Chaos escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 5
Capítulo 04 - De Ponta Cabeça




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Emma, Ryan e Joey estavam na areia da praia, observando o grande navio à sua frente. Não haviam se aproximado mais, pois não sabiam nada sobre os donos. Procuraram algo que pudesse identificar o enorme veículo, mas não havia nada. Nenhum nome ou símbolo, apenas uma carcaça branca de metal.

– Eles não estão aqui – Disse Joey, com medo.

– Foi um erro deixá-los – Emma admitiu – Temos que achá-los.

– Por onde vamos? – Perguntou Ryan.

– De acordo com a carta, essas pessoas fazem experimentos com seres humanos – Disse ela – Então podemos deduzir que eles precisam de um laboratório, certo?

– Sim – Respondeu Joey.

– Mas todos os prédios são iguais, por fora e por dentro, nenhum deles tem uma estrutura que um laboratório – Ela continuou.

– Então temos que procurar algum prédio diferente, precisamos achar o laboratório – Joey concluiu.

– Não! – Exclamou Ryan – Nós temos que sair daqui...

– Não podemos sair daqui sem eles – Retrucou Emma.

– E vocês querem ir até o laboratório deles? Ainda não perceberam que essas pessoas são perigosas?!

– Então vamos embora – Disse Joey – Como vamos? Você tem alguma ideia?

Ele não respondeu.

– Então está decidido – Concluiu ele – Nós vamos procurar os outros.

***

Os três caminhavam pela calçada de uma rua que eles juraram já ter passado pelo menos umas 5 vezes. Sem saber onde estavam ou que horas eram. Não adiantava olhá-las, pois elas mudavam constantemente. Às vezes para uns dois dias depois, às vezes para uns três dias antes, e até para 10 anos depois. Apesar de ser contra, Ryan os seguia, pois ficar sozinha não era o mais inteligente a se fazer.

Já caminhavam há mais de meia hora, quando chegaram à uma das esquinas e depararam-se com um grande muro de pedra no fim da rua, com um portão velho e enferrujado.

– O que é aquilo? – Perguntou Joey.

– É diferente de todos os outros prédios – Disse Ryan.

– Acho que encontramos o laboratório – Emma concluiu.

– Quando acharmos os outros, partiremos rapidamente, não interessa se é difícil desencalhar o barco, nós vamos tentar! – Exclamou o mergulhador.

Ela deu um passo à frente, mas Joey segurou seu braço, fazendo-a voltar.

– O que está fazendo? – Ele perguntou.

– Indo até lá – Ela respondeu.

– Você está louca? Eles nos matariam se nos vissem.

– Então o que vamos fazer? – Perguntou Ryan.

– É melhor irmos para outra direção, precisamos achar o resto da equipe – Respondeu ele.

– O que? Você não quer descobrir quem são eles? – Ela ficou agitada.

– Não! O que eu quero é dar o fora daqui, não importa quem são eles... Nós vamos à polícia quando chegarmos aos EUA!

– Eles podem estar lá dentro!

– Vamos seguir em frente – Concluiu Ryan.

Eles atravessaram a rua e começaram a caminhar novamente. Cuidadosamente.

– Nunca iremos conseguir achá-los – Resmungou Emma.

Os homens não disseram nada.

Eles chegaram à outra esquina e olharam o que havia ali. Ficaram espantados ao ver que no fim daquela rua havia um grande muro de pedra, com um portão velho e enferrujado.

– Mas o que merda é isso?! – Exclamou Joey.

– Continuem andando, apenas continuem andando – Disse Ryan.

Os três atravessaram a rua novamente, caminharam pela calçada e viraram a esquina, esperando encontrar a mesma coisa. E encontraram. No fim da rua havia um grande muro de pedra, com um portão velho e enferrujado.

– Vai andar e andar e sempre chegará ao mesmo lugar – Disse Joey, baixinho.

– O que? – Perguntou Ryan.

