Meu nome é Meredith e eu sou uma marionete. Sim, exatamente. Eu morava em um bairro muito calmo, na Alemanha. Minha mãe sempre fora gentil comigo, diferente de meu pai, que sempre quisera que eu fizesse mais e mais.

Aos meus dez anos, depois de brigar com meus pais, resolvi sair pelas ruas procurando por amigos. Eu nunca fui de falar com as pessoas. Na verdade, eu evito me comunicar, mas enfim, vamos ao que realmente importa. Eu estava perto de um mercadinho. Lá haviam muitas barraquinhas, e em uma tinham várias flores e frutas e o vendedor era muito gentil. Eu perguntei se ele sabia de algum lugar em que haviam várias crianças. Antes de responder, ele olhou para os lados e parecia que ele estava muito preocupado. Eu consegui ver uma gota de suor escorrendo pelo seu rosto. Depois de poucos minutos, ele finalmente respondeu: “Siga reto e vire à direita. Lá, você encontrará um prédio bege e verde. Entre lá.”. Eu o agradeci e segui em frente. Ele falou de uma forma muito amedrontadora, mas, mesmo assim, eu resolvi ir até lá e ver se conseguia fazer algumas amizades.

Quando cheguei lá, vi um velho senhor; sua barba chegava até a clavícula, branca como a neve, seu olhar era assustador e sombrio. Perguntei-lhe se havia outras crianças aqui, e, neste exato momento, ele deu um sorriso que fez-me estremecer. Sua voz, grossa e melódica, respondeu: “Ora, ora, pequena criança... É claro que... não.” Esses sons ressonavam em meus ouvidos. Eu havia sido enganada, o que aconteceria comigo? Nesse momento, eu comecei a chorar. Aquele senhor pegou minha mão e estava me puxando até algum lugar. Eu estava com muito medo.

Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas , quando acordei, eu tinha dores nos ombros, mãos e em meus cotovelos. O homem não estava mais lá. Eu não tinha certeza se ele estava em algum outro lugar, mas havia uma janela, então eu escapei por lá. Olhei em volta e não estava reconhecendo meu bairro. Eu fiquei desesperada. A grama não era verde, era rosa. As árvores não tinham folhas verdes e galhos marrons, eram roxas e azuis. Era tudo muito estranho. Eu realmente não sabia o que fazer... Resolvi ir procurar minha mãe.

Eu não sabia se estava perdida ou se não estava mais na Alemanha, porque eu não consegui achar a minha casa, nem o mercadinho em que eu tinha ido mais cedo. Eu estava começando a considerar estar em outro mundo. Mas era louco demais para ser verdade... Então apenas continuei procurando minha casa, sem um pingo de esperança.