Desejo Duplo escrita por MegumiChan


Capítulo 23
A Última Batalha - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi muito bom de escrever >



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Mas o que...? – A Trevas encaravam a luz sem entender direito o que havia acontecido. – Não pode ser!

Você está acabada, monstruosidade. – A Luz abriu sua boca pela primeira vez, e começou a bater as enormes asas brancas, que a levitavam com delicadeza. – Você vai pagar por tudo o que fez. – Ela uniu as mãos e liberou uma rajada de energia que se espalhou para todos os lados.

A Trevas se protegeu, mas aquilo não a afetou nem um pouco. – HAHAHAHA! ACABADA? ISSO É TUDO QUE VOCÊ PODE FAZER ANJINHO?

Lin sorri, seguida por barulho de passos. O monstro congela e olha para trás com receio.

— Isso foi doloroso. – A voz veio de dentro da escuridão, e aos poucos foi tomando forma, várias formas.

NÃO! – A escuridão gritou em desespero.

Elesis, seguida de Lire, Arme e todos os outros que haviam caído. Todos curados, inclusive Lupus e Azin.

— Até que enfim. – Azin exclama aliviado quando vê todos, inclusive Holy, saindo das sombras.

                Lupus está sorrindo com orgulho. Ele não olha para os outros, apenas para o anjo, que o encara com doçura.

Vamos acabar com isso. – Lin lança energia para cima que se abre em espirais. As linhas dançam e começam a envolver a área em volta de ambas, criando um escudo. Quando ainda resta apenas uma fenda aberta, Lupus salta lá pra dentro, parando ao lado da Luz. – Eu sabia que você iria pular.

Você me conhece tão bem? – Ele pergunta em tom de piada. Mas Lin sorri.

Sim, conheço. – Ela diz olhando para ele com carinho. Ele a encara com surpresa.

— Você lembra? – Seus olhos brilhavam como se fossem chorar.

Alguns desenhos me ajudaram a lembrar. – Ela pega a mão dele e aperta, sem tirar o sorriso do rosto.

— Você sempre foi xereta. – Ele aperta a mão dela em retribuição. Ambos, então, encaram a Trevas à frente, que estava apavorada.

Não precisa mais se segurar.

                Lupus abre um sorriso malicioso. – Eu sei. – E então retira a Juiz das Almas.

                Todos estão falando coisas, mas nenhum dos três consegue ouvir. A barreira isolava-os totalmente.

VOU DESTRUIR VOCÊS! – A Trevas levanta e ergue suas asas. Ela está totalmente paranóica.

Pode tentar.

                Ambas voam e avançam uma sobre a outra numa velocidade assustadora. Lupus começa uma rajada de tiros. As garotas se encontram e seus corpos se agarram, lançando-as até o chão numa briga feia. Elas se atacavam como duas leoas. Lupus não cessou seus tiros, na verdade, mesmo com as duas agarradas uma à outra ele conseguia acertar todas as balas na Escuridão. O grupo que estava lá fora olhava a cena, impressionado, ninguém se movia por causa da emoção.

                Em um momento de fraqueza, a Trevas soltou Lin, que a lançou para a barreira, que eletrocutou o monstro.

Fragmento da alma! – Lin pronuncia as palavras de poder antes mesmo que a Escuridão tocasse o chão. O feitiço cria uma barreira em volta do monstro, que tenta usar magia para escapar, mas em vão. A garota, no entanto, recebe os tiros de Lupus, que aumentam seu dano ao atravessar a barreira.

KYAAA! – A criatura grita de dor enquanto libera uma rajada de energia negra, que quebra a barreira e empurra Lin e Lupus para trás. A Luz permanece no ar enquanto Lupus se levanta rapidamente. – Pfff... hahaha... HHAHAAHAHA!! – A trevas começa a rir insanamente e deixa a dupla confusa. – Não adianta continuar com essa besteira. — Ela levanta vôo rapidamente assustando ambos. De suas mãos começam a aparecer esferas gigantescas da cor de sangue. Lin percebe o que está por vir e voa até Lupus.

LUPUS! CUIDADO! – Ela grita enquanto se aproxima dele.

EXPLOSÃO EXISTENCIAL! – A voz da Escuridão ecoa antes mesmo que Lin pudesse chegar até Lupus. As Esferas de sangue se unem e explodem como uma estrela morrendo.

                A barreira racha. Lin e Lupus estão no chão. Todos lá fora parecem gritar em desespero. A dupla não se move.

