Shadow escrita por brubs


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira oneshot de muitas que eu planejo postar, então sejam sinceros e falem o que acharem.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/523215/chapter/1

Pela quarta vez essa semana, Hope acorda. Chorando é claro, é isso que os bebês fazem. Sinto Reyna se mexendo na cama e, quando abro os olhos, ela me fita sonolenta.

- Sua vez, querido. – Diz afundando a cabeça no travesseiro.

- Mas eu fui da primeira vez. – Argumento.

- E eu da última. Agora levanta essa bunda linda da cama e acalma a sua filha.

- Nossa filha. E obrigado pelo elogio á minha bunda, ela fica muito agradecida.

- Não á de que. – Minha linda e compreensiva esposa se vira de novo e volta a ressonar baixinho.

Bufei. Por que eu? Estava no sétimo sonho. Sonhando com minhas aventuras na Argo II. Como quando resgatamos a Athena Partenos. Ah, bons tempos aqueles! Mas agora cá estou eu. Cresci, casei, tive uma filha e tive que deixar as aventuras de semideus de lado.

Não deveria estar reclamando, não é? Casei com a garota que eu amo, tive uma filha que não trocaria por nada nesse mundo, continuo com meus amigos e de vez em quando saiu em uma missão com Jason e Piper. Ou até com Hazel e Frank. Aquele grandão me garante boas histórias para contar a Hope.

Abro cuidadosamente a porta branca do quarto e vou até o berço, onde encontro meu bebê em prantos.

- O que foi, querida? – Pergunto, pegando-a no colo. – Esta com fome?

Como esperado, Hope não responde, apenas chora mais ainda.

- Tudo bem, papai vai te levar pra bater um rango. – Ajeito-a em meus braços e vou balançando até a cozinha.

Seguro-a contra meu peito e ela se acalma um pouco.

- Vejamos... – O que dar a um bebê para ele parar de chorar? – Onde sua mãe guarda aquela coisa amassada de maçã mesmo?

Hope me olha com seus olhinhos castanhos avermelhados e recomeça a chorar.

- Não, não, não chora! Papai vai achar sua papinha! – Balanço-a para lá e para cá, mas de nada adianta. – Maldito Percy que me deu aquela camisinha estourada! – Minha filha chora mais ainda. – Não, querida! Eu estou brincando. Papai não fez por mal. Ele te ama.

O bebê chora mais e mais. Cadê aquela droga de papinha de bebê?! Rá! No armário de cima! Vou até a pia e abro os armários na parede. Acho o potinho de papinha de maçã na terceira porta e abro, pegando uma colher na gaveta. Volto até a mesa, onde Hope se acaba de chorar na cadeira de bebês. Balanço o potinho de papinha em frente a seu rosto.

- Viu? Papai achou sua comida! – Puxo uma cadeira de frente para a sua e encho a colher. – Quem quer brincar de Festus?

Hope chora um pouco menos e eu tomo isso como um “eu quero”. Brinco com a colher indo em direção a sua boquinha, ela abre e deixa que eu coloque a colher lá dentro. Olha pra mim com a colher na boca e volta a chorar como antes.

- Ok, talvez você não queira comer. Fralda suja? – Pego-a novamente no colo e verifico sua fralda. Limpa. – Talvez você queira brincar? – Hope chora mais e eu reviro os olhos.

- Díos mio! – Exclamo olhando para o teto da cozinha. – O que você quer de mim, criança?

Se acalmando um pouco, minha filha olha pra mim e deita a cabeça em meu ombro. Ah! Já sei o que ela quer.

Sorriu brincalhão para minha pequena morena e levo-a para sala. Deito no sofá e a coloco em cima do meu peito.

- Uma história é o que você quer? – Não sei se foi minha impressão, mas acho que a vi assentindo de leve com a cabeça. – Pois bem, filhinha. – Pensei por alguns instantes e lembrei-me de uma história que tanto eu como Reyna conhecíamos.

- Vou te contar a história de como ganhei o amor da sua mãe.

Hope colocou o dedinho na boca e pude ver seus olhos brilhando de expectativa, em estado de graça. Pensei por onde começar e decidi que era melhor começar pela parte do Senado.

- Muito antes de você nascer, sua mãe namorava o titio Jason e o papai namorava a titia Piper. Nós mal nos conhecíamos, sabe? Foi em uma... – Parei um pouco para lembrar que dia da semana que era. – Terça-feira. Eu estava indo até o Senado, atrás do seu tio Jason, quando ouvi alguém chorando baixinho. Segui o som do choro e achei sua mãe, sentada perto de uma das janelas, encarando a Lua cheia. Tentei sair de fininho, mas sua mãe é filha de Belona, sabia que eu estava lá antes mesmo de eu entrar. Ela disse assim “O que você quer, Valdez? Rir da pretora fraca que chora pelos cantos?”. Sabe o que eu respondi?

Hope me olhou com a mão na boquinha e abriu um sorriso banguela.

