Annabelle Taylor Gauthier POV

Desci do Expresso, junto de Dominique e Molly, e fomos em direção as carruagens que nos levaria até o castelo, que são puxadas pelos tretálios. Mesmo não vendo-os, havia lido sobre eles no terceiro ano, quando escolhi ter Trato de Criaturas Mágicas.

– Hey vocês! Esperem!- ouvimos alguém gritar, e assim que me virei dei de cara com Henry.

– Oi Henry, esta tendo dificuldade em achar uma carruagem?- perguntei sentando mais pro lado, então ele subiu e se sentou ao meu lado, em frente à Domi.

– Com certeza, essa coisas tem um limite de seis pessoas sabiam?- ele perguntou, enquanto recuperava o fôlego.

– E por acaso você correu uma maratona para chegar até aqui?- perguntou Dominique levemente sarcástica.

– Não, é que eu estava bem para frente, mas todas as carruagens até aqui estavam lotadas, por pouco não tive que andar à pé.- ele respondeu à Domi ignorando o sarcasmo que ela havia usado, enquanto a carruagem começava a se movimentar.

A viajem seguiu silenciosa, pois todas nós sabíamos que Henry não é do tipo que fala muito, ele é mais na dele, e eu não estava muito afim de conversar, pois assim que vi o jeito que Henry olhou para o lugar onde os trestálios ficam, soube que ele via eles, e isso implica que ele viu alguém morrer, o que não é exatamente o tipo de pensamento que você usaria para conjurar um Patrono.

Logo a carruagem parou, nós descemos, e Henry mal se despediu, logo saindo. Fomos em direção ao Salão Principal, e então me despedi das duas, já que eu sou da Corvinal e elas da Grifinória.

– Oi Anna!- vi que Victoria tinha acabado de se sentar ao meu lado.

– Hey Vick, não vi você no Expresso.

– Ah, é que eu não estava afim de ficar na presença do acéfalo que as pessoas chamam de James Potter, então eu fui para as cabines mais no final.

– E funcionou?

– Até agora ainda não tive o desprazer de encontra-lo.

– Bom pra você Vick.

Ficamos em silêncio para ouvir o discurso da Professora McGonagall, que demorou pacas como sempre, mas assim que ela acabou de falar, as quatro mesas se encheram com o maravilhoso banquete, e não demorei a encher meu prato, sempre com a enorme dúvida de o que escolhe, já que eram tantas opções que você acaba ficando confusa.

– Belle!- Lysander me cumprimentou, enquanto enchia seu copo de suco de abóbora.- Como foram as férias?

– Foram ótimas! Passei a maior parte delas com meus parentes trouxas, mas ainda sim me diverti.- respondi sorrindo para ele.- E as suas?

– Ah, eu e Lorcan fomos visitar a família do nosso pai, que mora na Bulgária, ficamos lá a maior parte do tempo, e não paramos de ouvir praticamente o verão inteiro de nossos primos como Dumstrang é melhor que Hogwarts, e mesmo isso sendo uma lorota das grandes, não revidamos porque, bem eles tem o dobro do nosso tamanho, e eu prezo a minha vida pelo menos um pouco.- ele terminou tomando um gole do suco, enquanto eu ria.

– Esta falando sobre nossas mais que terríveis férias Lysander?- perguntou Lorcan, se sentando ao lado do irmão, com um pudim.

– Sim, e ela ainda ri da nossa desgraça.

– O que eu posso fazer se é hilário?- perguntei me fazendo de inocente.

Lorcan desviou o olhar de seu pudim, e olhou diretamente para mim. Agora que estou pensando no assunto, eu e Lorcan não havíamos nos conhecido, pelo menos não oficialmente, ou conversado, antes de hoje, o que é estranho, considerando que o irmão gêmeo dele é o meu melhor amigo.

– Pois é, as pessoas tendem a achar graça na desgraça dos outros, e eu sou culpado disso também.- ele disse ainda me olhando, como em um transe, como se pela primeira vez houvesse notado a minha presença.