                Depois de alguns segundos, Lin respira. Sua cabeça se vira para encara o garoto. – L-Lupus... – O moreno está sangrando, e seu braço esquerdo destruído. O único movimento de seu corpo eram faíscas da prótese destruída.

                Então um riso. Diferente e mais aterrorizante do que todos os que Lin havia escutado. E alto. Tão alto que até quem estava do lado de fora da barreira pode escutar. A garota levantou o rosto para olhar a outra garota, mas congelou. O que viu não foi a sua forma negra, mas sim, pura energia negativa. Uma energia tão densa que não era possível  ver através dela.

Que lástima... – A energia proferiu as palavras, sua voz era diferente, nem de homem, nem de mulher, e ecoava pelo local, atravessando até mesmo a barreira de Lin.

O que você é? – A albina perguntou enquanto de ajoelhava ao lado de Lupus.

Uma Sombra, apenas. A sombra de sua alma. ­– A energia responde num tom calmo, mas não dá tempo de Lin comentar, pois ela começa a se espalhar com toda a área da barreira, formando um breu onde nem a albina e nem quem estava do outro lado pudesse ver o que estava havendo. – Você realmente é persistente. — Um som agudo e ensurdecedor soa, fazendo os ouvidos de todos sangrarem, seguido por uma dor que derruba todos. Menos Lin, Ela estava firme, agarrada ao moreno que sangrava no chão. – Mas tudo acaba quebrando, uma hora ou outra. — Depois dessas palavras, Lin não escutou mais nada. Depois de um tempo, não sentia mais Lupus em seus braços.

— LUPUS! – Ela gritou e se levantou em desespero. Foi então que percebeu que estava de volta ao normal. – O quê? – Totalmente no escuro, ela sente lágrimas nos olhos. – O que está havendo? – Ela começa a correr sem saber o que fazer. – LUPUS! – Ela grita novamente, chorando. – CADÊ VOCÊ? LUPUUUS!! – Ela cai de joelhos e leva as mãos aos olhos, tentando segurar o choro.

                De repente, uma luz aparece ao longe. A garota não pensa duas vezes e corre até ela.

                No momento em que Lin toca a luz, ela se expande e se transforma em fogo. Lin se assusta a princípio, mas logo percebe que o fogo não a queima, nem mesmo a toca. Na verdade, o que ela vê não é apenas fogo, mas ela está em uma floresta em chamas. – Esse lugar...

MAMÃE!

                 Lin ouve uma voz estranhamente familiar. A criança que gritava, ela mais jovem.

— Isso... – Sem mesmo terminar a frase ouve outra voz.

Eu te amo... Lin!

                Sua mãe. Era a voz de sua mãe, sendo segurada e morta por Cazeaje.

— N-Não... Isso de novo não! – Lin começa a correr para longe da cena. Mas para todos os lados que vai, aquilo se repete, para tudo que olha vê sua mãe morta e ela pequena chorando. A albina coloca as mãos na cabeça e fecha os olhos. – PARE! PARE POR FAVOR!

                A cena some, mas não o lugar, nem o fogo. Lin olha para todos os lados tentando entender o que estava acontecendo. Ela caminha por entre as árvores procurando alguma coisa.

— HAHAHA! Acharam que podiam fugir de mim? Crianças imbecis!

                A voz de Cazeaje retorna, e Lin enxerga a mulher, ela pequena e Lupus.

                Aquela cena retorna. A cena em que Lupus a protege e se despede. A cena em que ela perde suas memórias.

— N-Não... Isso de novo não... – As lágrimas não param de cair. – Não...! – A garota leva as mãos à boca, mas não consegue fechar os olhos.

— Vai ficar tudo bem, eu prometo! Vai ter que confiar em mim! Ok?

                Lin via o sorriso no rosto de Lupus, o sorriso terno que ela se arrependia de esquecer mais do que tudo. – N-Não...

— E-Eu confio!

— N-NÃO...!

— Essa é minha garota!

 

                A cena congelou e tudo em volta desapareceu, menos Lupus, que mantinha seu sorriso.

— Lupus... – Lin se aproxima dele devagar. Mas quando vai tocar seu rosto sente alguém atrás de si.

Você o perdeu.

                Lin vira-se rapidamente, mas não vê ninguém. Apenas escuridão. Movimentando-se novamente para olhar Lupus, vê a si mesma, agora em sua idade atual.

— SAI DE PERTO DE MIM! – Ela se ouviu dizendo, e recuou assustada.

— O que é isso...? – Seus olhos não piscavam, estavam arregalados e confusos.

