Endless Sky! escrita por AdriiChan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Depois de um bom tempo sem aparecer por aqui, voltei :))
Hoje trago-lhe uma Original posso dizer velha já, sim, pois já estou com ela pra terminar e postar desde novembro do ano passado. Bastante tempo já. -q'

Fanfic dedicada à @Scarcely ♥'



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Capitulo 1 de 1

Endless Sky!


Escrita por A.G.F


A tarde apenas começava quando uma garota de cabelos longos e lisos, num castanho mel entrava pela porta branca do seu quarto. Seus olhos no mesmo tom mel do cabelo, e sua sobrancelhas levemente arqueada mostrava direito a expressão indignada da menina de quase 15 anos de idade. O caso era que hoje havia sido um dia longo para si, e de fato isso tinha ido longe demais. Seus pensamentos pareciam perdidos quando com um simples gesto atirou a bolsa vermelho bordo com florais brancos. Num longo e puxado suspiro sentou-se à sua escrivaninha, e abriu o velho caderno a qual chamava de diário. Pulou algumas páginas até que chegou naquele que seria no dia de hoje. Com o lápis recém apontado começou a escrever o que sentia. O que realmente estava entalado na sua garganta. Ou será que era no coração?!


A alguns dias vinha percebendo isso, mas parecia que ainda não me tocava do ocorrido. Pergunto-me se estava cega ou algo do gênero. Ou simplesmente ignorei isso? Quando volto a pensar, podem ter sido uns desses sim, ou talvez nenhum. O fato é que não estava me sentindo bem, e ao fazer isso acabei por descontar em terceiros. Pessoas que realmente não mereceram o que ouviram, e até sentiram.
Não! Eu não estou falando que maltratei alguém ou xinguei. Mas se pensar bem foi até pior do que fazer algo disso. De fato estava estranha demais, e isso cheguei a perceber depois do que falava ou pensava. Outra coisa é que não sou boa com as palavras, mas mesmo assim tentarei criar algo para desculpar-me com ela. Irei criar aquela carta de desculpas a você. Porque percebi que nesses últimos dias estava sendo chata, mimada, ciumenta, ignorante, e o pior... Não sendo eu mesma!


Nora, a qual se chamava a garota das longas madeixas castanho mel; pegou um novo papel na segunda gaveta, local onde guardava papel de cartas e envelopes. Poderia parecer loucura, mas iria em frente com isso. Queria escrever uma carta e mandar a ela, mas não tinha como voar pelos céus e lhe entregar. Ainda assim escrevia para ela com todo o carinho que não soube expressar naqueles momentos.
Havia pegado um bege clarinho com desenho de flores num tom de púrpura com lindos galhos verde pinheiro. Agora pegou uma caneta preta e devagar começou a pensar como começaria a tal carta... Que tal assim!


Cara menina que nunca desistiu de mim.


Nora respirou fundo e agora sabia que essa carta sairia de qualquer jeito. Não importava quanto tempo levaria escrevendo, sairia. Sentiu uma brisa calma brincar com seus fios recém presos, e ao olhar em sua direção viu algo que serviu como um estralo no seu cérebro. Ali estava o que tanto procurava na sua inspiração para começar. E o azul daquela tarde seria o tema principal do seu pequeno texto. Um meio sorriso se formou nos lábios carnudos. Era hora de escrever.


Sei que palavras bobas como as minhas não são levadas tão a sério, mas ainda assim decidi tentar. Redimir-me pra falar(?) mais a verdade. Não tenho sido eu mesma nesses últimos dias, e as palavras duras e a dor na consciência foram a chave pra me acordar. Será que isso quer dizer que é tarde demais? Ou talvez ainda possa existir uma segunda chance? Não sei. Talvez sim, talvez não. Mas quero me desculpar mesmo assim.


Sentia que isso parecia mais uma explicação que um pedido de desculpas, mas não tinha culpa se palavras certas parecia não querer sair. Pelo menos não do jeito que queria. Suspirou desanimada, pois parecia que toda a sua ideia havia sido sugada em questão de segundos. Se não conseguia daquele jeito, então como iria se expressar. Com um poema? Com uma música? Ou quem sabe um conto? Foi arriscando e decidiu ficar com a última opção, e agora era ir até o fim.


Palavras duras e de gosto amargas foram jogadas contra o ar, mas no ar não permaneceram, isto, porque elas bateram de frente com um pássaro de penas macias. O belo pássaro branco, ao qual têm a cor da paz. Esse foi jogado com tudo contra uma rocha de incertezas, cheio de ciúmes e dor. Sem qualquer delicadeza, querido pássaro, acabou se machucando gravemente por causa da dor de outros. Suas penas ficaram sujas como as pedras brancas empoeiradas depois de uma chuva rápida. Mas isso não foi tudo. Depois de perceber o que havia acontecido se levantou com cuidado e olhou para cima. Lá estava a sua casa, o seu local de passeio e a sua vida. Querendo regressar a aquilo que lhe era chamado de lar, bateu suas asas fortemente e decidiu levantar voou. Mas qual foi sua surpresa ao perceber que uma de suas asas não estava lhe respondendo. Poderia imaginar o que é não poder voar mais? Não tocar naquelas nuvens macias e ouvir seus amigos e parentes cantar alegremente! Que dor grande essa, não é pequeno pássaro?!


Parou de escrever e voltou a olhar para o céu azul de fora. Esse com certeza tinham sido um bom exemplo para explicar como tinha a machucado profundamente. Talvez se continuasse nessa lógica fosse longe. E assim terminaria o conto. Mais animada do que antes, Nora voltou a escrever elegantemente.


