*Limo L., lanchonete, 21/09*

- Poderia me servir mais café, por favor? – Quim Parksonpediu enquanto bocejava novamente, entretanto a garçonete o ignorou e entrou na cozinha – Senhora? - Chamou sem resposta.

Quim olhou em volta do local, nunca havia o visto tão vazio e tão escuro, com poucos interruptores iluminando seu caminho.

Apesar de achar toda a situação um tanto estranha, decidiu ir atrás.

- Olá? – A porta da cozinha rangeu a partir do momento que Quim a abriu. – Tem alguém aqui?

O silêncio reinava no local, uma das poucas coisas que era possível escutar era o barulho da tempestade que ocorria do lado de fora.

O súbito silêncio foi cortado com um barulho de uma lâmina surgindo, se virou rapidamente e lá estava ele, o homem de chapéu e rosto deformado próximo a Quim, e em questão de segundos sua mão com grandes lâminas nos dedos se aproximou.

E então Quim acordou, seus olhos foram abertos rapidamente, mas pareceu que ele só havia voltado ao planeta tempos depois.

- Outro pesadelo? – Mônica Souzaperguntou com seu bloquinho e seu uniforme de garçonete arqueando a sobrancelha. Quim suspirou aliviado... Tudo havia sido apenas um assustador, porém real pesadelo.

- Sim.

- Vou trazer mais café. – Monica disse voltando para a cozinha.

Quim sentiu uma forte ardência na mão, foi olhar e havia uma grande marca de arranhão na palma de suas mãos cobertas por sangue, arregalou o olho, chocado.

Ao contrário de seu pesadelo, a lanchonete encontrava-se lotada, Quim suspirou e aguardou enquanto lutava contra seu sono.

Mônica caminhava atolada pelas mesas da lanchonete, ela trabalhava lá para tentar ajudar sua mãe com seu salário.

Avistou sua melhor amiga, Magali Vegaadentrando com seu casacão de lã e com um belo sorriso no rosto.

- Oi Mô! – Cumprimentou com um abraço.

- Oi Maga! Como você está? – perguntei.

- To bem e você?

- Bem, só cansada.

- Entendi, o Quim ta aí? – Magali perguntou se referindo ao seu namorado.

- Está, e com pesadelos, vai lá. – Monica disse apontando para a mesa do gordinho.

- Obrigada, beijo amiga.

Monica caminhou até a mesa de seus dois amigos, Cebola Menezese Cascão Daves.

- Nossa garçonete preferida chegou! – Cebola disse rindo.

- Hahaha – riu – Querem pedir o que?

- Uma água só. – Cebola respondeu e Mônica olhou para Cascão, que fitava algo atrás de Cebola, ele estava sério e frio.

- Cascão? – Mônica chamou.

- O que Magali viu naquele garoto? – Questionou irritado ao ver Magali conversar com seu namorado, Quim.

A verdade é que Cascão e Magali já haviam ficado, só que não deu certo e eles seguiram em frente.

- Não sei, mas enfim Cascão, qual é o seu pedido?

- Apenas que você saia da frente, que eu vou ficar de olho. – Monica franziu o cenho e depois riu.

- Nossa Cascão, que grosso. – Cebola o repreendeu.

- Bom, eu vou lá então pegar a água. – Mônica voltou para seu atendimento e suspirou cansada.

Magali se se sentou à mesa de Quim e segurou sua mão.

- Você está bem? – perguntou preocupada.

- Eu não durmo a 4 dias. – disse bocejando. – É sempre o mesmo pesadelo.

- Mas Quim, são só pesadelos.

- São tão reais... – Ele começou, mas foi interrompido por Magali.

- Olha, eu vou ao banheiro, já volto. – Disse levantando-se em direção ao banheiro.

Quim suspirou e coçou os olhos e quando menos percebeu, já havia pegado no sono.

- Estou de volta – a voz rígida e assustadora do homem de rosto deformado faz todos os pelos de Quim se arrepiarem. Quim pegou uma faca e pulou em cima do homem enquanto gritava: “Você não é real” – Sou mais real do que você pensa.

Suas afiadas lâminas nos dedos perfuraram o corpo de Quim, até tudo ficar preto e cair morto no chão.