— VOCÊ TEVE TODO O TEMPO DO MUNDO PARA ME CONTAR ISSO! TEM MAIS ALGUMA COISA QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU?

                Então Lin se virou. Lupus estava atrás dela, triste. O olhar dele a fez querer morrer.

— Você e eu, nós...

— NÃO! NÃO QUERO OUVIR! EU CONFIEI EM VOCÊ!

                Lin percebeu o que estava acontecendo e caiu no chão. Colou a mão nos ouvidos e tentou bloquear tudo, em vão.

— Lin! Por favor!

                Cada palavra...

— CALA A BOCA!

                ...uma lágrima.

— Para... para...

— Eu nunca mais quero te ver.

PARA...

Vá embora.

 

PARAAA! – Lin gritou tanto que saiu sangue de sua garganta.

                Por um momento ouve silêncio. A garota permaneceu agachada soluçando com as mãos na cabeça, mas não podia cerrar os olhos. Sua roupa já estava encharcada quando viu uma sombra a sua frente. Ela não teve coragem de olhar, então não se moveu. A sombra, no entanto, se aproximou mais e se agachou para olhá-la. Lin percebeu que os pés eram de Lupus e quase olhou, mas continuou firme. Mas ele levou a mão ao rosto dela e o acariciou.

Você não confiou em mim, Lin.

                Ele ergueu o queixo da garota para olhá-lo.

                Lin gritou. O rosto dele estava sangrando, quase destruído. Ele estava sem seu braço esquerdo. Estava como um morto.

                Ela tentou levantar e afastá-lo, mas Lupus agarrou seu pescoço e a pressionou no chão,

Você mentiu Lin.

                A garota se debatia, mas não adiantava. Quanto mais se movia, mais forte ele a sufocava.

Você mentiu.

                Em volta do garoto começaram a aparecer imagens. Suas lembranças boas com ele, então, tudo se quebrando e sendo tomado por sombra. Lin olha para os olhos de Lupus, e vê que estão negros, e sangrando.

                Ela parou de lutar. Parou até mesmo de chorar.

— Me desculpa... – Ela exclamou fraca.

O quê? – O garoto arregalou os olhos e parou de apertar seu pescoço, mas sem soltá-la.

Então Lin sorri.

— Me desculpa Lupus.

                Lágrimas escorem, mas não de Lin. E sim do garoto. A albina, então, toca o rosto dele e o puxa para si, o beijando.

                Tudo quebra.

                Lin fecha os olhos e coloca seus braços em frente ao seu rosto para se proteger.

                Depois de alguns segundos sente algo pesado e quente sobre seu corpo. A garota move seus braços e abre os olhos devagar. Ela percebe que a escuridão sumiu, mas seus olhos demoram a focar pelo tempo que ela ficou na escuridão.

— Você me surpreende cada vez mais, albina.

                Lin arregalou os olhos e percebeu que o peso em seu corpo era de um abraço.

                Lupus estava envolvendo o corpo dela, que estava caído. E ele sobre ela.

                O garoto se apóia no braço direito e eleva seu corpo para que ambos se olhassem. Lin não se movia, estava surpresa demais para tal, apenas encarava o moreno, que sorria, com o mesmo sorriso doce de quando criança.

—NÃO! COMO FOI QUE VOCÊ...? — A sombra estava encolhida novamente, mas movimentava-se rapidamente, como uma cobra enrolando em si mesma.

                Lupus pegou a mão de Lin e ambos levantaram, foi então que a albina percebeu que estava novamente transformada, com suas grandes asas brancas.

Eu aceitei meu passado. – Ela aperta com força a mão de Lupus que não para de olhá-la, sorrindo. – E está na hora de acabar com isso. – A garota, então, abre uma fenda na barreira e lança o garoto para fora.

— LIN! O QUE ESTÁ FAZENDO? – Lupus grita desesperado enquanto se levanta e tenta correr novamente para dentro do campo, mas Lin fecha a passagem.

Esta é minha luta. — Ela olha para o demônio e sorri, desviando seu rosto em seguida para encarar a energia à sua frente. – Confie em mim.

                Lupus surpreende-se com as palavras de Lin, mas sorri em seguida, orgulhoso. – Acabe com essa coisa.

                Lin retribui o sorriso e fica em posição de ataque. A sombra começa a voar até ela em formato de flechas, mas Lin usa suas asas como escudo, que despedaçam a energia como se fosse areia. Mas a escuridão avança em maior densidade, jogando a garota para a barreira, que racha com o impacto.

