Verão de 1993 escrita por Billy


Capítulo 1
Verão de 1993


Notas iniciais do capítulo

Tomara que vocês gostem da minha escrita, da história, da minha ideia, de tudo! Ambos os meninos tem doze anos, ok? Lembrando que eles estão em 1993 por isso são inocentes, eles não tem a mentalidade igual a da nossa geração.
Boa leitura!



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Nunca irei me esquecer do meu primeiro amor, nunca irei me esquecer de quando aquele estranho garoto se mudou para a vizinhança, aquele estranho garoto mudo. Nunca irei me esquecer do verão de 1993, ele estará em minha memória para sempre, e ocupara um espaço muito especial em meu coração.

Verão de 1993.

O estranho garoto mudo.

Estava fazendo um calor de matar quando aquele estranho garoto chegou, o sol ardia forte contra minha pele bronzeada, eu pingava suor, brincar de pega-pega na rua sempre foi divertido. Eu tinha parado para descansar um pouco, sentei na calçada em frente a minha casa, um carro vermelho estacionou do outro lado da rua, duas casas á baixo da minha. De lá saiu um estranho garoto, ele tinha cabelos cor da areia do deserto, olhos azuis turquesas, era muito baixo e tinha uma pele muito pálida, assemelhava-se a leite. Fiz uma careta enquanto olhava para o garoto.

Do carro saíram seus supostos pais, uma mulher que aparentava ser jovem, com cabelos loiros e olhos castanhos, alta até, estava com uma bolsa marrom e foi em direção a porta. Também saiu do carro um homem, ele era alto, tinha cabelos castanhos escuros e olhos azuis turquesa, igual os do filho, foi uma mistureba dos pais que o deixou daquele jeito, o homem se abaixou perto do filho e lhe disse algo, depois foi em direção a casa.

O garoto começou a andar para a rua, lentamente, observando tudo ao seu redor, as crianças não davam atenção para o loirinho, simplesmente passavam por ele e continuavam a brincar, percebendo isso o mesmo se sentou na calçada. Fiquei o fitando por um tempo, meu corpo estava precisando de um descanso e meus pés quase estavam dormentes, então resolvi ir para o outro lado da rua e me sentar ao lado do garoto novo. Quando fiz isso ele me olhou confuso e se afastou um pouco, eu ri um pouco e estendi minha mão a ele.

“Prazer, sou Dennis Campbell, eu moro ali.” Apontei para a casa da cor azul clara. “Qual é o seu nome?” Fiquei esperando sua resposta.

O loiro apertou minha mão, hesitante, sua mão era bem menor do que a minha, era macia, bem diferente da minha que era toda áspera e suja.

“Sua mão parece de uma menina.” Ri do garoto, o mesmo fez uma cara feia. “Calma, calma, deixando isso de lado, qual é o seu nome?”

“Allen.” Sussurrou, eu não consegui ouvir direito, mas entendi pelo movimento de seus pequenos lábios vermelhos.

“Allen, Allen você disse?” Ele assentiu. “Diferente.” Falei pensativo. “Um diferente bonito, bom Allen você veio de onde?” Perguntei curioso.

O loirinho ficou quieto apenas me olhando, levantei uma sobrancelha.

“Que foi Allen?” Ele não me respondeu. “O gato comeu sua língua?” Debochei, ele levantou uma das mãos e fez um sinal de mais ou menos. “Hum? Como assim?”

“Allen!” ouvimos um grito atrás de nós, me virei bruscamente. “Vejo que já fez um amiguinho.” Era o mesmo homem de antes. “Prazer rapazinho, eu sou o pai do Allen, acredito que esteja perguntando o nome dele até agora certo?” Ele começou a rir. “Allen não é de falar, sabe? Nunca falou, só as vezes sussurra algumas palavras.” Tinha um tom um pouco tristonho. “Mas vejo que mesmo assim ele fez um amiguinho, qual é o seu nome?”

“Dennis Campbell” Respondi. “Moro duas casas á cima da sua, aquela ali, azul clara.” Apontei novamente.

“Oh, minha mulher elogiou o jardim da frente, ele é bem bonito.” Disse simpático.

“Obrigado, a minha mãe cuida dele.” Levantei da calçada. “Eu também ajudo ela as vezes, por isso que estão tão bonitas.” Estufei o peito, orgulhoso.

“Claro que sim!” O pai de Allen começou a rir, indo em direção a garagem da casa.

Olhei para o loiro, ele continuava sentado fitando o pai, depois suas orbes turquesas desviaram o olhar para mim, sorri de leve e estendi a mão para ele, o mesmo a pegou e eu o ajudei a levantar. Ficamos nos olhando um pouco, ele realmente era bem mais baixo que eu, tinha até que levantar de leve o queixo para me olhar.

“Quantos anos você tem?” Perguntei, mas logo me lembrei que ele não falava. “Ah... você não fala... vejamos... eu posso tentar acertar, que tal?” Allen balançou a cabeça, com um sorriso animado no rosto. “Tudo bem, tudo bem.” Olhei bem para o loiro. “Nove.” Ele franziu o nariz e balançou a cabeça negativamente, comecei a rir. “Dez.” Novamente um não. “Onze...?” Perguntei e mais um não, bufei. “Doze?” Ele balançou a cabeça positivamente. “O que? Sério? Você tem doze anos? Caraça, quanto você mede? Deve ser mais baixo do que uma menina!” Devo tê-lo irritado, pois o loiro cruzou os braços e me lançou um olhar mortal.

Comecei a rir novamente, depois ele também começou a gargalhar, sua risada era gostosa de ser ouvida. Ficamos nos olhando mais um pouco, depois passamos a tarde na frente da casa dele conversando, na verdade eu falava e ele apenas assentia, fazia expressões ou sons, tirando isso ele era legalzinho. O céu começou a escurecer e eu ouvi minha mãe gritando meu nome, soltei um suspiro e olhei para o menor, levantei da calçada e o ajudei a levantar.

“Bem, eu vou ter que ir agora Allen.” O loirinho fez uma expressão triste. “Não se preocupa não, amanhã vamos brincar mais.” Falei animado. “Huh... amanhã tem escola, mas eu acho que você vai na minha, ela se chama Saint Robert, é essa?” Ele balançou a cabeça positivamente, com um sorriso animado no rosto. “Que bom! Amanhã de manhã vou passar na sua casa, ai podemos ir juntos que tal?” Novamente um aceno positivo. “Legal, ai amanhã eu poderia-“

“DENNIS CAMPBELL, ESSA É A ÚLTIMA VEZ QUE EU TE CHAMO MOLEQUE, AMANHÃ TEM AULA, NÃO FAÇA QUE NEM DA ÚLTIMA VEZ.” Minha mãe me chamou outra vez, batendo a janela.

Revirei os olhos e Allen começou a rir.

“Boa noite garoto mudo.” Debochei correndo para casa.

Allen fez uma expressão de raiva e entrou na sua casa, era o começo de uma linda amizade, era o que eu pensava na época. Um pensamento inocente, de uma criança inocente.


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Notas finais do capítulo

É esse é o começo! Se alguém leu até aqui, caraca muito obrigada! Você poderia me fazer feliz e me mandar um comentário... Bem isso fica por sua conta e vontade.



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