Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 30
Casamentos & Ligações


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei desse capítulo, mas o próximo será tão completo! Enfim, aproveitem, e eu quero agradecer a TODOS os que comentaram, visualizaram, leram, favoritaram, adicionar ao acompanhamentos e tudo o mais. Vocês são tão lindjos :3
Aí vai: MOMENTO AUSLLY. BEEP.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/524781/chapter/30

Eu tombei a cabeça para o lado, fazendo-a chocar-se contra o vidro. Ouvi Trish rir do banco da frente, e a fitei indignado. O seu melhor olhar zombeteiro foi-me dirigido, e eu apenas rolei os olhos com um meio sorriso.

Eu estava sonolento, porém não estava me sentindo bem para dormir. É como se o ato fosse uma graça e eu não a merecesse. Vi a mão de Ally cair desleixadamente ao lado de seu corpo e seus olhos abrirem-se rapidamente. Uma expressão culpada cruzou o seu rosto e ela se ajeitou no banco.

Toda vez que eu a encarava, me lembrava de Gavin. Ele começara a nos ajudar, e, então, perdera a memória para proteger-me de uma bala. Fora atingido por engano; agora estava indefeso em uma cama de UTI até a manhã seguinte, de onde seria encaminhado para o hospital. Entretanto, as suas lembranças não pareciam voltar tão cedo, e eu não o submeteria a um tratamento de cobaia.

Gavin encontrava-se vulnerável demais. E se começasse a se recordar de coisas como algum beijo que tivera com Ally? A sua ilusão de ser o seu namorado? O ódio que nutria por mim, a nossa rivalidade?

Tínhamos muito a nos preocupar sobre ele. Tínhamos de ajudá-lo a lembrar-se de quem é e de como nos ajudou. O plano, também. Ele tinha de lembrar-se sobre o plano de Lester e as suas razões para descartá-lo.

–Está um silêncio aqui. - ouvi Jace grunhir e Trish apertou para ligar o rádio. O som de uma voz familiar me vez cantar junto da melodia.

–Blink 182! - Trish esganiçou. Eu ri. - Eu amo! Mas eu não conheço... Não esta. Ally? - arrisquei um olhar para Ally, que nos fitava preocupada. Seus olhos encontraram os meus e eu soube que nós estávamos pensando em Gavin.

–Uh, claro. - Ally franziu o cenho, demonstrando confusão. Apontei para o rádio e ela captou a mensagem. - Hum, é, conheço. I Miss You. É bem famosa.

–Nunca ouvi. - Trish resmungou de volta. Ally lhe deu um sorriso compreensivo pelo retrosivor.

–Falta muito para chegarmos em Nova Iorque? - perguntei, observando com um sorriso enquanto Ally bocejava e arregalava os olhos, tentando não mostrar sono.

–Mais ou menos uma hora e meia. Eu acho que nós deveríamos parar em um posto de gasolina; está acabando e eu estou ficando menos desperto ainda para dirigir. - Jace bocejou também, piscando diversas vezes. Eu e Trish nos encaramos, assentindo.

–Tudo bem. - ela concordou, com a mão no ombro dele. - Vamos dormir um pouco. Dez e Carrie já devem estar dormindo a essa hora. - acenei com a cabeça em concordância. Jace assentiu. Segurei a mão de Ally. Ela encarou-me por um momento e sorriu imensamente. Senti-me mal por não ter feito isso antes.

–Você não pensou que eu estivesse bravo com você, pensou? - levantei uma sobrancelha, como se a ideia fosse absurda. E realmente era. Ally não tivera culpa que algum cara insignificante a beijara. Suas bochechas coraram. - Venha cá. - puxei-a para mim, afundando o meu rosto por entre seus cabelos.

–Eu amo muito você. Muito, muito, muito. - sussurou ela contra a minha bochecha. Dei um sorriso de canto, apertando mais as suas costas, colando-nos mais.

–Eu também amo você, muito, muito, muito. - ri. Ela soltou um riso fraco. Seus lábios foram pressionados contra a minha bochecha fria.

