My Beautiful Angel Ice escrita por ParaZombie, ZoeyBermanelly, birdspotting


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi meus anjos! minha primeira fic, espero que gostem, me deem sugestões e me avisem se algo estiver errado



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Minhas costas doíam. Muito mesmo. Por sorte, as dores conseguem ser suportáveis. O vadio do Will é um filho da puta. Além de bêbado e vagabundo, acha que tem o direito de me espancar até cansar quando chega em casa. Argh! Me pergunto todos os dias o que eu fiz pra merecer viver nesse inferno. Fui tão ruim assim na vida passada para que Deus me castigasse agora?

Às vezes me pergunto sobre onde está a minha mãe… Annie nunca mais telefonou pra saber se, pelo menos, estou viva. Que espécie de mãe é essa? Ela só dá importância a Sophia e dá a ela uma vida de puro luxo e conforto na Inglaterra. Outra coisa que eu me pergunto é: O que essa mulher acha sobre sua filha mais nova? Ah, deve ser algo do tipo: “June? Oh, HAHA, ela que se foda”.

Liguei o rádio e Born To Die começou a tocar. Como sempre a Lana está certa: *Nós nascemos para morrer*.

Caminhei até meu armário e tirei as roupas que usaria hoje. O frio insuportável que faz em Noth Augusta – Carolina do Sul, há 30 minutos de Geórgia, uma cidade razoavelmente pequena, perto dos seus 6 mil habitantes – me obriga a comprar um casaco a cada mês. Bom, na verdade, isso não seria necessário se Will parasse de usar meus agasalhos como trapos para enxugar seus vômitos espalhados pela casa. Bufei.

Esse maldito me persegue? Céus, preciso de uma resposta clara.

Me despi em frente ao espelho, perto da minha cama. Uma lágrima solitária escorreu. As marcas roxas nas coxas, nos ombros, abaixo dos meus seios... O que eu, realmente, fiz?

Fui até o meu banheiro e liguei o chuveiro, na temperatura mais quente que existisse. Deixei com que a água caísse e batesse nas minhas costas, com os músculos tensos e ainda ¨sonolentos¨. Cada centímetro em que a água fervente tocava minha pele, deixava marcas vermelhas. O vapor cobriu todo o teto e o clima abafou. Peguei uma buchinha rosa e coloquei um pouco de sabonete líquido de erva doce. Assim que terminei de lavar, fechei o registro, finalizando aquele banho que, no momento, quis que fosse eterno.

Logo depois de me arrumar por completo, desci e rumei até a cozinha. É bem rústica. Com uma mesa no centro de madeira velha, onde se prepara o jantar, três bancadas comuns, uma geladeira de uma porta e Freezer e um fogão velho a gás. Peguei uma maçã e dei uma mordida enorme, para saciar a minha fome matinal. Quando ia jogar o restante fora, a campainha tocou.

– Oi sua linda! –Zoey diz pulando em cima de mim. – Que saudades vaca.

– Oi! Também estava com saudades, como foi em Carolina do Norte? – Perguntei, puxando-a para dentro e fechando a porta em seguida.

– Foi demais, simplesmente demais tem muitos gatinhos em Atlanta e peguei os números deles. –Okay, a Zoey é legal, mas se apaixona por dez garotos diferentes por mês.

– E com quantos aconteceu?

– Dos 17… uns 6 mais ou menos.

– Zoey! -Arregalei os olhos, dando um tapa leve em seu braço, repreendendo-a. – Você nem sabe com quantos garotos transou em 3 semanas? Estava protegida pelo menos? – Pergunto, com preocupação. Tudo o que não pode acontecer agora é a minha melhor amiga engravidar de um cara qualquer, no qual, acredito, que nem deve saber o nome.

– Claro que sim boba.

Dei uma risada nasala e olhei para o relógio. Exatas 7:20!

Subi a escada correndo, pegando a minha mochila com os zíperes recém-arrumados e costurados e desci, pulando de dois em dois degraus.

