Stars Auslly escrita por C H C
Notas iniciais do capítulo
(Notas Finais)
Terça-feira - 22:00 PM
Liguei exagerada e desesperadamente para a casa de Ally. Não parecia ter ninguém em casa para atender o telefone fixo. O celular dela também só dava ocupado.
A secretária eletrônica atendeu, com a voz dela, pela terceira vez. Desliguei antes que começasse a cobrar pelo recado que eu queria dar pessoalmente.
Mas não queria vê-la chorar.
Bufei sentindo-me um idiota. Ficamos juntos por três meses para depois dispensá-la? De longe, Ally foi o meu primeiro relacionamento que fora perfeito, mas o meu medo estava prestes a atrapalhar tudo; e eu não podia impedir.
–Dez? - chamei o ruivo quando ele passou pela porta do quarto de hóspedes, em frente ao meu. Ele se virou, meio confuso.
–Hum, oi. Tentando falar com a Ally para terminar com ela e partir seu coração? E depois jogá-la fora como as outras? - ele soava extremamente frio e insensível. Arregalei os olhos um pouco.
–Não! Quer dizer, mais ou menos. - suspirei enquanto a risada cruel dele enchia o meu quarto. - Ally não é a garota certa para mim. Somos muito diferentes.
–Claramente, você não presta atenção em poesias.Os opostos se atraem, Austin, nunca ouviu isso?
–Claro que já. E é sério que é uma poesia? - fiz uma careta sentindo uma ponta de irritação. Ao contrário de me ajudar, Dez estava a favor da continuação do meu relacionamento que nunca poderia dar certo.
–Não sei. - ele deu de ombros; depois de alguns segundos, sentou ao meu lado na cama. - Faça o que achar melhor, amigo. Mas saiba que ela foi a única que te aguentou fazendo essas palhacices no shopping, que aceitou suas manias e que te ajudou a tirar 96 no teste!
Gemi, me lembrando da nota 96 que Ally me ajudara a tirar em Geografia. Quando eu fingia usar sutiã no shopping e comprava presentes para ela, deixando-a fingindo estar brava comigo.
Mesmo assim, não éramos feitos um para o outro. Ally é a perfeitinha, certinha, e a boa menina. Eu sou o atrapalhadinho, erradinho, e o garoto que vai botar fogo na casa um dia.
Deitei exasperado com os braços debaixo da cabeça. Fechei os olhos com força, me lembrando de todos os momentos entre eu e ela nesses três meses - nenhuma memória era ruim. Quase nenhuma. Tivera algumas vezes em que brigávamos, mas sempre trocávamos mensagens depois pedindo desculpas um para o outro. Nenhuma garota fez isso comigo algum dia - sempre tão cheias de orgulho.
–Não se fabricam mais Allys, não é? - perguntei cabisbaixo. Dez levantou e balançou a cabeça, a mão em meu ombro como um consolo.
–E você está prestes a deixá-la ir embora. Por que não a segura? É melhor do que deixar que ela caia nas mãos de qualquer marmanjo.
–Você tem razão, sabe. Mas não posso. - dei de ombros e recomecei a discar o número de Ally no celular. Dez soou extremamente irritado quando falou novamente.
–Austin, você é idiota? Nunca vai achar alguém como a Ally de novo. Se perdê-la agora, pode nunca mais encontrá-la novamente! Qual o seu problema?
–Você soa como a Trish. - engoli em seco assustado. Trish me dava muito medo, e parecia gostar disso.
–Eu sei, ando passando muito tempo com ela por sua culpa. Mas, enfim, não vai terminar com a Ally, vai? Se você contar a ela sobre o seu medo de relacionamentos, ela pode te ajudar a superar. Quase nenhuma garota faria isso, e você tem certeza de que ela fará.
–Não, Dez. Quer saber? Não é só o meu medo que está atrapalhando nosso namoro. É... outra coisa. - admiti. Eu nunca disse nada a ninguém sobre o que aconteceu no primeiro mês de namoro com a Ally. Ninguém. E pretendia esquecer.
Finalmente, Ally me atendeu no terceiro toque. Fiz o sinal de silêncio para Dez e o segurei pelo pulso enquanto encontrava as palavras para dizer a Ally. Mas não foi preciso.
–Você me enganou, Austin! - ela chorava do outro lado da linha. Fiquei pasmo. O que estava acontecendo? O medo tomou conta; e se ela tivesse descoberto sobre Beth?
–Ally, eu... Não sei o que fiz. - tentei. Ouvi-a fungando e soluçando.
–Você me traiu com uma garota no primeiro mês, não foi? - ela parara de chorar um pouco, mas eu ainda conseguia identificar a voz embargada. Não respondi. - Austin? Está tudo bem. Só admita.
–Não... - respondi, tentando enganá-la.
–Austin, eu vi a foto. - foto?! Então ela já sabia. Deixei meus ombros caírem pesadamente. - Não precisa mentir mais para mim.
–Ally, me desculpa, eu estava meio bêbado e... Ela era realmente parecida com você, e... - comecei. Era verdade. Dez me olhou com reprovação.
–Certo. É, você tem razão... Ela parece um pouco comigo; mais charmosa, mas mesmo assim. Eu estou feliz que você tenha pensado em mim.
–Não está brava? - perguntei, arriscando. Dez fez uma careta de "ferrou".
–Imagine. Mas não mudará nada, o que está feito está feito. Então... Obrigada por esses meses. Foram legais.
–Também achei. Desculpe, Ally, eu... percebi uma coisa. - eu a queria. Desesperadamente, eu a queria.
–Austin, eu preciso ir. Foi muito bom conhecer e sair com você. Nos vemos depois! Até mais.
E desligou o celular.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Talvez não mereça comentários, mas se quiserem são bem vindos :)
Desculpe qualquer erro.
—CHC