Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 54
Cap. 23 - O Povo das Cordilheiras Celestiais. PI




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O Povo das Cordilheiras Celestiais...

 

Os garotos foram levados a um acampamento, várias fogueiras e tendas estavam espalhadas  por todos os lados. Todos os observam com reprovação em seus olhares.

Suas constituições eram iguais ao ser que colocou-lhes as correntes. Todos pareciam guerreiros. Não podiam ver o resto do acampamento devido ao nevoeiro, mas notava-se que era um exército muito grande. Arão não se lembrava de já ter visto algo de tamanha magnitude.

Bandeiras diferentes tremulavam em várias tendas que tinham tamanhos diferenciados entre si. Os garotos concluíram que era por questão de hierarquia. O que não deixava de ser verdade. Assim como as bandeiras, às vestimentas também mudavam. Foram levados ao que parecia ser a maior de todas as tendas, merecendo a atenção de muitos guardas. Um pano foi removido por um anão, mostrando uma pequena entrada aos novos visitantes.

-Entrem! Ordenou ele.

Os jovens entraram portando suas correntes, estavam diante de quatro  seres sentados sobre almofadas com cestas cheias de frutas a frente. Suas vestimentas eram diferentes de todas as outras que viram e mesmo entre eles, elas se diferenciavam. A única coisa que continuava semelhente  era a aparência.

-Sentem-se. Ordenou um deles.

Os garotos obedeceram.

-Sejam bem vindos espiões.  Disse outro fazendo uma pequena reverência. -Quer dizer que os homens estão do lado dos Elfos Negros.

-Eu nem sabia que existiam Elfos no firmamento, quanto mais negros. Quem são vocês?  Perguntou Bal olhando para os outros.

-Nós não somos espiões. Disse Arão.

-Mentira!  Berrou um deles esmurrando o chão. -Vocês não nos enganam. Se não for por isso, o que vocês estariam fazendo no Vale da Perdição. Nenhum homem em sã consciência viria até aqui.

-Além do mais achamos no caminho os corpos de seus amigos. Vocês homens não são confiáveis, traem e matam os de sua própria gente.

-Ei! espere aí. Reclamou Bal. -Não foi bem isso o que aconteceu.

-Não importa. Respondeu outro. -Deveríamos ter chegado um pouco mais tarde,  com certeza vocês a essa hora  já teriam se abatido. E não teríamos o infortúnio de sujar nossas mãos matando-os.

Os jovens olharam assustados.

-Vocês serão executados no momento em que sol nascer.

-Esse é o fim que merecem os traidores.

Um deles levantou-se, foi em direção dos garotos.

-A menos que prefiram morrer agora.

Desembanhou a espada. Avançou na direção de Arão, o garoto prendeu a espada entre as correntes,  a lançou para o alto. Odrin a pegou e desarmou com muita facilidade outro dos seres que investiu contra ele.

-Guardas!

Três guardas entraram.

-Matem-nos.

Ordenou o ser que tinha perdido a espada.

Os guardas preparavam-se para avançar.

-Parem!

Um voz soou forte e imperativa. Um garoto, com orelhas finas e pontudas, nariz levemente alongado e cabelos longos presos as costas saiu de trás de um cortina.

-Senhor!

Responderam todos ao mesmo tempo que  curvavam-se perante o garoto.

-Esses são os homens traidores.

-Sim, eu ouvi. Parecem ser muito habilidosos com a espada também. Talvez possamos aproveitá-los.

-Vá sonhando. Respondeu Odrin.

-Vou matá-lo por dirigir-se a nosso líder com tamanha arrogância.

-Espere Sunsez, quero conversar com eles primeiro, antes de decidir sobre seus futuros. Sentem-se por favor.

-Meu nome é Caravelliz líder das tropas dos Elfos Brancos das Cordilheiras Celestiais. Esses são meus quatro comandantes. Sunsez, o impiedoso, líder das tropas da região sul, Locas, o destemido, líder das tropas da região norte, Ehmilian, o voraz, líder das tropas da região oeste e por fim Guergrern, o líder da tropas da região leste. Estamos indo para o Coliseu das Guarras do Dragão, ele se localiza na montanha dos quatro elementos.

