Dirty Dancing- O final. escrita por Liz Bennet


Capítulo 2
O casamento de Lisa


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz por postar o segundo capítulo! Finalmente Lisa se casa e Baby planeja o seu futuro ao lado de Johnny.



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O vento balançava o cabelo de Johnny e o seu perfume me inebriava, eu o segurava com força não com medo de cair da moto, mas como medo de que fosse um sonho ou uma ilusão, que de repente ele evaporasse. Nós andávamos pelas ruas que eu conhecia tão bem, naquelas mesmas ruas eu nunca sonhei em sentir algo remotamente parecido com o que sinto nesse momento. Nós paramos num café, sim aqui não há barzinhos por perto, é um bairro de classe alta e só há lugares familiares e requintados. Sentamos em uma mesa próxima a janela. Depois de pedirmos um café, ficamos em silêncio só nos olhando ou melhor nos contemplando.

– Senti sua falta Baby, você nem pode imaginar! Ele sussurrou.

– Eu também senti a sua. E acredite eu posso sim imaginar!

– Como está no Corpo da Paz? Ele tentou mudar de assunto.

– Bem. Se eu for para o Brasil já sei quais são os problemas socioeconômicos de lá. Eu ri.

– Está conquistando tudo o que desejou? Ele perguntou sorrindo.

– Não. Mas estou me esforçando e não perco a esperança. Respondi não falando do Corpo da Paz mas sim de nós dois.

– Esse café está muito bom. E aqui é um ótimo lugar para se casar e se criar uma família. Sua irmã deve estar super feliz.

– É sim um ótimo lugar para se crescer e claro ter uma família. Esse sempre foi o sonho da Lisa. Mas e você o que tem feito? Perguntei querendo saber como ele estava e se havia alguém em sua vida.

– Continuo dançando em festas, tanto que vou dançar no casamento da sua irmã. Ele riu. Continuo do mesmo jeito, indo aonde o vento me conduz.

Ele não respondeu exatamente o que eu queria saber e decidi não perguntar mais.

– A Penny está dando aulas de balé.

– Verdade? Perguntei super entusiasmada.

– Sim, agora ela é a tia Penny. Ele riu, provavelmente se lembrando das crianças a chamando de tia.

– Gostaria tanto de vê-la. Eu revelei.

– Ela está na Carolina do Norte na Escola de Ballet para crianças. Ela está muito feliz, e adoraria uma visita sua com certeza.

– Então eu acho que vou.

Conversamos sobre o clima, sobre o casamento da Lisa, sobre a decoração do lugar mas não falamos nem um momento sobre o passado, sobre o presente e muito menos sobre o futuro. Eu apertava as minhas mãos com força, já estava agonizando de ansiedade e ele nada falava. Poxa nós nos beijamos, passeamos de moto, estávamos ali a sós, ele me convidou para passear e mesmo assim o principal nós não dizíamos. Eu tinha ímpetos de me sentar bem próximo a ele e dizer que pensei nele cada minuto desses anos que ficamos afastados, que me entristecia por não ter notícias dele, que nunca permiti que ninguém roubasse o que era só dele, o meu coração. Mas me calei não por covardia, covarde eu nunca fui mas por prudência para não constrangê-lo. Por fim nós voltamos para a Igreja, não havia mais ninguém lá. Minha casa era distante mas não uma distância que eu não conseguiria caminhar.

– Então nos vemos no casamento? Perguntei meio sem jeito.

Ele acenou com a cabeça, sorriu me deu um beijo no rosto e partiu em sua moto. Eu não queria ir pra casa, eu não queria ir a lugar algum, estava frustrada demais para encarar minha família ou até mesmo a minha amiga. O que havia de errado comigo? O que há de errado com ele? Fui para a pracinha, por muito tempo na minha infância eu brinquei ali e pela primeira vez eu chorava ali. Não sei quanto tempo passei ali, quando dei por mim já estava anoitecendo. Era preciso me recompor e chegar em casa bem, seria difícil mas não impossível. Quando cheguei em casa Ste e Lisa me arrastaram para o quarto, sem ao menos me darem tempo para dizer um olá para mamãe e papai.

– Então Baby como foi? As duas perguntaram em uma única voz.

– Foi tudo bem. Eu respondi tentando não encará-las.

– Como assim tudo bem? Quero os detalhes Baby! Lisa exigiu.

– Tomamos café, conversamos sobre o clima, a cidade e nada mais! Eu desabei em lágrimas silenciosas.

– Mas vocês pareciam tão apaixonados quando saíram da Igreja hoje de manhã? Lisa perguntou confusa sentando-se na cama ao meu lado.

– Será que ele não está confuso? Ste questionou depois de refletir por alguns instantes.

– Confuso pelo o quê? Se a Baby estava ali caidinha em seus braços? Lisa argumentou.

– Sim, mas se passaram dois anos! Baby progrediu na vida e pelo que parece ele continua sendo um dançarino. Ele pode estar envergonhado. Ste explicou.

– Mas ser dançarino não é vergonhoso, vergonhoso é roubar, matar. Eu falei enxugando as lágrimas.

– Bom, esse é o único motivo que encontro para o silêncio dele sobre vocês. Ste falou também sentando-se ao meu lado.

