Pulse escrita por Quinn Rivers


Capítulo 3
Isto me bateu e era como um beijo


Notas iniciais do capítulo

Parte dois do capitulo, sem esta parte fica super mega hiper sem noção.

(...)



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Primeiramente um extenso limbo.

Sombras e dezenas de criaturas desfiguradas sendo retidas por um grande buraco negro que oscilava ininterruptamente em um ponto fixo próximo demais da garota. Certamente os seres não iriam abandonar sem luta o domínio ali conquistado, rugindo, gritando e sussurrando palavras indecifráveis. Acabou rápido.

Após o buraco negro sugar as sombras lá existentes, de autodestruiu em uma chuva prateada, densa e fria que em contato ao rosto pálido da garota ardia como acido. O cenário mudou drasticamente levando-a a um campo completamente verde, o jorro intenso de ar do amanhecer chocou-se em suas costas, abrangendo-a gelidamente. Cruzou os braços abaixo do peito para obter algum tipo de calor e moveu sua cabeça para frente olhando em volta, uma ligeira visão periférica interveio varrendo seu olhar em direção as incontáveis outras garotas vestidas com togas, paradas e com braços envoltos ao corpo. Incontáveis garotas observando-a observa-las e sucessivamente em uma fila interminável.

Sua cabeça mudou de ângulo, seguido por exatas ações idênticas as das outras garotas, deu um passo á frente tendo completa noção do que estava acontecendo.

O campo era um imenso espelho rachado de fragmentos grandes o suficiente para dar a ideia de outras garotas.

Pequenas ondulações erguiam-se sob seus pés enquanto caminhava até seu primeiro reflexo dentro de sua linha de visão. Cabelos penteada, e trajada em puro negro exibia um sorriso sagaz, ombros firmes alinhados junto à reta da cabeça. O único reflexo que não seguia o padrão dos outros e da verídica garota posta em sua frente. O reflexo afastou as mãos do dorso e ergueu-as até tocar seus lábios talhados pelo sorriso e puxou-os em diversas direções marcando-os mais com o sorriso até fazê-los estender-se pelas bochechas e seguir rasgando sua pele até as orelhas. O sangue fluía como uma grande catarata de puro e espesso líquido de pigmentação vermelha, escorrendo pelo pescoço e clavículas do reflexo, e encharcando suas mãos ainda mantidas nos lábios.

O reflexo gargalhou ferozmente enquanto o chão despencava em milhares de pedaços, engolindo a garota e transportando-a a um impetuoso negrume sem fim.

Uma pequena brisa abalroou sua face em um clamor silencioso para que abrisse os olhos, designada a ordem ela o fez, focalizando atônicas as placas de madeira presas ao teto, após se localizar em meio a uma cabana, suspirou profundamente.

Um sonho. Tudo não passara de um maldito sonho sinistro. Acordar em um hospital abandonado, o gigantesco cão e até ver seu reflexo maligno, tudo foi fruto de sua corrompida mente, e só. Escalvou uma pequena toca entre dois edredons e lá se aconchegou sentindo o lençol felpudo em contato com sua pele lesionada puxou os joelhos até o peito e os abraçou sentindo seu próprio calor emergindo. Lembrou-se do enorme cão seguindo-a e atacando-a, e dele. O arqueiro que a salvou, mas sua mente se firmou. Era apenas um sonho. Com obviamente algumas pitadas de realidades; ela não se lembrava de seu nome.

Apoiou os cotovelos na cabeceira e ergueu o rosto fara ver as próximas imediações; moveis confeccionados por vime incluindo o pequeno tapete ao seu lado. Ela jogou os edredons para o outro lado da cama e passou suas pernas para fora do colchão esfarrapado, mas foi subitamente atingida por um objeto afiado, a centímetros de sua pele, arranhando-a. Não notou particularmente o que era o objeto, mas após alguns segundos analisando tal material com plumas vermelhas, chegou à conclusão de se tratar de uma flecha.

As plumas vermelhas refletiam um sutil brilho alaranjado ocasionado pelo pequeno abajur posto sobre uma mediana cômoda rustica, a madeira escura da flecha com esporádicas manchas de sangue seco era visíveis quando rapidamente a garota virou a cabeça, desnorteada encarou o arqueiro.

– Não se mova – ele disse já em posição de ataque, mirando a seguinte flecha no braço da garota.

Ela levantou suas mãos altura suficiente para que elas se alinhassem com os ombros e arfou, tomando folego para as seguintes questões que certamente iriam aparecer em sua cabeça.

– Onde...

