Mudanças involuntárias escrita por Ani


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora, é que eu tive alguns imprevistos esses dias e não queria postar o capitulo sem revisar.

Boa leitura a todos.



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Ouviu uns barulhos estranhos ao longe que não sabia identificar o que era. Abriu os olhos bem devagar e se deparou com um quarto quase que completamente escuro a não ser por uma luz fraca que vinha da sua direita, olhou com mais atenção o lugar e notou que a sua esquerda havia uma porta, conseguiu a identificar pelo fato de ela estar com uma pequena fresta aberta onde podia-se ver uma luz. Direcionou seu olhar para direita e descobriu que os barulhos estranhos e aquela luz fraca vinham do mesmo local, para ser mais exata de uns aparelhos que notou estar ligados a ela.

Tentou levar uma das mãos ao rosto, após algumas tentativas falhas finalmente conseguiu com uma certa dificuldade porque sentia algumas dores nos braços ao tentar move-lo. Ao passar a mão pelo rosto notou que usava uma máscara de oxigênio.

Chegou a conclusão óbvia de que estava em um hospital, mas o que queria mesmo saber era como foi parar lá. Tentou se lembrar do que houve para estar ali, porém só conseguia lembrar-se de ter concluído o seu caso e se despedido de Gil. Ao se lembrar dele preocupou-se, ele com certeza está preocupado por ela estar em um hospital, lembrava-se muito bem como ele havia ficado da última vez que ela havia visitado um hospital.

Havia passado pouco mais de um mês desde o seu sequestro causado por Nataly, após o ocorrido ele andava muito preocupado com ela, sempre perguntando sutilmente como ela estava e se precisava de algo. Talvez ele fizesse isso pelo fato dela as vezes ficar quieta demais ou querer ficar sozinha e também não conseguir dormir direito e quando conseguia com a ajuda de remédios tinha pesadelos horríveis. Agradecia o fato de Gil ter voltado ao trabalho, assim ele não teria mais que presenciar essas cenas, apesar de que não o ter ao seu lado a abraçando nesses momentos de fragilidade era horrível, porém assim era melhor, ele não sofreria junto com ela, e não o veria mais triste e preocupado e sem saber o que dizer ou fazer quando ela tinha esses pesadelos.

O barulho da porta sendo aberta a tirou desses pensamentos e a fez imediatamente olhar naquela direção. Com o auxílio da luz que vinha de fora do quarto observou uma enfermeira entrar no quarto carregando algumas coisas que não conseguia identificar o que era por causa da pouca luz. Quando a enfermeira percebeu que ela a observava, parou imediatamente onde estava e ficou a observando de uma forma estranha. Sara então tentou dizer algo porém, não houve sucesso primeiro porque sua voz saiu muito baixa e segundo porque aquela mascara a impedia de falar.

Após alguns segundos a enfermeira se recuperou e então se direcionou novamente até próximo a porta e então acendeu a luz do quarto, imediatamente Sara fechou os olhos incomodada com a claridade repentina, quando os abriu novamente a enfermeira já se encontrava ao lado de sua cama ela já não carregava mais nada, a observando notou que ela aparentava não ter mais de 30 anos, loira e possuía grandes olhos azuis.

– Oi, meu nome é Hanna sou enfermeira, como se sente? pode nem ouvir ? -perguntou um pouco hesitante.
Sara falhou novamente ao tentar falar, então devagar ela balanço a cabeça positivamente . A enfermeira lhe lançou um sorriso e continuou.

– Espere só um momento que eu já volto, vou chamar o médico.

Sara mais uma vez só balanço a cabeça, e a enfermeira rapidamente se retirou. Após alguns minutos ela voltou acompanhada de um homem loiro que aparentava ter pouco mais de quarenta e cinco anos e possuía olhos azuis como os de Hanna, assim que ele a viu demonstrou surpresa como Hanna, porém soube disfarça muito bem, dirigiu-se a Sara com um sorriso simpático e lhe disse.

– Que bom que acordou, eu me chamo Tomas, sou o médico que está de plantão hoje. Como se sente?

Sara novamente não conseguiu dizer nada por causa da máscara, então o Dr. Tomas foi até ela e a retirou, Sara sentiu um pouco de dificuldade para respirar mais o médico a tranquilizou dizendo que nas primeiras horas sem utilizar a máscara era desconfortável mas com o tempo ela se sentiria melhor. E logo depois disse que faria algumas checagens rápidas de rotina, ela assentiu e então ele começou verificando os aparelhos que estavam ligados a ela e logo depois seus ouvidos, olhos, quando o ele examinou seus braços Sara sentiu um pequeno desconforto, que o médico não deixou de notar. Quando ele ia levantar o lençol para examinar as pernas dela ouviu uma voz baixa dizer.

– O que ...aconteceu? - Sara conseguiu finalmente dizer devagar com muito esforço e respirando pesadamente.

O Dr. Tomas parou o que fazia e olhou rapidamente para a enfermeira que desde sua entrada com ele não disse nada, e logo depois se dirigiu seu olhar para Sara.

– Srt. Sidle - seu tom de voz simpático porem um pouco mais cauteloso - do que você se lembra antes de acordar aqui?

