Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 7
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Yara
Finalmente ocorre o que ambas temiam ~spoiler~



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Quando minha irmã me pediu para ensiná-la sobre Richard fiquei surpresa, nunca imaginei que poderia passar por algo assim, mas eu estava tão cansada que não consegui ficar por muito tempo lecionando. Fui para meu quarto, sei que Yeva ainda ficou ali ouvindo música.

O divertido, porém não do dia seguinte foi que eu acordei sozinha e adivinha, super atrasada, dessa vez nem mesmo minha querida gêmea me acordou, mas falando em minha querida gêmea Yeva estava afastada, meio distante e parecia se afastar de assuntos que envolviam famosos, até mesmo Vladimir, ela parara de surtar como fazia pelo menos uma vez por semana, agora ela parecia ignorá-lo, até os livros dele sumiram de nossa estante e eu só percebi no dia em que ela correu por nós na escada e como fiquei encabulado por expulsá-lo o convidei para conhecer o apartamento, sei que é ruim fazer isso convidar um desconhecido para ir com você até sua casa, mas eu já tinha feito o convite de qualquer forma, achando que Yeva ficaria feliz, mas ela não o viu, nem mesmo quando quase nos atropelou, eu me senti tranquila ao saber que ela não o vira, era como se eu finalmente tivesse alguém que se importava mais comigo do que com ela, ta certo que Vlad ainda não a conhecia então não poderia dizer se era verdade o que ele sentia por mim ou até mesmo a forma como me tratava.

Decidido, vou contar, assim que possível, a minha irmã que Vladimir Berlim é meu professor, mas por enquanto vou curtir o fato de ele ainda ser só meu.

Nossa, nem consigo me reconhecer pensando dessa forma, pareço tão egoísta, mas não sou assim.

– Oi - olhei para o dono da voz.

– Oi...

– Posso saber o que a senhorita estava pensando?

– O senhorita foi para ser galanteador como os personagens de seus livros? - eu o olhei, eu terminava um picolé, estava frio, mas esse é um dos momentos que melhor saboreio um gelado.

– Ai! Essa sua observação significa que eu não fui tão galanteador quanto imaginei? - confirmei, ele riu, seu riso gostoso. - Vim te fazer um convite.

– Hm... - eu embrulhei o palito na embalagem, apoiei o lixo na mesa e limpei minha boca com os dedos - Professor, hoje tenho aula - pisquei para ele, era a aula dele que eu teria - caso o senhor não se lembre - sorri, ele retribuiu e arrumou os óculos que não estavam fora do lugar.

– Primeiro: não me chame de senhor; Segundo - ele enumerava com os dedos de uma forma charmosa, eu estava encantada - eu lembro da sua aula - ele riu - e, por fim, terceiro: meu convite é para depois da aula.

– Tudo bem, aceito.

– Mas assim, sem eu lançar o convite? E se eu for te convidar para roubar cadáveres? Ou para roubar porquinhos da índia de crianças inocentes?

– Eu já teria aceitado e não teria mais volta. - falei rindo.

– Sorte sua que sou um bom garoto - soltei um "Ah, é?" - Sou sim, e não duvide de mim - eu ri novamente - Mas quero te convidar para um jantar, disseram que posso levar um acompanhante e achei que você seria uma boa companhia, o que acha?

– Depende - falei me levantando e confirmando o horário - Que tipo de jantar será?

– Irei encontrar alguns amigos e trataremos de alguns negócios, mas nada demais - ele sorriu esperado minha resposta.

– Certo. É algo formal, digo, o tipo de roupa.

– Não, nada muito extravagante.

– Topo.

Ele sorriu parecendo alegre por eu ter aceitado seu convite, fomos para a aula, em frente a sala várias meninas perceberam nossa aproximação e me encararam com desgosto, me senti intimidada com aquelas fãs que me fitavam com ódio. Sentei em meu cantinho de sempre e anotei tudo o que achei interessante, e no final ele nos deu, novamente, um tempo para escrevermos nossas redações de teste. Eu estava tão concentrada que nem reparei quando Vlad passou por mim e deixou algo em minha mesa, apenas notei quando ia guardar meu material.

"Te ligarei quando eu estiver para te buscar"

Saí da sala.

