Kami no namida- interativa escrita por PsicoPonei, Alec Azaroth


Capítulo 9
Morte.


Notas iniciais do capítulo

Só digo uma coisa, eu avisei.
Ah, tambem queria faze um cap. maior, mas tive atrasos e pois é, so deu pra isso :



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Cemitério de areia, 1796-32;

Estava imerso em sonhos longínquos, em terras distantes, fora de seu corpo ou realidade. Era um Deus, e deuses podem fazer o que quiser. Não sabia exatamente o que fazia na mesa dos deuses, mas sabia que era um deles e sabia que jamais passaria por dificuldades de novo. Estava com um largo sorriso no rosto e quando iria propor um brinde, sabe lá para o que, foi puxado do seu sonho, sem cortesia alguma. Quando os olhos amarelos de Ryan se abriram logo fitaram Kyo, seu rosto era de pura preocupação e a noite ainda era densa.

–Alguém esta vindo – sussurrou

Estavam no meio do deserto, nada havia para se esconderem e tão pouco havia obstruções para impedi-los de ver quem quer que esteja chegando. A tal pessoa, porem, não estava no campo de visão ambos, mas podia-se ouvir o barulho de cascos de cavalo e alguém a lhe gritar ordens; era um homem, disso tinham certeza.

Ambos se levantaram o mais rápido que podiam e se preparavam para correr quando puderam vislumbrar o tal visitante. Era um homem de armadura tão vermelha quanto o céu quebrado sobre eles. Seu cabelo era raspado de um lado e seu cavalo negro tinha uma armadura semelhante. Era rápido e certamente vinha na direção dos dois. Correram para o lado oposto sem nem pensar em olhar para trás. Um misto de desespero e medo tomou o jovem Ryan, mas em nenhum momento suas pernas fraquejaram. Pegou o machado e tinha consciência que iria usá-lo.

Quando uniu coragem suficiente para olhar para trás, só teve tempo de se abaixar. A espada do homem passou rente a sua cabeça e se não tivesse o feito, poderia ter ficado sem sua cabeça. Gritou para Kyo que conseguiu desviar. De longe Ryan pode ver que não se tratava de uma espada, mas sim de uma espécie de lança, no meio era metal, de cada lado havia uma espada e uma delas tinha um brilho rubro.

O homem rodeava Kyo, seu cavalo relinchava auto e por um momento Ryan podia jurar que os olhos do animal eram feitos de fogo. Kyo destampou sua garrafa e jogou a água sobre o animal, com seus poderes fez a água entrar pelas narinas do cavalo e se empinou, balançando a cabeça de um lado para o outro desesperadamente.

Aquele que parecia ser um caçador desceu do cavalo antes que o mesmo tombasse e foi para cima de Kyo com tudo. Brandiu a lamina dupla e antes que Kyo pudesse recuar ou usar a pouca água que tinha para atacá-lo, foi acertado. Um corte superficial no peito que o fez cair sentado.

–Kyo, pelos crimes de, eu to pouco me fudendo, você esta condenado e blá blá – fez uma careta – Enfim, você vai morrer – apontou a espada para o jovem.

Kyo juntou a pouca água que tinha a atacou o rapaz. Era um jarro de água no total, mas era o suficiente para encher as narinas e garganta de um ser humano e matá-lo afogado, pelo menos foi isso que Kyo garantiu. No instante que a água foi em sua direção, o caçador jogou uma bomba de fumaça.

Ryan se levantou, mas não sabia se devia seguir para a nuvem de fumaça. Estava aflito e com medo. Alguns segundos depois e Kyo saia da cortina cinza com uma mão sobre o rosto para poder respirar. Ryan se aliviou e permitiu-se sorrir. Mas foi uma felicidade efêmera. Foi um único golpe, certeiro e descendente. A lamina passou pelo pescoço de Kyo como se estivesse cortando um pão. Em um segundo estava de frente para o amigo e no outro um cadáver caia a sua frente enquanto sua cabeça voava e ia de encontro ao chão. Ryan não sabia o que fazer. Suas pernas ficaram bambas e achou que vomitaria tudo, mas nem forças para aquilo tinha.

O caçador então foi até ele, passos lentos, como se o mundo estivesse em câmera lenta. A areia parecia beber aquele liquido carmesim. Cego de medo e desespero o jovem tentou acertar o caçador, seu machado parecia mais pesado que o normal e nem se quer raspou a lamina no alvo. Como resposta o homem enfiou a espada no ombro do rapaz e a retirou, era a lamina rubra.

Em segundos sentiu o mundo girar e as pernas lhe falharem. Foi ao chão. Mal podia ver, mas ouviu tudo o que o homem dissera:

–Eu poderia acabar com seu sofrimento, mas Demônios do Deserto também comem e eles só se alimentam de alvos vivos. Ou quase.

Ele lhe deu as costas e pegou a cabeça de Kyo. Ryan não viu muitos detalhes e tão logo o perdeu de vista. Aquele caçador sobre o dorso do cavalo sumiu como se fosse uma miragem. Cada minuto que se passava depois disso era um pesadelo. Cada suspiro doía e cada movimento, por mais simplório que fosse, era uma tortura sem fim. Um demônio do deserto se ergueu, com sua calda como chicote e dentes como navalha. Era um animal sorrateiro que vivia abaixo do solo e se erguia ao primeiro sinal de sangue. Rosnou para o jovem, Ryan sentia o sabor da morte.

