O Sugador de Almas escrita por DarkAngelS2


Capítulo 5
Dois Condenados em Busca da Paz


Notas iniciais do capítulo

E este é o final da primeira saga mas ainda tem muito mais para se fazer! Eu espero que gostem! Boa leitura!



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Hijia é verdadeiro assassino por trás do acontecimento de dez anos atrás onde centenas de pessoas morreram inexplicavelmente, e dos recentes casos de mortes de criminosos! Ela revelou seu verdadeiro “eu” quando Leigh e Jardel a encurralaram com a sua investigação sobre a garota, mostrando uma personalidade oposta à aquela que era gentil e cuidadosa com as pessoas. Sua verdadeira natureza é a de uma assassina, amaldiçoada dez anos atrás por alguém misterioso. Ela tem roubado as almas das pessoas até agora mas por que?

– Não me levem a mal, mas eu realmente não gosto de fazer isso. – ela dizia olhando nos olhos de cada um dos guardas que havia prendido com suas correntes ao chão. Enquanto Leigh ainda não havia sido enforcado por elas, conseguiu dar suas últimas palavras que fizeram Hijia explodir mas sem mostrar isso em sua face.

– Você... – dizia com dificuldade – com certeza matou aquele casal também...

Silêncio ecoou por alguns segundos, as correntes que prendiam Leigh no chão agora se erguiam por ordem da garota, com uma expressão séria.

– Errado, s.r. Leigh. Mas agora que você falou nisso, - dizia alegremente – Você vai ser a minha primeira vítima!

As correntes estavam erguidas, envoltas nos punhos e nos tornozelos do caçador. Devido as elas, a bandagem branca que cobria o braço esquerdo dele começou a afrouxar. Quanto mais se debatia no ar, as bandagens iam se alargando e ele não conseguia se soltar.

– Não adianta. Não vai conseguir se soltar. – ela disse – Agora, você já me irritou o suficiente por hoje. Vou pegar a sua alma logo e acabar com isso.

Ela estendeu o braço direito para o alto e fitou seus olhos no caçador. Os segundos iam passando e nada acontecia, Leigh continuava ali mesmo que por um momento sentiu o medo de morrer ali.

Hijia não entendia. Já era pra a alma de Leigh ter deixado o seu corpo mas por alguma razão, ele ainda estava lá, se debatendo no ar. Ela ficou confusa, baixou o braço e manteve sua expressão séria.

“Não consigo pegar a alma dele....O que ele tem de diferente?”

As bandagens já estavam largas o suficiente, agora Leigh poderia ter uma chance de escapar mas Hijia já estava quase decidida a enforca-lo ali mesmo. As correntes começaram a se apertar mais.

– Você...vai mesmo me obrigar a mostrar isso? – ele disse. Hijia ficou atenta às palavras dele e assim, na mesma hora as correntes no braço esquerdo de Leigh quebraram! Ela arregalou os olhos na mesma hora, aquele braço todo enfaixado não tinha a forma de um humano. Era o braço de um monstro, completamente preto e cheio de escamas pontudas. Não tinha o mesmo tamanho que o braço direito, era maior e as mãos possuíam presas longas e negras. Pelo tamanho, deveria ser bem pesado mas aos olhos dela, Leigh parecia que não sentia a menor diferença de peso.

Os guardas que estavam presos ao chão ficaram aterrorizados ao ver novamente o braço que já matou dezenas de pessoas mas essa também poderia ser a única salvação deles.

Leigh se libertou das outras correntes com facilidade e conseguiu finalmente pôr os pés no chão. Sem perder tempo, avançou para atacar, apontando suas garras para a garota. Ela recebeu um golpe de raspão no rosto quando tentou desviar. Agora entendia como ele conseguiu prender quase todos os prisioneiros sozinho.

A ferida no rosto dela começou a cicatrizar instantaneamente num brilho azul mas ainda mantendo a mancha de sangue. Ela ficou impressionada porque, pela primeira vez, alguém conseguiu feri-la e esboçou um sorriso para o caçador mendigo.

– Você fez eu me regenerar, estou impressionada. – ele não respondeu, já estava preparando para atacar novamente quando ela tentou mudar o assunto da conversa. – Agora entendo porque eu não consegui roubar a sua alma. Você é como eu não é? Você tem a marca da maldição também.

Ele tentou não dar muitas informações para ela mas ela tinha razão. Um poder daquele tipo não podia vir de uma magia comum. Só um poder das trevas poderia fazer tais coisas.

– E se eu tiver? – ele respondeu.

– Por que você não se junta a mim? – ela disse sorrindo, estendendo o braço. Leigh não acreditou no pedido da garota, alguns segundos atrás ela estava tentando mata-lo e do nada ela o queria como aliado. Não havia lógica nas palavras dela mas Jardel não ousou duvidar, ele não considerava Leigh como um aliado e sabia que ele podia muito bem trocar de lado se fosse conveniente para ele. Jardel olhou ao seu redor e com dificuldade tentou estender a sua mão para pegar uma arma que estava próxima dele.

Leigh deu uma risada.

– Você só pode estar brincando comigo! Por que eu faria isso?

– Oh, então você quer continuar vivendo da forma que está?

As palavras dela bateram fundo em seu coração.

– Desde o dia em que eu te conheci, eu vi a forma miserável que sua vida é. – ela disse – Pessoas como nós estão destinadas a serem temidas, rejeitadas e sem nunca serem aceitas pela sociedade.