Cheguei em casa correndo, Yeva já estava lá e para minha surpresa estava se arrumando, parecia algo importante, a ignorei para me arrumar par ao meu compromisso, coloquei um vestido de seda que amarra na nuca, ele é comprido até os joelhos e é mais apertado abaixo dos seios, coloquei uma sandália de salto, arrumei minha franja de forma a ficar certinha, retinha, prendi meu cabelo parcialmente, passei um batom rosa e uma sombra em um tom um pouco mais escura do que minha pele, na verdade bem mais escura porque sou branquela demais, passei um pó para tapar minhas sardas feias, um lápis para realçar os olhos, eu nunca me senti tão empolgada com algum convite para sair com alguém, nem mesmo quando ia para os shows do Richard eu me sentia tão feliz.

Sai do quarto com uma bolsa que só cabia meu celular, documentos e dinheiro. Yeva estava sentada ao sofá parecendo tensa.

– Está tudo bem? - ela se virou e pareceu se assustar em me ver daquela forma.

– Es... Está - ela gaguejou e se levantou, ela usava um vestido verde de alças finas, era justo no mesmo lugar que o meu, era um pouco mais curto, porém os detalhes que o deixavam solto eram rodados fazendo com que mesmo simples fosse sofisticado, ela usava uma sandalia de salto, o que para minha irmã é raro de ver acontecer, usava lápis de olho e ainda estava de óculos, usava um batom que apenas realçava seus lábios tanto um tom corado, um blush que a ela era permitido - Vo... Você vai sair? - Não era óbvio?

– Vou - confirmei sorrindo - E me parece que você também. - ela confirmou - Vou a um encontro de amigos - ela pareceu surpresa e sorriu encabulada - E você?

– Jantar de negócios - ela deu de ombros - Estranho, não é? - neguei - Nos vemos mais tarde, minha carona chegou - ela falou me mostrando o celular que tocava desesperado, a bolsa dela era maior, mas combinava perfeitamente com ela, era bege e pela forma que balançava tinha um livro ali dentro, ri sozinha sobre o quanto ela era anti-social mesmo sendo mais amigável do que eu.

Meu celular tocou assim que minha irmã saiu, eu torcia para que a carona dela já tivesse partido e assim ela não teria visto Vlad. Eu queria ter o escritor só para mim, pelo menos por enquanto até eu ter coragem de contar a ela sobre tudo. Tentei correr, mas desisti quando quase tropecei em mim mesma e rolei estada abaixo, quando cheguei a entrada do prédio encontrei Vladimir usando um terno que o deixava charmoso com a camisa branca por baixo com os primeiros botões abertos dando um ar descolado ao certinho, ela sorriu ao me ver.

– Você está linda - ele falou esticando o braço para que eu pudesse me apoiar nele.

– Obrigada, posso dizer o mesmo sobre você, professor.

– Sem professor, pelo menos, por essa noite - confirmei sorrindo.

Ele deu a partida no carro e nos guiou pela noite que diferente do dia estava abafada, ele me olhava vez e outra como que esperando que eu dissesse algo, mas fiquei em silêncio, sou tímida apesar de tudo. Ele estacionou, estávamos de fora não de um restaurante como imaginei, mas de uma casa, outros carros estavam ali, tentei entender o que estava acontecendo.

– Achei que íamos jantar - falei descendo do carro.

– E vamos - ele sorriu - Ah... - ele se encabulou - Você achou que seria em um restaurante - ele riu - Esqueci de te avisar, me desculpe, mas já aproveito para te apresentar a minha casa.

– Nos-sa! - falei e o olhei, ele sorriu - Você deve achar que moro em uma barraca.

– Não julgo as pessoas dessa forma, vamos, já estão nos esperando - ele abriu a porta, um pequeno corredor onde eu entrei e o esperei trancar a porta, ele passou a minha frente, eu estava meio encabulada de entrar na casa dele, soltei um "licença" tão baixo que não tenho certeza de que me escutou.

Ele pegou minha mão e me puxou até a sala.

– Seu safada, como nos deixa esperando na sua própria casa? - olhei chocada para quem estava falando daquela foma com o escritor, senti meu rosto corando e com certeza a pessoa percebeu mesmo com a quantidade de pó que tinha em meu rosto - Eita! Você está acompanhado, me desculpe a falta de educação senhorita.