–Uh, casal ternurinha? - Trish ironizou. - Eu estou muito feliz que vocês estejam juntos de novo! - ela sorriu. Ally e eu rimos.

–Obrigada, Trish. - Ally trocou um high-five com ela. Ouvi Jace rir um pouco, sem desviar os olhos da estrada escura.

Permaneci abraçado a Ally enquanto deixava meus pensamentos vagarem novamente. O som de businas diminuía gradativamente atrás de nós, e, quando chegamos ao tal posto, não ouvia-se nada além do canto das cigarras.

Trish e Jace resolveram sair do carro juntos e deixaram as portas trancadas e o aquecedor ligado.

–O que você acha que acontecerá com ele? Estou com medo de que alguém vá até lá influenciá-lo. - eu havia pensado a mesma coisa. Ally estremeceu em meus braços, e apenas aconcheguei-a mais.

–Como se fosse parte de um plano. - eu completei. Senti-a assentir encostada em meu peito. - Eu também pensei nisso. Não há nenhum modo de voltarmos até lá para conferir. - bufei. Ela suspirou, derrotada. - Teremos que lutar, então. Voltaremos amanhã, ficaremos com ele a cada dia, sempre que pudermos. Amanhã eu tenho aula, mas ele será transferido para perto do colégio, então poderemos vê-lo juntos antes e depois dos horários começarem. Nesse meio tempo, você pode ficar com ele e Jace.

–Uma boa ideia. Mas e se atacarem agora?

–Não irão. Atacar a UTI em que ele está é suicídio, mesmo que você seja um ninja. Há milhares de seguranças e os alarmes funcionam perfeitamente. A polícia é um extra, lembra? Eles têm que ficar lá para interrogar Gavin quando acordar. Trish me disse que dois guardas ficariam no quarto para acompanhá-los, e os médicos estão sempre para lá e para cá. - explico, relembrando alguns fatos. O corpo de Alls relaxa, e eu sorrio aliviado.

–Tudo bem. Que tal irmos dormir agora? Eu estou um pouco sonolenta... - ela boceja novamente. Beijo-a lentamente.

Ficamos por ali, juntos, nos beijando por alguns segundos extras, quando o ar tornou-se insuportavelmente escasso. Ally colou as nossas testas, sorrindo, ainda de olhos fechados; eu podia sentir o peso que estavam fazendo para fecharem-se.

Retiro o meu cinto de segurança e o dela sem nos soltar e minha mão voa até a sua cintura. Seus olhos são indagadores, mas Ally está fraca demais para me perguntar.

–Vamos dormir no porta malas. - digo. - O do carro de Jace é maior. - finalizo a vaga explicação, conferindo se há espaço o suficiente para nós dois. Realmente, sobra. Há seis travesseiros por ali e quatro cobertores. Deixo Ally apoiada contra a porta, quase desmaiada, e ponho-me a ajeitar. O sono começa a vencer a rapidez de meus movimentos, porém insisto.

–Aus? - ouço-a sussurrar quando está tudo pronto. Retiro os cobertores e travesseiros extras e coloco no banco em que nós estávamos. Seus olhos se fecham de vez, e eu a pego no colo rapidamente, batendo a minha cabeça contra o teto duas vezes.

Deito-me ao seu lado, podendo me esticar. Arrisco passar os braços de Ally por mim, e a aproximo mais. Sua cabeça agora está em meu peitoral e sua mão apoia-se em meu ombro. Seguro-a o máximo que eu posso com uma das mãos em suas costas.

Dou um beijo em sua bochecha e encosto meu queixo em sua cabeça, sorrindo levemente antes de adormecer. O último pensamento que cobre-me antes de cair é Gavin.

**

–Você foi a que mais dormiu, Ally. - rio para ela quando a vejo despertar. Nós já havíamos entrado em Nova Iorque, porém o trânsito começava a se formar, mesmo sendo três horas da manhã. As ruas deveriam estar vazias.

–Obrigada, eu acho. - seus dedos alisaram o cabelo, desfazendo os nós e provocando-lhe caretas de dor. Prendo o riso ao ver a cena. -Ei, não ria, dói mesmo! - ela me dá um tapa fraco, sorrindo.

