Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 63
Capítulo 30 - O Retorno




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52474/chapter/63

         Diana estava sentada em seu trono observando os quatro jovens.

-Agradeço a ajuda de vocês. Com certeza serão de grande valia para todo nosso reino.

-Precisamos voltar para Cidade Superior.  Disse Arão.

-Eu entendo. Já preparamos cavalos para vocês. Chegarão mais rápidos com eles.

Bal fez uma cara feia.

-Ele não tem chifres?  Perguntou recordando os unicórnios.

Dafne deu-lhe um cutucão.

-O quê? Questionou Diana não entendendo a preocupação do garoto.

-Nada...

-Façam uma boa viagem e quem sabe um dia, as comunidades e a Cidade Superior voltem a ser uma só. Neste dia nos reencontraremos novamente. Só peço-lhes para terem cuidado, pois o Mal também deve estar presente na Cidade Superior.

 

Os garotos estavam prontos para partir, Arão ia subir em seu cavalo quando algo lhe chamou a atenção. Uma jovem loira se dirigia a ele. Reconheceu-a de imediato a sua beleza era notada por todos que abriam passagem para ela chegar até os garotos.

-Meu nome é Krisna, gostaria de lhe agradecer por me salvar. E me desculpar pela  noite passada.

-Noite passada?  Murmurou Bal ao lado surpreso.

-Não precisa me agradecer.

Ela pegou as mãos dele. Arão corou, experimentou um sentimento estranho, porém agradável por dentro.

-Nos encontraremos novamente. Talvez lutando juntos, quem sabe. Mantenha-se vivo até lá.

A garota sorriu para ele, virou-se e foi embora. Arão ficou confuso,  olhando a garota partir. Com certeza a veria novamente isso o deixou contente.

-Esse é meu amigo.  Bal ia dar um tapa no ombro de Odrin, mas a cara dele o desencorajou.

            Eles já estavam distantes.

-O que vocês fizeram a noite passada?  Perguntou Bal. Arão não respondeu.

-Bal que pergunta indiscreta. Reclamou Cassi.

-Sim, por que se fosse eu...

-Se fosse você o quê?

Dafne estava furiosa ao lado de Bal, deu-lhe um puxão de orelha.

-Aaaiii...

A voz deles foi sumindo conforme seus corpos desapareciam no horizonte.

 

 

 

Passaram pelo túnel, que ia até o Santuário. Na entrada central tropas combatiam entre si, a movimentação era grande. Guerreiros brancos e dourados, os Potências e os Dominações se enfrentavam. Muitos corpos eram vistos  pelo chão sem vida, a luta estava sendo muito cruel.

-Alguma coisa não está me cheirando bem. Disse Bal.

-Grande dedução. Zombou Cassi.

-É a guarda de Empoly, está combatendo contra a guarda do Santuário. Comentou Odrin.

-A revolta! Empoly está tentando tomar o poder.  Replicou Arão.

-Precisamos entrar, mas acho que não conseguiremos entrar pela frente. Vamos nos separar nos encontraremos no salão principal de Set.

Eles partiram, cada um por um caminho diferente somente Bal tinha companhia, Dafne o seguia.

Arão teve que escalar um pequeno muro. Entrou por uma pequena janela, reconheceu a sala em que estava. Fora onde tinha sido indicado a fazer parte do clã dos guerreiros. Passou entre as colunas, viu algo ao lado de uma delas. Ao se aproximar viu o corpo de Nahray sem vida ao chão. Ficou apreensivo. Esticou as mãos à frente do peito separando-as, fez surgir à espada de fogo. Empunhava-a rente ao peito, continuou andando, um pouco mais adiante viu o corpo de Nasiel, a expressão de terror em seus olhos, mostrava que tivera uma morte terrível.

Ia prosseguir, mas um barulho despertou-lhe a atenção. Virou-se de lado, viu um ser  vestido com calças e botas  negras, sua pele também era negra, estava sem camisa, em seu peito tinha tatuado uma cruz branca no centro da cruz a cabeça de uma caveira negra. Com duas espadas negras nas mãos estava parado à frente de Linch.