Aquelas palavras  prenderam a atenção dos jovens.

-Para cumprir nosso desafio... Observei vocês...  espero poder contar com vossas habilidades com as espadas para nos ajudar.

-E se recusarmos?  Perguntou Arão.

-Não costumamos carregar peso extra conosco, teremos que nos livrar dele, se é que vocês me entendem.

-Ele nos deixa muitas opções. Comentou Bal.

-Qual seria este desafio? Continuou Arão.

-Vocês parecem espantados em descobrir outros seres que não os homens vivendo no firmamento.  Nós habitamos o mundo dos homens, a muito tempo, muito mais do que eles próprios imaginam. Hoje não existimos mais  nele, porém ocupamos o firmamento desde o início dos tempos. Os Elfos participaram das primeiras grandes batalhas no firmamento. Também foram os primeiros a se aliar com as forças das trevas, pelo menos alguns deles.

Caravelliz abaixou a cabeça antes de prosseguir.

-Com o final das guerras e a derrota do mal fomos perdoados pelos nossos erros. Entretanto ficamos limitados a região das Cordilheiras,  praticamente  esquecidos pelos homens. Os Elfos não possuem aura como vocês, mas quando se tornam malignos a coloração de sua pele se torna negra, e ganham a designação de Elfos Negros. De um tempo para cá muitos de nós começaram a mudar, o mal está presente entre os homens do firmamento e os Elfos já o sentem. Muitos quebraram seu juramento, esqueceram que foram perdoados,   aderiram ao mal. Eu, Caravelliz, governo  as quatro cidades   élficas, norte, sul, leste e oeste. Porém a maior delas, a cidade central, é governada por Golair, um elfo justo e honesto. Eu ia me casar com sua filha Eroin, juntando assim  todas as comunidades. Mas ela foi raptada por Xelluz, um elfo negro que quer o poder. Ele sonha em governar todas as cidades élficas para depois atacar as comunidades dos homens no firmamento.

-Mas vocês não tem poderio suficiente para vencer as forças dos homens  no firmamento.  Indagou Tiror.

-Não se enganem. Recebi notícias de meus informantes que neste exato momento legiões das trevas invadiram o firmamento, muitas vilas e aldeias estão sendo destruídas, logo será a vez das grandes comunidades e por fim a Cidade Superior. Xelluz espera ajudar na derrota dos homens, garantindo assim  um lugar para os Elfos fora das Cordilheiras.

Os garotos ficaram surpresos com as informações de Caravelliz.

-Vocês deveriam se juntar a nós em nossa batalha. Sugeriu Arão. -As trevas não dividirão nada com ninguém.

-Olhe quem fala de juntar as forças. Sunsez deu uma gargalhada. -Vocês se matam. Não respeitam os de suas própria espécie.

Jogou entre os garotos o cajado de Filas.

-Não nos envolveremos nas batalhas dos homens. Apenas queremos juntar as cidades élficas para resistir as forças das trevas. Disse Caravelliz comendo uma uva.

-Por quanto tempo vocês acham que conseguirão resistir as força das trevas? Perguntou Cassi desafiadora.

-Isso é problema nosso, os homens não merecem confiança, se vocês não quiserem ajudar...

Fez um momento de silêncio

 -Onde nós entramos nessa história toda?  Perguntou Arão.

-Xelluz invocou um antigo ritual Elfico, onde qualquer um pode lutar pelo direito da mão da filha do líder da Cidade Central. Nos estamos indo para lutar por ela. Se vocês forem bons como acho que são, quero que lutem ao meu lado para libertar Eroin. Assim que ela estiver livre eu os libertarei, tem minha palavra.

-E se perdermos? Questionou Tiror.

-Seu destino não será muito diferente do que os aguardaria ao amanhecer, quando o Sol surgir.

-Agora sim, estou mais tranqüilo. Debochou Bal.

-O que não entendo. Arão estava pensativo. -É que com esse exércíto todo que você tem em mãos, não seria mais fácil simplesmente ir pegá-la?

