Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 13
Noite do Encontro


Notas iniciais do capítulo

Yara



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Yeva e eu nos arrumamos para deitar, eu estava cansada e ela não parecia diferente, apesar que Richard passou pelo nosso quarto para lhe dar outro beijo, os dois juntos era algo que eu nunca esperaria ver, mas ficavam bem. Ela se deitou e me olhou, o abajur entre nós nos iluminava de uma forma sombria.

– Estão namorando? - perguntei, ela pareceu dar de ombros, mas eu não tinha certeza.

– Não sei exatamente. - ela se arrumou - E você? - neguei.

– Não, não que eu saiba.

– Mas você gosta dele, posso ver isso - ela sorriu - Seus olhos brilham.

– Você me desculpa por ter quase escondido ele de você? - ela riu - Quero dizer, vocês dois darão muito certo, são parecidos demais.

– Eu não sei - ela tampou parte do rosto para tentar se aquecer, não fiz diferente - Não aguentaria ter um relacionamento com alguém como ele e o Richard - ela sorriu - ele é muito legal e nos damos muito bem, tão bem quanto nunca aconteceu comigo antes, entende? - confirmei.

– É bom te ouvir falando assim, ainda mais sobre o cara que você tinha desenvolvido um ódio monstruoso.

– Concordo.

Dormimos.

Yeva me acordou como de costume, nos trocamos e ficamos um tempo conversando até resolvermos descer e conversar, Cítro estava sentado a sala assistindo a um noticiário que questionava sobre Richard. Minha irmã parou e ficou assistindo pareceu se incomodar em ver aquilo. Vlad parou atrás de nós e ia nos cumprimentar, mas então olhou para a televisão e desistiu de dizer qualquer coisa. Minha irmã passou por nós e encontrou ao alto da escada o astro do Rock que a olhou preocupado, pude ouvi-los cochichar, correram para o quarto dele. Olhei Vlad e sorri para ele que sorriu de volta.

– Acho bonitinha a forma como sua irmã cuida dele - Cítro falou se levantando - Parecem se dar muito bem.

– Não é?! - sorri para ele e fomos os três para a cozinha.

O casal chegou pouco depois com olhares abatidos, Yeva me olhou, eu entendia aquele olhar, algo estava errado, ela parecia que ia se chatear.

– Como você pretende começar o livro, Vlad? - Richard perguntou.

– Não sei, você sabe que será um processo lento, é o primeiro como biografia que irei fazer e não ir a fundo em tantos assuntos como os levantados ontem será difícil, mas farei o meu melhor.

– Sei que vai, mas só que...

Ele olhou minha irmã, ela sorriu o encorajando, Vladimir a olhou e depois para o amigo.

– Ele não poderá acompanhar o começo do livro - ela falou, Richard contraiu o rosto desgostoso e olhou o escritor que pareceu um pouco surpreso - com os curiosos querendo saber cada vez mais sobre onde ele realmente está e querendo notícias ele terá de ir ao Canadá e mandar informações ao menos aos fãs clubes - ela me olhou e sorriu doce - Pensei que você poderia ir com ele - olhei o astro que me analisava - você tinha contado há alguns anos com uma administrada de um dos maiores sites do fã-clube dele, pensei que se fosse com ele para essa viagem poderia tirar algumas fotos, e eu sei como é boa nisso - eu ri - e mandar para elas como os empresários dele fariam.

– Por que não fazem? - perguntei e olhei o astro.

– Estão selecionando tudo o que devo por no livro - olhei Vlad - E parece que Richard quer que você participe - olhou minha irmã - Já fez o convite, Ric?

Ric?

– Não, não tive muito tempo para isso - Richard sorriu - Mas já que ele estragou a surpresa, o que acha?

– Não sei - Yeva me olhou eu confirmei, ela tinha de fazer isso, seria uma boa forma de mergulhar no mundo dos escritores e ter o nome junto ao de Vladimir poderia fazer com que ela crescesse furiosamente, era perfeito - Não sei se estou pronta para fazer algo assim.