– Vamos… Zoey? – Percebi que ela não estava mais na sala e sim na cozinha, comendo alguma coisa que não consegui identificar até um momento. Quando pude ver seus dedos melados, rapidamente me lembrei: – ZOEY! ESSA É A MINHA BARRA DE CHOCOLATE VAGABUNDA!

– Dane-se – Ela soltou um olhar desafiador e saiu correndo com a barra na mão, passando por mim como uma bala. – Ela é minha agora!

– Filha da puta! –Corri atrás dela entrando em seu carro e rindo daquela situação.

– Tó'… te dou metade da minha barra. – Ela me deu a metade em que não pôs sua saliva.

– Minha barra, você quer dizer. – Fiz ênfase no “Minha”. – Você furtou sua rapariga.

– Tanto faz.

Ela ligou o carro e seguimos para a escola. O caminho é bem longo, já que nossa escola fica quase no centro de Geórgia (Atlanta), o que dá, mais ou menos, 40 minutos de viagem. Uma viagem longa, cansativa e entediante. Assim que chegamos na escola, corremos para conseguir entrar, já que os portões costumam fechar as oito e dez e já se passam de oito e vinte. Isso é uma tradição tosca em que os alunos devem ser aprisionados essa hora. Bom, pra constar o dia já começou bem. Ah e isso foi irônico, porque a minha primeira aula seria de Artes e o da Zoey seria de Biologia. Nos separamos no segundo corredor e seguimos, cada uma, para a sua respectiva sala. Assim que cheguei no local, me deparei com o diretor a minha procura. Pensei em dar meia volta, mas foi tarde demais. O velho cretino percebeu a minha presença na porta.

– Srta. Naysmith, para a minha sala agora. – Ele fez um sinal para que o seguisse e, por um momento, senti um arrepio forte percorrer minha espinha.

– Júpiter me ajude, porque agora fodeu. –Murmurei pra mim mesma.

– Disse algo Srta. Naysmith?

– Não, nada. –Olhei para o final do corredor e fingi me engasgar, falando: – Viado… Argh! Me engasguei, desculpe.

– Certo… – Ele arqueou uma sobrancelha, mas deu de ombros em seguida. Rumamos até sua enorme sala e adentramos na mesma. – Entre e se sente, eu já volto.

– Okay – Cantarolei e me sentei na enorme cadeira de couro em frente a mesa. Ele saiu, deixando a porta entreaberta e deixando-me livre para bisbilhotar na decoração caprichada daquele local tão odiado por mim e pelos outros alunos.

A sala não é lá grande coisa. Possuí uma parede que serve de mural. Atrás da cadeira do diretor, há um quadro enorme dele mesmo, com as pernas cruzadas e com as mãos pousadas sobre a coxa. É igual as poses em que os antigos reis faziam. Bom, isso foi uma tentativa falha de recriar alguma grande obra; As janelas eram grandes e os vidros estavam borrados. Cortinas que iam do chão ao teto, possuíam a tonalidade azul-marinho e tinha as pontas rendadas e com fios dourados de barbante. Há dois armários por ali e gavetas de arquivos, com fichas de antigos e novos alunos. Aqui a luz é bem fraca, o que torna o ambiente bem escuro.

Pouco tempo depois de ter saído, o Diretor voltou a sala acompanhado de uma mulher. Ela possuía olhos azuis em uma tonalidade bem escura. Eram parecidos com os meus. Seus cabelos se pareciam com o da minha irmã mais velha e até mesmo as sardas eram idênticas. Acredito que tenha uns vinte e sete ou vinte e oito anos.

– Srta. Naysmith suponho que conheça essa mulher, certo? –Ele a olha com malícia. Eca! A mulher me olhou com esperança nos olhos e começou a tremer um pouco. – Essa é a Sra. Ohay.

– Tem algo familiar em você... Você se parece com a minha irmã mais velha… Espera… Calma, não pode ser… -Apontei para o rosto dela, quando a ficha começou a cair.

– Sim sou eu… filha! – Ela me abraçou, mas eu me afastei rápido. Ohay havia acabado de apertar meus braços machucados.

– Ai ta doendo! – Soltei um pequeno gemido e afastei o braço dela.