–Tudo bem, senhorita. - selo nossos lábios rapidamente, movendo-me para o banco de trás desconfortável novamente. Ally vem atrás.

Conversamos nós quatro sobre o possível estado de melhoras de Gavin. Eu rezava para que parte de sua mente começasse a se lembrar da compreensão que tinha em mim e Ally, aquela mesma que mostrara em Miami. Trish tagarelava sem parar e Jace ria com ela. Os dois formavam um casal muito bonito.

–Nós chegamos. - Jace apontou para a casa de Dez, parecendo aliviado. Nós suspiramos em uníssono. -Tudo bem, quem fala com a mãe de Dez?

–Eu vou. - Trish se oferece. Jace concorda em ir com ela e deixar a mim e Alls lá fora enquanto explicavam resumidamente.

**

–Estou cansada. Tudo o que eu quero é dormir mais. - Ally confessa baixinho em

meu ombro. Assinto, entrelaçando nossos dedos.

–Eu também. Durma comigo, Alls. - convidei. Um sorriso leve tomou conta de seu rosto, contagiando a mim. - O que me diz?

–Eu adoraria. Na correria, nem consegui perguntar a você como está o tornozelo. - faço uma careta, parecendo perguntar a mesma coisa, e girei meu pé. Não doía. - Eu tinha ficado preocupada, mas não deu tempo de mostrar.

–Tudo bem. O importante é que todos nós estejamos bem. Gavin já deve estar acordado da cirurgia. - mudo de assunto, encarando o seu rosto cansado. Ally dá um

sorriso mínimo com os olhos fechados, como se a ideia a agradasse. - Alls? - chamo, porém não obtenho resposta. Sinto a sua respiração serena em meu braço.

–Ei, ela está dormindo? - Trish senta-se ao meu lado, apoiando a cabeça em meu ombro. Sorrio, vendo a castanha quase completamente desleixada em meu colo. - Uh, já tenho a resposta. - ela ri levemente e eu a acompanho. - Essa noite foi uma loucura, não?

–Quem diria. - retruco. - Mas eu não mudaria nada.

–Eu também não. Eu não quero nem imaginar a minha melhor amiga em uma cidade longe de nós e sequestrada. O que não poderia dar errado sem nós por perto ou Gavin ou a polícia?

–Isso aí. - eu concordo, trocando um high-five com Trish. - Você e Jace estão bem?

–Muito. Ele é incrível. Até me comprou uma cadeira demais. Faz milkshake. Tem uma tevê. E massageia. - suas mãos foram para a barriga, fingindo fome e satisfação. Rio.

–Ele é um cara legal. - ouço o meu celular vibrar no bolso. - Pode ficar aqui com Ally enquanto eu vou atender?

–Cuidar de uma zumbi desmaiada? Claro.- ela revirou os olhos, mas me empurrou para trás. Apertei o botão para atender, sem retirar os olhos de Ally adormecida no colo de Trish agora.

–Alô?

–Gostaríamos de conversar com Austin Moon. - uma voz feminina. Franzi a testa, sem entender.

–Sou eu...?

–Estamos ligando-o para falar sobre o paciente Gavin Young. - meus olhos se arregalaram. - O paciente mostrou uma grande evolução. Há uma memória em particular, e os policiais disseram que Young estava chamando pelo senhor.

–E ele disse por quê?

–Não. Está dizendo que quer falar com o senhor e... Ally Dawson... pessoalmente. - sua voz era calma, mas demonstrava impaciência. - Os médicos lhe disseram para passar a visitá-lo pela manhã quando Young estiver em um quarto de hospital.

A atendente passou-me o endereço e encerrou a ligação, deixando-me ansioso. Eu compartilharia a informação com Ally pela manhã quando estivéssemos descansados. Se fosse agora, ela deixaria de dormir e arranjaria um jeito de ir até a UTI.

Caminhei até Trish novamente, com um sorriso apreensivo. Ela me encarou tensamente. Sentei-me novamente ao seu lado reprimindo o meu bocejo.