– Lorcan, o que diabos você esta fazendo na mesa da Corvinal?- Lysander perguntou de repente.

Ah sim, agora havia me recordado, Lorcan diferente de Lysander, é da Grífinoria, o que é estranho considerando que em quesito de aparência e personalidade, os dois não são muito diferentes.

– Não posso mais nem jantar com o meu irmão?- ele fez uma cara de magoado, mas não conseguiu mante-la por muito tempo, e deu uma risada.- O assunto que estavam falando na mesa da Grifinória não era do meu interesse.

– E o que eles estavam falando?- perguntou Lysander, depois do irmão dar uma colherada no pudim.

– Eu não sou um fofoqueiro, e como prezo o principio de manter segredos, não vou falar.

– E desde quando você virou um lufano onde a amizade vem em primeiro lugar?- perguntou Vick, entrando na conversa pela primeira vez.

– Você estava ouvindo?- perguntou Lorcan incrédulo.

– Talvez.

– Vick, o Lorcan tem razão, se ele acha que é algo que não vão querer que outras pessoas saibam, o justo é que ele não nos fale.- dei minha opinião, e ela bufou junto de Lysader.

– Por que você sempre tem que ser uma estraga prazeres Belle?- Vick brincou.

– Não sou uma estraga prazeres, somente não quero que Lorcan perca as amizades dele, pela nossa curiosidade.

– Por mais que a Annabelle esteja certa, não é algo de grande importância, e duvido que eles se importem comigo falando para vocês, eu só estava brincando.- Lorcan falou.- E vocês ficaram desapontados, porque eu disse que não era nada demais.

– Tudo bem, agora fale!- exclamou Lysander.

– James estava pensando em fazer algo hoje, uma pegadinha, e nem preciso dizer que em segundos ele e o Fred já estavam trocando ideias mirabolantes, mas então a Cloe interviu, falando que seria melhor eles esperarem, pois hoje os holofotes estariam na pegadinha de outra pessoa, e que eles estavam perdendo tempo.- ele parou para dar outra colherada no pudim antes de continuar.- É claro que eles estavam eufóricos querendo saber quem iria aprontar hoje, já que para roubar os holofotes dos Marotos* a pessoa tem de ser genial, palavras deles, não minhas.- ele completou apressadamente ao ver a cara assassina de Vick, já que ela não é a maior fã de James.- Obviamente a Clo não contou, e isso foi tudo, pois foi quando eu sai da mesa.

– E você saiu bem na parte onde ela poderia ter cedido e contado?- perguntou Lysander inconformado.

– Você realmente acha que a Cloe falaria? Aquela garota não iria abria o bico nem sobre tortura!- Lorcan exclamou.

– Bem, pelo menos agora sabemos que alguém vai aprontar hoje, pelo menos não vamos ser pegos de surpresa.- falei.

Melanie Anne Denise POV

Estava na mesa da Grifinória, do meu lado direito estava Rose, e do meu esquerdo estava Lily, enquanto James e Fred se encontravam na minha frente. Praticamente todos estavam dormindo com o discurso anual da Professora McGonagall, e a grande maioria, eu incluída, estavam ansiando pelo banquete.

– Finalmente!- ouvi Hugo comemorar do lado de Lily, quando a mesa se encheu de comida.

– Esfomeado.- falou Lily.

– Não tenho culpa de ter genes Weasley.

– Eu tenho genes Weasley, e não é por isso que eu como que nem uma porca!- ela ralhou com ele, fazendo-nos rir e Hugo ficar da cor de seus cabelos.

– Tadinho Lily, olha que fofo, ele esta todo vermelho!- James zoou o primo, nos fazendo rir mais ainda, e dessa vez Hugo incluído.

– Me solta seu veado.- Hugo falou enquanto se soltava.

– É cervo*!- James disse inconformado, enquanto nós riamos.