Seus cabelos brancos e longos davam-lhe uma expressão sinistra. Os olhos negros com a Íris branca emanavam um brilho assustador.

“A  Cruz Branca”   O pensamento de Arão adveio das palavras passadas de Linch quando estivera ali pela primeira vez.

-Esperei muito tempo por isso velho.

-Fuja!  Assentiu Linch. -Você não tem chance. Ele é um dos...

-Não! Gritou Arão.

Mas já era tarde com um movimento rápido o ser utilizou as duas espadas decepando a cabeça de Linch. Ele olhou para trás.

-Ora! O que temos aqui, um guardião. Jamais pensei ver um.

O garoto levantou sua espada e partiu para ataque. O ser era ágil demais para Arão, ele nem sequer conseguia ver seus movimentos, enquanto o ser zombava dele. Arão investiu mais uma vez sem sucesso, olhou ao redor, nenhum sinal de seu oponente. Ouviu uma voz vindo de suas costas.

-Você é patético.  A voz vinha no mesmo instante que duas lâminas frias tocavam-lhe o pescoço. -Nem vale o esforço de matá-lo. Seria fácil demais acabar com você. Espero que da próxima vez, você me de um pouco mais de trabalho.

Apertou a lâmina contra o pescoço de Arão, o garoto fechou os olhos sentindo a pressão. Quando abriu-os novamente não havia mais  ninguém na sala, somente os três corpos caídos sem vida. Sentiu um grande alívio.

"Quem será esse guerreiro? Eu nem ao menos consegui ver seus movimentos". Arão foi tirado de seus pensamentos por um barulho vindo do lado de fora da sala.

            Cassi andava atenta pelo corredor, tinha passadas leves. Ouviu um ruído vindo da frente. Caminhou com cuidado, passou entre as cortinas. Sentiu algo tocar em suas costas, virou-se rápido com o arco pronto para disparar.

-Ei calma aí, sou eu. Apressou-se Bal em dizer.

Dafne surgiu logo atrás dele.

-Oi.

-Bal! Você me deu o maior susto, quase atirei em você.

-Ora e você não me assus...

Bal ficou quieto, um som abafado veio da sala ao lado. Ao abrirem a porta viram Medar encostado na parede apavorado. A sua frente Empoly estava com uma espada na mão pronto para dar o golpe fatal.

-Espere aí!  Gritou Cassi.

Os dois olharam. Ela disparou uma flecha tirando a espada da mão de Empoly, Bal apontou seu cajado, dele saiu um jato de água que atingiu Empoly jogando-o contra a parede. Bal chegou perto do corpo de Empoly caído ao chão. Cutucou com o pé.

-Este está fora de combate.

-O senhor está bem?

Cassi estava ao lado de Medar. Tentou ajudá-lo, pegando-o pela mão que estava escondida sobre a manga de suas vestimentas. Porém não encontrou nada. O conselheiro sorriu malignamente, levantou o braço à manga abaixou no lugar de sua mão havia apenas um “toco”. Como se a mesma houvesse sido cortada.

Quando Cassi percebeu tarde o que estava acontecendo, o outro braço de Medar já estava levantado, nele a mão aparecia bem visível, apontando o perigosamente para Cassi. Um clarão saiu jogando-a para trás.

-Obrigado por me salvarem, mas agora preciso acabar com vocês.

Bal não teve tempo para se defender, recebeu o próximo disparo, indo ao chão junto com Dafne.

-No final a vitória seria minha mesmo.  Riu Medar vendo os corpos caídos a sua frente.

 

Odrin entrou na salão de Set, uma figura estava parada na parte central do salão.

-Damira!  Disse Odrin se aproximando. Outra figura se moveu saindo de trás de um dos pilares.-Teles!

A expressão dele estava estranha, havia algo que Odrin não sabia definir o que era.

-O que está acontecendo? Perguntou Odrin.

-Acho que você não vai viver por muito tempo para saber.

Teles puxou das costas a espada do sol pertencente ao Deus Set.

