Orlando Blomm como Frank Longbottom

POV JAMES

Abri os olhos e deparei-me com um quarto desconhecido. Levou alguns segundos para me lembrar da noite passada.

Festa. Ruiva. Ataque. Ordem de Fénix.

Era engraçado como, em poucas horas, a minha vida tinha mudado. No inicio da noite, eu era apenas o herdeiro da Potter’s Empire numa noitada com os amigos. No final, era o alvo de algum maluco que queria matar-me para ficar com a empresa e estava sobre a proteção de três raparigas que nunca tinha visto na vida.

Suspirei e levantei-me. Não valia a pena pensar muito sobre o assunto agora. Tudo o que me restava era confiar na Ordem e nos seus agentes. O meu pai confiava e eu deveria fazer o mesmo!

Depois do banho, alguém bateu á porta.

– Entre – disse, enquanto procurava uma t-shirt na mala.

– Bela vista logo de manha – afirmou Lene avaliando-me. Olhei para o meu corpo. Tinha vestido umas calças pretas.

– Bom dia, para ti também – sorri. – Tu também estás óptima.

– Sabes se tu fosses menos certinho – começou, - eu até que poderia dar umas voltinhas contigo – brincou. – Mas, como não és, despacha-te e desce para o terceiro piso. Sala 13. Come qualquer coisa antes.

Lene sorriu e saiu do quarto. Abanei a cabeça e ri pelo nariz.

Vinte minutos depois, eu entrei na sala indicada pela morena. Era enorme. Uma das paredes era ocupada por um ecrã gigante. Havia uma mesa no meio e algumas cadeiras em volta. Vários computadores estavam espalhados pela sala.

Vi Sirius e Remus sentados em duas cadeiras. Alice estava num dos computadores. Dorcas lia alguma coisa num tablet, encostada á mesa. Perto do ecrã desligado, estava Lene a falar com um homem mais velho. Ele tinha longas barbas brancas e os olhos azuis brilhantes, que mesmo á distancia era perceptíveis.

– Bom dia, – desejei a todas, anunciando a minha presença.

– Bom dia, – responderam.

– Então tu és o jovem Potter – disse o velho. – O meu nome é Albus Dumbledore, sou o diretor da Ordem e um grande amigo dos teus pais – estendei-me a mão e eu apertei-a. – Espero que não se tenha ferido ontem á noite.

– A Lily tratou bem de nós – brinquei.

– Ah, sim, a Srta. Evans é uma das minhas melhores agentes – elogiou ele. Apontou para a cadeira ao lago de Remus. – Sente-se – convidou. – Estamos só á espera que a Lily chegue para começarmos.

Sentei-me e comecei a observar as pessoas á minha volta. Dorcas estava com um vestido azul, sem decote ou mangas, que lhe chegava até metade das coxas. Calçava uns sapatos azuis de salto. Pelo que eu tinha percebido ontem, Dorcas era a mais gentil das três agentes.

Era assim que as via. Dorcas era a gentil. Lene era a mais agressiva.

E por falar nela, Lene vestia umas calças de ganga justas, uns botins pretos e uma camisola de alças, também, preta. Roupa prática, combinava com a sua personalidade.

– Cheguei – anunciou Lily abrindo a porta.

Todos olhamos para ela. A ruiva vinha acompanhada pelos meus pais, que me sorriram e foram cumprimentar Albus, depois sentaram-se a meu lado.

Lilian andou até Dorcas e colocou-se a seu lado, encostada á mesa.

Observei-a. Ela tinha os cabelos soltos e ondulados até meio das costas, sem maquilhagem. Vestia umas calças pretas justas, umas botas de combate e uma camisa cinzenta que lhe deixava a barriga á mostra.

Lene podia ser a agressiva, mas Lily aparentava ser muito mais perigosa que ela. Tão diferente da rapariga que eu conheci ontem de vestido, que aparentava ser indefesa. Mas uma coisa era certa, de vestido ou de calças, Lilian Evans era uma ruiva bastante sexy. Ela virou-se um pouco, deixando as costas viradas para a minha direção. Pude ver que possuía duas covinhas no final da coluna.

Engoli em seco.

– Hey, Prongs, – Sirius chamou-me por detrás da cabeça de Remus. Olhei na sua direção. – Não babes!

Tanto Remus como o meu pai, riram-se chamando a atenção da loira e da ruiva. A última levantou uma sobrancelha quando o seu olhar cruzou o meu, depois voltou a olhar em frente.

– Vamos começar? – Propôs Albus quando acabou de falar com Lene sobre algo. A morena sentou-se ao lado da minha mãe. – Então o que sabemos até agora?