– Ei... - o astro apertou a mão dela - Eu sei que você está, senão estivesse eu não teria citado seu nome, além do mais, nessas últimas semanas você conheceu o suficiente sobre mim para ajudar Vladimir com o conteúdo. Até mesmo sobre o acidente e o que acontece agora.

– O que acontece... agora? - ela pareceu ficar tensa - Você vai mesmo colocar isso no livro?

– Sim, a previsão de lançamento é para daqui dois anos, em seis meses eu á estarei voltando a ação. Vou passar esse tempo no Canadá e pretendo treinar vocal.

– Eu irei acompanhá-lo nos ensaios - Cítro falou - Vou visitá-lo uma vez por mês para ver se ele fez tudo direito, os empresários dele confiaram a mim esse trabalho.

– Irão levar um professor? - Vladimir perguntou.

– Estamos procurando por um que aceite fazer isso em segredo.

– Acho que sua busca acabou - Yeva me olhou - Minha irmã canta muito bem e se ela for para te ajudar com os fã-clubes poderá te ajudar com a voz. O que você acha? - todos me olhavam.

– Pode até ser, mas o que está acontecendo, por que ele precisa de um professor?

– Ele perdeu a voz - Vladimir foi direto, o cantor enrijeceu - depois do acidente com a irmã dele - olhei Yeva que confirmou a informação, agora eu entendia o porquê dele na ONG.

– Eu tenho uma dúvida - todos me olhavam - O que Cítro faz no meio disso tudo?

– Ele meu amigo de infância - Richard riu - Irônico eu sei, mas é isso o que acontece, nos conhecemos há muito tempo.

– E o que aconteceu naquela festa - Yeva olhou Richard - foi tudo uma idiotice, eu não queria que nada daquilo acontecesse - Cítro mordeu o lábio - Me culpo por aquilo até hoje.

– Eu sei que sim. - Richard falou e sorriu.

Terminamos de tomar nosso café, Vlad convidou minha irmã para conhecer seu escritório de criação. Cítro, eu e Richard ficamos na sala, os dois conversavam intimamente, realmente pareciam amigos de longa data, eu fiquei quieta apenas apreciando o ambiente daquela casa enorme, Yeva e Vladimir desceram a escada de forma ruidosa, riam enquanto conversavam, pareciam ter se dado bem. Eu percebi naquele momento que eu perdia o meu escritor, por mais que minha irmã gostasse do meu ídolo e disso não havia nenhuma sombra de dúvida o ídolo dela estava tentando conquistá-la, imaginei que se aquilo acontecesse comigo eu logo tenderia para o lado de Richard, mas eu conhecia minha irmã, ela não é alguém fácil de se conquistar, se aquele astro do Rock conseguiu ele com certeza tem uma magia especial.

– Estão com fome? - Vlad perguntou, confirmamos.

Ele mandou servirem o almoço, Yeva pediu minha ajuda para arrumar uma papelada que lhe foi entregue, sim, já estavam começando a programar o livro. Imaginei como faríamos com a faculdade, mas já pareciam ter pensado sobre tudo, esse tempo de trabalho nos contariam pontos em algumas matérias, assim poderíamos nos adiantar, faríamos mais algumas provas para concluir alguns semestres e depois ficaríamos a distância, foi uma negociação especial, porque não se faz isso, mas devido a tudo o que está acontecendo e por sermos boas alunas abriram uma exceção.

Durante o almoço não conversamos sobre trabalho, mas sim sobre nós todos, eu e minha irmã não conversamos sobre o acidente que matou nossos pais o que cairia em alguns assuntos que comentamos, falamos sobre os livros de Vlad e de algumas personagens que achávamos engraçadas ou um pouco forçadas e ele nos explicava o porquê de cada uma ser da forma que era. Comentei sobre os shows que eu fazia aos sábados e sobre o meu sonho de ser baterista, Cítro falou que gostaria de me ouvir algum dia, ele estava precisando de um bom baterista para acompanhá-lo nas turnês.