Quando o demônio pulou sobre si, um tiro foi disparado. Tentou o máximo que pode, mas tudo que Ryan viu de seu salvador foram seus cabelos azuis.

La F'gahr, distrito da Rainha Anne, 1796-33;

–Você tem certeza de que não quer vir comigo? – insistia Miranda.

Guioh tinha o olhar perdido naquilo que um dia fora seu bar. Pouco restou do ataque dos humanos; eram muitos, estavam armados e se aproveitaram do elemento surpresa. Com suas tochas, levaram muitas coisas pelo fogo e algumas mortes até foram contadas. Mas todo aquele ataque não foi deixado barato nenhum dos humanos sobreviveu, todos foram capturados, torturados e julgados. Mas apesar disso, Miranda achou melhor sair do pais e ir para o cemitério de areia.

A jovem queria muito levar Guioh consigo, porem o jovem ainda se sentia preso aquele lugar. Estavam na rua, em frente ao antigo bar do jovem:

–Não posso querida – olhou para a amiga – Tenho que ficar e reconstruir tudo.

–Mas- iria retrucar o quanto fosse. Tinha as malas arrumadas e todo o tempo do mundo para convencer o amigo a ir com ela, mas uma movimentação lhes chamou a atenção.

Cavalos, no mínimo sete, e homens sobre seus dorsos. Todos vestidos com um manto negro e uma mascara branca. Todos em La F’gahr os conheciam, era a guarda real. Entre eles o único cavalo branco e sobre o mesmo uma figura venerada:

–Rainha Anne – Sussurrou Miranda

Todos aqueles que estavam na rua ficaram sobre um joelho. Era o costume, embora ninguém o tivesse imposto, nem mesmo a própria rainha. Anne era respeitada por toda a região. Em sete anos de governo melhorou o distrito e trouxe a paz para os moradores, coisa que nenhum governante auto-proclamado fizera antes.

Todos a reverenciavam naquele momento, exceto uma jovem maltrapilhos que chorava no canto. A rainha, sempre com seu kimono negro e sua mascara branca que só permitia o deslumbre de seus olhos, fitou o garoto que, para muitos, poderia passar despercebido. No canto, quase que sussurrando em cada lagrima que caia. A rainha desceu de seu cavalo e foi até o jovem que só a percebeu quando ela se abaixou ficando a sua frente.

–Por que choras? – sua voz era doce, mas firme ao mesmo tempo.

–Meus pais – ele não a encarava – eles... No ataque. Morreram.

–Você disse que haveria paz nesse lugar! – um homem brotou da multidão de ajoelhados. – Disse que nenhum sangue seria derramado por humanos!

–Como ousa falar com a rainha assim! – um dos guardas se precipitou.

–Deixe-o se expressar. – disse a rainha, sem tirar os olhos do jovem.

Em um gesto simples ela acariciou os cabelos da criança. Miranda não conseguia desviar os olhos daquela mulher, ela era poderosa e respeitada, mas ao mesmo tempo parecia ser um anjo e inspirava admiração. Anne conseguia tudo isso e nem se quer mostrava seu rosto mesmo depois de anos, apenas seus guardas sabiam a figura por trás da mascara branca.

–Cinco – todos os guardas de preto tinham uma numeração, para que não fosse revelada sua identidade – Leve esse jovem para o castelo. – ela se levantou – A partir de hoje será meu protegido.

O garoto seguiu com o guarda e a rainha permaneceu ali, tão perto deles.

–Eu quero saber o que vai ser feito em relação aos ataques! – aquele que outrora gritara com a rainha, voltava a repetir a insolência.

–Parece que ele perdeu a filha – sussurrou Guioh – E prometeu vingança

–Tudo há seu tempo. – ela deu um olhar para aqueles que a cercavam e por um momento olhou para Miranda

–Meu tempo... Meu tempo é agora – foi tudo muito rápido. Em um segundo estava a metros da rainha e no outro na sua frente

Tentou enfiar uma faca na soberana, mas a faca parou no ar, como se tivesse acertado algo. Ninguém entendeu, mas logo que o ataque foi parado, um dos guardas caiu sobre o homem.

–Uma palavra, minha rainha, e o chão será tingido com seu sangue – o homem estava imobilizado, um dos braços para trás e sua própria faca contra a nuca

–O exílio será o suficiente para um homem que fracassou em me matar.

A rainha Anne caminhou como se nada a pudesse tocar, ou como se nada tivesse acontecido. Ela parecia flutuar com aquele kimono. Subiu sobre seu cavalo:

–As coisas mudarão daqui pra frente e o céu não será o único a sangrar.


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Notas finais do capítulo

AVISO, vou dar uma olhada nos reviews e vou ver quem mais vai morrer
Aviso², Kyo e Jin estão fora da fanfic, a ficha de ambos foi desativada e as vagas foram abertas, não deu pra colocar a morte de Jin simplesmente por que não havia ninguem (fichado) em Footh no momento de sua morte, mas ele rodou.
Aviso³ Miranda e Ryan, interatividade.



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