                O anjo se levanta com dificuldade, mas rapidamente e levanta as mãos – Tempestade Celestial! – Ela invoca esferas celestiais que voam em direção à sombra e a atingem. No momento do impacto, as esferas parecem purificar aquela energia, nas áreas tocadas, mas logo a sombra volta ao normal.

                Nesse momento, Lin arregala os olhos e um pingo de suor escorre de seu rosto. Ela vira seu rosto para Lupus, que está com a mesma expressão que ela. Ela vê que o garoto movimenta os lábios como se estivesse gritando “não”. Mas Lin apenas sorri, e uma lágrima escorre pelo seu rosto.

Me desculpa. – O garoto toca na barreira desesperado, ainda gritando. Sua mão queima. Edel, que está ao seu lado tenta afastá-lo, mas ele a empurra. – Eu te amo.

                A sombra começa a envolver a garota. Como num redemoinho. Lin não para de olhar o garoto, por entre as frestas da escuridão. Até finalmente fechar os olhos.

Luz Eterna.

                Lin começa a flutuar. Uma energia dourada começa a surgir em volta de seu corpo. A garota se encolhe, cerrando as mãos com força, enquanto a sombra à sua volta se move mais rapidamente.

                Lupus para de lutar quando vê um raio de luz vazar pelo topo da esfera escura. Logo depois a escuridão congela e explode em uma luz ofuscante que quebra a barreira e faz todos que estão no lugar cobrirem os olhos e se agacharem para não serem lançados para longe.

                Tudo está quieto. O grupo começa a abrir os olhos aos poucos.  Tudo está destruído. Há apenas uma neblina fina no ar.

— Cof, cof... O-O que aconteceu? – Amy é a primeira a proferir palavras no meio do silêncio, mas não obtêm resposta.

— Cadê... Cadê a Lin...? – Holy perguntou, mas com medo do que ouviria como resposta. – Lup... – A garota se vira para encarar o moreno, mas ele não estava mais lá. – Lupus? – Ela, e os outros, vêem Lupus correndo por entre a neblina, até parar, e cair de joelhos. Holy corre até ele, junto com o grupo. Mas a garota trava quando percebe que ele estava chorando. E ele estava segurando algo. - O-O quê...? – Ela leva as mãos à boca quando vê que Lin está nos braços do garoto, inconsciente. – N-Não... – Holy desaba e começa a chorar. Os outros em volta abaixam as cabeças. Azin, que está ao lado de Holy, está parado de costas para a cena.

— Traga-a de volta! – Azin grita depois de um tempo, chamando a atenção de todos, mas continua sem olhar para a cena. – Traga-a de volta Lupus!

                Lupus não se move. Na verdade, ele apenas permanece olhando para baixo, sério, mas com lágrimas nos olhos, olhando para o corpo de Lin.

                Azin finalmente se vira, com os olhos cheios de raiva. – TRAGA-A DE VOLTA DESGRAÇADO! – O moreno continua imóvel. Azin cai de joelhos e começa a socar o chão dizendo “droga” repetidas vezes.

                Lupus sorri para Lin e acaricia o rosto dela, retirando as mechas de cabelo caídas sobre seus olhos. – Garota boba... – As lágrimas dele caem sobre as maçãs da albina, enquanto ele continua a segurá-la. – Como eu vou te proteger agora? – O sorriso dele desaparece, dando lugar a uma expressão de dor. Ele aproxima seu rosto do dela até suas testas se tocarem. – Como eu posso te proteger Lin... – Ele a encara por um tempo, mas nada muda. O rosto sereno da garota permanece, e ele junta seus corpos num abraço angustiado. – Volta pra mim. – Ele sussurra, apertando cada vez mais o corpo dela. – Por favor, volta pra mim.

                Mas nada muda.

                Lupus a segura por minutos, repetindo suas palavras até sua voz não soar mais. Elesis vai até o garoto e toca seu ombro. – Lupus... – Ela sussurra, mas o garoto não se move. – Acabou...

                O moreno continua imóvel, agarrado ao corpo de Lin. Elesis vai tentar levantá-lo, mas vê um vulto luminoso à frente. Todos recuam um pouco, menos Lupus que apenas ergue os olhos, devagar.

Então está feito. — Ernasis estava em pé diante de todos, junto com duas outras mulheres.

— Ernasis... – Elesis exclama com surpresa e confusão. – Por que você... Quem são...

Somos as Três Deusas, Ernasis...

— ...Lisnar... – Disse a mulher da esquerda

...e Armenia. – Completou a da direita.

E viemos buscá-la. – Ernasis olhou para o corpo de Lin.

