Dias estranhos eram aqueles. Todos combinaram de se encontrar na casa de Izzy para discutir. Desde o dia da festa de Lina, que fora há duas semanas, ninguém ouvira sequer uma notícia sobre o paradeiro de Lyvia. Ela não estava em seu melhor estado, todos concordavam, e desde todo o rolo com o Alessandro (e toda a bebedeira que se seguiu) ninguém sequer notou o momento em que ela desapareceu. Agora estavam lá, sentados amontoados no sofá da casa de Izzy, pensando no que fazer para procura-la.

– Lyv seduziu um gringo, foi embora com ele, mas na verdade foi traficada e está em Istambul. – disse Bea, e somente Adan esboçou um sorriso. Todos os outros a olharam consternados, os olhos assustados enquanto suas mentes projetavam essa imagem.

– Nem a mãe dela sabe onde ela está – disse Lina, sentada ao lado de Tris (depois do discurso que Tris fez em seu aniversário, elas ficaram tão mais próximas que as más línguas podiam dizer que Trina tinha saído da zoeira e finalmente ido para a realidade). – Como nós vamos encontrá-la?

– Até no IML a mãe dela já ligou – disse Lina, e mais uma vez todos pararam, imaginando a imagem de Lyvia em um necrotério.

Todos foram bruscamente tirados da reflexão silenciosa quando o telefone de Adan tocou.

Era Lyvia!!!!!!

– Ai meu Deus ela está me ligando! – Adan gritou, olhando para o celular em suas mãos.

– Atende logo então, vagabundo – disse Thayna. – Desculpa aí, sogrona – disse para a mãe de Izzy, que a fitava da cozinha.

– Aé – Adan disse, e atendeu, colocando no viva voz.

– Alô. – disse Lyv, a voz embargada.

– Lyvia meu Deus onde você está? – gritou Catharina, do outro lado da sala.

– Eu acordei em um carro, um tempo depois da festa, e alguém me deu alguma coisa para dormir de novo. Eu não to me sentindo bem, eu to... – ela fez uma pausa, e todos se preocuparam.

– Lyv? – Windlin perguntou, erguendo as sobrancelhas.

– Eu não sei direito onde eu to. É tudo meio deserto, tá muito calor e eu ainda to com o mesmo vestido da festa.

– Deserto? – perguntou Bea – Menina onde você se meteu?

– Ele me devolveu meu celular, e um papel com o seu número pra eu ligar. Minha bateria tá acabando. Todos que passaram aqui tão falando inglês, e ali na frente tem uma placa... espera... – mais uma longa pausa.

– Lyvia, desembucha – todos gritaram em uníssono.

– Aquela placa diz Las Vegas. Gente, não é possível, eu to em Ve...

– Pronto, pronto, já falou demais. – disparou bruscamente uma voz masculina, e desligou o telefone.

Todos nos entreolhamos, em um profundo silêncio. Até onde teríamos que ir para salvar Lyvia?