– De... terminar meu.... turno no .... laboratório ... criminalista ....onde trabalho - disse bem devagar notando que sua garganta estava seca.

Ao perceber isso o médico disse a enfermeira Hanna que fosse buscar um pouco de água para ela, a enfermeira saiu rapidamente.

– Sara pelo que sei você sofreu um acidente de carro - disse o médico sem rodeios e ao ver sua face surpresa e questionadora Dr. Tomas logo continuou - essas são as informações que eu possuo sua, seu médico o Dr. Wilson chegará logo pela manhã e lhe dará mais detalhes. Mas não se preocupe você está bem agora.

Após alguns segundos Sara assentiu, e então a enfermeira voltou com o copo de água e um canudo e a ajudou a beber. Enquanto o médico continuou a examina-la de onde havia parado.

– Enfermeira Hanna sirva o jantar a ela que logo depois Jon virá aqui – disse assim que terminou de examina-la, dirigindo-se a enfermeira que saiu logo dizer um sim baixo. Dr. Tomas então se aproximou da cama e a ajustou de uma forma em que Sara ficasse confortavelmente sentada.

Após alguns instante novamente Hanna entra no quarto porem dessa vez com uma bandeja que estava em uma mesa de rodinha arrumou tudo em frente a Sara que só agora notara que estava com muita fome, porém seus braços pareciam não querer a ajudar, eles exigiam muito esforço para uma simples tarefa como pegar o garfo.

A enfermeira Hanna já ciente de que isso ocorreria começou a alimenta - lá, após dar a primeira colherada da sopa de legumes na boca de Sara recebeu um sorriso meio sem jeito de agradecimento. Enquanto isso o médico fazia algumas anotações e ao concluir disse.

– Vou deixa - lá mais a vontade senhorita Sidle, bom apetite - disse o médico com um sorriso leve e logo se retirando.

Alguns minutos após sua saída ela terminará de comer e Hanna já retirava tudo quando ouviram uma batida na porta e logo em seguida um homem moreno de barba e com dreads entrou no quarto.

– Boa noite meninas - disse animado - eu sou Jon o seu fisioterapeuta - disse se dirigindo-se a Sara, ela o olhou sem entender direito, ele então completou - Dr. Tomas me mandou, ele percebeu que você precisaria de algumas "massagens".
Disse bem descontraído, dessa forma arrancando um pequeno sorriso de Sara e de Hanna que já o conhecia a algum tempo e gostava muito do jeito brincalhão e animado dele.

– Isso será ótimo para você Sara, após essa "massagem" você não vai mais sentir tanto desconforto.

– Otimo... então ... comece.... logo - disse baixo e devagar.
Imediatamente Jon começou a trabalhar, começando pelos braços e dedicando um bom tempo a ele antes de se direcionar as pernas dela. A massagem durou aproximadamente duas horas e nesse tempo Jon que era muito comunicativo fez algumas perguntas a Sara mas notando que ela tinha um pouco de dificuldade para responder ele começou a falar sobre ele e as diversas estórias engraçadas que sabia sobre o hospital.

Quando a sessão terminou Jon e Hanna saíram para deixar Sara descansar, pois já era tarde, ela pode pensar melhor na notícia que receberá. Tinha sofrido um acidente de carro e ao notar pelo seu estado não havia sido nada sério, só essas dores musculares que a impediam de se mexer. Mas provavelmente esse não será um problema por muito tempo, se continuar tendo essas seções de fisioterapia diariamente logo estará bem, já que só com essa seção as dores já diminuíram consideravelmente.

Fechou os olhos e tentou se lembrar do que havia acontecido, porém nada vinha a sua mente, era como se esse acidente nunca tivesse acontecido só acreditava porque nesse momento estava em um hospital.
Achou estranho o fato de Grissom não estar ali com ela, com toda certeza ele deve ter ficado muito preocupado. Talvez ele deva estar com um caso muito urgente e não pode estar aqui ou até mesmo possa estar cuidando da cena de seu acidente e logo estaria ali com ela provavelmente quando acordasse, e foi com esse pensamento que adormeceu.

Quando despertou passou devagar os olhos pelo quarto a procura de um certo supervisor, se deparou com a enfermeira Hanna sentada em uma cadeira um pouco afastada da cama ela estava lendo um livro, após alguns poucos minutos ela notou que Sara havia acordado, rapidamente se levantou, fechou seu livro o colocando na cadeira e a comprimento.

– Bom dia, como se sente?

– Bem. - disse ainda um pouco sonolenta - o que faz aqui?

– O Dr. Tomas achou melhor eu passar a noite aqui caso você precisasse de algo.

– Hum..

– Eu vou buscar seu café da manhã, você deve estar faminta. Não demoro.

Alguns minutos se passaram e ela retorna ao quarto com o alimento de Sara, e como no dia anterior a auxílio em sua alimentação.

– Hanna você sabe se alguém veio me ver ? - disse após ter engolido mais um pedaço de melão que Hanna colocará em sua boca, sua voz já estava bem melhor quase normal como antes.