Iniciei uma conversa com Lily e Hugo, mas logo direcionei minha atenção à conversa de Fred e James, já que envolvia pegadinhas.

– O que vocês estão planejando dessa vez?- perguntei.

– Algo que vai fazer os primeiranistas se lembrarem do primeiro banquete em Hogwarts deles.- falou Fred.

– Uau, isso é muito esclarecedor.- eu disse sarcástica.

– Como é que vamos lhe contar tudo em detalhes minuciosos se nem nós sabemos o que irmos fazer?

– Se eu fosse vocês, não faria nada hoje.- Cloe falou, entrando na conversa.

– Por que não loirinha?- Fred perguntou.

– Porque se não a pegadinha de vocês será ofuscada pela de outra pessoa.

– E que seria esse gênio, já que para ofuscar algo que os Marotos fizeram, a pessoa precisa ser genial.- falou James cheio de si.

– Você é humilde né?- ela perguntou irônica e James deu de ombros.

– Qual é Clo, conta pra gente vai!- Fred apelou, somente fazendo ela rir e voltar a comer, os ignorando.

– Isso é muita maldade, ela vem, nós fala para não aprontar nada hoje, e nem diz quem é que vai.- falou Fred inconformado.

– Hey loirinha, nós fale, por favor!- implorou James, e eu devo admitir que a cara que ele fez era de derreter corações, mas Cloe nem olhou para ele.

– Não.

– Poxa, por todas as vezes em que você foi nossa parceira em marotagens, nos diga!- Fred implorou também.

– Não.- Cloe falou inflexível.

Eles acabaram desistindo, já sabendo que ela não iria ceder, mas também não continuaram a fazer planos para hoje, já que confiavam nela, e com razão, já que houve vezes as quais eles não a ouviram, e na melhor da hipóteses ganharam detenção.

– Ei Mel!- ouvi alguém me chamar, e quando me virei vi Shirley, se sentando ao lado de Lily.

– Oi Shirl's.- a cumprimentei.

– Aquele não é seu irmão?- ela perguntou, apontando para a mesa da Sonserina.

Me virei, e vi que sentado na mesa da Sonserina, estava Elliot, sentado ao lado de Jessamine Rockwood, e mesmo daqui conseguia-se ver a intimidade com que eles conversavam.

– Melanie, não vá fazer nada estúpido.- Rose me advertiu.

– Eu? Não, imagina.- falei fria, voltando a minha posição original, e voltei a comer.

– Ah não, me diga que você não ira fazer nada Melanie.- falou Hugo com um tom de suplica.

– Me ensinaram a não mentir Hugo.

– Só tente não fazer nada que a encrenque, já temos James e Fred para isso.- Lily disse.

– O que tem nós?- perguntaram os dois em uníssono, fazendo-nos rir.

– Não é da conta de vocês.- falei, antes dando um gole em meu suco de abóbora.- Agora voltem as sua marotagens, ok?

Katie Elizabeth Underwood POV

Estava sentada entre Arya e Albus - para o bem da humanidade - a nossa frente estavam Scorpius, Lianna e Victoria, a terceira, por mais quieta e fechada que fosse, ainda é uma ótima amiga.

Ouvi pacientemente o discurso anual da Professora McGonnagal, diferente de Albus, que estava quase morrendo para aguentar o discurso, então nem preciso comentar que o dito cujo quase gritou de alegria quando o banquete apareceu na mesa.

– Vocês Weasleys e a comida são um mistério.- falou Scorpius.

– Não tenho culpa, estou em fase de crescimento!- Albus se defendeu, ainda de boca cheia.

– Não fale de boca cheia Potter!- Tori ralhou com ele.

– Desculpe mãe.- ele disse sarcástico depois de engolir a comida, fazendo ela somente revirar os olhos bufar.

– Mas eu até que concordo com você Al, esses discursos bem que poderiam durar menos.- eu falei.- Já que juntando com a seleção dos primeiranistas, dá quase uma hora.