–Ela está acordada? - cutuco Ally de uma maneira delicada, tentando perceber se está dormindo. A observo remexer-se um

pouco com alguns grunhidos protestantes, mas sem demonstrar que está ouvindo. - Certo. Gavin acordou e tem algo muito importante para nos falar. Ele se lembra de mim e de Ally. Eu só não sei dizer se é bom ou ruim. - desabafo. Seu olhar pesa sobre mim com um sorriso.

–Isso é ótimo! Quer dizer que ele tem uma grande chance de se lembrar de tudo! - ela comemora. Dou um sorriso de canto com a suposição positiva. - Vem, vamos voltar lá para dentro. Ally está começando a tremer e eu estou com sono.

–Isso não é novidade. - gargalho e recebo um soco no ombro. Forte. Resmungo e a vejo dar um sorriso maldoso; dou-lhe a

língua. - Pode ir na frente.

–Tudo bem; entendi. Até amanhã. Boa noite. - Trish beijou a minha bochecha em despedida e eu a abracei. Olhei-a adentrar a casa silenciosamente. Fitei uma Ally adormecida em meus braços.

Suspirei. As pálpebras da castanha deram uma tremida, e logo após outra. Eu me preocupei, temendo tê-la acordado. Seus olhos me penetraram com imensa atenção, parecendo procurar por algo incômodo.

–Aus. - sussurrou. Dei um selinho, acariciando a sua bochecha. Ela sorriu minimamente. - Onde nós estamos?

–Escada da casa do Dez. - respondo com um bocejo. - Eu sei que está tarde, mas eu fiquei muito preocupado à noite. Você me deixou agoniado com aquele sequestro, sabia? - ela estremeceu. Abracei-a. - E eu só gostaria de fazer certo para a minha noiva.

–Você é tão doce. Eu amo você mais do que a mim mesma. Sem você, como naquele momento, eu me sinto tão desprotegida e privada da felicidade que eu quase morria a cada segundo. - murmurou contra mim. Sorri. - Você sabe que sempre foi você, não sabe? É o meu melhor amigo, o meu namorado, o meu confidente. Todo esse tempo sempre foi você.

–Eu amo você, Ally. Depois de você, cada garota com quem já namorei pareceram imediatamente... ofuscadas. Como se fossem de planetas distantes, enquanto você era o meu planeta. O meu sol e a minha lua.

–Eu me sinto da mesma maneira. Eu nunca pensei em me relacionar tão sério quanto o que temos agora, e tudo o que eu posso pensar é em como o meu pequeno universo está girando em torno de você. Se me disserem que alguém é perfeito para mim, eu pensarei imediatamente em você, e isso não irá mudar. Mesmo que nós, um dia, fiquemos separados.

–Então, eu acho que eu devo fazer da forma certa. - afirmo, arrancando-lhe um olhar intrigado. Pego a sua mão. - Allison Dawson, você aceita Austin Moon como o seu legítimo marido?

Um sorriso terno tomou a sua face.

–Eu aceito. - ela me dá um beijo ao final da frase. - Austin Monica Moon, - faço uma careta ao meu nome do meio. - Você aceita Ally Dawson como a sua legítima esposa?

–Aceito. O noivo pode beijar a noiva. - sentencio. Ela ri levemente e me puxa suavemente para si.

Nós nos abraçamos ao final. Eu não podia estar mais do que feliz. Pelo menos, até o meu celular incômodo tocar em meu bolso. Bufei, tentando ignorá-lo, mas Ally me forçou a pegá-lo.

Pressionei o botão irritado e impaciente.

–Alô?

–Austin Moon? - a voz me fez gelar. Ele pronunciava o meu nome com dificuldade. - Aqui é Gavin Young. Eu fugi da UTI antes que pudessem me levar para o hospital. Eu preciso te explicar algo. Traga Ally. Não diga a ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que esse final foi um pouco '-' mas eu precisei fazer :3 O próximo será tão bonitinho e todos os outros mistérios irão ser resolvidos pouco a pouco. Pelo menos o que falta ainda na história. Uma dica:
Gavin é basicamente a chave para tudo. Com a memória dele, temos respostas. :D
Eu amei esse momento Auslly :3 O que vocês acharam??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Stars Auslly" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.