Ao entardecer eu e Yeva resolvemos que iriamos embora, Richard nos ofereceu carona, despedimos-nos de Vladimir e Cítro, Richard era simpático e o tempo inteiro conversava comigo e com minha irmã, quando chegamos ao nosso apartamento observamos uma movimentação estranho, quando reconhecemos as pessoas de frente paralisamos e trocamos olhares amedrontados.

– O que está acontecendo? - o astro perguntou.

– Não importa o que aconteça, não saia do carro - eu e Yeva falamos para ele que confirmou.

Descemos do carro e nos aproximamos das pessoas que brigavam com o porteiro que pareceu se aliviar ao nos ver.

– O que vocês querem? - perguntei.

– Nosso direito de viver nesse apartamento, ele é tão nosso quanto de vocês - minha tia falou.

– Não, ele não é, foi nos deixado como herança, logo não é de vocês. - minha irmã falou e encarou nosso primo que tinha uma marca roxa no rosto.

– É sim, seu pai era meu irmão, as heranças dele foram deixadas para nós também.

– A herança - eu e Yeva corrigimos, o que nos causou risos - E não, ele registrou uma carta que dizia deixar tudo para nós, então vocês não têm direito algum.

Yeva olhou para o carro de Richard parecia preocupada com ele nos vendo em meio aquela discussão. Apoiei a mão em seu ombro e pedi para que ela fosse até lá. Pude ouvi-la pedindo para ele ir embora e ele brigando dizendo que não nos deixaria naquela situação, ela riu desajeitada e voltou para a briga de família.

– Certo, se você insiste em algo assim, chamemos a polícia.

– Não, nada de polícia - meu tio que sempre fora calmo se meteu.

– Se não querem a polícia já estão admitindo estarem errados, então saiam antes que recebam mais marcas - Yeva olhou nosso primo que avançou para ela, Yeva o acertou com um soco, ele se encolheu - E se vocês se aproximarem mais uma vez daqui, juro que sairemos das ameaças e vamos mesmo chamar a polícia.

– O que aquele cara tem que eu não tenho? - nosso primo falou, eu e minha irmã trocamos olhares confusos - Aquele da ONG.

– Muito mais - ela olhou involuntariamente para o carro, nosso primo seguiu seu olhar e viu que a pessoa de quem falava estava ali, ele avançou para o carro - Ei! Para! - ela correu atrás dele o segurou - Deixe-o em paz.

– Yeva! - eu fui atrás dela.

A porta do carro abriu, Richard desceu, minha prima ficou corada assim como minha tia. Yeva largou nosso primo e encarou o astro que sorria simpático como em todas as vezes que se envolvia em um escândalo. Olhei minha prima, ela preparava o celular para tirar uma foto dele, Yeva observou a mesma coisa que eu e olhou para o astro que não parecia se importar.

– Algum problema, moças? - ele falava calmo.

– Não... - minha ti afalou - Vamos embora, vamos - ela puxava a filha e o enteado. Meu tio os seguia em silêncio, eles não mexeriam com alguém tão famoso, eram covardes e mexiam conosco porque nos achavam fracas, mas depois de hoje duvido que voltassem e se meter conosco. Porém os planos do Canadá seriam adiantados.

Richard abraçou minha irmã, eu sorri para os dois brincando ele abriu um braço e me puxou par ao abraço, minha irmã nos apertou.

– Terão de viajar hoje. - ela me olhou - Você consegue ficar pronta até oito horas? - quando minha irmã ficou tão parecida com uma empresária?

– Tenho de conseguir as passagens - ele bufou - Você ficará bem sozinha e com o Vlad?

– Espero que sim - ela deu de ombros - Vou ver se consigo negociar suas provas, Yara, quem sabe eu não consigo achar alguma universidade lá próximo para você continuar o curso? - agradeci - Vá se arrumar, Richard, eu e Yara estaremos te esperando oito horas.

– Obrigado. - ele a beijou e entrou no carro.

Observamos enquanto ele se afastava no carro e fomos para nosso apartamento, peo que eu entendi Yeva moraria com Vlad enquanto produziam o livro, Cítro os acompanharia vez e outra e algumas vezes iria verificar Richard e eu, ele era como um supervisor.

Eu estava ansiosa para tudo começar.


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