– Você contou?- Albus perguntou incrédulo, fazendo não só eu, mas Lana, Arry e Tori bufarem indignadas e Scorpius rir.

– Não idiota, é só ter uma noção de tempo!- Arry exclamou.

– E dessa vez nem tente revidar Albus, porque ela esta certa.- falou Lana.

Continuámos a conversar, e mesmo ainda faltando uns bons 20 minutos para os monitores guiarem os primeiranistas à Sala Comunal, Victoria se despediu, e chamou Albus para acompanha-la, clamando que já haviam primeiranistas necessitando da ajuda deles, e o mesmo foi sem reclamar, pois estava quase iniciando uma discussão com Arya, e ele mesmo disse que gostaria de continuar de bom humor.

– Vocês não acham estranho que a Tori seja sempre tão fechada?- perguntei aos que ainda continuavam na mesa.

– Bem, sim é claro, mas ela sempre foi assim.- Lianna disse.

– Talvez seja o jeito dela, tímida e que não gosta muito de estar na companhia dos outros, fazer o que? Ela continua sendo uma ótima pessoa.- refletiu Arry.

– Sim.- concordou Scorpius.- Vocês não acham que tem alguma coisa errada hoje?

– Como assim?- perguntei.

– Sei lá, é que todos os jantares principais sempre tem algum escândalo ou peça, geralmente orquestrada pelos Marotos, mas hoje tudo parece estar tão calmo.- ele disse.

– Não por muito tempo.- falou Arya com um sorriso maroto.

– Arry, você por acaso planejou algo para hoje?- perguntou Lana calmamente.

– Talvez.

– E o que é?- perguntou Scorpius.

– Esperem e vocês verão.

– Sério? Você nos diz que vai aprontar algo, nos deixa curiosos, só pra não falar absolutamente nada sobre o que você planejou?- perguntei incrédula.

– Aham.- ela concordou antes de dar um sorriso inocente.

– Pelo menos nos dê uma dica.- Scorpius estava a beira de implorar.

– Não.

– Nada?

– Bem, eu posso dizer que eu tive ajuda, e que será explosivo.- ela falou, ajudando praticamente nada.

– Ajuda de quem?- perguntei.

– Quem, além dos Marotos, me ajudaria a aprontar algo?- ela fez uma pergunta retórica, e logo eu percebi de quem se tratava.

– Cloe.- falamos eu e Lianna em uníssono, e Arry somente deu um sorriso.

– Ah não, vocês só podem estar zoando.- Scorpius disse inconformado.- Se ela for pega aprontando no primeiro dia de aula, a tia Lotte vai ter um ataque cardíaco.

– Ah não digo eu Malfoy, desde quando nós somos pegas?- Arya deu uma risada.- Nós nunca deixamos nenhuma pista que poderia levar até nós, provavelmente vão culpar James e Fred, e quando eles negarem, e obviamente ninguém acreditar neles, continuaremos impunes.

– Ela tem um ponto.- concordou Lana.

– E quando poderemos saber o que vocês-

Minha fala foi interrompida, não por uma pessoas, mas sim pela explosão de quase todos os pratos principais nas cinco mesas, incluindo a dos professores. Se via comida por todos os lados, nas pessoas, no chão, arrisco dizer que havia pedaços de frango nas gárgulas que ficavam nas paredes, sem contar que várias garotas gritavam que seus cabelos estavam arruinados, e que eram uniformes novos.

O Salão Principal estava divido entre as pessoas que haviam achado isso um máximo, em sua grande maioria os primeiranistas que não estavam acostumados com esse nível de loucura, as pessoas que estavam furiosas e a beira de um colapso nervoso, eu acho que os professores estavam incluídos nessa categoria, e as pessoas que acima de tudo gostariam de saber quem eram os culpados por isso, em parte para parabeniza-los, em parte para mata-los.

– Bem, você tinha razão Arya, com certeza foi explosivo.