At first sight escrita por BrunaBarenco


Capítulo 4
Capítulo 4: I know what you did last night


Notas iniciais do capítulo

HELLO HELLO!
OLHA QUEM ESTÁ VOLTANDO E NÃO TEM MENOS DE UMA SEMANA!
Tudo absolutamente culpa de A)do meu amigo (oi Tiago) que começou a ler e foi me encher no Twitter e B) UMA RECOMENDAÇÃO COM TRÊS CAPÍTULOS ~FOGOS~. Então eu resolvi ser boazinha e postar logo. Não se acostumem, eu repito.
Então, é, é isso. Aproveitem e etc, até as notas finais!!!



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I don't fall easy often
I've never had a love like you before

James estava sentado na mesa de uma lanchonete, a alguns quarteirões da casa de Dominique. Depois de pular a janela e caminhar um pouco, ele tinha ligado para Teddy ir busca-lo e consequentemente Fred tinha ido junto. Agora os dois o encaravam como se ele fosse louco.

–Então deixa ver se entendi- Teddy disse, cruzando as mãos em cima da mesa. – Você encontra uma garota gata, conversa com ela até a polícia aparecer sobre o Caso Jane, vai para casa dessa garota bonita onde conversam até dormir? CARA COMO VOCÊ PERDE UMA OPORTUNIDADE DESSAS?

–Pode falar baixo?- James pede, olhando para os lados.

Teddy parece não lhe dar ouvidos.

–Você é o maior idiota. O MAIOR IDIOTA.

–O mundo não precisa saber disso.

Fred, parecendo alheio à discussão, pescou o celular de James do bolso do amigo.

–Se não estiver interessado, me passa o número?

James o encarou, zangado, pegando o celular de volta. Teddy riu, assentindo e Fred deu de ombros.

–Qual é, James. Você provavelmente não vai querer saber mesmo, e vai insistir na Jane. - o ruivo comentou, despreocupado. – Você é o único que não vê que uma vez na friendzone, sempre na friendzone. A vida não é aquela comédia da Mila Kunis de amizade colorida. Friendzone é para sempre.

–Esse é o ponto. Eu não pensei em Jane em nenhum momento. Merda, eu estava gostando de ficar com essa menina. E vocês podem me chamar de gay o quanto quiserem, mas eu realmente queria beija-la.

Teddy jogou as mãos para cima.

–E por que não fez? Você é uma vergonha, James Sirius Potter.

James deitou na mesa.

–Eu sei. Mas acho que vou ligar para ela.

–Agora?- Fred perguntou, franzindo a testa. – Um pouco cedo.

–Eu não chamo as garotas para sair, como ia saber disso?

Teddy meneou a cabeça, e James sabia que o amigo estava pronto para responder quando uma voz feminina se intrometeu.

–Não a deixe esperando muito. - a loira disse, parada em frente à mesa deles, com uma sacola para viagem.

Teddy engasgou de repente. James quase riu, mas se segurou. Agora tinha uma vaga ideia de quem pudesse ser. Loira, alta, olhos castanhos claros. Demorou um pouco para reconhecer.

–Vic- Victorie. O que faz aqui?- Teddy perguntou, desconcertado.

Victorie sorriu.

–Estava voltando para casa e peguei algo para comer. Mas o que você está fazendo aqui? Os dormitórios da faculdade são do outro lado da cidade.

James respondeu pelo amigo, que parecia a beira de um colapso.

–Eu estava pelas redondezas e pedi que ele viesse me encontrar aqui.

Victorie balançou a cabeça, estreitando os olhos. James sentiu alguma semelhança naqueles gestos da garota. Ela parecia toda familiar. Lembrava um pouco Dominique. Oh, droga, agora ele a veria em toda garota loira do mundo?

–Não vou contestar porque não te conheço tão bem. Ainda. - ela se virou para Teddy. – Posso sentar?- indicou o banco que ele ocupava completamente.

Teddy corou.

–Claro. Hã, sente-se.

–Obrigada, Lupin- ela disse, colocando sua sacola em cima da mesa. – Qual de vocês está com problemas com garotas?

–Ele- Fred falou, apontando para James.

James respirou fundo antes de dizer alguma coisa.

–Pois é.

–Me conte. - Victorie pediu.

–Você não tem que ir para casa?- Teddy pergunta, um tanto desconcertado.

–Nah. Para ouvir minha mãe reclamar na minha cabeça? Dispenso. Posso ajudar seu amigo, em vez disso. - ela tagarelou. – Desculpe. Vocês devem estar me achando louca.

–Ouvimos falar muito de você, sabe. Teddy sempre diz que é louca- Fred respondeu, dando de ombros e ganhando um pisão do pé de Teddy e James gargalhou, batendo no braço do amigo lerdo.

Victorie ergueu a sobrancelha.

–Mesmo?- ela encarou Teddy. – Isso é fofo, Lupin. Você fala de mim para os seus amigos? E olhe que eles me conhecem.

Teddy parecia querer abrir um buraco e se afundar nele.

–Não é isso, é que...

–Eu sei- Victorie continuou sorrindo, enquanto comia um pedaço do seu croissant. – Continua fofo.

