Masquerade escrita por okayokay


Capítulo 3
Verdades


Notas iniciais do capítulo

Gente, cometi um erro no capítulo passado. No começo eu escrevi que a história se passava um ano atrás, mas na verdade são dois anos atrás. Já consertei o erro para vocês não ficarem confusos.



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Madison Hartfold

Apesar das roupas simples que eu escolhi para usar hoje, todos no Instituto St. Cloud olhavam para mim. Por enquanto, tudo ia conforme o previsto.

O St. Cloud é um instituto particular para filhos de famosos e outras pessoas importantes. Apesar disso, haviam os bolsistas. Eu os desprezava com todas as minhas forças.

– Eles contaminam o ambiente com o cheiro de perfume barato - digo as meninas enquanto passeamos pelos corredores. - Não suporto gente que usa perfume barato.

Pegamos nossos horários na diretoria e procuramos pelos nossos novos armários.

– Tenho aula de laboratório - bufo.

– Eu também - Adam van der Windsor, um dos meus melhores amigos, aparece atrás de mim. - Pelo menos terei uma parceira inteligente.

Sorrio para ele e seguro em seu braço.

– Então vamos para o inferno, digo, para a aula.

§§§

Scarlett Wilkins

Tenho aula de literatura com Sebastian. Aproveito a oportunidade para conversar com ele sobre minhas suspeitas. Sei que talvez fosse meio precipitado da minha parte, mas precisava fazer isso. Por Madison.

A professora de literatura sempre separa a turma em duplas e como ela sempre gostou de mim, me deixou sentar com meu amigo.

– Nós precisamos conversar.

– Você sabia que o teatro esse ano será baseado em Romeu e Julieta? Não me surpreende muito. Essa professora gorda deve chorar vendo filmes do Nicholas Sparks enquanto devora um pote de sorvete.

Respiro fundo.

– Sebastian...

– Ou uma panela de brigadeiro. Nunca se sabe, né.

– Eu sei que você está traindo Madison - sussurro.

Por sorte estamos no fim da sala, bem longe de ouvidos maliciosos.

– Eu sei que você está com Tiffany.

– Isso é insano...

– Quando? - pergunto.

Ele suspira.

– Em Cancun.

– Deve ter acontecido bem antes.

– Não - ele confessa -, mas já havia pensado nisso.

– Então você tara a melhor amiga da sua namorada desde sempre?

– Você é a melhor amiga de Madison, não Tiffany.

– Nós três somos melhores amigas. Nos conhecemos desde pequena...

– Se Tiffany realmente fosse amiga dela, nunca teria ficado comigo.

– Então era um teste?

– Scotterfield, Wilkins! - a professora chama nossa atenção. - Sobre qual história de Shakespeare estamos discutindo?

– Romeu e Julieta - Sebastian responde. - Nossa apresentação de teatro será baseada no maior conto de romance de todos os tempos.

Ela retoma a aula. Parece que Sebastian havia acertado. Ele vira-se para mim.

– Não, não era um teste. Simplesmente aconteceu.

– Isso é que é insano.

– Aconteceu, Scarlett. Assim como você e Adam.

Travo. Paraliso de medo.

– Quem...?

– Eu vi. Ele não me contou, não se preocupe.

– Não é como se ele fosse melhor amigo do meu namorado, afinal eu não tenho um. Nem ele tem uma namorada, então não traímos ninguém. É totalmente diferente.

– Não é como se Adam fosse namorar uma garota em sua vida. Toda a cidade sabe como ele é. O pegador, o bad boy... a maioria das garotas já passou por ele. Não duvidaria se até Madison me contasse que já dormiu com ele.

– Não vamos mudar o foco do assunto.

– Eu não vou contar e eu sei que você também não vai.

– E por que eu esconderia da minha melhor amiga que o namorado dela está a traindo?

– Porque você também é minha amiga - Sebastian diz. - Scarlett, há muita coisa envolvida. Pense em quantas pessoas iriam se magoar com isso...

– Você deveria ter pensado nisso antes de deixar seus hormônios tomarem conta de você.