– Já sei com quem você aprendeu a se achar galanteador falando senhorita - eu ri para Vlad que retribuiu o riso enquanto jogava a chave para um vaso que fez muito barulho ao receber o objeto.

– Yara? - aquela voz, não, era impossível, não tinha como aquela pessoa estar ali na casa de Vladimir e ainda mais acompanhando Richard, sim, não era ela, impossível.

– Yeva? - falei tão assutada quanto ela.

Richard e Vladimir se afastaram e nos deixaram uma encarando a outra, estávamos assustadas com aquilo, eu não tinha reparado, mas outras pessoas estavam ali.

– Vocês se conhecem? - Vladimir perguntou assustado.

– Ela é minha irmã - respondemos em coro, e nos olhamos e depois para os dois, Richard e Vladimir se encaravam tão surpresos quanto nós duas.

– Cer... to... - alguém surgiu, era uma das pessoas que eu não tinha reparado - Depois desse encontro bizarro será que já podemos começar com os negócios?

– Cítro? - eu o olhei, a luz da sala era fraca dava um ar de ser iluminado por velas, mas era lampada que devia ser de péssima qualidade. O piso de madeira rangia conforme aquele rapaz avançava.

– Te conheço? - ele perguntou arrogante.

– Nossa! Entendo porque você e ele sempre brigam - Yeva comentou com Richard que riu, ele se aproximou dela e entrelaçou seus dedos, eu observei aquilo perplexa. - Quem você pensa que é para falar assim com minha irmã? - eu ri - Qual a graça?

– Eu achei que você ia me bater - ela se assustou - Sabe, eu te escondi sobre ele e...

– Ahm, meninas - Cítro chamou a nossa atenção - Não sei se sabem, mas vocês não são o foco da noite então...

– Ele tem razão, - Vladimir falou - Se não se importa irei deixá-las aqui e nós vamos tratar de negócios.

Confirmamos como em um passo ensaiado, eles se afastaram para onde imaginei ser a sala de jantar ou sei lá o quê, não sei a anatomia da casa de rico. Quando eles fecharam a porta finalmente se separando de nós e levando junto outras pessoas que sequer nos foram apresentadas, eu e Yeva nos sentamos ao sofá e sem percebermos assumimos nossa pose de pé sobre a mesa de centro e nos servimos de vinho.

– Ya - ela começou parecendo se sentir culpada, eu a analisava - Desculpa - eu me assustei - Desculpa por ter te escondido sobre ele.

– Acho que estamos quites - eu ri e ela me acompanhou, batemos as taças um na outra e demos o primeiro gole marcando o cristal com nossos batons. - Eu fui egoísta em escondê-lo de você.

– Eu já sabia - ela falou me surpreendendo e me fazendo quase engasgar - Eu os vi na livraria - ela fitava o líquido - naquele dia resolvi que realmente não te contaria sobre Richard e eu achei que era ético não te contar e quando começamos a ficar tão próximos e nos dar tão bem, fiquei com medo - ela me olhou, usava os óculos, eu ri.

– Medo do quê? - perguntei tirando meus pés da mesa de centro, sem perceber ela me acompanhou.

– De ele se apaixonar por você - ela apoiou a taça, percebeu que eu não entendi - Todos que eu conhecia acabavam se apaixonando por você, até alguns que eu tinha umas quedinhas acabavam sendo encantados pela menina do cabelo de fogo - eu ri - e achei que com ele aconteceria o mesmo.

– Só saberemos depois de hoje. - ela confirmou - Por que não colocou as lentes? - ela me olhou confusa - Coloque as lentes, seus olhos ficaram mais realçados, ele vai gostar mais. - ela sorriu tímida e me obedeceu.

Ficamos conversando e eu contei como me sentia egoísta por guardar ou achar que guardava o escritor só para mim, ela então me contou que estava encantada com o astro do rock, que sequer podia imaginar que ele era da forma que o conheceu ser, me contou do quão difícil foi para consegui-lo, mas percebi que não me contou o que ele fazia na ONG, fiquei sem jeito de perguntar, achei que iria alfinetar demais sua questão ética lá dentro.

Abriram a porta, nós duas ainda tínhamos as pernas esticadas para a mesa de centro, Yeva estava lendo e eu mexendo no celular, já estávamos há quase três horas ali, tínhamos esgotado os assuntos.