–Homens odeiam esse adjetivo. – Teddy comentou mal humorado.

–Mulheres claramente não ligam. – Victorie respondeu, calmamente. – Então, me conte qual o seu problema com essa garota.

James suspirou contando uma versão resumida da história. Pulou a parte do discurso, ou de ter ficado minutos observando como ela parecia um anjo dormindo.

–Isso é tão romântico!- Victorie se manifestou ao final da história. – O tipo de coisa para qual minha irmã faria uma careta, com certeza. Vocês ainda não a conhecem, conhecem?

Fred fez que não.

–Ela nunca apareceu em nenhuma festa de família. Sempre foi só você o Louis.

Victorie balançou a cabeça.

–A Nique é difícil quando quer.

Algo estalou na cabeça de James. Nique. De Dominique. Os cabelos loiros, o porte de modelo, os gestos parecidos. Oh, não. Não não não. Não podia ser ela. Ele arregalou os olhos. Aquilo não podia estar acontecendo.

–‘Tá tudo bem?- Victorie perguntou. – James?

James piscou.

–Hã...- ele reuniu coragem. Não acreditava que ia dizer aquilo. – Sua irmã por acaso se chama Dominique, é loira, tem olhos azuis impressionantes e acabou de terminar um namoro?

Victorie deixou cair um pedaço do seu café da manhã, encarando James.

–De jeito nenhum. - ela respondeu. Teddy parecia ter entendido também. Victorie riu. – James! Eu nunca pensei que ela fosse fazer uma coisa dessas! Seria perfeito se vocês...

–Ei, calma aí. Eu provavelmente ferrei a história toda, lembra?- James interrompeu, querendo abrir um buraco na cadeira e ficar escondido lá dentro por dois meses.

Victorie não pareceu ligar. Ela abandonou o croissant na mesa e bateu palmas.

–Isso é perfeito. Já está na hora da Dominique se tornar sociável, esquecer o mauricinho do ex dela e parar de sair com um carinha qualquer que eu arranjei. Ela precisa de alguém decente.

Fred riu e James não foi rápido o suficiente para convencê-lo a ficar quieto.

–E o James seria esse cara? Ele é apaixonado pela melhor amiga, a Jane, desde sempre.

James mais uma vez quis se afundar. Por que diabos ele tinha que ter esse tipo de amigos? Ele podia sentir Victorie o encarando, intrigada, enquanto ele não conseguia fazer nada mais do que encarar seu copo de café vazio.

–Você é mais um na friendzone? Sai dessa. Garanto que a Nique é melhor.

–Você não conhece Jane. – James defendeu a amiga, quase como num impulso. – E eu... Bem, eu... Eu nem sei mais se estou apaixonado por ela. Alguém já te contou que sua irmã sabe confundir as pessoas por n motivos?

Victorie estreitou os olhos, meio descrente, mas conseguiu sorrir solidaria.

–A primeira frase dela provavelmente foi “Há mais coisas entre o céu e a terra do que pensa nossa filosofia”*. Acredite, eu sei como é. Se quiser posso te dar o telefone dela. Nesse momento, provavelmente está remoendo a triste vida que tem – Victorie revirou os olhos, retirando o celular da bolsa.

James parou de encarar o copo vazio.

–Ela mesma já fez isso antes de me expulsar pela janela. – ele disse, balançando o próprio aparelho do celular.

–Ela fez? Uau. Deve ter gostado de você, James. A Dominique é irritantemente cautelosa para todas essas coisas. – Victorie fez uma careta.

–O contrario da irmã mais velha- Teddy comentou, encarando longamente a loira ao seu lado, que apenas sorriu de volta.

James quase riu com a cena, antes de se dar conta que tinha os próprios problemas para pensar. Estava num lugar que nunca ia esperar que estivesse tão cedo. Não sabia se estava mesmo apaixonado por Jane. Quer dizer, pessoas apaixonadas não vacilam por nada nesse mundo, nem por outro ser atraente (ele precisava admitir) bem ao seu lado. Pessoas apaixonadas não conseguiam parar de pensar no alvo da paixão, enquanto ele se esqueceu de Jane por quase todo o tempo que esteve com Dominique.

Victorie quebrou o silencio.

–Bem garotos, foi ótimo brincar de conselheira amorosa com vocês, mas a Tia Vic precisa ir embora. Uma francesa raivosa me aguarda em casa. Au revoir, mon garçons. – ela se despediu, voltando logo em seguida e colocando um beijinho estalado na bochecha de Teddy, que ficou boquiaberto.

Fred e James desataram a rir do amigo.

–Pelo menos eu sei por quem estou platonicamente apaixonado. - Teddy provocou, e Fred balançou a cabeça em concordância.

–Você tem um problemão nas mãos, Jay. Não queria estar na sua pele- Fred deu tapinhas amigáveis no ombro de James, que se limitou a passar a mão nos cabelos.

–Eu preciso dormir. Quando acordar, penso nisso.

–Você que sabe, cara. Mas cá entre nós, essa Dominique parece infinitamente melhor que a Jane sou só a melhor amiga Harmor.