Ela queria saber se Gil havia passado ali para vela enquanto dormia, porque pelo que conhecia dele era capaz dele ter estado ali e ido embora sem acordá-la. A enfermeira demorou alguns segundos para responder, olhou para Sara e pareceu procurar uma resposta. Por fim disse.

– Desculpe Sara, mas durante esse meu turno não ouve visitas – vendo sua face de decepção completou - mas podem ter vindo antes, e para ser sincera eu inicie nesse setor ontem e aqui foi o primeiro quarto que eu entrei - disse com um pequeno sorriso que pedia desculpa por não ajudar

– E quando o Dr. Wilson chega mesmo?

– Daqui alguns minutos ele deve vir aqui, é que ele está examinando alguns outros pacientes.

– Ok

Foi a última coisa que foi dita naquela conversa. Após terminar de ajuda lá a se alimentar Hanna saiu do quarto dizendo a Sara que logo o médico viria.
Alguns minutos depois ela ouve fracas batidas na porta e logo depois dois homens entram no quarto. O primeiro aparentava ter um pouco mais de 50 anos branco e vestia um jaleco deduziu ser o Dr. Wilson, o segundo era mais velho que o primeiro os cabelos eram bem brancos, sua face denunciava sua idade avançada, usava óculo e vestia um terno.

O nome dele é Enry, Sara se lembrava vagamente dele da última vez que tinha ido visitar a sua mãe há alguns meses, ela havia melhorado muito seu estado e estava quase como era antes daquele fatídico dia de sua infância, com apenas uma diferença ela não possuía mais aquela aura triste e melancólica, Enry era muito amigo de sua mãe. Ela não era muito próxima dele por isso achou estranho ele estar ali, provavelmente deveria estar ali acompanhando sua mãe. Mas como ela chegará aqui tão rápido. Pelo visto ela havia ficado inconsciente mais tempo do que imaginava, foi tirada de seus pensamentos pela voz calma do Dr. Wilson.

– Bom dia Srt. Sidle, sou o Dr. Wilson

– Oi - disse voltando seu olhar ao médico, só ai se dando conta que estava encarando Enry.

– Como se sente?

– Bem, apenas com alguns desconfortos.

– Hum.. Vou fazer algumas checagens rápidas.

E como outro médico no dia anterior o Dr. Wilson a examinou. Enquanto ele a examinava Enry finalmente disse algo.

– Olá Sara se lembra de mim? Sou Enry.... hum... amigo de sua mãe.

– Sim me lembro, ela está com você?

– Hum...- ele pareceu pensar no que dizer mas foi interrompido pelo médico.

– Aparentemente você está bem Sara, mas faremos alguns raio-x e outros exames mais específicos de rotina.

– E o que aconteceu Dr.? O outro médico não me deu muitos detalhes apenas disse que eu sofri um acidente de carro.

Ele hesitou um pouco, mas depois com muita calma ele disse.

– Qual a última coisa que se lembra Sara? - fez a mesma pergunta de Dr. Tomas.

– Apenas de sair do laboratório onde trabalho.

– Sara. Posso te chamar dessa forma? - questionou o médico, recebendo um aceno positivo de cabeça como resposta - Então, durante o seu percurso para sua casa Sara você sofreu um acidente. Um motorista imprudente que andava em alta velocidade acabou colidindo o carro dele no seu, e com a batida seu carro capotou algumas vezes.

O médico disse tudo de uma vez, e esperou para ver como ela reagia. Sara ficou em silêncio por alguns minutos assimilando tudo que lhe foi dito. Após alguns longos segundo de silêncio ela finalmente disse.

– Hum.. pelo menos não foi nada grave ..... afinal .... eu só sinto algumas dores no corpo ....e pelo q você acabou de dizer o acidente foi feio ... então acho q eu tive sorte... não é? - Disse devagar e pausadamente, ainda não acreditava no que acabava de ouvir.

O médico a olhou por mais alguns segundos e depois dirigiu seu olhar para Enry que assentiu discretamente pra que ele continuasse.

– Na verdade Sara, você teve várias fraturas nos braços, pernas e costelas, mas o tempo que você passou aqui foi o suficiente para você se recuperar.
Sara o olhou espantada, o que ele queria dizer com " o tempo que passou aqui foi o suficiente para você se recuperar ", essa frase ecoava na sua mente. Essas fraturas que ele mencionou, ela tinha conhecimento que levava algumas semanas para ficarem curadas ou até mesmo meses, isso significava que ela estava ali a um bom tempo. Como pode ter se esquecido desse tempo que passou em tratamento? Não conseguia entender.

– E a quanto tempo eu estou aqui ? - disse ainda meio aérea.

– Sara você chegou aqui em uma situação muito crítica, havia uma possibilidade muito grande de você não sobreviver, consideramos sua recuperação um milagre e...

– Quanto tempo? - o interrompeu rudemente não queria ser grossa, porem também não queria mais ouvir essas coisas, queria saber a quanto tempo estava ali.

O médico suspirou olhou rapidamente para Enry e voltando-se para Sara novamente disse.

– Você esteve em como Sara durante .... cinco anos


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Notas finais do capítulo

E então, valeu a pena a espera ?



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