-Não é tão simples assim. Apesar de sermos em maior número. Depois de feito o desafio nenhum elfo ousaria interferir, é uma questão de honra. Estou levando meu exército porque Xelluz é traiçoeiro, acredito que ele esteja armando uma emboscada. Só poderemos lutar se ele tentar algo. Muitos dos guerreiros que lutarão com eles não são elfos. Dizem que são guerreiros das trevas, Xelluz está muito confiante em sua vitória. Se vencer terá todas as cidades sobre seu comando. Começara uma nova era de tirania entre os Elfos. Isso eu não posso permitir.

Ficou em silêncio absorvido por seus pensamentos, saiu rápido de seu transe, sua feição mudou repentinamente.

-Acho melhor vocês irem descansar, amanhã cedo veremos quais de vocês tem condições de participar. Partiremos logo em seguida. Boa noite.

Os garotos foram levados da tenda. Quando todos já tinham ido embora...

-Senhor, não devemos confiar nos homens. Disse Ehmilian. -Eles só pensão em si próprio, na primeira oportunidade irão nos abandonar.

-Amanhã decidiremos isso.

Finalizou Caravelliz.

“ Espero não me arrepender da decisão que tomei..''

 

 -Arão não podemos ajudá-los,  nos matarão logo que conseguirem o que querem.

-Calma Bal, não acho que será assim. Além do que junto com eles estaremos indo para a montanha dos quatro elementos. Que nem fazemos idéia de onde fica.

-Cassi! Você está bem? Disse Tiror amparando-a nos braços.

-Só estou um pouco zonza. Preciso me deitar.

Arão olhava para Cassi preocupado se não fizessem algo, logo ela teria o mesmo destino das demais.

 

 

 

Na manhã seguinte quando saíram da tenda havia um círculo formado por elfos, dentro dele Caravelliz esperava com mais dois acompanhantes.

-Bom dia. Espero que o restante da noite tenha sido agradável. Essa é Sefi.

Ela era uma garota de cabelos claros e curtos, tinha  olhos verdes, e sua beleza  era realçada pela roupa verde colada ao corpo, com uma faixa amarrada a testa. Pelo que puderam notar era a única mulher no acampamento.

-E este é Jassont,

Era mais velho que Caravelliz e Sefi, tinha cabelos longos e ombros largos. Dono de uma postura atlética, parecia ter a mesma idade dos demais soldados.

-Vocês devem conhecer a luta de três?

Fizeram um sinal de positivo com  a cabeça.

-Bom, esses são meus companheiros, os melhores de minhas comunidades. Pelas leis sou obrigado a participar. Porém dois de vocês lutarão contra eles, quem sair vencedor fará parte do grupo. Quem será o primeiro?

Arão ia se levantar, mas Cassi o segurou.

-Por favor, fique comigo, não vá.

-Me dá isso aqui.  Odrin pegou a espada de um dos elfos. Estava mal humorado.

–Ótimo! Um voluntário. Proclamou Caravelliz. -Você lutará contra Seti.

Os dois se posicionaram ao centro do círculo, Caravelliz fez um sinal para que a luta começasse. A Elfa lutava bem e dificultava os ataques furiosos de Odrin, mesmo sua defesa eficaz  apresentava falhas para conter os golpes ágeis da elfa. Um golpe passou rente a sua barriga, ele conseguiu se esquivar, mas a garota acabou tirando a espada de sua mão que caiu ficando no solo.

Sefi foi se aproximando com um sorriso, estava confiante em sua vitória. Odrin porém a derrubou com uma rasteira. Pulou pegando sua espada novamente. Os dois golpearam com suas armas, a intensidade foi tanta que elas se partiram. Aquilo tirou a atenção de Sefi, Odrin aproveitou para pegá-la nos ombros. Rodopiou com elfa, estava pronto para jogá-la no chão quando um grito se fez ouvir.

-Já chega. Bradou Caravelliz.  -Você luta muito bem.  Disse ao garoto. - Espero demonstre toda esta fúria quando me representar na batalha de verdade.

Odrin colocou a garota no chão. Ela ficou chateada com o resultado, nem olhou no rosto de seu oponente, virou-se saindo do meio da roda.

-O próximo. 

Tiror olhou para Arão.

-Cuide dela para mim.  Pediu Tiror.

Ele ia fazer objeção, mas Cassi apertou sua mão, ela parecia mais frágil. Arão olhou-a carinhosamente e depois seus olhos se encontraram com os de Jassont no centro do círculo, não podia abandoná-la. Tiror pegou uma espada se dirigindo ao centro da roda.