– Nada – afirmou Lene. – Nenhum dos atacantes ontem era um criminoso assumido – começou. – Tudo aponta para que fossem apenas um grupo de idiotas que precisava de dinheiro e aceitou o trabalho de tentar raptar o Potter.

– Isso não é verdade – contrariou a ruiva. – Um dos homens era um criminoso - anunciou ela. – Lucius Malfoy estava no ataque ontem!

– Mas isso é impossível – disse Albus. – Ele está preso…

– Estava – corrigiu a ruiva. – Eu falei com ele ontem – garantiu. – Alguém o ajudou a sair da cadeia, e não deve ser o único. – Lily olhou para Alice. – Procura o registo criminal de todos os homens que prendemos ontem, por favor.

– Esperam lá – pediu Dorcas. – Quem é Lucius Malfoy?

– Boa pergunta – comentou Lene, olhando para a ruiva.

Lily endireitou os ombros.

– Lucius Malfoy dói preso no ano em que nós entramos para a agência – anunciou ela. – Foi acusado de ter cometido vários crimes, entre os quais homicídio, roubo, fraude e estupro.

– No ano em que entramos? Isso faz cinco anos – afirmou Dorcas. – E como é que tu sabes isso tudo sobre ele?

Lilian encolheu os ombros como se não fosse importante.

– Li um ou dois artigos sobre ele – disse.

– Tinha-me esquecido do teu lado nerd – comentou Lene. Depois olhou para Alice. – Alguma coisa nos registos?

A castanha levantou os olhos do computador e olhou para o ecrã, onde apareceu os registos dos homens.

– Alguns deles ainda estavam a cumprir pena por roubos – informou. – Coisas leves.

Caiu um silêncio na sala, enquanto todos analisávamos as imagens que passavam no ecrã.

– Então sabemos que quem quer que ande a ameaçar os Potter, está ligado com o Malfoy? – Procurou confirmar Dumbledore. Lene assentiu. – Charlus, o que diziam as ameaças?

– Apenas que era para eu sumir da cidade ou então matam-me, a mim e a toda a minha família – informou o meu pai. Vi a minha mãe apertar-lhe a mão.

– Não ajuda em nada – concluiu Alice. – A maioria das ameaças tem muito mais informações.

– E o que é que tu sabes sobre isso? – Questionou Lene rapidamente. Algo me dizia que Marlene não gostava muito de Alice. – O que é que tu, que estas sempre enfiada na segurança de quatro paredes, sabes sobre ameaças?

Alice desviou os olhos de Lene e suspirou. Vi Lily sorrir e Dorcas revirar os olhos.

– Bem, visto que não sabemos quem anda atrás de vocês, - começou Dumbledore, olhando para todos os Potter na sala, - precisam de proteção. E, isso inclui o Sr. Black e o Sr. Lupin – afirmou. Sirius e Remus olharam-no confusos. – Vocês foram vistos juntos ontem á noite e, qualquer um que procure sabe que, são amigos. Podem ser utilizados para atingir o James.

– Nesse caso, precisamos de um plano de proteção – disse a loira. – Lene?

A morena suspirou e olhou para todos á sua volta.

– Eles são cinco e nós três – comentou. – Vamos dividir os espaços. Lily, tu ficas com o escritório de Charlus – disse. – Eu fico com a casa e tu, Dorcas, acompanha-los – apontou para mim e os meus amigos, - quando saírem. – Concluiu. – Tem de ser assim. A Lily é a única capaz de fingir que trabalha num escritório e a Dorcas é a única simpática o suficiente para não se irritar com estes três.

As outras duas assentiram com a cabeça, concordando.

– Esperem – pediu a minha mãe. – Eu e o Charlus não queremos proteção – anunciou.

– Senhora Potter, a vossa segurança é importante – argumentou Lily. – A senhora viu o que aconteceu na sua casa – disse. – Pode repetir-se.

A minha mãe sorriu.

– Eu sei, querida – afirmou. – Mas nós, - apontou para ela e o meu pai, - queremos que vocês protejam só os três rapazes. É a nossa decisão, espero que a respeitem!

– Mãe? – Chamei, sem acreditar. – A senhora…

– Não te preocupes, James – disse o meu pai. – Nós ficamos bem, contando que tu e os teus amigos estejam protegidos.

– Tens a certeza, Charlus? – Perguntou Dumbledore.

– Sim, Albus – confirmou.

Albus assentiu com a cabeça.

– Bem, sendo assim, vocês os três estão sobre a proteção da Ordem – indicou. – Seria mais fácil se dormissem aqui e não saíssem sem autorização.

– Certo – concordou Remus e eu assenti.

– Tudo bem – disse Sirius.