– Madison sofrerá, Tiffany se separará de Franklin e eu perderei um dos meus melhores amigos.

– E duas garotas na sua cama - completo. - Você é um cafajeste.

Me afasto dele e controlo a raiva. Eu preciso fazer as coisas certas por Madison.

– Você vai contar para ela, se não eu conto.

§§§

Um mês se passou. Dois e três. Adam ainda anda meio travado comigo, mal trocamos algumas palavras quando estamos nas poucas aulas que temos juntos, mas quando estamos com nossos amigos conversamos normalmente. Sebastian faz de tudo para me ignorar e acho que ele contou a Tiffany sobre o que eu sei, já que ela anda distante de mim. Madison não desconfia de nada.

Não pressionei mais Sebastian depois que ele me disse que havia parado de se encontrar com Tiffany há um mês atrás, mas que ela estava furiosa e que não aceitou bem o término. Eu disse a ele que algum dia conversaria com ela sobre o assunto, mas esse dia nunca chegou.

Hoje é noite de festa na casa de Tiffany. Ronald e Phoebe foram viajar e os filhos ficaram com a casa para eles. É sábado.

Coloco um vestido preto de mangas compridas e fechado na frente, porém com toda a extensão das costas a mostra. O vestido curto tem tachinhas prateadas nos ombros e abaixo das costas, onde ele termina. Coloco um salto escuro também, um anel da Tiffant&Co do infinito e brincos pequenos da Chanel. Faço uma maquiagem escura ao redor dos meus olhos verdes e deixo os cabelos castanhos lisos e soltos.

Desço as escadas e minha mãe sorri para mim.

– Você está deslumbrante, querida.

Minha mãe, Chelsea Wilkins, é uma escritora de romance muito famosa. Ficou conhecida por escrever um livro sobre uma garota que precisa de um transplante de coração e que acaba se apaixonando pelo seu cardiologista, que na verdade é o namorado da sua melhor amiga.

Meu pai é o dono da editora que publicou o livro da minha mãe. A Wilkins tem filiais em todos os estados do país.

Sorrio para ela de volta, diante da beleza que herdei. Seus cabelos castanhos e seus olhos verdes são os mesmos que os meus, a única coisa que eu tenho do meu pai é a pele mais bronzeada e o sobrenome.

– Wendy vai com você - falando nele, meu pai, Richard, aparece na sala de visitas. Ele tem os cabelos pretos e os olhos verdes bem escuros, em um tom quase musgo.

Wendy Simmons. Filha da governanta que morreu de leucemia anos atrás. Meu pai ficou com pena de mandar a garota para o orfanato e a criou, apesar de Wendy hoje trabalhar para nós. Ele nunca a adotou, graças a Deus. Não queria que essa criatura tivesse o mesmo sobrenome que o meu.

Wendy é baixinha, um pouco acima do peso, com os cabelos loiros ondulados, olhos verdes escuros e os dentes da frente levemente separados. Eu a odeio porque muitas vezes meu pai dá mais atenção para a filha da empregada morta do que para o sangue do seu sangue.

– É uma festa para os amigos, pai - olho para as vestes de Wendy. - É chique.

Ela usa um vestido roxo escuro simples, solto e um pouco acima dos joelhos. Simples e brega. Tampa demais. Bom, ela tem o que esconder: as gorduras.

– Wendy é amiga - Richard entrega a chave da BMW para a loira. Bufo e estendo a mão, concordando. - Ótimo. Quero que as duas durmam em casa.

Assim que sai de casa e entro no carro, digo:

– Não beba demais, está entendendo? Eu não vou te carregar cheia de vômito para o meu carro. Não se jogue para cima dos meus amigos, só fique com algum deles se eles a quiserem - olho para ela e dou uma leve risada -, o que é meio improvável. Não me incomode, pelo amor de Deus. Finja que não me conhece.

– Já entendi.

Ligo o carro.

– Não é porque você é a protegida do meu pai em casa que aqui fora será da mesma forma - digo. - Aqui é o mundo real, Wendy. Não há nada e ninguém para você.


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Notas finais do capítulo

Roupa da Scarlett: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=129848066&.locale=pt-br



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