— O quê? – Azin gritou raivoso, mas Holy segurou a mão do garoto para que ele não avançasse sobre as três.

— Você disse que se eu te ouvisse ela ficaria bem. – Lupus diz, encarando Ernasis. – Você não vai levá-la.

                Ernasis, e as outras Deusas, abaixam o olhar. – Ela venceu Lupus. Cumpriu seu destino. Mas a alma de Agnesia deve renascer...

Agnésia? – Holy encara Lin surpresa. – A Deusa das histórias?

Sim. – Armenia move a cabeça positivamente. – Lin é a reencarnação de Agnesia, que se sacrificou para selar o mal. Agora que acabou, ela pode renascer em paz...

— Ela não precisa renascer. – Lupus exclama alto e com dor.

Como? – Ernasis olha para ele, surpresa.

— ELA NÃO PRECISA RENASCER! – O moreno grita e demonstrando toda sua raiva. – ELA NUNCA TEVE A CHANCE DE SER FELIZ! E VOCÊS VÃO TIRAR ISSO DELA?

Garoto, está sendo egoísta. – Lisnar aperta as sobrancelhas.

— Sim. Estou. Mas eu sou um demônio. Um demônio que seguiu as ordens de uma Deusa. – Lupus volta seu olha a Ernasis. – E espero que ela cumpra com a palavra.

                Um silêncio permanece. As Três Deusas encaram o demônio, sérias. Ernasis, finalmente, respira profundamente e sorri com doçura, seguida das outras. – Você me surpreende demônio.  Está bem. Vamos trazê-la de volta. – As palavras da Deusa trazem sorrisos a todos. Holy abraça Azin, que expira aliviado, assim como o resto do grupo – Mas esteja ciente de que enquanto ela viver, o mal nunca estará completamente acabado. E virá atrás dela.

— É por isso que vamos protegê-la – Elesis exclama. Lupus vira-se para encará-la surpreso, mas alegre, e a ruiva sorri como resposta e o reverencia com a cabeça.

Então muito bem.

                As Três Deusas dão as mãos em voltas de Lin e Lupus e uma luz surge sobre eles. Lupus desfaz o abraço para olhar o rosto da garota, que começava a se curar. Os cabelos de ambos voavam por causa do vento que a energia emanava. A luz era quente. Lupus segurou a mão se Lin e entrelaçou seus dedos, sem desviar os olhos do rosto dela.

                A luz apagou e as Deusas sumiram. O grupo olhou em volta rapidamente, mas em seguida se aproximaram do casal.

— L-Lin...? – Holy disse baixinho, quando estava perto da garota, que ainda não havia se movido.

                Todos estavam imóveis. Minutos passaram, mas nada aconteceu. Lin não se moveu.

                Ouve um momento em que o grupo começa a se dispersar, desistindo. Um por um abaixa a cabeça e saí. Holy cobre os olhos e se aproxima de Azin, que a abraça em consolo. Elesis cerra as mãos com força e desvia o olhar. – Lupus... – Ela diz com dificuldade, pois segura o choro. – Vamos embora...

                Lupus não se moveu. Nem havia piscado. Continuava a segurar a albina em seu colo, esperando ela se mover.

— Lupus... – Lire se aproxima do garoto e se abaixa para olhar seu rosto. – Por favor, temos que... – Mas desmorona ao ver a expressão dele. Quase sem vida, o moreno não chorava mais. Apenas olhava Lin, que agora estava pálida e fria. Lire não aguenta segurar as lágrimas, então se afasta.

                Lupus está sozinho. Todos haviam saído e estavam partindo. A neblina já havia se dissipado e a Lua havia surgido, iluminando todo o local. Toda a cena. Iluminando a pele pálida da garota caída, refletindo o brilho de seus cabelos brancos.

— Você sempre foi linda. – O garoto sussurra, ainda olhando o anjo em seus braços. – Lembra quando você me disse que queria brilhar como a Lua? – O sorriso doce de Lupus começa a aparecer, enquanto ele acaricia o rosto dela. – Você está brilhando, Lin. Está brilhando... – Sua cabeça desaba sobre o corpo da garota e ele chora. – Me perdoe Lin... Me perdoe... – Lupus segura a nuca da garota e a beija, com uma chuva de lágrimas escorrendo dos olhos.  

                Ele a abraça, soluçando e chorando. Ele a balança como se a estivesse ninando, repetindo “me perdoe” baixo e dolorosamente. Até gritar.


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Notas finais do capítulo

Não me matem please :P S2



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