– Oh, me desculpe… o que houve, June? Eu mal encostei em você. –Ela segurou em minhas mãos, olhando-me com compaixão.

– Não é nada, eu só cai ontem e estou com o braço ralado.

– Deixe-me ver. –Dito isso, puxou a manga de minha blusa de frio. Não tive tempo de impedi-la. –O que é isso? – Ela aumentou o tom de voz, me assustando um pouco.

– Não é nada Annie. Eu juro, já disse eu cai, só isso.

– Diretor Bill pode nos deixar a sós por favor? – Pediu e ele assentiu, sorrindo com perversidade.

– Claro, Srta. Ohay, com licença.

– Obrigado! – Ele saiu, me deixando sozinha com Annie. – June me mostre isso agora! – Gritou, dessa vez, com fúria na voz. Abaixei a cabeça e neguei. – June, me obedeça. Eu estou mandando você me mostrar isso e… -Ouvindo isso, resolvi encará-la de uma vez só.

– Não! Acha que só por que veio na escola me procurar, acha que pode mandar em mim? Que eu vou esquecer que você me deixou, me abandonou com aquele monstro do seu ex-marido? Que só por que me chamou de filha eu vou esquecer que passei 12 anos sendo obrigada a suportar o que você não suportou em 4 anos? – Não consegui suportar as lágrimas. Talvez, todo o choro que eu havia reprimido durante esses últimos tempos, resolveram se libertar. Eu, realmente, detesto chorar.

– June… filha… -Annie parecia estar preocupada. -… oh, filha eu sinto muito… ah, meu Deus! -Ela me abraçou. Não estava me apertando. Só queria me deixar confortável o bastante para chorar sem me preocupar em fazer papel de ridícula. – Estou preocupada com você, seus professores me avisaram que viram machucados em você e você sempre deva a mesma desculpa… o que está acontecendo, de verdade? -Me soltei de seus braços e enxuguei as lágrimas, parando de soluçar logo depois.

– O que está acontecendo? De verdade? -Ohay assentiu e eu dei um sorrisinho irônico.

Desci a blusa de frio, lentamente pelos meus braços. Fiquei apenas com uma regata. Annie olhou-me horrorizada e eu dei uma risada amarga. Levantei um pouco a blusa, mostrando os outros hematomas.

– Tem mais nas pernas, Annie.

Ela levou as mãos até a boca e analisou todos os hematomas e cortes que acabara de ver.

– Will… foi ele quem? Quer dizer que seu pai fez isso? – Ohay fez um sinal para que eu me vestisse novamente e assim fiz.

– Sim… foi o Will! -Droga, como odeio pronunciar o nome desse cretino.

– Ele nunca mais irá fazer isso com você. Eu prometo filha. Prometo.

– Como pode ter certeza disso, Annie? Ele nunca irá parar, Srta. Ohay. -Fiz graça com o seu sobrenome.

– Will foi encontrado morto, filha! – Senti um alívio. Me senti feliz ao ouvir essas palavras. Se eu sentiria saudade dele? Talvez... Will ainda era o meu pai, por mais que odiasse isso. Mas, minha felicidade é maior do que a minha tristeza e encobre esse sentimento tosco e desnecessário. – Suspeitam de que havia sido um assassinato.

– Onde eu... onde eu vou ficar? –Eu não posso morar sozinha. Tenho apenas dezesseis anos e a lei ainda não permite que uma adolescente fique só.

– Vai ficar comigo e com sua irmã, querida. -Falou, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

– Oi? Você ta brincando né?

*Na frase "Nós nascemos para morrer", o original é “We were born to die”*


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Notas finais do capítulo

Estou precisando de um(a) co-autor(a), quem se oferece como voluntário? >< bjs posto o próximo cap quando conseguir.

(Capítulo Original por: Hauanna
Edição e Revisão: ZoeyBermanelly)
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(OBS: Desculpem a minha má edição. Ah e eu só estarei editando o capítulo 1, o próximo quem o fará, será a nossa diva Hauanna :3 -ZoeyB)



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