- Eu respondi: “Não, dulzura. Acho que você não é uma pretora fraca. E se você esta chorando pelos cantos, é por que cansou de esconder seus sentimentos.”. Sua mãe me encarou com aquele olhar de assassina que ela usa quando você derruba comida no chão, ou faz o número dois na roupa e não nas fraldas, sabe?

Hope riu alto e eu sorri de canto. Sua risada era igualzinha a de Reyna.

- Eu me aproximei de sua mãe e sentei ao seu lado. Ela me contou que o tio Jason havia quebrado seu coração. Não sabia ao certo como consolava ela, mas então uma música me veio á cabeça. Não conte á sua mãe que eu conheço essa música, Reyna acha que eu ouço Imagine Dragons, Iron Maiden, The Maine e Nickelback. A música era mais ou menos assim:

Hope tira o dedo da boca e me olha atentamente.

- You walk into the room. So perfect but unaware. Making me stop and stare every time. I heard he broke your heart. Can I just fix you girl? Show you a different world?

Não tinha voz de Mariah Carey, mas Hope parecia estar gostando.

- I'll take you anywhere. I'll put you on a throne. I'll lay down my heart, I swear. And I'll make sure that you'll never be alone.

A risada de Hope me fez rir também e eu me perdi um pouco, mas achei o fio da meada.

- Only my shadow knows. How I feel about you. Only my shadow goes. Where I dream of you and me. Should I go or wait? Is it too soon, too late? Only my shadow knows.

Parei para respirar e limpei a garganta.

- Não vou cantar o resto se não vamos ficar a noite toda nesse show a capela.

Hope riu e balançou os bracinhos.

- Terminei de cantar o verso dessa música para sua mãe. Para minha surpresa, ela me abraçou. Eu retribui, sabe? Era raro Reyna abraçar, e, naquela época, eu queria mais que seu abraço. Quando nos separamos, eu sequei as lágrimas de sua mãe e ela me beijou. Sua mãe beija muito bem, sabia? Os lábios dela tem gosto de cereja e seu hálito é quase sempre de pasta de dente com Trident de morango. – Parei de falar, lembrando o quanto bom era beijar Reyna. Sorri abobado e voltei a olhar minha filha. – De qualquer forma, naquela noite eu conquistei sua mãe, e ganhei mais do que um beijo e um abraço. Ganhei o melhor sex...

- Não ouse terminar essa frase, Valdez. Ela não tem nem um ano. Não sabe nem que é menina ainda.

Encarei Hope, que lambia o dedo indicador e sorria brincalhona e sorri junto.

- Alguma coisa me diz que ela sabe sim.

- Não sabe não. Você fica falando essas sacanagens pra sua filha? Que tipo de pai faz isso?

Reyna para de pé diante de mim e pega Hope no colo. Ela me fita com um olhar superior enquanto mantêm a bebê apoiada contra seu peito. Olho-a de cima a baixo e sorriu. Reyna sempre teve pijamas curtos, mas essa noite, ela usava apenas uma das minhas camisetas azuis, com um short rosa por baixo. Sorri maroto e me levantei, ficando de frente com ela. Reyna, discretamente, me olhou de cima a baixo e engoliu em seco.

- O tipo de pai que só quer prevenir a filha desse mundo pervertido em que estamos vivendo. Começando pelo vestuário da mãe, que só servi para excitar o pai. – Dei um passo para frente, Reyna recuou.

- Só estou vestida assim por que está calor. Agora se me der licença, - Ela ajeitou Hope no colo e deu a volta indo para o corredor. – vou por nossa filha pra dormir, por que são duas da manhã e eu estou exausta.

Minha morena foi apressadamente pelo corredor e entrou na porta branca do quarto de Hope. Esperei alguns segundos e segui-a. Entrei no quarto enquanto Reyna ajeitava o cobertor delicadamente sobre Hope. Ela apoiou um travesseiro atrás da cabeça do bebê e um de cada lado, pra que ela não bata na madeira. Reyna apoiou uma das mãos na cerca do berço, enquanto com a outra acariciava nossa filha.

Aproximei-me devagar e parei atrás dela, rodeando sua cintura com os braços e beijando carinhosamente seu ombro. Reyna suspirou e apoiou as mãos sobre as minhas.

- Desculpa. – Pediu com a voz começando a ficar embargada. – Eu não queria ter sido grossa, é só que essas últimas semanas tem sido muito cansativas.

- Eu sei, morena. – Beijei seu ombro uma última vez e a virei pra mim, beijando levemente seus lábios. – Vou tentar ficar mais com Hope, enquanto você descansa. Ok?

- Ok. – Ela disse sorrindo e se aproximou me beijando nos lábios.

No começo, foi um beijo calmo, até Reyna apertar minha bunda descaradamente. Separei-me e a encarei maroto.

Ela abriu um sorriso amarelo e fitou o chão, voltando a me encarar depois mordendo o lábio.

- Sexo de reconciliação? Dizem que é o melhor!

Sorriu maroto e ela me olha safada.

- O que quiser, morena!

Reyna tinha razão. Sexo de reconciliação é o melhor. E o ponto forte daquela noite? Hope não chorou mais!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Shadow" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.