– O homem disse na carta que é possível que passemos pelo mesmo lugar duas vezes, mesmo sem andar em círculos – Ele respondeu.

Ao olhar para trás, onde haviam passado minutos antes, Emma deparou-se com algo extraordinário.

– Oh meu deus – Ela disse, estupefata com o que seus olhos viam. Não acreditava.

– O que houve? – Perguntou Joey, virando-se para olhá-la. Sua pergunta foi respondida quando viu aquela coisa.

– Santa mãe do céu – Disse Ryan, aterrorizado.

Eles olhavam para cima, mas não tinha céu. Embaixo era o chão e em cima... Também era o chão. Havia prédios também. Era como um grande espelho refletindo o chão. Os topos de alguns prédios tocavam os topos de outros prédios exatamente iguais, só que de ponta cabeça.

– O que diabos é isso?! – Perguntou Joey, assustado.

– Acho que aquele homem tinha razão! – Exclamou Ryan.

Eles estavam paralisados, boquiabertos com aquilo. A luz do sol não chegava – e como poderia? Não havia céu – mas, mesmo assim, estava claro. A rua de ponta cabeça parava a alguns metros deles, e acima dela não havia terra nem rochas. Não tinha solo, e sim o céu. Como se a rua fosse uma folha de papel.

– Vamos embora daqui, agora! – Gritou Emma e eles começaram a correr até o fim da rua que parecia nunca acabar. Sempre que chegavam à esquina, para atravessar a rua, eles olhavam para o lado, vendo sempre a mesma coisa. Um grande muro de pedra e um portão velho e enferrujado. Ao chegar na sétima esquina, mais ou menos, eles viram algo diferente. Não havia nada, como se a cidade tivesse sido apagada. O que tinha era um grande penhasco e depois o mar.

Eles pararam imediatamente. Olharam para trás e ficaram espantados. A rua de cabeça para baixo havia sumido. O céu estava lá em cima, normalmente. Tudo havia voltado ao normal. Na verdade, quase ao normal.

– O que é isso? – Perguntou Ryan, com medo, ao ver o que tinha atrás deles.

Ao invés de uma grande rua atrás deles. Havia apenas alguns metros de asfalto e depois um grande prédio. Era uma rua sem saída. Não havia nenhuma entrada ali atrás. Como não havia? Eles tinham corrido agora mesmo por várias esquinas, como era uma rua sem saída?

– Nós acabamos de passar por várias esquinas, onde estão elas?! – Perguntou Joey, gritando, visivelmente perturbado, assim como os outros dois.

Eles viraram novamente, para continuar caminhando até o penhasco, mas ele havia sumido. Ao invés da imensidão do mar à sua frente, o que havia era um grande portão velho e enferrujado. Eles estavam bem à frente dele.

– Caralho! – Exclamou Joey, tomando um susto.

Emma se aproximou, observando o que havia depois do portão. Uma grande floresta. E no fim, a mais ou menos um quilômetro, escondida, uma construção de arquitetura futurística, com o que pareciam ser paredes espelhadas. Ela empurrou o portão e ele abriu, fazendo um rangido.

– Não tem ninguém protegendo a entrada – Disse ela.

– Deve ser abandonado, olha o estado do portão – Retrucou Joey.

– Eu acho que não, venham ver isso aqui.

Os dois caminharam até o portão e observaram a construção. Escondida no meio daquela floresta.

– Definitivamente não é abandonada – Ela concluiu, apontando para alguns caminhões estacionados em uma garagem à direita, também no meio das árvores – Olha aquilo!

– Por que eles deixariam a entrada desprotegida? – Perguntou Ryan.

– Talvez porque eles sabem que não há ninguém para invadir – Ela respondeu, pisando no solo de terra depois do portão.

– Você vai entrar? - Perguntou Joey.

– É claro, vamos ficar na floresta, eles não irão nos achar.

Ele e Ryan se entreolharam.

– Vamos – Disse o cientista.


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