-O que você está fazendo? Questionou Odrin pegando seu machado.

-O que já devia ter sido feito a muito tempo. Matado você...

''Teles o que aconteceu com você...'''.

Os dois começaram a lutar. Odrin defendia os golpes de Teles, porém a espada que o garoto empunhava parecia ter uma força incrível. Os golpes faziam o machado vibrar.

Damira assistia a tudo paralisada, o terror estava estampado em seu rosto. Ela queria fazer alguma coisa para aquilo parar, mas uma força invisível a impedia de se mexer.

-Você não tem chance alguma de me vencer. Brincou Teles ferindo a perna de Odrin.  Mais um golpe e o próximo ferimento ocorreu na mão do garoto.

-Este é o final da luta.

A espada de Teles brilhou acertando o machado, este se desfez como se fosse feio de areia, a esmeralda, a pedra do machado caiu quebrada. Odrin foi jogado para trás.

-Meu amigo, chegou seu fim.

Sorriu Teles, seu rosto estava mais sombrio que antes.

-O que há com você? Me diga...

O garoto desfechou o golpe, mas este foi interceptado por uma espada de fogo.

-Você veio se juntar a ele.  Debochou Teles.

 -Não posso permitir que você continue com isso.

-Não! Gritou a garota para Arão. -Não o enfrente, por favor, vá embora.

Os dois começaram trocar golpes com as espadas. Arão sentia todo o poder da espada do Sol, a arma divina. A luta prosseguia, ele olhava para Dímera, ela estava apavorada, gritando para Arão deixar Teles em paz. Os dois cruzaram as espadas,  medindo forças.

-Vocês não entendem.  Disse Teles. -Mesmo que sejam guardiões suas armas não estão à altura de um Deus com sua arma divina.

Damira ajoelhara ao chão, tremia de medo, não queria a morte de nenhum deles. A espada brilhou mais uma vez atravessando as chamas da lâmina da espada de Arão atingindo o ombro de Arão. O garoto tombou para trás ferido. A espada caiu apagada ao chão, o diamante, a pedra da arma caiu partida ao meio, sem coloração. Teles iria avançar sobre ele, mas a candidata o deteve.

-Não, por favor!  Pediu ela.

-Você teve sorte celestino. A pedido da minha futura deusa  pouparei sua vida.

A garota confirmou com a cabeça e se aproximou de Arão.

-Eu nunca poderei ser sua...

Ela se virou e dirigiu-se até Teles. Uma lágrima escorreu de seu rosto. Nesse momento Medar entrou na sala.

-Rápido meu senhor fuja. Eu cuidarei deles.

Um feixe de luz se abriu, Teles pegou Damira nos braços, ambos atiraram-se na luz. Arão ainda tentou impedir, mas a dor era intensa em seu ombro.

-O que você fez com ele?

 Medar se aproximou dos dois com um punhal que exibia um brilho negro em suas mãos.

-Nada! Adeus meus jovens.

Ia desferir o golpe em Arão, quando um objeto atravessou-lhe a barriga. Ele caiu de joelhos, atrás de si estava empoly, que soltou a espada cravada em Medar.

-Vocês estão bem?  Perguntou.

Ambos fizeram sim com a cabeça. Bal apareceu mancando.

-Onde esta Cassi? Perguntou Odrin.

-Na outra sala com Dafne.

-Então era Medar esse tempo todo. Disse Arão.

-Sim!  Falou Empoly. –O profeta que estava disseminando a discórdia, que tanto procurávamos. Temos tantas evidências. A prova dos pilares, ele que exigiu que vocês fossem enquanto poderíamos tê-los acendidos sem maiores dificuldades. A falta de proteção da Cidade Superior, onde tudo estava ocorrendo, ele desviou todo nosso contingente de cavaleiros. Mesmo na prova para guardiões ele quem fez vocês irem para os Jardins Suspensos da Babilônia.

-Eu me lembro que ia escolher o Colossos de Rodes, mas Medar me “guiou” até os  Jardins.  Concordou Odrin. –Onde ele deveria saber sobre Ardrieza. Ele nos queria mortos.