Naquele momento, James teve certeza que os dois não ajudariam em nada.

*****

Dominique trocou de roupa novamente depois de tomar um bom banho e abriu a porta do quarto, se espreguiçando. Louis coçava os olhos no corredor, parecendo ter acabado de acordar. E de mau humor.

–Suas amigas já ligaram, Dominique- ele resmungou. – Elas me acordaram. Tudo porque a inútil não atendia o celular.

–Ei, olha como fala com a sua irmã- Bill apareceu no corredor, ralhando com Louis. – Bom dia, crianças.

–Bom dia, Bill.

Dominique sorriu. Ela até que gostava de Bill. Diferente dos outros namorados de Fleur, nunca tentou substituir o pai dos três. Era mais como aquele tio que sempre defendia os sobrinhos, com aquele cabelo ruivo levemente grande para um homem. Era um cara legal, que tinha feito várias loucuras e fazia um bem danado para Fleur. Dominique lembrava vagamente do período logo após a morte do pai, mas era tudo como um borrão para ela.

Ela tinha oito anos. Victorie tinha doze, e Louis era apenas um bebê. Foi muito de repente. Um dia, Byron estava com eles, prometendo a boneca de Nique e o celular para Victorie. No outro, um acidente trágico tinha levado a vida de onze passageiros de um ônibus, seu pai entre eles. Ele nunca ia ao trabalho pelo transporte público, mas naquele dia Fleur precisava levar Louis ao pediatra. Dominique piscou. Odiava lembrar aquilo e os meses que se seguiram. Foi tudo horrível até Bill aparecer, dois anos depois, como o novo advogado do banco. Quatro anos depois, Bill e Fleur tinham se casado e todos se mudaram para os EUA. E ali estavam.

Dominique desceu as escadas, encontrando a mãe na cozinha.

–Oh, querida, trouxe aqueles pãezinhos de que gosta. Nada como os franceses, mas tenho certeza que estão bons.

–Obrigada, mãe. –Dominique respondeu, empoleirando-se no banco da cozinha americana e checando o celular. – As meninas querem ir ao cinema mais tarde. Posso?

Fleur colocou o leite em cima da mesa, observando um Louis de cara feia se sentar de braços cruzados. Pareceu imensamente feliz ao encarar Dominique.

–Mas é claro que sim! Fico feliz que esteja esquecendo aquela história toda.

–Por que Nique pode sair com as amigas e eu não?- Louis indagou, e Dominique riu, bagunçando os cabelos do mais novo.

–Porque eu tenho dezesseis e você é um pestinha de sete.

–Mãe! Vai a deixar falar assim?

Fleur deu de ombros, mas antes que pudesse falar alguma coisa, Bill desceu as escadas com o telefone na mão.

–Dominique, Roxanne quer falar com você.

Dominique revirou os olhos e estendeu a mão, pegando o telefone e engolindo o resto do café da manhã.

–Fala, maletinha- disse ao atender e Roxanne soltou um suspiro de alivio.

–Você está bem! Não está presa, está?

–Por que eu estaria presa, Rox?

–A festa ontem, duh. Como você foi embora, hein, Nique? Nós te procuramos por toda parte. Onde você se meteu? Não me diga que estava com alguém! Ai, sua safada. Essa cara de santa é só enfeite e...

–Roxanne. Respira. Eu não estava com ninguém. Bem, não nesse sentido. Fui tomar um ar nos fundos da casa e acabei encontrando um menino louco apaixonado pela melhor amiga e ele andou comigo até aqui em casa. - Dominique omitiu parte da história, para seu próprio bem.

–Hum- Roxanne disse do outro lado da linha- Tem certeza disso? E vem cá, ele era feio?

–Não!- Dominique respondeu rápido de mais. Ela respirou fundo antes de continuar. – Na verdade, ele era bem gatinho.

–Então você é uma idiota. Por que não deu uns amassos no cara? VOCÊ TEVE TODAS AS OPORTUNIDADES!

“Você não imagina o quanto”, ela pensou. Dominique afastou o telefone do ouvido quando a porta do seu quarto foi novamente escancarada, e Victorie apareceu, com um sorriso que Dominique definiria apenas como maligno.

–Eu sei o que você fez na noite passada!

*Frase de abertura de Hamlet, do Shakespeare.


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Notas finais do capítulo

COMENTÁRIOS? RECOMENDAÇÕES? Sim, sim, por favor. Eu sei que esse não foi dos melhores, mas essa história anda igual uma tartaruga mesmo. Não desistam, é parte da graça (eu acho/espero).
E um segundo (?) aviso: como vocês estão com uma baita sorte e a história já está quase pronta, eu devo postar TODO DOMINGO. Nem um dia a menos, nem a mais. Preciso manter um pouco de suspense, né. Enfim, vamos lá. Sete comentários? De dezesseis leitores, acho um número aceitável, hein. Talvez com sete eu poste sabádo, hehehe.
COMENTEM COMENTEM E RECOMENDEM! Aproveitando para agradecer de novo a Charlotte pela recomedação, sigam o bom exemplo!
—xoxo
Bruna



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