– Desculpem a demora - Vlad foi quem falou - Venham, vamos jantar - as pessoas que não me foram apresentadas foram embora antes mesmo de eu e Yeva entrarmos a sala e nos sentarmos esfomeadas.

Um garçom foi quem nos serviu as entradas, eu e minha irmã ficamos perdidas sobre como comer, Richard e Vlad se divertiam em nos ver desajeitadas com a comida enquanto Cítro sempre revirava os olhos.

– Então, como foi? - Vlad perguntou olhando minha irmã com curiosidade, era aquilo que eu temia.

– Engraçado - ela respondeu e olhou-o tão curiosa quanto ele, Richard também pareceu não gostar daquilo, quando nossos olharam cruzaram nos voltamos para as sobremesas - Achei que eu brigaria com a você - Yeva me olhava - fiquei feliz em ser surpreendida.

– Digo o mesmo. - sorri para ela.

– Você tirou os óculos - Yeva comentou olhando o escritor.

– Você também. - eu olhei Vlad, Richard olhou Yeva e então nos entreolhamos.

– O que é isso, coisa de escritor? - Richard se intrometeu - Quero dizer, como ninguém reparou nisso que ambos tiraram os óculos.

Yeva e Vlad riram e uni som, eu sabia que se dariam bem, já comentei que eram perfeitos um para o outro, mas agora não era para serem.

– Tem gente com ciúme nessa mesa - Cítro comentou segurando risos, eu e Richard viramos o rosto constrangidos, foi quando fui ainda mais surpreendida.

– Não se preocupe - Yeva me olhava e então se virou para Richard - já tenho o meu famoso - sem perceber eu sorri para o que ela falara.

Olhei para Vlad esperando que ele fosse falar algo fofo como minha irmã falou escapando do meu ódio e do de Richard, mas ele apenas arqueou uma das sobrancelhas e se voltou para o pudim, sim ricos também comem pudim e muito, os três famosos devem ter devorado um pudim inteiro cada.

– Fiquei curiosa - comecei, os quatro me olharam - Richard, você odeia o Cítro - o rapaz revirou os olhos - e tudo sobre sua irmã - Yeva arregalou os olhos, Cítro se incomodou, Vlad desviou o olhar, mas Richard se manteve firme em me observar - como você consegue dividir o mesmo espaço que ele?

– Olha - Richard limpou o canto da boca de forma elegante que eu não sabia existir nele - é difícil, admito, mas estamos sendo profissionais aqui, então tenho de suportar isso.

– Me lembrei - Yeva olhou Richard - Como você pôde vir para cá se - ela fazia aspas com os dedos - você está no Canadá? - é verdade, era isso que todos os sites diziam.

– Eu tenho uma boa equipe para ocultar as mídias e - ele deu enfase - já que estou no Canadá - ele riu - eu posso sair pelo Brasil sem me preocupar em ser pego, mas tenho de ser cuidadoso.

– Ms e ele? - eu perguntei apontando para Cítro.

– Ele sabe o quanto isso é importante, se ele trair o resto de minha confiança sabe que estará acabado.

Vlad riu.

– Meninas - ele falou - se não se importam irão dormir aqui em casa hoje - eu e Yeva trocamos olhares - e, Yeva, tenho que te fazer um agradecimento muito especial - eu o olhei, minha irmã me olhou e depois pra seu ídolo, Cítro se divertiam, Richard estava curioso - senão fosse você, Richard não estaria presente para essa reunião, obrigado por salvar meu amigo.

– Sempre tentando ser galanteador - Richard riu - Sai que essa gêmea é a minha, nem tem como confundir não são idênticas - eu ri.

– Agradeço você ver dessa forma, mas Richard só saiu daquela condição porque ele se permitiu isso.

– Ei, Magrela! Aproveita que não é sempre que ele reconhece o trabalho alheio - ela riu.

– Vamos dormir? - Vlad se levantou. - Vou apresentar o quarto de vocês duas, aos dois já podem ir para seus quartos.

Richard beijou minha irmã na testa e se afastou apenas acenando para mim.

A minha despedida de Vlad foi apenas um aceno, eu não gostei daquilo.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Os capítulos estão muito longos? Estou indo muito rápido?
Se acham que estou indo rápido demais já posso adiantar para vocês que o próximo capítulo vai ser de acontecimentos anteriores a esse.



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