-Isso e muitas outras coisas, como por exemplo, roubar o pergaminho dos elementos, além de manter um Ente da Noite aqui no Santuário. Nem mesmo Set ousou deixar uma criatura tão temível no reino. Ele também estava influenciando o jovem Deus Teles.

-Mas nós ouvimos você falando sobre uma conspiração.  Disse Bal.

-Então eram vocês aquela noite, ninguém acreditaria em mim se dissesse que o grande Medar que salvou o Deus Osíris estava querendo tomar o poder da Cidade Superior, eu ia ser tratado como louco por isso tive que agir em segredo.

-Mas você me denunciou para Inimis quando fui conversar com Damira. Disse Arão nem olhando para Odrin.

-Sim realmente eu fiz isso, mas somente por que achei que você estava tentando fazer alguma de ruim com ela. Não foi por mal acredite em mim. Eu não sabia quem estava do nosso lado.

-Agora me lembrei de uma coisa, quando íamos ser expulsos do santuário e Medar nos salvou, Vocês se lembram disso?

-Sim. Respondeu Cassi.

-Medar disse que tinha reunido todo o conselho, mas acontece que quando estávamos esperando a resposta, vimos membros do conselho meditando. Ele mentiu para nós. Aposto que só voltou atrás por viu o conteúdo dos cristais que pegou de Bal.

Aqueles cristais deviam ser muito importantes, o que será que eles continham?”  Pensou Arão.

-Meus lindos cristais. Choramingou Bal.

-Existiam cristais?  Comentou com surpresa Empoly. –Talvez você tenha razão. Temos que achá-los de qualquer maneira,  quem sabe  ainda estejam no Santuário. Talvez neles possamos descobrir o que se passou e o que esta por vir. Temos muitas perguntas e poucas respostas...

-Onde podem ter ido Teles e Damira? Perguntou Arão mudando de assunto.

-Temo que tenham ido para um dos piores lugares possíveis.

-Onde?

-O Reino dos Titãs, o Mundo das Lendas e das Almas Penadas.  Falou Empoly deixando Bal arrepiado.

-Mas veja o lado bom Arão, pelo menos conseguimos evitar o pior. Nós impedimos que a profecia das Sete Revelações se realizasse.

Bal se aproximou de um jarro que escorria água na sala.

-Que sede.

Odrin estava ao lado do corpo de Medar. O conselheiro reuniu as últimas forças para falar. Sibilou para Odrin.

-Traidor! Juntou-se aos celestinos.

-Você nos traiu. Nem todos os celestinos são maus. São ótimas pessoas.  Disse pensando em Cassi.

-Você já esqueceu de seu irmão?

-Claro que não.

-Você sabe de quem ela é irmã?  Sussurrou Medar baixinho se referindo a Cassi. -De Michaela.

Essas foram as ultimas palavras de Medar.

O ódio tomou conta de Odrin. Ele pegou o punhal caído ao chão do lado do corpo de Medar partiu mancando para a sala ao lado.

-Aonde você vai?  Perguntou Arão.

-Resolver assuntos pendentes.  Anunciou saindo com um olhar sinistro.

"Teremos que ir ao reino dos Titãs".  Pensava Arão. "Que perigos nos aguardão... Mas pelo menos estamos livre do mal maior a profecia".

Seus pensamentos divagavam...

Damira...”

Bal soltou um grito agudo. Arão e Empoly se viraram para ele, o garoto saíra de perto da fonte estava todo molhado, mas a coloração da água em seu rosto estava avermelhada. Um pensamento ocorreu a Arão e Empoly ao mesmo tempo.

"O Sangue correra nas veias do reino".

Era o inicio do terceiro sinal, a profecia continuava...

 

 

 Fim do livro I

 

 

Obrigado a todos que acompanharam a historia, e que me ajudaram muito, com criticas, elogios e sugestões!!! Valewwwww

E para quem gostou logo vem o livro II. Guardiões de Deus: A Guerra das Almas

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.