai em direção de sua sala, e então fingiu focar-se nos documentos que tinha em mãos, até que ouviu Mai bater na porta.

–Entre.

Mai adentrou a sala e fechou a porta atrás de si, andando até a mesa do rapaz inglês onde colocou a xícara de chá. Já estava pronta para se retirar quando a voz de Oliver soou.

–O que aconteceu Mai?

Os olhos da garota se arregalaram e seu corpo virou-se em direção do rapaz.

–Eh?

Naru suspirou e pôs-se de pé, saindo de trás de sua mesa para caminhar em direção da namorada que estava agindo estranhamente.

–Eu perguntei se aconteceu alguma coisa Mai.-ele repetiu estendendo seu braço direito para tocar o rosto de Mai, que por sua vez deu um passo para trás, irritando-o.

–Nã...não aconteceu nada demais hoje no colégio.-respondeu Mai tentando sorrir. Sem sucesso.

–Não é apenas a hoje que estou me referindo Mai.-disse Oliver baixando seu braço e suspirando-Você está estranha a dias, e eu quero saber o motivo.

A garota mordeu seu lábio inferior e baixou a cabeça, definitivamente ela não queria falar sobre o assunto, caso contrário começaria a chorar.

–Não aconteceu nada, eu juro...

Naru estreitou seus olhos e segurou o braço da adolescente que arregalou os olhos com o súbito contato físico.

–Não minta para mim...

–Não estou mentido Naru!-falou a Taniyama tentando se soltar, o que fez com que Noll apenas a segurasse mais firme.

–Mai...

–Naru! Me solta!

–Não vou soltar até você me disser o que está acontecendo!

–Eu já disse que não é nada! Qual é o seu problema?!

E de repente Naru a puxou pelo braço, abraçando-a. Mai arregalou os olhos, surpresa pelo movimento que seu namorado havia feito, haviam sido poucas as vezes que ele havia tomado a iniciativa em um abraço ou até mesmo um beijo.

–Naru...?-murmurou a garota com o rosto escondido no peito do rapaz.

–Por que?-indagou o moreno.

–Hum?

–Já faz mais de uma semana que você não me abraça ou me beija.-falou Naru com o rosto escondido na curva do pescoço de Mai-Por que você parou de me tocar de repente?

Os sentimentos e pensamentos dolorosos que ela havia guardado para si mesma começaram a transbordar em forma de lagrimas antes mesmo de Oliver ter terminado sua frase.

O som do choro de Mai, fez com que Noll afastasse um pouco a namorada para poder ver o rosto da garota que estava sendo molhado pelas lagrimas.

–Mai...?

–Eu...eu...-começou a morena-...toda vez que eu te tocava Naru...você sempre pede para eu me afastar...então porque você está perguntando o porquê de eu me afastar?! Não é isso que você queria?!

–Eu nunca disse...

–Toda vez que eu resolvo te abraçar, você vem com alguma desculpa pra eu me afastar! Toda vez que estamos quase passando dos beijos você me afasta! E a única vez que eu te perguntei o porquê, você me olhou com desinteresse!-exclamou Mai que apenas não caiu de joelhos no chão porque Naru a segurava pela cintura-Eu não sou bonita o bastante, não é?!

–O que?! Do que...

–Eu não sou tão bonita como a Masako! Eu não tenho um corpo igual as das modelos por ai! Eu já sabia disso!-continuou Mai tentando secar as lagrimas que continuavam escorrendo pelo seu rosto, mas sem sucesso-Mas se você não me quer mais, apenas seja homem o suficiente pra dizer que não me quer mais! Apenas diga que não me ama mais e eu sairei da sua vida Na...

Antes que Mai pudesse terminar sua frase, Naru a calou colando seus lábios com os dela. Como ele sentia falta daqueles lábios, como ele sentia falta dos braços de Mai em seu pescoço.

Como ele havia aguentado mais de uma semana sem tocá-la?

Quando o ar faltou aos pulmões dos dois, eles foram obrigados a se separar, mesmo contra suas vontades, mas mesmo após o beijo ter se encerrado, Naru não deixou que Mai saísse de seus braços.

–Não sei de onde você tirou essa estupida ideia de eu não a querer mais, mas se isso for porque eu não lhe dei trabalho o suficiente, nós podemos dar um jeito nisso.-falou Naru, quebrando o silêncio.

–...Idiota...-retrucou Mai.

–Não fui eu quem pensou todas aquelas besteiras.

–Mas você é o culpado por eu ter pensado tudo isso...se você pelo menos mostrasse que aprecia pelo menos um pouco minha presença, e que gosta de quando eu te toco, eu não teria pensado nessas coisas...

Um silêncio tomou conta do ar novamente, um silêncio confortável, que foi quebrado por Naru.

–Eu gosto de quando você me abraça, principalmente quando estou trabalhando porque isso relaxa meu corpo. Gosto quando você me beija de manhã porque você fica com o gosto de morango da sua pasta de dente. Gosto de quando você entra na minha sala para trazer meu chá, porque assim eu tenho uma desculpa para poder ver seu rosto, e só não falo “obrigada” porque você fica linda quando brava.

O rosto de Mai começou a corar com as palavras do namorado, aquilo era algum tipo de sonho?

–E não ouse pensar que isso é um sonho!-falou Naru como se tivesse lido os pensamento de Mai.

–Na...Naru...eu...

–Eu te amo Mai.-falou o rapaz inglês-É por isso que nunca vou além dos beijos, pois meu único medo é te machucar ou ver você com uma expressão de arrependimento.

Mai sorriu e afundou seu rosto mais uma vez no peito de Naru, que a abraçou mais firmemente.

–Você realmente é um idiota...

–Eu já disse que você é a idiota por pensar tantas besteiras.-disse Oliver com a voz levemente irritada-E ainda me privou uma semana de te tocar.

–Como se você fosse sofrer de abstinência.-riu a morena.

–Fique sabendo que sim, estou sofrendo de abstinência.-revelou Naru, o que fez com que Mai levantasse um pouco a cabeça para olhar nos olhos azuis do namorado que pegavam fogo de desejo-E você vai ter que supri-la.

Os olhos de Mai se arregalaram e seu rosto corou mais, mas antes mesmo que ela pudesse protestar, Naru a beijou novamente.

Mai com certeza teria um longo dia pela frente...


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Notas finais do capítulo

E então????O que acharam dessa one-shot???É a primeira vez que estou fazendo uma one-shot de Ghost Hunt, então espero que tenham gostado.^///^Mereço comentários???Kisuss