Por mais que Leigh soubesse dessas coisas, ele nunca se importou e até hoje havia vivido dessa forma sem se importar com o que os outros pensavam mas as palavras de Hijia, de alguma forma, faziam ele duvidar de si mesmo.

– Os guardas ao seu lado não o veem como um aliado ou companheiro, mas sim como um benefício. Eu, por outro lado, reconheço as suas habilidades e quero você ao meu lado como meu companheiro.

Leigh começava a olhar de lado para os guardas ao chão. Jardel já estava quase alcançando a arma, que por sorte, Hijia não percebeu mas a cada segundo que continuava falando, Jardel ficava mais desesperado. Não teriam chance se caso Leigh cedesse.

– Por que você me quer ao seu lado? – Leigh perguntou.

– Eu tenho um objetivo: quero me livrar desta maldição, mas sei que não vou conseguir sozinha. Você quer usar suas habilidades para alguma coisa útil? Ou vai continuar a viver como um mendigo? – ele não conseguiu responder na hora – Sabe, quando se vive miseravelmente...é a mesma coisa que estar morto.

Jardel alcançou a arma e conseguiu aponta-la para Hijia. Imediatamente disparou nela mas esta desviou dando um pulo para trás e voltou seus olhos para ele.

– Você também quer um pouco de atenção, Chefia? – ela sorriu.

Leigh voltou a ataca-la de novo, ela desviou por sorte desta vez. As garras do caçador ficaram presas na parede. Jardel apontou a arma mais uma vez para a garota e ela desviou mais uma vez. Agora, o policial conseguiu se libertar as correntes pela garota não estar tão concentrada em prende-los naquela hora.

– Bom, eu já peguei o que tinha pra pegar aqui! – disse sorrindo – Leigh, se quiser vir comigo, vou estar na saída norte!

Com sua magia de fogo, uma grande nuvem de fumaça tomou conta da prisão e ela conseguiu escapar. As correntes desapareceram e os guardas já podiam se levantar e pegar suas armas. Leigh conseguiu tirar a mão presa da parede e envolveu seu braço nas bandagens brancas. Pouco a pouco, ele ia perdendo sua forma monstruosa e se tornava mais parecido com um braço humano.

– O que estão fazendo?! Vão atrás dela! – Jardel gritou após tossir com a mão na boca. Leigh continuava no mesmo lugar, pensando em tudo o que aconteceu. Jardel se aproximou dele.

– O que você está pensando? – ele perguntou. Leigh não respondeu – Não vá fazer besteiras.

Agora, Leigh se sentiu profundamente irritado e Jardel pode ver isso pela forma como ela andava e sem dizer nada. Normalmente em situações como essa, Leigh sempre fazia alguma brincadeira mas desta vez ele estava sério. Dependendo de como as coisas fluíssem, Leigh poderia se tornar um inimigo da polícia.

– Ela disse que ia para a saída norte! Mande todas as equipes para lá agora! – Jardel continuou a dar ordens.

Tudo o que Hijia disse naquela hora, todas as suas palavras ecoavam na cabeça de Leigh. Era fato, os dois tinham muito em comum e não era apenas a maldição, nem a rejeição e o ódio das pessoas, mas os dois já haviam manchado suas mãos de sangue a muito tempo. Ela realmente estava certa, ele foi amaldiçoado e continuou vivendo como um mendigo, sem nem ao menos tentar revidar pelo seu destino. Ele estava vivendo mas ao mesmo tempo, era como se estivesse morto.

“O que ela está fazendo agora...Eu não posso aceitar isso.”, ele se decidiu. Junto com a equipe da polícia, ele foi para a saída norte cidade mas Jardel continuou com o olho em cima dele.

Sentada em um balanço feito de suas próprias correntes, Hijia observava as luzes das lanternas se aproximando dela. “Será que ele vai vir?”, ela pensou, descendo das correntes. Haviam dois cavalos perto dela, um preto e um marrom, Hijia montou no marrom enquanto espera para ver o que iria acontecer mas suas esperanças já estavam indo embora.

“É melhor eu ir também...”, ela ouviu um som alto logo depois. Era o som de árvores caindo, olhando para trás na escuridão, alguém se aproximava.

– Leigh!

– Por que está parada aí? Vamos logo! – ele disse montando no cavalo preto.

Os gritos dos policiais ouviam-se dali, mesmo com o galope alto dos cavalos, mas eles não se importavam. Hijia estava completamente feliz, o sorriso enorme não saía de seu rosto.

– Você que derrubou aquelas árvores? – perguntou ela empolgada.

– Eu saí na frente pra dar tempo!

– Achei que você não vinha! – ela dizia alto por causa do barulho dos galopes – Por que mudou de ideia?

– Eu não mudei. Já tinha decidido! – ela ficava atenta às palavras dele agora – Hijia, quando você me perguntou aquilo no restaurante...eu não pude te responder naquele dia mas agora vou...

Ela continuava quieta.

– Eu não posso seguir você até o inferno. Tanto você quanto eu já o vimos a muito tempo…Mas se existe alguma forma de escapar dele, eu sei que só vou conseguir se estiver com você!

Um sorriso maior ainda surgia no rosto dela.

– Tem certeza que não vai se arrepender? – ela perguntou.

– E daí? Já estamos condenados de qualquer jeito!

Sim, os dois já haviam feito a sua escolha. Não importa que tipo de coisas eles tenham que fazer pelo seu caminho, eles continuariam vivendo da forma que queriam, mesmo que isso significasse ficar contra o mundo todo.


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