– Eu não me importo com isso, eu o conheci como bailarino e foi como bailarino que eu o amei. Eu falei engolindo o choro.

– Então diga isso a ele. Mostre que o seu amor é maior do que as regras e convenções da sociedade e que você não se importa de ele ser um dançarino. Ste falou animada, me animando também.

– Sim, é isso o que farei. Falei cheia de esperanças.

O dia do casamento amanheceu chuvoso para a infelicidade de Lisa que havia preparado todos os mínimos detalhes do casamento. A chuva diminuiu até acabar completamente depois de três horas de atraso mas por fim minha irmã pôde casar na mesma Igreja onde nossos pais se casaram, como era o sonho dela desde menina. Lembro-me de quando ela ainda na adolescência vinha toda feliz com seus desenhos de vestidos de noiva, apesar de não gostar do meu cunhado, estou feliz porque o sonho dela se realizou. A Igreja estava enfeitada com frésias e hortênsias, o perfume das flores eram inebriantes e todos os nossos familiares e amigos estavam lá. A cerimônia foi demorada e Lisa chorou a maior parte dela, Robbie também chorou mas não sei se foi de fingimento, mas devo confessar que os votos que ele escreveu foram lindos e me emocionou.

Apesar de já estarmos na festa Neil não saia do meu lado, parecia até minha sombra. Sempre com inúmeros assuntos para que conversássemos, eu procurava Johnny com o olhar mas ele não aparecia, nem ele e nem os outros dançarinos. Ste dançava com o rapaz que era o seu par no casamento, amigo da faculdade de Robbie. Lisa concentrava-se apenas em sua felicidade que começava a florescer como as rosas na manhã de primavera, e eu apesar da alegria que sentia por minha irmã estava entediada com a conversa de Neil.

Como num filme os dançarinos surgem e animam a festa, me animam muito mais do que a todos os convidados, pois lá está Johnny encantando a todos os convidados com a sua dança sensual. Terminada a primeira música os dançarinos se espalham pelo salão e Johnny vem até mim, como no dia do baile pede licença a Neil e sem esperar resposta me toma nos braços e bailamos o merengue. Ah! O tempo voltou para nós! Eu bailava em seus braços sem pensar em mais nada, nem notava os olhares curiosos sobre nós dois, eu estava no meu momento de glória e tudo o que eu desejava estava acontecendo.

Anoiteceu Robbie e Lisa haviam partido para a sua lua de mel em Paris, Neil estava conversando com Stephanie, ela é tão minha amiga que acredito o estar distraindo para que ele me deixem a sós com o meu querido dançarino. Meus pais estavam se despedindo dos convidados e eu estava no jardim do salão com Johnny, não queria tocar no mesmo assunto mas eu precisava, em breve eu voltaria para o Corpo da Paz e não iria sem saber o que havia com Johnny.

– Baby tudo o que eu quero é que você seja feliz, que futuro eu posso lhe oferecer? Não sou rico como Robbie ou como o Neil, mesmo sabendo que Neil não pode te amar tanto quanto eu, sei que ele tem mais condições te casar com você! Johnny confessou o que Ste já havia me falado.

– Não me importa Johnny, conheci e me apaixonei por um dançarino e é com um dançarino que gostaria de passar o resto dos meus dias. Eu falei enquanto o aquecia no meu abraço.

– Seus pais nunca vão aceitar um noivo como eu! Ele ponderou soltando-se do meu abraço.

– Meus pais não vão se casar por mim, para mim o casamento não se resume em uma festa luxuosa e uma lua de mel em Paris. Eu sorri. Para mim o casamento são duas pessoas imperfeitas que não desistem um do outro.

– Baby como eu amo você! Ele me beijou. Se você tem certeza de que um casamento luxuoso e uma lua de mel na Europa não é o seu maior sonho, eu também gostaria de passar o resto dos meus dias ao seu lado.

Por fim eu estava a sós com Stephanie no quarto de Lisa e contava a ela toda a minha conversa com Johnny, eu estava no paraíso e não iria sair de lá.

– Estou muito feliz por você, minha amiga! Dizia Ste entusiasmada.

– Obrigada de coração por ter ocupado o Neil para que eu pudesse conversar a sós com Johnny. Agradeci.

– Então já posso me preparar para ser dama de honra do seu casamento com Johnny? Ste perguntou animada.

– Casamento com Johnny? Interrompeu minha mãe, que vinha nos dar boa noite e acabou escutando a conversa.

– É só uma brincadeira mamãe. Falei em tom zombativo tentando disfarçar.

– Brincadeira Baby? Mamãe me questionou desconfiada. Pois que seja mesmo somente brincadeira pois se um dia você se casar eu e seu pai esperamos que seja no mínimo com alguém como Neil que é um ótimo rapaz, de boa família e com um bom emprego.

– Claro mamãe! Eu menti.

– Ótimo! Boa noite meninas! Marjorie se despediu e saiu do quarto.

– É Frances parece que o seu casamento com Johnny vai ser bem conturbado. Stephanie falou apagando a luz do abajur.

– É parece que vai mesmo! Concordei e fui dormir para sonhar com o meu amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e se puderem comentem! Bjim