A luta teve início, os dois lutavam de forma muito parecidas. Ambos desferiam e defendiam vários golpes. Jassont acertou a perna de Tiror, este se ajoelhou devido ao golpe. Levantou-se irado, partiu para cima do elfo, desferia golpes e mais golpes, um deles atravessou a defesa do elfo acertando-lhe a mão. Sua espada caiu, ele estava desarmado. Tiror estava ofegante olhando seu adversário. Queria finalizar a luta, entretanto mais uma vez a voz de comandou se fez ouvir:

-É o suficiente.  Disse Caravelliz. -Vocês dois estarão ao meu lado no Coliseu para sermos parceiros na luta. Ja estamos de partida, em breve chegaremos a montanha dos quatro elementos.

Os elfos levantaram acampamento muito rápido, partindo logo em seguida. Sua marcha já tinha seu destino traçado. Suas tropas se deslocavam com velocidade, junto com eles os jovens seguiam para a montanha.

            Caminharam o dia todo, no meio da tarde, um pequeno ponto ficara visível no horizonte, a medida que avançavam o ponto se tornava maior.

-Que montanha enorme. Comentou Arão.

-Não é possível nem ver o topo.  Observou Tiror.

-Dizem que esta montanha na verdade é uma das pernas de um dagrão adormecido.  Explicou caravelliz.

-Espero que ele não acorde, principalmente agora. Bal olhava suas proporções assombrosas.

-Calma, isso são só lendas, histórias do povo elfico.  Continuou Caravelliz.  -O topo da montanha tem o formato de uma garra, dentro da garra está o Coliseu. Teremos que subir pelos caminhos que seguem contornando a montanha, dizem que estes caminhos são as veias do monstro que se solidificaram.

As tropas subiam devagar por uma estrada  íngreme que contornava a montanha. Arão notou que havia outro caminho além do que eles estavam percorrendo, faziam as mesmas curvas que  as deles, mas nunca se encontravam, a trilha também sumia nas nuvens.

-O que é aquilo?

Perguntou Arão, vendo bandeiras negras sendo agitadas no ar, cornetas sendo tocadas,  brados de guerras sendo ovacionados e uma multidão subindo pelo outro caminho.

-Aquele é o exército de elfos negros de Xelluz, para chegar ao topo existem dois caminhos  este que nós escolhemos. E o que Xelluz esta percorrendo que fica do outro lado. Cada um deles termina em uma entrada do Coliseu, nossas forças só encontrarão as dele no topo da montanha.

Eles passaram pelas nuvens, onde o ar era mais frio e úmido. O cume da montanha era imenso. O Coliseu ficava dentro da pata do dragão,  colunas gigantescas o sustentavam  terminando em cabeças de dragões. Nos olhos e bocas dos monstros chamas permaneciam acesas,  emitindo luz que clareava a arena principal. Os comandantes guiavam suas  tropas pelas entradas.

-Eles devem ficar nas arquibancadas,  apenas torcendo.  Explicava Caravelliz.

-As tropas de Xelluz ocuparão a outra parte do Coliseu, nós deveremos nos dirigir para a Arena onde ocorrerá a luta.

Os jovens acompanharam Caravelliz seguindo por corredores dentro da enorme construção.

-Quem são esses caras? Perguntou Bal para  Caravelliz.

Alguns homens trajando túnicas brancas com faixas vermelhas  os examinavam.

 -São os juízes. Eles cuidam para que  todas as regras sejam cumpridas e nenhum lado se beneficie com a quebra das mesmas.

-Para que essas correntes?  Perguntou Bal.

-São as regras. Entraremos acorrentados. Somente os que forem combater serão libertados, mesmo assim somente na hora de suas respectivas lutas.

-Preparem-se.  Disse o juiz virando as costas para todos.  -O desafio se aproxima do seu inicio.

Nesse momento um elmo com uma capa apareceu voando no local em que eles se encontravam.

-O que é isso?  Perguntou Odrin intrigado.

-Pelos deuses, que feitiçaria é essa?  Inquiriu Caravelliz.

O elmo e a capa foram ao chão.


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