Desolado não sabia mais o que pensar. Tentava e tentava, mas não conseguia levantar o tal majestoso voou. Voltou a olhar para o céu azul daquele tarde, e a dor começou a sufocar seu pequeno peito. E se nunca mais pudesse voar? E se nunca mais tocasse o céu? Seria seu fim esse!
Olhou para a pequena pedra a sua frente, e a xingou mentalmente de tudo que estava sentindo naquele momento. Ela havia lhe tirando uma de suas asas, e assim a sua liberdade. Porque haveria de fazer isso, nunca fez mal a nenhum ser daquele mundo, muito menos as pedrinhas que vinham no seu caminho. Então por quê?
Estava pronta para virar de costas para aquele pedaço de mineral quando ouviu algo, era baixo, mas não impossível de ouvir. Virou-se e ali encontrou a pedra chorando. Seu lamentar cortou-lhe seu pequeno coração de ave. Poderia ter ficado com inúmeras dúvidas quanto a uma pedra chorar, mas não. Deixou essas ideias de lado e se aproximou devagar.


Novamente parou de escrever e olhou para o céu lá fora. Só que dessa vez viu os tons de azul misturado num laranja com rosa. Sinal de que o dia começara a querer ir embora, dando lugar a lua e suas estrelas. Teria de terminar esse conto, pois sabia que sua mãe logo estaria ali lhe chamando para o jantar. Deixou de lado os pensamentos e voltou a escrever.


O dia ia passando devagar, assim como as nuvens que atravessavam o imenso céu azul ciano. O pequeno pássaro estava ao lado da pedra que agora havia cessado seu pequeno choro. E os motivos disso? Bem, o fato de não ser aceito por ninguém talvez fosse uma resposta boa. Mas não era apenas isso, vinha muito mais atrás. Coisas que nem mesmo um pássaro podia ter imaginado.
E pela segunda vez teve pena daquela pedra. Não uma pena qualquer, mas um carinho diferente. Não deu bola para a aparência da mesma, e assim quis ser logo seu amigo. Claro que a Pedrinha não acreditava no início de uma amizade assim, afinal os dois eram muito diferentes. A começar pela aparência, mas o pequeno Pássaro não pensava assim. E sua humildade era visível cada vez mais.

Naquela dia a Pedrinha e o pequeno Pássaro passaram a tarde juntos, ora conversando, ora apenas contemplando as graciosas nuvens que pareciam brincar no grande céu. Mas havia uma coisa errada, o Pássaro não estava no seu lugar certo. Claro que era bom estar na companhia da nova amizade, mas esse não era seu mundo, e muito menos o da Pedrinha. Tinha que ir logo antes que começasse a chover, mas como deixá-la ali sozinha depois de tudo? Não! Não a deixaria sozinha como os outros fizeram, não agora. Daria o seu jeito, e a partir daquele momento se veriam todos os dias de sua vida.


Só talvez finalmente as coisas começassem a fazer sentindo pra si. E mais uma vez respirou fundo e tornou a olhar para o pequeno relógio lilás em cima da escrivaninha. O tic-tac do mesmo era a única coisa que preenchia o local naquele momento. Suspirava enquanto batia a outra ponta da caneta preta na escrivaninha entediada, sim o momento difícil chegou. A conclusão da tal história!
Logo seria a hora da janta e ainda não tinha a ideia para o final. Sentia que seu esforço começava a escapar por entre seus dedos. Não que fosse entrar em desespero, mas isso estava começando a acontecer já. Resmungou consigo mesma antes de voltar a rabiscar algumas poucas palavras que concluísse sua ideia inicial.


Andava devagar para que a Pedrinha pudesse lhe acompanhar nos passos. Perguntava-se o seu plano daria certo, mas nunca havia falhado em seus cálculos. Depois de passar por alguns arbustos pode ver uma linda casa azul com detalhes brancos bem no meio de um imenso jardim.
A Pedrinha olhava tão encantadoramente para casa, pois nunca poderia ter imaginado que algo assim existe-se. Naquele momento o pequeno Pássaro sentiu-se orgulho de si mesmo em ter tal ideia. E mais do que nunca sabia que havia feito a escolha certa. Ambos se veriam todos os dias que lhe restassem nesse mundo que chamavam de lar. E a dona Pedrinha nunca mais se sentiria só ou desprezada; afinal um certo pássaro rompeu todas as barreiras que um dia sequer existiram.


Finalmente havia acaba aquele conto, e assim poderia encerrar a tal carta. Nora sentia-se mais leve depois de tudo aquilo. Realmente já não tinha certeza se conseguiria transmitir o que estava sentindo através da pequena história, mas que pelo menos então Ela pudesse sentir algo diferente quando a lê-se. Esse era o seu único e verdadeiro desejo.
Tratou de guardar a pequena carta dentro de um envelope no mesmo tom púrpura das pequenas flores desenhadas no papel. Selou com um pequeno adesivo em forma de bolinha prata e guardou na segunda gaveta da escrivaninha com cuidado. Sabia que amanha seria um grande dia para si, e mais do que nunca agora precisaria jantar e descansar bem. Olhou janela a fora novamente e viu o céu agora totalmente escuro, exceto pela mistura de luz que a lua cheia dava naquela lindo noite de recente primavera.

Suspirou agora vagarosamente e mais aliviada, e a ouvir seu nome de longe tratou de seguir para a sala de jantar, pois seu estomago já implorava aos prantos por um pouco de comida. Mais um dia havia chegado ao fim.


Era uma vez um pequeno pássaro de penas brancas e macias...


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que leram.
Espero que tenham gostado de mais uma produção minha :))



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