Não falou, sendo interrompida pelo estrondo que avançou pela única porta existente em todo o cômodo. Ela escancarou-se dando passagem a outro garoto de porte físico médio avançando em direção à garota. Ela encolheu-se esperando o solavanco de um tapa em seu rosto, mas o garoto não fez nada disso, ele fez algo que a deixou muito mais surpresa. Ele a abraçou.

– Céus, Clary– sussurrou em seu ouvido, seus cabelos da nuca se eriçaram enquanto ele a segurava... Apertava contra ele.

Ela sentiu seus olhos saltarem de alguma forma.

Seu nome era Clarissa, e ela se lembrava. Então fechou os olhos para saborear o momento, e pensou se repetisse seu nome varias vezes ininterruptamente ele não perderia o significado, pelo fato de que, não houvesse um significado.

O garoto afastou-se dando dois tapinhas em seu rosto seguido com a frase: “Você realmente está bem?” Ela abanou a cabeça, mesmo não sabendo o motivo certo em dar satisfações para ele.

O arqueiro moveu-se da parede passando seu peso para o pé esquerdo.

– Chega, Max. Temos que relata-la a milícia. – o arqueiro falou com fluidez deixando escapar uma ponta de controle exercida sobre o Max.

Max encarou-o intensamente como se conversasse com o arqueiro telepaticamente.

– Não Keith, nós não vamos.

Os ombros de Keith se curvaram para frente sentindo-se acuado, ele apertou forte a alça da aljava tentando – sem sucesso- se manter calmo.

– Lógico que vamos, Max. Não vou deixa-los vasculharem nosso vilarejo.

Max lançou seu olhar para Clary e em seguida olhou novamente Keith.

– Não Keith, eu não vou deixa-lo.

Keith voou em direção a Max puxando-o pelo colarinho. Clary notou os pés de Max erguerem-se até ficarem sustentando o corpo somente pelas pontas, e claro, Keith que o segurava com gana ajudando na pose de ballet. Ela demorou um pouco para raciocinar. Aquela briga era por sua culpa, mesmo que ela nem soubesse o porquê. Ela era somente uma garota confusa e sentia-se vazia, não por ter algo faltando em seu ser, mas por sentir uma sede descomunal e uma fome incontrolável.

– Não vai ser por causa de um garotinho metido a bom samaritano que eu vou por a vida de centenas de pessoas em perigo. Você ouviu a vadia da Astery Dohera e seu pronunciamento superficial, eles estão procurando alguém que fugiu de Idris. E ela – ele apontou seu dedo indicador acusatoriamente a Clary – certamente é a fugitiva.

Keith sacudia Max como se quisesse bagunças suas reflexões e ideias já formadas, e Clary assistiu, não conseguindo dar um sequer grito. Seu braço doía assim como todo seu corpo, sentiu-se injuriada pelas tantas voltas que sua cabeça dava. Rodando e rodando sem parar.

– Sabe Keith eu o agradeço por junta-la da mata após ela ser atacada pelo Barghest, mas tenha em mente que eu não vou abnega-la, nem hoje, nem nunca. – pronunciou Max, suas falas eram fortes o suficiente para um grito, mas ele não gritava apenas falava com a voz mais serena que conseguia.

– E porque Max? O que ela realmente é?- A voz de Keith amenizou ele falou um pouco mais frio do que antes, mas não o suficiente.

Como um efeito psicodélico, Clary não soube novamente onde estava suas mãos suaram e sua saliva tornou-se espessa demais para engolir, tudo zuniu mais uma vez a ponto da pequena garota ver pequenas faíscas rodarem como um furação perto de Max deixando os cabelos opacos do garoto em um tom cinzento. Keith tornou-se visível e Clary focalizou-o, alto esguio e um sorriso tão marcante quando o sorriso do seu reflexo - que presumia ser fruto de seu sonho anterior. Keith sorria sadicamente deixando a mostra suas covinhas exatamente localizadas no meio de suas bochechas, contribuindo para a fisionomia assustadora do tal rapaz, seus olhos; profundos e negros manchados com um brilho furta-cor.

Os olhos de Max expressavam algo a mais de que terror, algo que fez Clary perscrutar sua mente em busca de algum momento vivido por ela que tornasse o olhar de Max menos significativo, mas Clary não encontrou, sua mente estava vazia, a não ser pelos recentes acontecimentos, ela sentia que já tinha visto aquele olhar, uma mistura translucida de azul mediterrâneo cinzento, ele a fazia lembrar... Isabelle.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro de gramatica, plis plis plis, me avisem, estou realmente tentando testar meu potencial como escritora, qualquer ajuda é bem vinda.
Beijooos ;3



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